30 de jun. de 2006

O.M. AÏVANHOV – 30 de junho de 2006



DO SITE AUTRES DIMENSIONS.

Áudio da Mensagem em Português

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(vocês ouvirão piados insistentes de um beija-flor que ficou grande parte da gravação na janela, e, depois, um bem-te-vi, quase ao final)

(PERDÃO - CULPA - ABUNDÂNCIA - RELIGIÃO)

Bem, caros amigos, estou extremamente contente por revê-los, isso me dá extremo prazer: ver as pessoas que estão aí esta noite para tentar dialogar, trocar juntos, para ver quais são suas preocupações do momento.
Nós vamos poder, eu espero, aportar-lhes esclarecimentos sobre o caminho do planeta, mas, também, sobre o caminho que lhes é próprio.

Então, se querem, começamos, de imediato, a escutar o que vocês têm a perguntar-me, o que têm como interrogação.

Questão: Como administrar a cólera?

Caro amigo, a coisa que eu posso propor-lhe é dirigir a cólera, por exemplo, em um lugar no jardim, ou seja, quando você sente essa cólera que sobe, quando sente esse fogo que chega para você, diretamente, não se dirigir a um ser humano ou a um animal, mas ir encontrar, em algum lugar, um vegetal, na natureza, não muito longe de você.
Se isso não se produz em você, será preciso, por exemplo, que você encontre um lugar na natureza para poder evacuar essa cólera.

Efetivamente, o elemento o mais importante é que essa cólera, é preciso exteriorizá-la, de uma vez por todas, não constrangê-la, mas, sobretudo, não exprimi-la através dos seres que não a merecem, essa cólera.

Em contrapartida, você pode confiar sua cólera, por exemplo, aos vegetais, às árvores que serão capazes de recolhê-la, em especial, o carvalho.
Basta encontrar um carvalho, observe, não há, talvez, carvalho em seu jardim, entretanto, você pode imaginar que você fala com um carvalho.
A partir do momento em que você encontrou um e confia-lhe sua cólera, você poderá, efetivamente, repetir o processo, mesmo na imaginação, visualmente, sem realidade da presença do carvalho.
O carvalho é uma árvore extremamente forte, que é capaz de receber sua cólera sem sofrer com ela.

Progressivamente e à medida que você exprimir essa cólera, ela vai eliminar-se, não é questão de controlar, de dominar para impedir de manifestar-se, como você o faz, até o presente.
Ela tem o direito, eu diria, de sair, de uma vez por todas, mas não sair contra circunstâncias ou seres humanos, mas é preciso confiar essa cólera a alguém que vai representar capacidades de transmissão e de transmutação dessa cólera e que vai ajudá-lo, no sentido próprio e no figurado, realmente, a superar esse elemento cólera.

Agora, não se esqueça de que você deve, também, através dessa cólera que se manifesta em seu presente, conseguir, mesmo se isso for, por vezes, difícil, perdoar àqueles que sempre tentaram impedi-lo de exprimir o que você tinha a exprimir.
Isso é extremamente importante a compreender.

Respondi à sua questão, eu creio.

Questão: como fazer para perdoar?

O melhor modo de tentar perdoar em relação ao que aconteceu na vida, ao que os feriu não é trabalhar no perdão, porque o perdão é algo que acontece naturalmente, a partir do momento em que a personalidade tende a apagar-se diante da vontade da alma, ou seja, diante do amor que você é, diante da Divindade que você é.

É extremamente importante, para perdoar, chegar a um nível de consciência diferente daquele que é comum.
A partir do momento em que você quer trabalhar no perdão, você continua no nível que gerou essa noção de sofrimento que tem necessidade de ser perdoado ou pedir perdão.
Isso funciona nos dois sentidos.

Não se esqueça de que a resolução de um problema ligado ao não perdão encontra sua problemática nos nós extremamente profundos ligados à vivência afetiva relacional, geralmente, com os pais, obviamente.

Mas o perdão que se situa onde ocorreu o sofrimento não tem qualquer sentido, porque não há transmutação desse sofrimento.
Apenas através da descoberta de sua Divindade interior, através da descoberta de seu potencial espiritual autêntico, é que vai manifestar-se o perdão, como uma consequência, eu diria, direta, da amplificação da consciência e da abertura do casulo de Luz e do inconsciente.
Portanto, trabalhar na noção de perdão não quer, a priori, dizer grande coisa.

Efetivamente, é um conceito psicológico que foi amplamente desenvolvido e, quando se diz «é preciso perdoar», «é preciso perdoar papai», «é preciso perdoar mamãe», «é preciso perdoar-se, a si mesmo», é fácil dizer, entretanto, compreendam, efetivamente, que são questões de nível energético e que a noção de perdão não pode exprimir-se ao nível que gerou o sofrimento.

O perdão é a consequência normal da abertura de consciência.
«Busquem o reino dos céus e o resto ser-lhes-á dado em acréscimo», esse é o ensinamento o mais importante de Cristo, quando Ele estava sobre a Terra.
Ele é tanto mais válido hoje, obviamente, porque, se vocês estão ao nível do perdão, continuam no nível que gerou o sofrimento.
Ora, o sofrimento vem apenas da confrontação de duas personalidades, de dois egos, pode-se dizer.
A partir do momento em que um dos dois seres chega à dimensão que é chamada o amor incondicional, à dimensão da Divindade interior, não pode mais ali haver ferida.

O perdão é um ato permanente do amor.
O amor é perdão, o amor é transcendência.
Então, obviamente, pode-se analisar intelectualmente, mentalmente, emocionalmente o que quer dizer perdoar, mas, a partir do momento em que a consciência do ser humano coloca-se em uma problemática que ocorreu no passado e que, hoje, vocês exprimem um ressentimento que necessita de um trabalho de perdão, vocês vão reativar a energia do passado, vão reativar o que apenas demanda apagar-se e que, no entanto, perturba-os em seu presente.

Portanto, a solução não está, necessariamente, no querer, a todo custo, perdoar com o intelecto, com o coração, eventualmente, mas que, frequentemente, é compreendido, não como o coração, mas como uma emoção, um sentimento (ora, o coração não é uma emoção, não é um sentimento, nós já tivemos a ocasião de falar disso, isso se situa ao nível da terceira dimensão).

O mais importante é encontrar sua Divindade Interior, o perdão virá sozinho, a partir do momento em que vocês tocarem com a alma seu nível divino.
Naquele momento, o perdão far-se-á automaticamente porque, ao nível da alma, não pode haver não perdão.
O perdão é inscrito na finalidade da alma, obviamente, mas, absolutamente, não na finalidade da personalidade.
É isso que é extremamente importante a compreender.

Questão: como não acumular além das próprias necessidades, mas, simplesmente, tomar o que é necessário?

Meu caro amigo, você raciocina com algo que é muito louvável, que se chama, como você diz, «procurar o exato», «tomar apenas o que é necessário para a vida».
Fala-se muito, hoje – efetivamente, é extremamente louvável – do que se chama tudo o que é renovável, do que se chama o justo partilhar das coisas.
Mas, se adota esse princípio, você vai, necessariamente, entrar em um processo de autolimitação.

Por que viver a limitação?
O Pai é abundância, o Pai é abundância total, o Pai não é limitação ao nível de sua Terra, ao nível do dinheiro, ao nível de tudo.
São níveis de separatismo daqueles que dirigem, realmente, hoje, o planeta, que empreenderam tomar o controle em todos os níveis energéticos, ao nível dos recursos nutricionais, ao nível dos recursos alimentares, ao nível dos recursos dos medicamentos.

Mas a própria vida é abundância, portanto, se você parte desse princípio, vai limitar-se, a si mesmo, talvez, o que não é bom em relação à sua alma.

Efetivamente, não é necessário considerar o princípio de abundância como um desejo de posse.
A abundância deve ser construída, antes de tudo, como um nível de livre troca, ou seja, que quanto mais você receber, mais você dará.
Em contrapartida, se mais você recebe, mais você guarda (e, aí, eu não falo, unicamente, do dinheiro), aí, você entra na posse ligada ao ego, mas, também, à posse no sentido diabólico da alma.

Em contrapartida, se a abundância permite-lhe distribuir a abundância, então, naquele momento, você crescerá em sua vida espiritual, mas, também, no florescimento de sua vida material, e isso é extremamente importante.

Por que querer limitar-se a algo de minúsculo, a algo em que se toma apenas o que se tem necessidade?
Não é questão, contudo, de desperdiçar.
É uma atitude de espírito que deve fazer-lhe bem.
Porque a vida é abundância e porque ela provê, em abundância, a todas as suas necessidades, efetivamente, e o excedente pode ser distribuído.

Mas não é questão de limitar, porque é, também, eu diria, uma visão ligada à personalidade, mas invertida, ou seja, que se quer negar o ego que recolhe tudo para ele, dizendo «não, não, eu não estou no ego, porque eu tomo apenas o mínimo».
Mas compreenda, efetivamente, que é, também, uma manifestação do ego que reflete assim, porque a alma é abundância, definitivamente, ela é Luz.

A Luz pode apenas espalhar-se; a Luz pode apenas propagar-se, de próximo em próximo, e vocês devem conceber sua vida, nessa dimensão, assim, porque a vida é, realmente, abundância, na condição, obviamente, de que vocês redistribuam essa abundância que vocês recebem, tanto ao nível da irradiação, tanto ao nível da abundância que lhes é oferecida pelo divino, como essa abundância que se situa ao nível da qualidade, da quantidade de sorriso que vocês têm em vocês, igualmente, pela própria quantidade de dinheiro que lhes é dada, porque o dinheiro é uma energia que deve circular.

O importante é não bloquear as trocas, mas a troca deve, verdadeiramente, realizar-se.
Progressivamente, vocês devem crescer nessa noção de florescimento e de abundância.
A abundância faz parte da mestria.
Progressivamente e à medida que entrarem no soltar, não querer tudo puxar para si, vocês terão que administrar a abundância, mas não a escassez, obviamente.
É, eu penso, um pouco irracional querer pôr-se na exata necessidade, ou seja, não tomar mais do que se tem necessidade.
Vocês devem tomar a totalidade que lhes é oferecida, mas redistribuí-la, mas não bloquear o movimento, unicamente, ao nível da satisfação, mesmo mínima, de suas necessidades porque, aí, vocês entram, também, em um processo que é ligado a um ego, eu diria, um pouco invertido.

Não é pejorativo o que eu digo, mas é preciso, efetivamente, compreender que a vida e a Luz são abundância, na terceira dimensão, como em outras dimensões, e é preciso aprender a gerar a abundância e não a escassez.
A escassez é um conceito que foi, livremente, introduzido por aqueles que querem apropriar-se de todas as riquezas e não querem redistribuí-las.
O problema vem daí.

Agora, se vocês aceitam permanecer na escassez ou na exata necessidade, naquele momento, vocês fazem o jogo daqueles que se enriquecem.
Os seres espirituais, os seres que procuram a Luz podem, eles também, enriquecer-se, em todos os sentidos do termo, enriquecer-se não para guardar, mas para redistribuir.
Isso é extremamente importante.

Questão: poderia falar-nos do sentimento de culpa?

Perfeitamente.
A culpa é algo que é sentido, sente-se culpado por ter agido mal, sente-se culpado por fazer o mal, sente-se responsável por tudo o que acontece.
No entanto, é algo que foi inscrito, gerado, eu diria, em modelos educativos introduzidos pelos pais, pelos educadores, pela escola, sobretudo, pelos pais, mas, também, por vezes, os irmãos e irmãs que havia em sua vida.

A culpa faz parte inerente de todo ser humano.
Compreendam, efetivamente, que tudo o que foi construído – em tempos imemoriais, eu diria, isso remonta a cinquenta mil anos, mas não antes – desde a gênese do que se chama o corpo astral, o corpo de desejo, o corpo da personalidade é baseado na dicotomia entre o bem e o mal.

Ora, a culpa inscreve-se onde?
Ela se inscreve, obviamente, na noção de mal, algo que é mal.
O mal e o bem fazem, profunda e definitivamente, parte de sua manifestação na terceira dimensão, porque é o que permite escolher, é o que permite julgar sem parar entre o que é bom e o que não é bom.

A culpa faz parte do que não é bom.
É preciso, efetivamente, compreender que é algo que, como eu dizia, é inscrito em todo ser humano, porque há a encarnação, e o objetivo da vida é desenvolver o bem.

O bem é o quê?
O bem é o que se dizia na questão anterior, é a abundância, é o amor, é a Luz, é a expansão, é o que vai contra fatores de limitação, é o que vai permitir encontrar o florescimento interior, que vai reportar-se à alma.

Agora, não é questão de analisar, tampouco, a culpa.
O importante é, verdadeiramente, confiar seus problemas, que o incomodam em sua evolução, mesmo se isso lhe pareça bizarro, não a um psicanalista, não a um psicoterapeuta, mas, verdadeiramente, confiá-los a uma árvore, como eu dizia há pouco.
Você constatará, muito rapidamente, que isso vai ajudá-lo e, além disso, acessoriamente, você não terá necessidade de pagar à árvore, isso lhe custará menos caro, de qualquer modo.

Questão: por que me sinto, por vezes, desesperada, como desligada de tudo?

Cara amiga, em seus casulos de Luz observa-se que você é alguém que, frequentemente, viveu nos apegos aos ideais, apego aos filhos, apego ao afetivo, frequentemente, com laços extremamente fortes, que você procurou construir, você mesma, por sua personalidade.

Ora, o trabalho espiritual que se faz há algum tempo provoca, justamente, uma noção inversa daquela que construía sua vida até o presente.
Efetivamente, a passagem à quinta dimensão acompanha-se de algo que é muito novo e, sobretudo, para aqueles que não têm experimentado essa noção de desapego ligado à própria evolução espiritual.

Mas a quinta dimensão necessita de um desapego, ou seja, não se pode evoluir mantendo estruturas obsoletas e, sobretudo, não se pode evoluir tentando criar laços extremamente potentes, extremamente fortes com o que faz nossa vida.
O que não quer dizer que se deva estar desapegado, cortado de todos os laços para não estar com ninguém, eu não disse isso.
Eu disse, simplesmente, que as relações entre os seres, com as energias, com o ambiente devem construir-se através de algo que está nesse desapego.

O desligamento, tal como você o sente é, para você, algo que é privado da visceralidade, eu diria, da emoção e do afetivo.
Mas é uma transformação extremamente importante, está-se na fase, eu diria, final, dessa transformação planetária.
É extremamente importante que todas as relações sejam coloridas por esse desapego e que, mesmo se isso lhe pareça doloroso, não há risco de perda do que quer que seja.
Há, ao contrário, um florescimento porque, a partir do momento em que se tornam livres as circunstâncias de sua vida, a partir do momento em que se tornam livres as relações que se estabeleceram com os seres, as coisas acontecem de maneira muito mais fluida e entra-se no mecanismo que corresponde à emergência da quinta dimensão, que eu chamei a sincronia, a fluidez da unidade, que é algo de extremamente importante.

Então, por vezes, quando não se tem o hábito do desapego, tem-se a impressão, quando se vive isso, que se sente em uma espécie de vazio, porque não há a emoção que é ligada, porque não há a impressão de que, para gerar o afetivo ou para gerar o amor, há necessidade de haver oposição.
Isso é algo de novo para você, mas, creia-me, na quinta dimensão e nas dimensões que são situadas acima dela, é extremamente importante abordar esses novos mundos e esses novos modos de funcionamento, através desse desapego que não é o vazio, mas que é contrário, eu diria, à plenitude de uma emoção equilibrada que tem por nome ausência de emoção, ou seja, ao real.

É preciso redefinir, em você, o que você chama amor.
O amor não é apego, o amor é liberação, liberdade total do outro, mas, sobretudo, de si.
Todas as suas relações afetivas que existem neste planeta, na maioria a mais absoluta dos casos, é ligada ao que se chama a relação deformada de chantagem, entre aspas, ou de laço, ou seja, eu ajo assim porque você é assim, mas, se eu quero isso, eu ajo assim.
Perde-se, naquele momento, a espontaneidade.
É importante restabelecer o que você chama esse desligamento, é algo, ao contrário, que é preciso tentar cultivar.
Você verá que, quanto mais cultivar esse estado, mais você entrará na serenidade.
Depois, você entrará na calma, afastará de si a tempestade.

Isso é válido em todas as relações que você estabelece e que são seu mundo no qual você evolui.
Isso é fundamental a compreender, cara amiga.

Questão: como se pode diferenciar o desapego de um desinteresse?

A coisa é totalmente diferente.
O desapego provoca uma plenitude interior, sente-se, realmente, pleno, sente-se, realmente, habitado.

Habitado pelo quê?
Primeiramente, pela Divindade, primeiramente, pelo sentimento – que é um sentimento e não uma emoção – de algo que é completamente autêntico.
É o que se chama a fluidez da unidade, é o que se chama um estado de alinhamento total com a própria alma.

O desinteresse, em contrapartida, provoca uma dessecação, ou seja, o inverso de uma plenitude.
Então, há uma etapa intermediária na qual, efetivamente, o desapego pode ser considerado como um desinteresse, porque isso não corresponde a como se funcionava, isso não corresponde a como se foi educado, isso não corresponde ao que se havia projetado ao nível mental.

Agora, quando se cultiva esse desapego, progressivamente, em relação a algo que é vivido, não se entra no conflito, deixa-se exprimir-se o desapego, vai-se aperceber-se de que se entra em uma unidade, entra-se em um espaço extremamente mágico no qual, naquele momento, é-se pleno.

Pleno de quê?
Pleno de Luz, pleno de Divindade e, assim que se deixa os espaços de separações, os espaços de divisões que fizeram nossa vida até o presente na terceira, então, o despego chega a provocar o que se chama, também, o soltar, ou seja, o abandono, que conduz, sistematicamente, à coisa que lhes é pedida nesta vida, ou seja, a mestria.
Mestria não quer dizer controlar, mestria não quer dizer estar apegado, é exatamente o inverso.

Quanto mais vocês se afastam dos modos de reações habituais que constituíram sua vida, mais vocês entram nessa dimensão divina.
Vocês estão aqui para aprender isso.
É, unicamente, o que lhes é demandado porque, «busquem o reino dos céus e todo o resto ser-lhes-á dado em acréscimo».
Mas, em contrapartida, enquanto vocês quiserem debater-se nas contradições, nos problemas que estão situados nessa dimensão, vocês não terão a energia necessária para encontrar seu próprio ser divino.
Vocês se fecharão em esquemas de apego, em esquemas que anunciam sua liberdade, isso é extremamente importante.

O desinteresse, em contrapartida, é uma aridez.
Isso conduz à depressão e não à plenitude do coração.
Efetivamente, eu confirmo que, no início, as energias novas do desapego podem parecer corresponder ao que se poderia chamar o desinteresse, ou mesmo a depressão, porque não se é habituado a funcionar assim, e é importante a compreender, para entrar na aceitação disso.

Vocês verão que, em um tempo extremamente curto, vocês sentirão essa plenitude, a partir do momento em que aceitam esse desapego.
É muito importante porque são, verdadeiramente, as energias espirituais que empurram a isso, nesse momento.

Vocês não imaginam o número de seres, o número de energias, o número de consciências que, nesse momento, empurram, individualmente, cada ser, mas, também, o conjunto de seres que povoa o planeta, para chegar, antes do momento decisivo, a esse desapego.
Porque o desapego é a plenitude, porque o desapego é a completude, porque no desapego vocês encontram sua Divindade interior, e é a coisa que lhes é solicitada, nada mais.

Questão: como explicar os males físicos ligados a fenômenos de desconexões?

Primeiro, seria preciso explicar o que você chama «desconexão», caro amigo.
O que eu observo em seus casulos de Luz é que há, efetivamente, uma facilidade extrema para conectar, eu diria, realidades ultrassensíveis, mas há, em você, um medo fundamental e visceral dessa realidade ultrassensível à qual você está conectado, realmente.

Esse sentimento de desconexão é ligado a um trabalho de enfraquecimento, eu diria, que é feito por sua personalidade interior, para fazê-lo crer que essa desconexão conduz ao neant, conduz a males físicos e, portanto, que é preciso, absolutamente, evitar encontrar-se confrontado a esses mundos.
E, no entanto, devido ao seu conhecimento, devido à sua vida e devido ao seu caminho de alma, é o que você escolheu experimentar.

Portanto, de algum modo, você se comporta como uma criança mimada, você recusa algumas coisas que estão aí, que fazem parte de sua vida.
E isso cria, efetivamente, males físicos, isso pode provocar uma falta de sopro extremamente importante, como o sopro cortado.

A origem de seu desconforto vem daí, ou seja, o que você chama desconexão é você que desconecta em relação à realidade lá de cima, para não encontrar-se confrontado ao que você tem medo de ver.

Questão: como fazer para elevar-se, quando se sente a vontade, a necessidade?

Boa questão.
De que tem necessidade, um ser humano, para crescer?
Há a Luz para crescer, a mestria para crescer na abertura espiritual.
Bem, primeiramente, ela tem necessidade, essa alma, de ser alimentada, de ser regada e, a partir do momento em que a alma exprime o desejo de crescer, obviamente, as sincronias, os reencontros e tudo o que faz o ambiente da vida irá ao sentido dessa autêntica sede de crescer.

Agora, como fazer para crescer?
Bem, será que é, realmente, questão de fazer?
É questão, antes, de ser, é extremamente importante.
Ser não quer dizer, necessariamente, fazer, ser não quer dizer, necessariamente, ter.
Ser, isso quer dizer, sobretudo, estar completamente consciente do instante que passa, do instante presente.

Estar presente a si mesmo permite crescer.
No entanto, tudo o que bloqueia o ser humano em seu crescimento são, obviamente, os apegos, é, obviamente, o passado, é tudo o que quer arrastar nosso sistema para apegos ligados ao passado, os modelos condicionantes, os apegos que foram construídos por nossos ancestrais, mas, também, pelos modelos educativos, mas, também, pelos modelos religiosos.

É preciso, efetivamente, compreender, como dizia, por exemplo, Krishnamurti, que vocês são seres ilimitados.
A única diferença entre vocês e eu é que eu sabia, totalmente, e de maneira inabalável, já, em minha encarnação e muito jovem, que eu era um ser de Luz.
Vocês, ainda, não o aceitaram.
Bastaria, no entanto, aceitá-lo, numa pequena porcentagem, para que todas as coisas desenrolassem-se de maneira mágica, na magia do amor.

É preciso, sobretudo, aceitar estar no instante e deixar penetrar em nós a totalidade da Divindade.
É tudo o que é demandado, isso se junta a outras questões que foram postas.

Eu creio que o mais importante para crescer não é saber quem foram há dois mil anos, o importante para crescer não é encontrar uma técnica de meditação, de oração ou técnicas, também, que eu desenvolvi em minha vida e que eram válidas, naquela época, como a paneuritmia, como outras técnicas.
Efetivamente, são ferramentas que são, por vezes, úteis, para esquecer-se da personalidade, mas o objetivo não é tornar-se divino através da técnica, o objetivo é esquecer-se, no espaço de um instante, da personalidade interior militante.

Naquele momento – e, sobretudo, desde algumas dezenas de anos, eu diria, mesmo, há menos de vinte anos – é, hoje, extremamente fácil operar em si, deixar fazer e aperfeiçoar, ou seja, isso é extremamente importante.

O estado de ser, agora, o que isso quer dizer?
Isso quer dizer estar na receptividade total da Divindade.
É preciso, no espaço de um instante, tentar fazer a abstração de todas as referências que se pode ter em si, tentar fazer abstração de tudo o que se aprendeu, tentar fazer abstração de tudo da vida, também, e, simplesmente, ser como uma criança.
Isso, no instante presente, porque a Divindade, sua Divindade pede isso apenas para manifestar-se, e nada mais.
Não há necessidade de rituais complicados, não há necessidade de fazer dieta durante quarenta dias, há, simplesmente, a necessidade de ser si mesmo, para encontrar seu ser divino.
E isso, essa sede de vontade de crescer na Luz, é completamente louvável, mas ela deve deixar o lugar para a necessidade de ser fundamental, ou seja, estar no instante presente.

O instante presente é o único lugar no qual o Pai encontra-se.
O Pai não pode encontrar-se no passado, não pode encontrar-se em um futuro hipotético para o qual vocês correm, ele está no instante.
Se vocês pudessem parar o tempo, um bilionésimo de segundo de tempo terrestre, vocês seriam transformados em Luz, seu corpo não existiria mais, o corpo teria se tornado um corpo imortal, um corpo espiritualizado, totalmente.
Isso é a quinta dimensão, é o que se produzirá no momento em que o tempo parará, mas é outra história.

Questão: por que se escolhe tal ou tal vida?

É uma questão que é, ao mesmo tempo, extremamente vaga, mas, extremamente, precisa.
Por que se escolhe esta vida?
Porque é ela que nos dá a ocasião de crescer.

Se as aparências são, a priori, contrárias, apenas quando a vida foi cumprida e que se olha o que se construiu através dessa vida, é que se apercebe que não podia ser de outro modo.
Mas tranquilize-se, cada ser humano escolhe, livremente, sua vida, e não há ninguém, não há censor que vai dizer-lhe «você vai passar por aí» ou «você vai fazer isso», assim como não há juiz.
Você mesmo julga sua vida e ninguém mais; você é seu próprio juiz, você é seu único juiz.

Há, realmente, algo de essencial a compreender: não há ninguém que seja responsável, no exterior, do que você vive.
Eu fiz, frequentemente, o paralelismo entre o que acontecia no exterior – ou seja, ao nível dos elementos, ao nível dos tremores de terra, ao nível dos furacões, ao nível das modificações dos elementos – e o que acontecia no interior do corpo humano.

Tudo o que se produz vem do interior.
Nada do que acontece pode ser contrário ao que quis a alma, mesmo se, em alguns momentos, isso pareça difícil e, frequentemente, diz-se «por que eu vivi isso?».
Vocês acreditam que, em minha vida, quando fui para a prisão, eu me coloquei essas questões?
Como é que eu, que falava de Luz, pude pôr-me à sombra?
Era a mais bela das lições que eu vivi em minha vida.
Mas creio que eu já lhes disse isso.

É porque é quando se é privado do que se é, que se apercebe de que se é o que se é.
É extremamente importante isso.
Então, agora, se sua vida parece-lhe, por momentos, não em adequação com o que você sente, com o que você crê, diga-se, efetivamente, que tudo isso tem um sentido e que o importante não é compreender o sentido, mas aceitar o sentido, mesmo se você não o veja.
A aceitação é algo de extremamente importante, junta-se, com isso, à noção de abandono e, também, de mestria.

A mestria é a aceitação, o abandono à vontade: «Pai, que sua vontade faça-se, e não a minha» dizia Cristo na cruz.
E cada um vive sua cruz, até o momento em que aceitar entregar-se à vontade do Pai, à vontade divina, para tornar-se, enfim, um ser divino.
É uma mecânica extremamente importante a compreender, isso.

Questão: por que há tanta violência, em especial no domínio de convicções religiosas?

Porque a religião foi, sempre, o elemento que impediu a manifestação da Divindade no ser humano.
É um pouco paradoxal a dizer, a religião, etimologicamente, é o que deve religá-los ao Pai, à sua Divindade interior, mas os seres humanos aperceberam-se de que era, antes de tudo, uma ferramenta de poder.

Então, bom, obviamente, no século e no período em que vocês vivem, o poder e o Pai não é mais a religião, é o dinheiro, vocês sabem, porque outros Deuses tomaram o lugar e esses Deuses consideraram que era o dinheiro o mais importante para escravizar o ser humano.
Mas as religiões tiveram, sempre, por objetivo, impedir o ser de encontrar a Divindade interior.

Talvez, nas épocas passadas – há, ainda, cem ou duzentos anos – os seres não estavam prontos para ouvir esse discurso, mas, hoje, vocês estão, suficientemente, grandes para compreender que as religiões sempre estiveram aí para impedi-los de encontrar o Pai, ou seja, compreender que vocês mesmos eram Deuses.
Não há Divindade exterior, vocês são o ser divino, vocês são a Luz, vocês são a totalidade dos mundos criados.

Aí está o papel da religião, que foi o de amordaçar isso, de fazê-los crer que era obrigado a passar por um intermediário para aceder ao Pai.
De modo algum.
É, também, outra época que termina, felizmente, mas a religião, obviamente, é algo que tem por objetivo fazê-los entrar em um mecanismo que vocês chamam «seita».

Hoje, há vocês, os bons, e os outros, que são maus, necessariamente, qualquer que seja a religião.
Sem isso, não haveria religião.

Não há, mesmo, religião, no sentido universal, como alguns querem falar.
Há, simplesmente, e eu não falo para minha capela, uma fraternidade universal, mas não há religião universal, isso não pode existir.
A religião é vocês, porque religar-se à sua Divindade, manifestar sua Divindade é isso, o mais importante.

Mas todas as religiões vão dizer-lhes que vocês não têm, sobretudo, que manifestar essa Divindade.
Olhem, por exemplo, o caminho daqueles que foram estigmatizados na igreja católica, eles foram fechados, impediram-nos de manifestar a Divindade deles.

Vocês tiveram um esta noite, vocês tiveram a presença do Padre Pio, que é, certamente, com São Francisco de Assis, um dos maiores santos estigmatizados, um dos maiores seres de Luz que a Terra portou.
E, no entanto, Deus sabe que eles foram impedidos de manifestar a Divindade, eles foram impedidos de dizer quem eles eram, obviamente, porque, a partir do momento em que vocês sabem que vocês são Deus, mas, naquele momento, vocês não têm mais qualquer condicionamento, e é extremamente perigoso, isso dá extremo medo na terceira dimensão e, sobretudo, para aqueles que têm o poder.

Não é preciso, sobretudo, que se saiba disso, não é preciso, sobretudo, que isso apareça e, portanto, tudo é feito no mundo para impedi-los – realmente, não, unicamente, energética ou espiritualmente – de salvar a Divindade porque, se vocês encontram o divino que vocês são, naquele momento, podem contaminar o conjunto de habitantes do planeta.
É o que fez Cristo, no tempo dele, Ele semeou a Terra com a energia Luz.


Eu lhes agradeço, eu lhes aporto toda a minha bênção.
Creio que, esta noite, vocês não terão a efusão do coração de Maria, porque já tiveram a efusão de Santo Inácio.
Ele é um pouco mais duro do que MARIA, mas, entretanto, ele mexeu com seu coração.
Portanto, para esta noite, isso basta, eu creio.
Eu lhes digo obrigado, eu lhes aporto todo o meu amor e digo-lhes até, certamente, uma próxima vez.
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3 comentários:

  1. É preciso, efetivamente, compreender, como dizia, por exemplo, Krishnamurti, que vocês são seres ilimitados.
    A única diferença entre vocês e eu é que eu sabia, totalmente, e de maneira inabalável, já, em minha encarnação e muito jovem, que eu era um ser de Luz.
    Vocês, ainda, não o aceitaram.
    Bastaria, no entanto, aceitá-lo, numa pequena porcentagem, para que todas as coisas desenrolassem-se de maneira mágica, na magia do amor.

    -Hoje podemos perceber essa maturidade que se fala hoje por BIDI e por Aïvanhov por meio das perguntas que eram feitas naquela época, a diferença é evidente em relação aos dias atuais.

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  2. 1 - É extremamente importante, para perdoar, chegar a um nível de consciência diferente daquele que é comum. 2 - É preciso, sobretudo, aceitar estar no instante e deixar penetrar em nós a totalidade da Divindade. 3 - O instante presente é o único lugar no qual o Pai encontra-se. 4 - E cada um vive sua cruz, até o momento em que aceitar entregar-se à vontade do Pai, à vontade divina, para tornar-se, enfim, um ser divino. 5 - Não há Divindade exterior, vocês são o ser divino, vocês são a Luz, vocês são a totalidade dos mundos criados.

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  3. "O desapego provoca uma Plenitude Interior. Sente-se realmente, pleno, sente-se, realmente, habitado. ...Pela Divindade.
    "Quando se cultiva esse desapego... vai-se aperceber-se de que se entra em uma unidade, entra-se em um espaço extremamente mágico no qual, naquele momento, é-se pleno. ...Pleno de Luz, pleno de Divindade.

    "O desapego é a Plenitude, porque o desapego é a Completude, porque no desapego vocês encontram sua Divindade Interior.
    " É preciso, sobretudo, aceitar estar no Instante e deixar penetrar em nós a totalidade da Divindade.

    "E, assim que se deixa os espaços de separações, os espaços de divisões que fizeram nossa vida até o presente na terceira , então, o desapego chega a provocar o que se chama, também o ABANDONO.

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