Eu
sou CRISTO.
Meus
bem amados, eu venho a vocês no Amor que uma Mãe lhes libera generosamente, e
que um filho testemunha.
Eu
venho prosseguir, tal como foi anunciado, os ensinamentos que partilho junto a
vocês, não de um modo didático, mas, efetivamente, na ressonância da Dança do
Amor.
Eu
vim para falar-lhes da Alegria.
A
Alegria é o que está acima da dor, não pela consolação, mas pela
transcendência, que vê claramente que a dor é apenas um engano que nos mantém longe
da Alegria que nós Somos, naturalmente.
A
Alegria é o que permite ao mundo fazer capotar os corações, não em uma forma de
romantismo, de sedução, de reconhecimento ou de prazer, mas, efetivamente,
porque a Alegria é o que mantém à tona o Coração de que nós Somos extraindo-os
de Águas Profundas – essas Águas que nos naufragam, arrastando-nos para o
fundo, na profundeza do Ser, nesse reconhecimento de nossa Essência.
A
Alegria não é uma forma de satisfação.
A
verdadeira Alegria não se encontra no que se pode desfrutar do exterior.
A
Alegria é um movimento que parte do interior e eleva o coração como uma gôndola
de balão, que o alivia, na decolagem, de uma forma de exaltação sem motivo
outro que não a vivência dessa Alegria.
A
Alegria é como uma luminária que ilumina tudo o que se aproxima, sem fazer distinção,
porque a Lâmpada da qual ela ilumina não se encontra em nenhum outro lugar que
não na Clareza do ser e em sua Leveza comunicativa.
Não
há na Alegria qualquer outro reflexo que não aquele dessa Lâmpada do Coração,
que ilumina, abundantemente, tudo o que a irradiação da Alegria vem tocar e
acariciar.
Não
há que se perguntar o que a Alegria propicia, porque a Alegria não tem outro
objetivo que não ela mesma, ela é seu próprio Prazer, ela é resposta ao seu
próprio desejo.
Ela
é o que nos anima quando, desprovidos de intenção, nós vagamos em suas ondas
tumultuosas, sem mesmo perguntar-nos o que vai acontecer, porque o navio cujo
casco mergulha nessas Águas da Alegria não tem qualquer direção, qualquer
destino.
Ele
navega verticalmente.
Seu
casco, motores de água e seu mergulho nos abismos da Alegria são sua única
razão de ser.
Ele
é seu próprio capitão, esse navio de Amor que se banha na Alegria.
A
Alegria não é, tampouco, outra coisa que não o que vocês procuram sem poder
encontrar, porque o que vocês procuram e que lhes escapa é a Alegria de ser incompreensível.
E
quando vocês a vivem, percebem que nenhum entrave pode vir quebrar a proa desse
navio que navega na Alegria, porque esse navio é um navio de Água que não tem
qualquer casco para quebrar.
Ele
se banha no que ele É, não colocando qualquer distância, não deixando qualquer
parede e qualquer interstício subsistir entre a Essência do que ele É e as
Águas nas quais ele navega, desfrutando do que ele É.
A
Alegria é isso, essa Simplicidade que não se obstrui de qualquer separação, de
qualquer distância no olhar.
Ela
é o jorrar da Água, através da matéria, reconhecendo que não há, entre as duas,
no fundo, qualquer diferença.
Porque
a matéria é Alegria, ela é matéria a rir.
Ela
é o suporte para seu próprio banho no Amor, suporte que ela se oferece a si
mesma, para desfrutar desse banho, além de qualquer banho.
Assim
é a Alegria, ela não tem objetivo e circula livremente.
Ela
se contenta em desfrutar do que ela É, nesse jogo de espelho oferecido pela
matéria, pela ilusão de sua textura.
Ela
brinca com tudo isso, e olha o que está aí apenas como um presente que ela se
oferece a si mesma, como para brincar de frustrar sua ilusão, em um Jogo
infinito, que é fonte infinita de Alegria.
A
Alegria não é, tampouco, uma panaceia à qual se aspira.
É
um reconhecimento de nossa natureza verdadeira, do que está aí sem esforço –
que não nos pertence, que nos é dado a desfrutar e viver, simplesmente, na
inocência desse Jogo da Alegria.
Quando
você se aproxima de um ser e você está na Alegria, essa Alegria que você vive
nada mais é do que o que emerge dos abismos desse Oceano de Alegria, no qual
vocês se banham, um e o outro.
Um
não aporta a Alegria ao outro, um e o outro estão na Alegria, nesse mesmo
Oceano.
Talvez
um o viva e o outro não o viva.
A
Alegria é essa lembrança desse Oceano de Amor no qual, como navios, por vezes
perdidos, por vezes à deriva, por vezes voluntários e audaciosos, nós vagamos e
traçamos nosso sulco.
Nessa
escuma, nas cavidades desse sulco encontra-se, sempre, a Alegria, mas nós nem
sempre a vemos.
Nós
acreditamos navegar acima e poder ali mergulhar de tempos em tempos, enquanto a
Alegria é esse Oceano, e esses navios, e essa Essência que nós Somos.
Ela
nos inunda, logo que paramos de manter a ilusão de um casco, a ilusão de que é
preciso flutuar, a ilusão de uma direção a manter, a ilusão de um pavilhão a
içar ou a exibir.
Assim
é a Alegria, ela não tem necessidade de penetrá-los, porque ela já está aí.
A
única coisa que pode separá-los dela é a ilusão de que vocês não são a Alegria,
o esquecimento desse Oceano Primordial.
Então,
como se desperta a Alegria?
Bem,
é muito simples: ela já está despertada em você.
A
parte de você que dorme não é a Alegria, é apenas um véu – uma vela de navio
tomada nos ventos contrários, no reflexo da superfície ilusória de um mar,
tomada em aventuras, desejos de exploração de superfície.
Quando
o vento de seus desejos sopra forte, esse zefir [personificação do vento do oeste, na antiguidade grega] arrasta-os,
soprando as velas desse navio que parece avançar, mas, de fato, essas velas
sopradas fazem apenas separá-los da Alegria.
Não
há lugar algum onde procurá-la, ela É o que vocês São.
A
Alegria não se encontra em qualquer lugar alhures que não parando de
procurá-la, simplesmente, aceitando que ela já os inunda, e que há apenas o
movimento incessante de suas explosões de superfície que os afasta do que vocês
já São, na Eternidade.
A
Alegria não é uma busca, nem uma recompensa.
Ter
o coração na Alegria é, simplesmente, parar de flutuar na superfície do Oceano
de Amor que vocês São.
Não
tem que mergulhar, vocês ali já estão.
Tem,
simplesmente, que dobrar as velas, deixar esgotar-se o sopro dos desejos, não
mais levar seu olhar ao longe, porque tudo está aí.
É
infantil.
«Mamãe,
os pequenos barcos que vão sobre a água têm pernas? Mas sim, meu grande
estúpido, se eles não as tivessem, não andariam.».
Há,
nessa frase, mais sabedoria do que em todos os livros de seus filósofos.
Assim
é da Alegria, ela se esquiva daqueles que a procuram, e ela se oferece àqueles
que a vivem sem colocar-se a mínima questão.
Aí
está o que eu podia dizer-lhes da Alegria.
Ela
é a própria Simplicidade, ela é a Infância – não a infância da arte, porque ela
não tem necessidade de qualquer arte.
Ela
é a Infância que afunda na experiência, que ali imerge.
Ser
a Alegria é isso.
É
soltar todas as pretensões do mundo dos adultos.
É
oferecer-se e abrir-se à ressonância de uma canção infantil, sem colocar-se a
mínima questão sobre o que dirão, porque nada há de exterior à Alegria.
Ela
é um jorrar, um riso cristalino, uma forma de inocência.
Ela
é a chave do paraíso reencontrado em nenhum outro lugar alhures do que em si,
como um lugar encantado ao qual basta parar de voltar as costas.
A
Alegria não se aporta.
A
Alegria não tem porta.
Ela
é sua própria chave, ela é a aceitação de que nada há a encontrar, nada a abrir
que já não esteja aberto.
Então,
estejam na Alegria, porque vocês São a Alegria.
Então,
não tentem aportar a Alegria, é a Alegria que os porta.
Há
apenas que abandonar-se à Alegria que nós Somos – sublime Jogo da Alegria que
se busca no que ela não é, e se reencontra explodindo de Alegria de perceber
que ela não teria, jamais, podido perder-se.
Aí
está o que é a Alegria, ela permanece para sempre.
Ela
não tem que ser reclamada ou desejada.
Simplesmente,
ela deve ser degustada com prazer, e nada mais do que ela, então, permanece.
Assim
é da Verdade, porque na Eternidade permanece apenas a Alegria.
A
Alegria é essa Morada de Eternidade.
Eu
sou CRISTO, e eu lhes ensino a Alegria, não como uma lição, mas uma degustação
desse tesouro, que não está em nenhum outro lugar alhures que não na delícia
dos reencontros com essa Abundância que os anima, e que nós Somos.
Então,
brinquemos, e brinquem, na Alegria.
Eu
os levo em meus braços, que nada mais são do que esse Oceano de Alegria.
Eu
lhes digo até breve.
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