27 de out. de 2006

O.M. AÏVANHOV – 27 de outubro de 2006



DO SITE AUTRES DIMENSIONS.


Bem, caros amigos, estou extremamente contente por reencontrá-los como de hábito, e eu diria, mesmo, que nós nos vemos, muito frequentemente, efetivamente, nesse momento.
Então, se vocês têm, obviamente, sempre, questões complementares em relação à sua própria evolução pessoal, dar-me-á prazer a elas responder, mas, também, se vocês têm questões de ordem mais geral.

Questão: pode ser útil trabalhar no mundo político?

Então, cara amiga, vou responder-lhe em dois níveis: a política é um jogo, eu diria, de enganos e de trapaça monumental, na escala da humanidade, não, unicamente, neste país.
Disso, é preciso estar consciente, porque jamais nada poderá mudar através da política, contrariamente ao que todo mundo parece crer, na superfície deste planeta.
A política é apenas um jogo de enganos e uma trapaça que permite a indivíduos tomar o poder em períodos diferentes, mas que têm, todos, o mesmo objetivo, ou seja, o poder e, absolutamente, exceto uma extrema minoria, não o bem estar da humanidade.

Talvez, para você, seus objetivos sejam profundamente diferentes, mas, entretanto, você não escapa dessa lógica dos homens políticos.
Então, agora, sua ação política, no que lhe concerne, eu lhe responderia que ela pode ser útil, ao mesmo tempo estando consciente, obviamente, do que eu chamo um jogo de enganos.
Portanto, você pode empreender, você, no que lhe concerne, essa ação política, se tal é o que sua alma sente e deseja, porque ela terá, de qualquer modo, uma utilidade nessa política inútil.

Questão: como ajudar alguém em dificuldade?

A resposta que eu lhe dou não é específica a essa pessoa.
É preciso, primeiro, tentar compreender porque se quer ajudar o outro, isso é extremamente importante.
Será que a ajuda é ligada a um sentimento, eu diria, de compaixão?
Será que é a impressão de que o sofrimento do outro é nosso sofrimento?
A maior parte dos seres humanos que querem ajudar o outro o faz porque eles têm necessidade de desempenhar o papel que vocês chamam de salvador, e, mais, o papel de heróis, em relação a essa pessoa e, frequentemente, é uma satisfação do ego.

Por vezes, é porque se tem a impressão de que, quando se ajuda o outro, ajuda-se o que se poderia viver, também, ou que já se viveu.
Então, por simpatia, por sintonia, por compaixão, faz-se isso.

A melhor ajuda que se pode fornecer, qualquer que seja a pessoa, é, já, tentar compreender, de maneira formal, porque se quer ajudar essa pessoa e não decidir «eu vou ajudar essa pessoa», sem saber porque se tem tal ação.
Uma vez que se tenha colocado o porque da ajuda que se quer aportar, convém, efetivamente, definir que a ajuda que é esperada não é, necessariamente, o que se compreende, nós, da situação do exterior.

Então, é preciso ser extremamente prudente, e não propor coisas que nada têm a ver com o que é esperado pelo outro, se é que ele espera uma ajuda.

Então, o problema da ajuda é, ao mesmo tempo, extremamente complexo e extremamente simples: a melhor ajuda que se pode dar é aportar, obviamente, toda a Luz e o amor que está em si para o outro.
O mais importante é não orientar o outro em função de suas visões pessoais, em função do que você crê ser correto, porque o que é correto para você, a um dado momento, não é, talvez, correto para o outro, no momento em que você dá o conselho.

Então, a noção de conselho e de ajuda não deve, jamais, ser tingida com seu próprio julgamento ou seu próprio pensamento porque, naquele momento, não está em conformidade a um respeito de regras e de leis espirituais.
Isso é extremamente importante a compreender, é algo, mesmo, de fundamental.

A maior parte dos seres humanos mistura-se, geralmente, com quem não os olha e pensam aportar uma ajuda a alguém, enganando-se, grandemente, porque aportam uma ajuda em função do que eles teriam feito nessa situação.

Então, exceto o caso extremo de compaixão, no qual se pode apenas aportar essa compaixão, essa Luz e esse amor (ou experiência vivida, exatamente ao idêntico, na qual, aí, pode-se aportar o que, para nós, foi correto, a um dado momento, mas que não será, talvez, correto para essa pessoa), é um problema extremamente difícil querer ajudar alguém.

É perfeitamente louvável querer socorrer o outro, mas atenção: socorrendo o outro para não interferir na liberdade de escolha e na liberdade espiritual do outro.
Isso é extremamente importante.

Então, o único modo de não afastar-se das regras e das leis espirituais é aportar a compaixão e uma ajuda que eu qualificaria de discreta.
Aí está o que é, certamente, a coisa a mais importante.

Questão: diz-se, por vezes, que, no casamento, deve-se dar-se um ao outro?

São palavras que me fazem estremecer.
Se se dá ao outro, isso se chama um sacrifício, isso não se chama um contrato e uma união recíproca.
A doação do outro, a doação ao outro é algo que se chama um sacrifício e não diferentemente.

Jamais lhes foi dado, pedido, nem nas escrituras, nem no que se chama o casamento, para dar-se ao outro.
O importante é que o casamento é um contrato, assim como outro contrato: o contrato une duas pessoas, não para o melhor e para o pior, mas para respeitar certo número de compromissos.

O primeiro dos compromissos não é a noção de doação, o primeiro dos compromissos é a noção de respeito da pessoa, respeito que vai até respeitar a liberdade na união.
Em caso algum é necessário considerar a noção de sacrifício, porque quem diz sacrifício diz, também, noção de inferioridade de algo em relação ao outro.

Ora, os contratos devem unir duas pessoas de mesmo nível e deve ser considerado como uma troca.
A palavra comunhão, ao nível de discursos religiosos, parece-me, eu diria, a mais indicada, é uma comunhão à mesma Fonte, é uma troca e uma ocasião de crescer juntos, mas, absolutamente, não para considerar como uma noção de doação ao outro.

O contrato de doação de um ao outro corresponde a uma anulação da individualidade, o que é contrário aos princípios espirituais elementares de Divindade do ser humano.

Ontem, parece-me, nós vimos a noção de fusão.
Um casal não é fusional.
Ele pode ser fusional durante certo tempo, mas o melhor dos contratos é a harmonia, o crescimento espiritual de um e do outro, o crescimento pessoal de um e do outro, no respeito e na liberdade do outro.

Ora, se se dá ao outro, recusa-se a própria liberdade.
Ora, a união não é a ausência de liberdade, bem ao contrário, é a maior liberdade, liberdade espiritual, liberdade de alma.
Então, ao nível da terceira dimensão, há cinquenta mil anos, o casamento era o meio de estabelecer um contrato diante dos homens e diante de Deus, ou seja, isso obrigava o ser humano a respeitar certo número de coisas e a reconhecer um compromisso (não uma doação, mas um compromisso recíproco).
Isso era fundamental.
E, obviamente, o casamento é algo de específico, que existe apenas nessa dimensão.

Nas dimensões superiores, isso não é, absolutamente, concebível, porque o contrato é passado, diretamente, entre dois seres, sem ter por testemunha nem Deus, nem a religião e nem os outros seres humanos.
E porque não há necessidade de autenticar, pelo exterior, o contrato, o contrato é automático, através do olhar, através de uma vibração, e isso basta.

Mas, infelizmente, em sua dimensão, isso não é realizável, porque o ser humano não possui a constância necessária para honrar esse contrato durante um tempo suficientemente longo.
Portanto, ele tem necessidade de rememorar-se de que está unido ao outro.

A noção de casamento é um contrato como outro, que une dois seres.
Há contratos de alma a alma, há contratos entre irmãos e irmãs, há contratos entre a Terra e cada ser humano que nasce sobre esta Terra.
O ser humano não respeita, frequentemente, seus contratos porque, a partir do momento em que se toma encarnação nesse Sistema, toma-se encarnação em uma dimensão e em um ser vivo que é a Terra, que se deve respeitar e que não se respeita, jamais.
Então, o ser humano não é um homem de palavra, então, ele se inventou regras e procedimentos para forçar-se, de algum modo, a manter um contrato.

Dois seres que se amam são seres livres, eles não têm necessidade de contrato para amar-se, eles não têm necessidade de um contrato para forçar-se.
Então, idealmente, espiritualmente, tal como é apresentado por algumas religiões e por algumas ideologias, o casamento é uma festa que consagra a união de dois seres, que consagra a doação de um ao outro e do outro ao um, mas a doação de quê?
A doação do corpo?
A doação da alma?
A doação da personalidade?
A doação da vida?

O amor é uma doação, mas ele não tem necessidade de contrato.
A partir do momento em que vocês ritualizam o amor por um contrato, é a pior coisa que pode existir.
O amor basta-se a ele mesmo, o amor dá o amor, ele não tem necessidade de um contrato, qualquer que seja.
Vocês não têm necessidade de um padre ou pastor para comunicar-se com o Pai, vocês não têm necessidade de passar algo no dedo para estar unido àquele a quem você ama.

Então, o ser humano oficializou rituais, rituais foram introduzidos, pouco a pouco, por seres que construíram estruturas rígidas para controlar o ser humano.
O batismo não tem necessidade de um ministro, o verdadeiro batismo é aquele do Espírito Santo, ele se faz diretamente.
Vocês ritualizaram coisas que são naturais.

Vocês estão casados a partir do momento em que amam alguém, de fato, quer esse casamento dure uma vida, séculos ou um dia.

Para voltar à doação de amor, uma última coisa: é a única coisa que vocês têm a dar: é o amor à sua divindade, à totalidade da criação.

Questão: a que são devidos os fenômenos de fusão em um casal?

Tudo pode ver-se.
Há episódios fusionais vividos por casais ligados a contratos de alma, mas, geralmente, são contratos cármicos, nos quais coisas importantes devem resolver-se, para tentar queimar laços que foram demasiado fortes ou demasiado penosos.

Quando eu digo laços, eu não digo, necessariamente, laços afetivos fortes, isso pode ser assassinatos, podem ser trapaças, no sentido o mais elevado da alma.
Tudo se pode ver, mas a fusão é um processo de imaturidade afetiva e espiritual, também, de algum modo.

Bem, caros amigos, eu fiquei muito contente com todas essas questões extremamente pertinentes, e eu espero que vocês estejam enriquecidos, como eu estou enriquecido, e eu lhes aporto minha bênção e eu lhes digo, certamente, até breve.
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Um comentário:

  1. 1 - A política é um jogo, eu diria, de enganos e de trapaça monumental, na escala da humanidade. 2 - O casamento é algo de específico, que existe apenas nessa dimensão. 3 - A partir do momento em que vocês ritualizam o amor por um contrato, é a pior coisa que pode existir. 4 - Para voltar à doação de amor, uma última coisa: é a única coisa que vocês têm a dar: é o amor à sua divindade, à totalidade da criação.

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