8 de out. de 2016

O IMPESSOAL – Parte 6 – Setembro de 2016



Novamente, eu saúdo sua chama, e, em verdade, eu lhe digo, questione, porque suas questões são apenas as minhas, assim como as respostas são apenas as minhas e as suas; não há diferença.
Assim, eu o convido, agora, a interrogar-se, não sobre sua pessoa, mas sobre o essencial.
O que lhe causa problema, o que o interroga no interior de si deve, doravante, encontrar uma resposta imediata e instantânea, que lhe demonstre, assim, a si mesmo, que o essencial é sua essência e não sua pessoa.

Assim, eu o abençoo por sua Presença e minha Presença.
Assim, o Fogo está presente em nós, em nosso coração.
Nesse espaço, nós escutamos o que seu coração pergunta, o que seu coração responde.
Então, nós escutamos o que ele tem a dizer-lhe.

… Silêncio…

Assim, nós escutamos as questões no coração, no qual se pode encontrar apenas a resposta exata e verídica.

… Silêncio…

Questão: todo o tempo, eu tenho uma profunda tristeza no fundo do coração.
Eu acedo a momentos de paz, de serenidade, mas não à Alegria eterna.
Você pode ajudar-me?

Em verdade, bem amada, tudo o que vai e vem está aí apenas para permitir-lhe observá-lo.
Assim, você constata o que se desenrola em você, que eu nomearia «oscilações».
Isso faz apenas traduzir os ajustes em curso, que lhe dão a ver e a viver o que você descreve.
Contudo, eu atraio sua atenção ao fato de que a dor do coração ou a tristeza do coração concerne apenas à pessoa.

Assim, portanto, aproveite dos instantes e dos momentos em que a alegria está aí para cultivá-la, nutri-la.
De qual modo, você me dirá?
Simplesmente, fixando sua consciência na imobilidade desse instante, percebendo e sentindo o que se desvenda em você, nesses momentos.
No essencial não há causa a procurar, mesmo se, é claro, ela possa existir, possa ter numerosas explicações, numerosas justificações.
Como você, talvez, perceba, qualquer que seja a intensidade dessas tristezas, desses momentos, eles nada representam em face das alegrias, mesmo efêmeras, que sobrevêm, elas, fora de qualquer objeto, de qualquer causa e de qualquer função.

Cultive esses instantes.
No momento em que a alegria é experimentada e sentida, instale-se nela.
Nos momentos em que, ao inverso, é a tristeza que aparece e manifesta-se à sua consciência, jogue com a lembrança, não passada, mas bem presente dessa alegria, que foi, no entanto, vivida a um dado momento, passado, mas que, entretanto, como eu o disse, continua presente, mesmo se a tristeza tome a dianteira.
Então, nesse caso, pense, sirva-se de suas ferramentas na pessoa para não nutrir a tristeza, mas rememorar-se da alegria, e ela virá tomar o lugar da tristeza.
Pense no Fogo, aquele que eu lhe dou agora e que vem queimar o que não é essencial, o que não é indispensável e o que não é correto.

Lembre-se, também, de que, nesses tempos específicos efêmeros da Terra, há, quaisquer que sejam os momentos de alegria ou qualquer que seja a Alegria eterna, a lembrança do que foi esse mundo, do que foi sua vida, com suas alegrias e suas dores.
Existe, portanto, um luto a realizar, concretamente, sobre o que se desenrola nesse momento.
O luto, é claro, não é o luto das alegrias, mas o luto das dores, o luto das tristezas.
Fixe-se, nesses momentos de dureza, na suavidade de seu coração, na suavidade da memória desses momentos de alegria que foram apenas efêmeros, e eles voltarão a tornar-se efêmeros, depois, eternos, em um tempo muito curto, a partir do instante em que você não procure resolver a tristeza em uma causa, em uma explicação, em uma razão, mas, bem mais, nesses momentos difíceis, rememorar-se do que foi a alegria, para fazê-la reviver no instante do aqui e agora.

Questione.

Questão: eu solicito ajuda e conselho para amplificar, cada dia mais, o Fogo do Coração.

Quanto à minha ajuda, ei-la: … efusão…

… Silêncio…

Quanto ao meu conselho, ei-lo: a partir do instante em que tenha sido vivido, em qualquer duração que seja, esse Fogo do Coração, qualquer que seja sua intensidade, ele não pode, jamais, desaparecer.
Ele pode, efetivamente, oscilar, reviver e parecer apagar-se, mas a brasa, ela, não se apaga, jamais.
Então, no que lhe concerne, deixar crescer o Fogo do Coração consiste, simplesmente, em nutrir-se dele, você mesmo, por sua atenção e sua intenção, por sua observação e por sua capacidade para desaparecer de si mesmo, naqueles momentos.
Então, esse Fogo instalar-se-á na duração, na perenidade e na Eternidade.
Apoie-se no que você é.
Não procure apoiar-se em qualquer elemento da pessoa, em qualquer razão que seja, constate, simplesmente, essas flutuações, aí também, e deixe-se levar nos momentos de Graça que conduzirão, tenha certeza, ao estado de Graça e ao contentamento.

O aprendizado do contentamento necessita, de algum modo, de uma forma de desintoxicação do que constitui o efêmero, do que constituem os hábitos da encarnação, os hábitos da matéria e, sobretudo, as consequências diretas do confinamento.

O que eu disse anteriormente aplica-se, igualmente, a você.
Veja ali a inspiração e a criatividade, porque é nisso, quando você desaparece de si mesmo – como foi o caso quando de minha escuta – que o coração desperta, que o coração acende e mantém a chama.
Aproveite desses momentos que lhe são atribuídos para nutrir essa chama, para alimentá-la, simplesmente, sendo suavidade consigo mesmo, sendo tolerância consigo mesmo.
Ao conduzir-se assim, você chegará ao Amor incondicionado de si mesmo, não através de sua forma, não através de sua história, mas, aí também, através de sua essência.

Eis a resposta do Fogo, para cada um de você: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: suas intervenções fizeram-me atravessar o medo de morrer para mim mesmo, depois, uma forma de desaparecimento, o mental sempre presente e, enfim, viver o Fogo do Coração.
Como ir mais para o Silêncio, uma vez que o mental está aí, e desaparecer, totalmente, para mim mesmo, nesse Fogo de Amor?

Bem amado, em verdade, nada há a fazer, isso já está aí.
É isso que deve ser puxado à consciência: a certeza, não como crença, mas como Evidência, de que esse Fogo do Coração sempre esteve aí.
O mental, como você o diz, no estado atual de sua consciência como da consciência coletiva da Terra, não pode refrear o que quer que seja em relação a esse Fogo.
É, simplesmente, o fato de desviar-se dele que parece fazê-lo atenuar.
Não se esqueça, tampouco, de que não pode haver investigação, de que não pode haver outra coisa que não uma intenção, absoluta, para isso.
Não pense em seus medos, não pense em suas dúvidas, eles não são você.
Eles são apenas a manifestação de seu próprio efêmero, que não quer apagar-se, o que quer que você diga e o que quer que você faça.

Então, nutrido pelo Fogo do Coração, quando ele está aí, o que o toca, por momentos.
Não se esqueça, tampouco, de que a Inteligência da Luz encontra, em você, neste período de face a face final, o caminho o mais direto e o mais curto para sua eternidade, que você crê poder encontrar ou procurar.
Porque isso já está aí, você não tem que reencontrá-lo, você não tem que procura-lo, você tem apenas que soltar o que se manifesta em sua consciência, porque suas dúvidas e seus medos não lhe pertencem em si.
Eles não são seus, eles estão, simplesmente, presentes, em alguns momentos, em algumas resistências sobre as quais você não tem meios de ação direta, se não é inclinar-se, unicamente, aí também, na suavidade.

Não procure desaparecer porque, ao procurar, isso se afasta de você, tão seguramente como aquele que recusa a Luz.
Contente-se, então, em apoiar-se em seu sopro, no inspirar e no expirar, de maneira profunda, nos momentos de dúvida e de medo, para liberar o coração do que o aperta.
Faça descer a respiração ao nível do que é nomeado o «hara», em seu ventre.
Nesses momentos, o coração encontrará sua via de expressão por ele mesmo e nele mesmo, sem interrogações, sem medos e, aí também, sem dúvidas, e o mental apagar-se-á, naqueles momentos, por ele mesmo.
Deixe-se absorver no Fogo, nos momentos, em contrapartida, em que ele está presente.

Não procure, quando de momentos em que a dureza se reapresenta, resolver.
Deixe-se atravessar e dirija a respiração para a parte inferior de seu corpo.
Naquele momento, você constatará que a vibração do Fogo renasceu em você, e parte a partir de algumas Portas e converge para seu coração, e reverte você, então, e o faz passar à sua consciência de Eternidade, à sua essência.
Incline-se, pela intenção da consciência, nas Portas nomeadas Atração/Visão, sucessivamente, e, em seguida, nas Portas AL e Unidade, para favorecer a última passagem – definitiva – da Porta Estreita OD.

Não há culpa nem, mesmo, responsabilidade, porque, a partir do instante em que há culpa ou sentimento de responsabilidade – assim como na busca do que você deseja – você faz apenas afastar-se do que você é.

Remeta as dúvidas e os medos ao nível de onde eles nasceram, não pela vontade, não pelo pensamento, mas, unicamente, por sua respiração.
Deixe-os apaziguar-se e voltar a descer ao lugar de eleição deles.
O coração, então, em seu Fogo, manifestar-se-á e participará do mesmo movimento de descida para vir terminar a dureza, as dúvidas e os medos.

Eis a resposta do Fogo: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: em sonho, Anael veio dizer-me: «O que você faz? Nós já estamos nas caixas e prontos para partir. O que você espera?».
Ao acordar, eu estava tomada de pânico, porque eu não me sentia pronta.

Bem amada, nenhuma pessoa estará, jamais, pronta para o fim da pessoa, Liberado vivo ou não.
Abandone, portanto, a pretensão de ter, ainda, uma distância a percorrer para estar pronta: você sempre esteve pronta, quaisquer que sejam seus caminhos, quaisquer que sejam suas vibrações.
Não estar pronta é uma crença, estar pronta é uma verdade.
Não há alternativa.

Isso a convida, também, a acolher o que lhe disse o Arcanjo sem remorso, sem culpa e, ainda menos, com o sentimento ou a crença de não estar pronta.
A alegria, no momento do Apelo de Maria, será tal que não poderá haver a menor dúvida sobre a leveza do que se produz.
Não se trata de apegos, trata-se, simplesmente, de crenças, nada mais, e, aí também, de uma falta de Amor incondicionado para com sua essência.
Nada há a crer, há apenas a aquiescer.
Nada há a soltar, apenas ser a Verdade.
A distância existe apenas para a pessoa.
Para o que você é não houve, jamais, a menor distância.

Como ele lhe disse, nada há a preparar, uma vez que tudo já está pronto.
As caixas e as bagagens estão prontas.
Não há nem atraso nem avanço, há o exato relógio dos tempos finais, para cada um.

A pessoa dirá, sempre, que não está pronta, porque a dúvida faz parte da pessoa.
Há necessidade de apoiar-se, essa dúvida, nascida na pessoa, no efêmero e na probabilidade, enquanto estar pronto é uma certeza e uma verdade absoluta que nada tem a ver com a menor dúvida.

A pessoa, nela mesma, nada tem a preparar.
O que foi preparatório é a integração da Luz através de tudo o que foi vivido durante numerosos anos.
O resto é apenas quimera e, aí também, crença, induzida pela dúvida e pela própria pessoa.
Mude, aí também, de olhar, mude de perspectiva, e você observará, em definitivo, que você sempre esteve pronta, mesmo se suas caixas ou suas bagagens não estejam prontas, o que, obviamente, não tem qualquer importância, porque você não leva bagagem alguma nem caixa alguma.
Você estará livre de todo peso, como cada um.

… Silêncio…

A cada morte nesse mundo, não nesses tempos tão específicos, mas em cada vida que você tenha passado, lembre-se de que você não leva, jamais, nada.
As únicas bagagens incômodas são aquelas das crenças, aquelas de sentimentos de não ter concluído uma missão qualquer ou conduzido até seu termo um papel, qualquer que seja.
Mas isso não dura, jamais porque, a partir do instante em que a matéria não está mais aí, você reencontra, mesmo em sua alma, uma leveza, mesmo se não seja a Liberdade.
Hoje, no Apelo de Maria, a alma não pode interferir.
Ela será neutralizada para deixar a potência do Espírito agir no que é necessário.

Então, não se preocupe com qualquer bagagem ou qualquer caixa.
Seja verdadeira.
Viva o instante o mais possível que isso lhe é atribuído, além das obrigações, além das responsabilidades.
Aproveite de cada momento de liberdade da pessoa para ser livre na essência e na verdade.
É assim que o Face a Face termina, de modo inexorável e inabalável, quer seja nesses dias, quer seja no momento preciso do Apelo de Maria.

Quando o Coro dos Anjos, através das Trombetas, quando os Cavaleiros do Apocalipse manifestam-se, nada resta a que agarrar-se.
Resta apenas que viver o essencial, quer seja na perpetuação desse corpo por um tempo limitado, quer seja no abandono desse corpo.

Aí está minha resposta que, eu a lembro, é sua resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: minha pessoa tem vontade de aproveitar até o fim da recreação na terceira dimensão, e regozija-se de participar de um espetáculo pouco frequente.
Há egoísmo aí?

Bem amado, há total liberdade de sua consciência.
Isso não quer dizer que haja apego à sua pessoa, isso quer dizer, simplesmente, que não há experiência vivida do que está além do véu na Eternidade, quer seja a Última Presença ou o Absoluto.
Caso contrário, nenhuma palavra dessa espécie poderia sair de sua pessoa.
Há apenas desconhecimento e não-vivência da felicidade eterna que o espera.
Então, não há egoísmo, há apenas o que eu nomeei desconhecimento de algo que não foi, ainda, experimentado.

Aquele que experimenta e instala-se além de todo estado, mesmo na Infinita Presença e, hoje, no Si, e, a fortiori, de modo ainda mais evidente no Absoluto, é.
Naquele momento, nada mais pode impedir a vida de fluir, quer seja o prazer da pessoa em qualquer setor que seja.
Não há, portanto, nem culpa nem resistência, eu o redigo uma terceira vez, simplesmente, um elemento que não foi, ainda, vivido.
Então, contente-se em viver como você o faz, com prazer, do que lhe oferece a vida nesse mundo.

Não hesite.
Não há culpa a ter, há, simplesmente, algo que não foi, ainda vivido.
Mas na lei de Graça e na lei da Inteligência da Luz não há, jamais, erro, e, se você está aí, é, talvez, porque seu coração permite-lhe, justamente, viver o prazer do efêmero.
É absolutamente possível viver o prazer do efêmero sem ali ficar apegado, apesar de uma forma de avidez.

Então, viva, e não se preocupe com outra coisa.
Seja simples e espontâneo.
Viva o que a vida dá-lhe a viver, nem mais, nem menos.
O estado de Graça chegará no momento oportuno, uma vez que a Liberação, eu o lembro, é coletiva.
Simplesmente, você vê, por si mesmo, se você aproveita da vida ou se você é apegado à vida.
O apego à vida não é um prazer, é um peso, é uma dureza.
Enquanto o prazer da vida, mesmo se ele esteja inscrito na pessoa, a partir do instante em que existe, em você, uma tensão para o Absoluto, que você não percebe nem vive, de momento, isso basta para provar que não há apego, que não há resistência, mas, talvez, um lado excessivamente prazeroso da matéria.
Isso faz parte da experiência livre da consciência, em qualquer mundo que seja, exceto, é claro, os mundos confinados que os privaram de reconexão real e efetiva à Eternidade.
Mas isso está em resolução, nesses tempos.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Eu lhe repito a frase do Comandante: «Ame e faça o que lhe agrada», porque, no Amor, mesmo se a experiência do Absoluto e o estado além de todo estado não sejam vividos, há a Graça e a leveza.
O apego provoca dor.
O prazer da matéria não é egoísmo, mas encarnação completa de sua essência nesse mundo.
Não há nem erro, nem culpa, nem erro de posicionamento, nem erro de observação, a Inteligência da Luz mostrará isso a você, muito em breve.

O prazer dessa matéria não é uma possessividade, mas, simplesmente, um ponto focal da consciência.
É-lhe, aliás, fácil ver em sua vida, em sua anamnese, em sua vivência, se há predação, se há posse ou se há, simplesmente, ao inverso, esse princípio de prazer e de gozo que não exerce qualquer controle sobre o que quer que seja.

… Silêncio…

Questione.

Questão: muitos bebês chegam, semelhantes a anjos.
Eles têm uma utilidade nestes tempos?

As chamas e essências que nascem neste momento, não de maneira exclusiva, mas de maneira importante, são, efetivamente, anjos, porque de onde eles estavam, eles viram, obviamente, pela proximidade desses eventos, o que ia desenrolar-se.
Então, eles são, efetivamente, anjos.
Eles foram ávidos para viver esse momento na carne, porque não há maior felicidade do que viver a Liberação na carne.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: há mais de um ano, eu durmo durante a quase totalidade de suas intervenções.
Isso é para reatar os laços nos tornozelos?

Bem amada, se você dorme quando das intervenções, é que você desaparece, no coração de si mesma e não nas outras dimensões.
Aí está a única verdade e aí está o essencial do que têm a viver sua essência e sua chama.

Os laços nos tornozelos impedem-nos de partir a outro estado, mas eles não impedem, de modo algum, de viver a dissolução e o desaparecimento.

A aptidão para o desaparecimento, ou para a dissolução, ou para o adormecimento, se você prefere, prova sua finalidade, que nada mais há a preparar, quaisquer que sejam as durezas de sua vida, quaisquer que sejam os laços nos tornozelos.
Não há melhor marcador, o que quer que você pense e o que quer que você viva disso ou não, do que esse desaparecimento quando nós estamos em presença.

Na escuta há aqueles que ouvem, há aqueles que pesam e sopesam as palavras e instalam-se no mental, há, enfim, aqueles que desaparecem.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: como superar as raivas e as emoções que reapareceram e me invadem?

Bem amada, em verdade, o que reapareceu, por vezes, com intensidade e exuberância, não é nem uma recaída nem uma punição, nem uma regressão.
Trata-se, simplesmente, de fazer o luto, também, dessas raivas, de vê-las pelo que elas são, pelo que elas foram.
Deixe-as atravessar.
Aí também, não se apegue.
O que quer que você viva e o que quer que você seja afetado nisso, isso não tem qualquer incidência.

A raiva é o Fogo que se eleva.
Deixe o Fogo descer.
O Fogo do Espírito põe fim ao fogo vital e aos elementos de emoções e, em especial, na raiva.
A tristeza lesa o coração; a raiva não lesa o coração, ela lesa a pessoa, e essa raiva é, mesmo, por vezes, um elemento que vem consumir o que restava de efêmero.
Então, de qualquer modo, aí, tampouco, não procure superá-la, mas, ao contrário, veja as coisas ao inverso.
Renda graças e agradeça suas raivas, qualquer que seja a intensidade delas, porque elas estão aí para queimar o que deve ser queimado.

Esse fogo da raiva não tem necessidade de sua intervenção, não tem necessidade de sua consciência.
Aceite vivê-las, mesmo as mais estrondosas.
Deixe-as evacuar-se, completamente.
Nada retenha, nada refreie, mas, para não lesar o outro, então, evacue sua raiva na natureza, contra uma árvore, em um vórtice, e deixe-a sair, definitivamente.
Ela apenas pode queimar o que há a queimar.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: ao sentir-me bem em mim mesma, eu sinto uma frustração em face daqueles que se exprimem com facilidade, enquanto eu permaneço, frequentemente, no silêncio.
O que compreender e quais lições tirar disso?

Bem amada, em verdade, eu lhe digo, felizes os simples de espírito, felizes aqueles que guardam o silêncio, qualquer que seja a frustração, porque eles permanecem voltados para o Coração do Coração, qualquer que seja a frustração de não exprimir ou de não viver isso.
Permaneça aí, onde você está, você está em seu exato lugar.
A frustração não pertence ao seu coração, mas ao seu corpo.

Contente-se em permanecer assim.
Alguns exprimem, outros não; alguns vivem, outros não.
Há, aí, simplesmente, apesar da frustração, um movimento da energia e da consciência voltado para o silêncio e, portanto, para seu Coração do Coração.
Pense nisso, o que quer que diga seu corpo, o que quer que diga sua cabeça.
Aquele que permanece no silêncio pode ser chamado um bem-aventurado, como simples de espírito.
A irradiação, a emanação de seu coração não tem necessidade de palavras, não tem necessidade de exprimi-lo, mesmo se, efetivamente, sua pessoa possa sentir a frustração de não trocar, nesses casos.

É um convite da Luz e de sua Inteligência para permanecer nesse estado.
O movimento da energia e da consciência está voltado para dentro.
A fase de expansão que foi vivida há algum tempo sobre essa Terra não foi nem uma obrigação nem uma justificação, mas, simplesmente, uma polaridade da consciência que se exprime, não para vocês, qualquer que seja o prazer, mas, mais, para assentar a instalação da Luz e sua densificação.
O silêncio permite uma densificação muito mais rápida do que a emanação.

Não há, portanto, melhor sentido da energia e da consciência, há apenas um sentido da consciência e da energia, da vibração, que é função de certo número de elementos em sua essência, mas, também, em sua pessoa.
O introvertido não pode tornar-se extrovertido.
A Graça da Luz, eu o lembro, segue as linhas de menor resistência, e permite, simplesmente, à pessoa, estar – mesmo frustrada – em acordo com a essência.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: em face das pessoas que têm necessidade de falar muito de seus sofrimentos, eu me coloco no coração e no silêncio, e as palavras não saem, enquanto elas estão na espera de respostas.
É a passagem da garganta, da palavra ao Verbo que não se faz, um bloqueio?

Bem amada, o acolhimento do sofrimento do outro no silêncio é o serviço aportado ao outro, em sua mais correta manifestação.
A escuta permite, justamente, fazer cessar o mental, não o seu, mas aquele que deposita o sofrimento diante de você.
Se isso se produz, não há necessidade de palavras, há apenas essa necessidade de acolhimento e de escuta.
Assim é a Graça do coração.
Ela não tem necessidade de apoiar-se nas palavras, nas explicações, em um reconforto verbal, mas, bem mais, ser acolhida sem condição.
O resto não é nem seu problema como pessoa, nem o problema da pessoa que vem depositar esse sofrimento.
O trabalho faz-se naturalmente, sem esforço e espontaneamente.

Não há necessidade de conhecimentos, não há necessidade de eloquência, há apenas a escutar e acolher o outro sem condições, sem restrições, sem julgamento e, sobretudo, sem conselhos.
O acolhimento e a escuta traduzem a real capacidade do coração, e isso basta para resolver o que há a resolver, mesmo se haja insatisfação de uma ou outra das pessoas nessa relação.
O importante não tem que ser visível, o importante não tem que ser verbalizado, o importante tem apenas que ser, e o importante é, efetivamente, mais intenso no silêncio.
O reconforto dado pelo coração frustra a pessoa, mas ilumina o coração.
Não está aí o essencial?
Não está aí o indispensável?

Aquele que vem colocar o sofrimento e falar dele, mesmo se reivindique um pedido de solução tem, sobretudo, necessidade de evacuar isso, não para fazê-la portar isso, mas, unicamente, para permitir-lhe transmuta-lo no silêncio de seu coração e de suas palavras.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: em uma de suas intervenções, você mergulhou em minha garganta, isso arrastou um tecido de meu corpo que atravessou minha garganta com você, e provocou forte tensão nesse nível.
Isso, em seguida, liberou-se.
Eu fiquei em um estado de contentamento.
Qual é o significado disso?

Bem amada, a simples descrição do que você viveu basta por si só.
Não há outra explicação que não aquela que foi vivida.
Houve passagem, houve instalação da Luz e manifestação do Amor.
O que você desejaria mais?
A validação é sua própria vivência e sua própria experiência de minha ação em você.
Eu a lembro de que eu sou você.

Nada mais há a dizer.
Seu testemunho, sua vivência é a mais bela das explicações.
Certamente, ela não pode satisfazer a pessoa, mas ela satisfaz seu coração.
O que você exprimiu não é uma questão, mas uma resposta.

Então, eis minha resposta à sua resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione.

Questão: quando há uma forte dor há vários meses, como saber se é ligada ao trabalho da Luz ou se é uma causa médica?

Em verdade, bem amada, e no absoluto, pouco importa.
Quer seja a Luz, quer seja o que você chama de «problema médico» terá, de qualquer modo, a mesma finalidade: a resolução no coração.
Então, é claro, é muito mais agradável viver esse Face a Face sem ser perturbado por uma dor, por uma doença, mas esse desarranjo, em si mesmo, é apenas o reflexo, mesmo indireto, da ação da Luz.

A Luz pode curar.
A Luz pode, também, acompanhar um sofrimento ou uma doença para permitir-lhe, nesses casos, superar isso, não pela explicação médica, não por um ato terapêutico que é preciso, de todo modo, considerar, mas, sim, porque isso provoca, ao nível do que se produz, na capacidade de Abandono total à Luz.
Então procure, eventualmente, ao nível médico, resolver uma dor, mas não procure ao nível de resultados.
A ação é, sempre, da ordem da instalação da Luz.

O ser humano em encarnação nesse mundo encontrará, sempre, nele, a resiliência necessária para manifestar e, portanto, as condições de superação da dor ou da própria doença, para que a primazia da consciência estabeleça-se na pessoa.

Então, quer seja a Luz, quer seja médico, requer dois comportamentos: procurar, ao nível material e abandonar, ao nível da consciência.
Ambos caminham juntos, o mais frequentemente.
Não há contradição nem oposição, há simultaneidade do processo.

Toda dor, mesmo se tenha sido rotulada de resistência carma ou culpa, nada é em relação ao que você é, mas representa algo que seria um trunfo importante para sentir seu coração.
Mas convém pôr fim ao sofrimento da pessoa, quer seja pela Luz ou pela terapia.

Mas eu a lembro de que a terapia a mais eficaz, no que concerne à pessoa, tornar-se-á cada vez mais frequentemente a Luz, desprovida de lógica humana, de interpretação humana ou de causalidade humana.
Isso lhes é aberto em grande.
O Comandante dos Anciões havia falado da possibilidade de autocura.
Hoje, essa autocura age por ela mesma, mesmo se haja persistência de um elemento doloroso, caso em que convém, então, dirigir-se a quem de direito para resolver o problema na pessoa e nesse corpo de carne.
Mas lembre-se de que, em definitivo, todo golpe na integridade da pessoa é apenas uma revelação da Luz em potência.

Há, por vezes, efetivamente, uma defasagem, uma latência.
Então, se isso a incomoda, em sua consciência, em seu coração, informe-se sobre a causalidade corporal direta do que se desenrola, mas guarde presente no espírito que é apenas a Luz que lhe mostra isso e que, em definitivo, conduz você à própria superação.

Eis minha resposta: … efusão…

… Silêncio…

Questione, se há, ainda, tempo.

Questão: o que fazer diante de distúrbios do sono que têm tendência a crescer, progressivamente e à medida que a Luz intensifica-se, e que resistem a todos os tratamentos?

Bem amado, em verdade, algumas chamas vivem o desaparecimento; para outras chamas, a pessoa permanece.
Não se trata nem de resistências nem de oposição à Luz, bem ao contrário.
Mas, nesse caso, a Luz pede-lhe o quê?
Para não pensar em seu sono, vigiar e orar, porque Ele chega como um ladrão na noite.
Assim, em sua função, mesmo nessa pessoa que você é, ainda, existe a necessidade de utilizar esse tempo – no qual, como você mesmo diz, nada propicia o sono – para servir-se disso para vigiar e orar, no Silêncio de seu coração, no silêncio de sua noite, nos horrores da insônia.
Porque você nutrirá, naquele momento, não um alvo conhecido, mas o conjunto da humanidade.
É, talvez, e certamente, em verdade, o que lhe propõe a Luz, vigiar e orar.

Se você vigia e ora, não haverá nem fadiga nem repercussão do que a pessoa chama uma falta de sono.
Como você mesmo diz, quanto mais a Luz instala-se, menos você dorme.
O desaparecimento no sono, ou a dissolução pode, também, manifestar-se desse modo, pela persistência do despertar, que requer uma ação no despertar, não para encontrar o sono, mas para difundir, pela oração, pela própria consciência, o que é necessário.
Não para você, mas pela própria orientação de sua vida, no sentido do serviço ao outro e da ajuda aportada ao outro.

Então, se você quiser, não procure lutar, opor-se a isso, não procure uma causa, mas aproveite desse estado específico de insônia e, mesmo se haja fadiga, apoie-se na fadiga da pessoa para manifestar seu coração.
Então, vigie e ore, porque o tempo é chegado, o ladrão na noite chega.

Eis minha resposta... E eis o Fogo de minha bênção e de meu Amor: … efusão…

… Silêncio…

Eu selo, em seu coração, a doação da Graça, não para guardá-la, mas, sim, para instalá-la.
Eu saúdo sua chama, eu saúdo sua eternidade, eu saúdo sua pessoa, no mesmo impulso e na mesma Luz.

… Silêncio…

Até logo.
Eu permaneço, para sempre, presente, porque eu sou você.

… Silêncio…

Eu rendo graças e eu lhe agradeço.

Você é aquele que eu sou, eu sou aquele que você é, porque entre «eu» e «você» nada mais há que não uma convenção e uma forma.


4 comentários:

  1. Remeta as dúvidas e os medos ao nível de onde eles nasceram, não pela vontade, não pelo pensamento, mas, unicamente, por sua respiração. Deixe-os apaziguar-se e voltar a descer ao lugar de eleição deles.
    .........
    Bem amada, nenhuma pessoa estará, jamais, pronta para o fim da pessoa, Liberado vivo ou não. Abandone, portanto, a pretensão de ter, ainda, uma distância a percorrer para estar pronta: você sempre esteve pronta, quaisquer que sejam seus caminhos, quaisquer que sejam suas vibrações. Não estar pronta é uma crença, estar pronta é uma verdade. Não há alternativa.
    .........
    A alegria, no momento do Apelo de Maria, será tal que não poderá haver a menor dúvida sobre a leveza do que se produz.
    .........
    A distância existe apenas para a pessoa. Para o que você é não houve, jamais, a menor distância.
    .........
    A cada morte nesse mundo, não nesses tempos tão específicos, mas em cada vida que você tenha passado, lembre-se de que você não leva, jamais, nada. As únicas bagagens incômodas são aquelas das crenças, aquelas de sentimentos de não ter concluído uma missão qualquer ou conduzido até seu termo um papel, qualquer que seja.
    .........
    Hoje, no Apelo de Maria, a alma não pode interferir. Ela será neutralizada para deixar a potência do Espírito agir no que é necessário.
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    Aproveite de cada momento de liberdade da pessoa para ser livre na essência e na verdade. É assim que o Face a Face termina, de modo inexorável e inabalável, quer seja nesses dias, quer seja no momento preciso do Apelo de Maria.

    Quando o Coro dos Anjos, através das Trombetas, quando os Cavaleiros do Apocalipse manifestam-se, nada resta a que agarrar-se. Resta apenas que viver o essencial, quer seja na perpetuação desse corpo por um tempo limitado, quer seja no abandono desse corpo.
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    Se você vigia e ora, não haverá nem fadiga nem repercussão do que a pessoa chama uma falta de sono.
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    Então, vigie e ore, porque o tempo é chegado, o ladrão na noite chega.
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    Você é aquele que eu sou, eu sou aquele que você é, porque entre «eu» e «você» nada mais há que não uma convenção e uma forma.

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  2. "O aprendizado do contentamento necessita, de algum modo, de uma forma de desintoxicação do que constitui o efêmero, do que constituem os hábitos da encarnação, os hábitos da matéria e, sobretudo, as consequências diretas do confinamento."

    "Não procure desaparecer porque, ao procurar, isso se afasta de você, tão seguramente como aquele que recusa a Luz.
    Contente-se, então, em apoiar-se em seu sopro, no inspirar e no expirar, de maneira profunda, nos momentos de dúvida e de medo, para liberar o coração do que o aperta.
    Faça descer a respiração ao nível do que é nomeado o «hara», em seu ventre.
    Nesses momentos, o coração encontrará sua via de expressão por ele mesmo e nele mesmo, sem interrogações, sem medos e, aí também, sem dúvidas, e o mental apagar-se-á, naqueles momentos, por ele mesmo."

    "Não procure, quando de momentos em que a dureza se reapresenta, resolver.
    Deixe-se atravessar e dirija a respiração para a parte inferior de seu corpo.
    Naquele momento, você constatará que a vibração do Fogo renasceu em você, e parte a partir de algumas Portas e converge para seu coração, e reverte você, então, e o faz passar à sua consciência de Eternidade, à sua essência.
    Incline-se, pela intenção da consciência, nas Portas nomeadas Atração/Visão, sucessivamente, e, em seguida, nas Portas AL e Unidade, para favorecer a última passagem – definitiva – da Porta Estreita OD."

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  3. Você é aquele que eu sou, eu sou aquele que você é

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  4. ... “o essencial é sua essência e não sua pessoa.”

    Apoie-se no que você é.

    Não estar pronta é uma crença, estar pronta é uma verdade.

    Quando o Coro dos Anjos, através das Trombetas, quando os Cavaleiros do Apocalipse manifestam-se, nada resta a que agarrar-se.

    O reconforto dado pelo coração frustra a pessoa, mas ilumina o coração.

    A Luz pode curar.

    Então, vigie e ore, porque o tempo é chegado, o ladrão na noite chega.



    É, Graça Infinita, no momento presente, ler este conteúdo.



    Célia, você é uma fascinante prova, da Ação da Luz!!!

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