11 de ago. de 2008

MA ANANDA MOYI – 11 de agosto de 2008

DO SITE AUTRES DIMENSIONS

Filhos bem amados, eu lhes apresento minha bênção e venho prosseguir com vocês as entrevistas concernentes ao despertar e à iluminação.

Hoje, se querem, vamos falar do silêncio.

O silêncio é primordial no processo do despertar.
O silêncio participa da parada das atividades mentais, ele contribui para voltar sua consciência para seu interior ao invés de para seu exterior.

Não pode haver despertar, não pode haver iluminação, sem um período prévio de silêncio.

A meditação é silêncio.

A diferença essencial entre a meditação e o despertar é que a meditação é uma preparação.

Quando da meditação a mais profunda, onde o mental está em repouso, a consciência viaja e vai explorar territórios que estão além da consciência comum.

A consciência, nesses estados, pode viver estados não comuns de consciência expandida.

Mas o problema é que quem medita, quando volta ao seu estado de consciência comum, é incapaz de trazer este estado de consciência no estado de vigília comum.

O despertar é um instante fora do tempo.
O despertar não é o caminho.
O despertar é uma fulgurância que ocorre no momento o mais oportuno em que o conjunto da consciência está focalizado no interior e no coração e em que tudo que é você está no exterior.

Então, a primeira etapa é, obviamente, o silêncio verbal.

A consciência do despertar não conhece o verbo e a palavra, ela conhece apenas o silêncio.

Esta fase de transmutação da consciência apenas pode ocorrer no momento do silêncio, justamente.

Existem várias formas de silêncio: o silêncio das palavras, mas também o silêncio dos sentidos, de alguns sentidos.
Esta é uma etapa ulterior que veremos proximamente.

Existem estados da energia que necessitam ser vividos no silêncio.
Eles necessitam uma interiorização e uma interioridade do que é vivido.

Vocês apenas podem compartilhar apenas o que encontraram.
Em outros termos, vocês compartilham palavras.
Vocês se comunicam sobre sensações, emoções, sentimentos, sobre o Amor humano, mas não sobre o Amor incomensurável do Divino.
Há uma diferença essencial.

O Amor é comunicação, mas esta comunicação se faz em silêncio, no silêncio em que se encontra a Fonte.

Não pode haver comunicação do Amor sem esse silêncio interior.
Vocês apenas podem encontrar o Amor tendo encontrado seu próprio centro de Amor e este necessita uma colocação em repouso completo do sentido da palavra e do verbo.

Em minha vida eu permanecia longos períodos sem falar, unicamente voltada ao ser interior e ao esplendor do Amor que irradiava.
Não era mais eu.

Esse corpo onde, no entanto, eu estava, não era mais eu.
Eu era ilimitada.
Eu era a totalidade.
Eu era a infinidade dos mundos e, para isso, as palavras são bem frágeis para exprimir o que quer que seja e, no entanto, precisamos dessas palavras para nos aproximar de certo estado e criar as condições propícias para o despertar.

Entretanto, o corpo é seu Templo, isso todas as tradições lhes disseram, e esse templo deve ser respeitado.

Ele é uma corda vibrante que convém fazer ecoar na frequência do Amor.
Para isso, o mental deve sair.

Vocês devem estar na escuta de seu interior e na escuta de seu Templo, ao mesmo tempo tendo consciência de que vocês não são isso, mas essa é a ferramenta que lhes permite encontrar o despertar.

O despertar vivido fora do corpo é também uma experiência possível, mas, naquele momento, vocês trazem uma lembrança, uma memória que pode ser muito ativa, é claro, assim como para as pessoas que vivem experiências fora do corpo são capazes de se lembrar da experiência da Luz e elas trazem então esta experiência no corpo e na consciência comum.
Isso é um fragmento do despertar, o despertar está então incompleto.

O despertar completo apenas pode ser encontrado, eu repito, no silêncio dos sentidos, no silêncio das palavras, quando o corpo se põe a vibrar e a se mover.

Assim, em minha vida eu me movimentava frequentemente, eu dançava mesmo.
Era o único modo que eu achava ser o mais digno de exprimir o Amor, além do olhar e além da vibração.

Então, vocês vão começar a instaurar o silêncio, um silêncio de palavras, para seu primeiro dia, em que vocês trabalharão o corpo, em que o corpo será o receptáculo, por sua ressonância com a energia do Amor.

Bem amados, será preciso fazer prova de abstinência, de abstinência de palavras, mas também de abstinência de palavras interiores.

Você se dirigir a si mesmo é já uma palavra que não é o caminho interior.
O caminho interior pode apenas nascer se há silêncio.

Eu não falo do estado meditativo em que tudo está no silêncio.
Eu falo do estado da consciência comum inteiramente centrada no silêncio, na ausência de palavras, mas também na ausência de pensamentos interiores.

Vocês me dirão que isso é extremamente difícil de realizar.
Não, isso é muito simples.

Já, suprimindo a comunicação verbal, já, estando consciente do que você faz: comer em consciência, comer totalmente em consciência, é já um passo enorme para o despertar.
Isso coloca na consciência.

Estar consciente do que você faz, no instante em que você o faz, é já uma diligência para a consciência além do indivíduo.

É preciso estar consciente de seus passos, consciente de tudo o que acontece em seu corpo.
É preciso que a consciência esteja plenamente investida no corpo, tome posse totalmente do corpo, a fim de nele fazer o Templo interior onde a consciência superior pode se revelar.

É importante que vocês respeitem esta noção, porque vocês irão para uma gradação que vai conduzi-los às portas de algo que, eu espero, será para vocês um momento fora do tempo, um momento da eternidade que vocês seguirão, doravante.

Houve uma preparação, uma espécie de maturação desse trabalho.
Esse é o objetivo, como eu anunciei, no título mesmo de sua estada: a quinta dimensão (como vocês dizem) e o coração.

Para mim, a quinta dimensão é o Amor.
É o lugar, o espaço, o momento em que nada mais há além da manifestação do amor, quaisquer que sejam as formas diferentes de manifestação de vida e as formas diferentes de evolução.

É o momento em que não há mais separação, em que não há mais divisão, o momento em que vocês podem enfim exprimir a alegria, a serenidade, a paz, a totalidade e a divindade.

Vocês são isso desde éons, vocês estão aí para reencontrar sua Essência, porque é algo que vocês são, não é algo de novo.
É simplesmente algo que vocês esqueceram pelas necessidades da encarnação e as vicissitudes da encarnação, pela promessa que vocês fizeram de jamais perder o fio condutor, mesmo no mais escuro e no mais profundo da noite da alma, de reencontrar esta Essência.

Porque, de toda eternidade, para além da aparência que vocês têm aqui, de algum modo, numa outra dimensão, reside este átomo de eternidade que vocês são e esta resplandecente Luz que vocês são.

Basta-lhes simplesmente voltar seu olhar, seu mental, para seu interior.
Para isso, vocês não devem se comunicar com o exterior pelas palavras.
Isso não quer dizer isolamento.
Isso quer dizer completude e totalidade.

Vocês devem compreender isso, aceitar isso, a fim de poderem vivê-lo em toda serenidade.

Obviamente, o que vocês vivem, vocês não o vivem para vocês.

Lembrem-se das palavras de alguns neófitos: «vocês estão aqui para doar, vocês estão aqui para se doar».

Mas o que vocês querem doar se nada têm?
Vocês querem dar palavras?
Vocês querem dar afeição, emoções?
Vocês querem dar conceitos, se vocês não têm o Amor?

Para que lhes serve demonstrar inteligência se vocês não têm a inteligência do coração?
Para que lhes serve conhecer tantas e tantas coisas se vocês não têm o conhecimento interior?
Para que serve desenvolver tecnologias que vocês desenvolvem desde pouco tempo, se vocês não conhecem a tecnologia interior do despertar?

O homem é uma totalidade.
Ele não tem ainda consciência disso.
Ele se encarnou para experimentar isso.

A própria forma na qual vocês estão é uma forma perfeita.
Ela é o reflexo da perfeição encarnada.

Vocês devem levar a efeito esse veículo para seu despertar.
Vocês devem levar a efeito sua missão que é de se despertarem.
Vocês devem levar a efeito sua missão, que é fazer aderir seus irmãos e suas irmãs para o que vocês são, não às suas concepções, não às suas ideias que não têm qualquer espécie de importância, não às suas religiões, não às suas crenças, não às suas certezas, mas, efetivamente, ao Amor que vocês podem irradiar.
Essa é a única coisa que vale a pena.
Todo o resto é apenas tempo perdido.
Todo o resto é apenas ilusão.
Todo o resto é apenas mortal.

Somente o Amor é imortal.
Somente a doação de Amor é importante.
Todas as outras doações nada são diante da doação do Amor, mas como vocês querem doar o Amor se vocês não encontraram o Amor?
Como você quer trazer seus irmãos e suas irmãs se você mesmo ouviu falar, se você mesmo apenas leu ou experimentou de maneira muito temporária?

É preciso, doravante, e o período ali se presta, abrir as portas de seu coração.
Não há outra alternativa, frente aos eventos que vêm para vocês.
Vocês não têm mais escolha.
Vocês não têm mais o direito de ter medo do que quer que seja.

O único medo que deve habitá-los é aquele do temor divino de não encontrar a divindade.
Isso deve ocupar cada instante de sua vida.
O essencial está aí.
O essencial não é se nutrir, o essencial não é encontrar um companheiro ou uma companheira para o caminho.
O essencial não é ter um teto.
O essencial não é ter o que comer.
O essencial é Ser.
Não há outra alternativa além desta nos tempos que vêm.

Se você não está no Ser, você poderá ter todos os tetos, todos os meios técnicos, todos os alimentos, todos os companheiros ou as companheiras que desejar, mas você nada será, porque você não será.

É importante gravar essas algumas palavras no mais profundo de seu ser durante os alguns dias que vocês vão viver agora.

Qual é o propósito de vocês?
É o de viver ou é o de encontrar a Luz?

Reflitam bem nisso em seu ser interior.
Não se coloquem a questão, porque sempre seu mental lhes dirá «sim» ou «não», mas pesem, ao nível de sua consciência, o que é o peso do ser e o peso do ter.

Examinem, em vocês, o que nasce no momento em que vocês pensam no ser e no momento em que vocês pensam em suas posses, quaisquer que sejam, ainda que elas fossem adquiridas a preço de esforços muito louváveis.

Entretanto, vocês chegaram ao momento do Ser.
Se vocês estão aí não é por acaso, qualquer que seja seu caminho interior.

Obviamente, vocês não são os únicos a viverem isso, felizmente.
Vocês são uma multidão, mesmo que ela seja uma minoria em relação ao resto dos seres humanos que não entendem e que não entenderão jamais essas palavras, nesse ciclo.

Eles são, entretanto, seus irmãos e suas irmãs na humanidade e talvez alguns dentre eles percebendo, sentindo o ser interior de vocês, para além das palavras, aceitarão esta transformação.

Então, engajem-se totalmente nesse caminho.
Ele passa pela porta do silêncio interior, pelo fato de não mais se comunicar pela palavra, de não mais emitir palavras para o exterior e mesmo para o interior.

Isso é fundamental, em particular quando se tenciona trabalhar com o corpo.
Todos os yogas são de essência divina.
Seu corpo é Divino.
O movimento é Divino.
A vida é movimento.
O Amor é movimento, mas o paradoxo é que vocês podem encontrar este Amor apenas no silêncio e na imobilidade da palavra.

Então, pelo amor do Pai, tentem se conformar a isso, é fundamental.

Eu abro agora um espaço em que nós podemos discutir juntos, se quiserem, sobre esta noção de silêncio e o Amor.

Questão: como fazer calar o barulho interior?

O barulho interior de uma inexperiência do estado meditativo, de uma incapacidade para se voltar totalmente para o ser interior.

Já o fato de fazer calar as palavras, de não mais exprimir palavras (o que não quer dizer não mais se comunicar) vai engajá-los na via do caminho interior.

O fato de não mais falar participa do estabelecimento desse silêncio interior.

Questão: o silêncio pode gerar fortes reações no corpo. Como remediar aí?

Isso não ocorrerá porque você se servirá de seu corpo.
O corpo, ele, será movimento e expressão.
Ele não estará no silêncio.
O silêncio estará no interior, mas o corpo participará do movimento.
Essa é uma grande diferença.

Questão: como prolongar o estado em que se está na consciência em cada ato da vida quotidiana?

Se não dura muito tempo, querido filho, isso corresponde a lufadas de despertar, mas não corresponde ao despertar.
O despertar realizado é totalmente permanente.
Não pode haver volta.

Questão: como facilitar o fato de viver na consciência e acalmar o mental?

Isso será favorecido e amplamente possível graças ao trabalho no corpo.

Questão: como se manifesta a fusão com o Espírito?

Pelo despertar total.
Por um estado de Amor permanente, de graça permanente, o que quer que façam.

Não temos mais perguntas, agradecemos.

Então, bem amados filhos da Luz, eu lhes proponho fazer silêncio interior e acolher a graça da preparação.

Eu lhes peço que descruzem seus braços e suas pernas, que coloquem sua consciência ao nível de sua fronte, que tomem consciência de sua respiração, que coloquem esta respiração ao nível de sua fronte.

Recebam todo meu Amor de mãe.

Pela Luz e para a Luz, o sopro do Espírito e da Verdade, pelo coração e a Essência, pela vibração da Luz, pela graça da Divindade em vocês, eu os abençôo.

Antes de deixá-los, eu os engajo doravante e já, antes do final deste dia, a limitarem suas palavras ao essencial e a apenas emitirem palavras de Luz e de Amor, quaisquer que sejam suas demandas uns para com os outros.

Sejam abençoados.

Eu os amo e eu lhes digo até muito em breve.

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Versão do francês: Célia G. http://leiturasdaluz.blogspot.com

Um comentário:

  1. O único medo que deve habitá-los é aquele do temor divino de não encontrar a divindade. Isso deve ocupar cada instante de sua vida. Não há outra alternativa além desta nos tempos que vêm.

    Se você não está no Ser, você poderá ter todos os tetos, todos os meios técnicos, todos os alimentos, todos os companheiros ou as companheiras que desejar, mas você nada será, porque você não será.

    Como se manifesta a fusão com o Espírito? Pelo despertar total. Por um estado de Amor permanente, de graça permanente, o que quer que façam.

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