DO SITE AUTRES DIMENSIONS
Bem, caros amigos, bom dia.
Estou extremamente contente por reencontrar-mo-nos,
todos juntos, para essas conversas que, eu espero, serão extremamente
proveitosas para uns e para os outros.
De fato, temos muitas coisas nessas conversações.
Mas, primeiro, antes de deixar-lhes a palavra para
tudo o que são suas interrogações e seus questionamentos, vou dar-lhes certo
número de coisas no desenrolar do que eu chamaria a cronologia, se efetivamente
quiserem, dessas mudanças vibratórias que estão em curso e que correspondem, de
um lado, às suas gestações, de cada um de vocês, mas, também, à gestação do
lugar, mas, também, à gestação total do planeta que está em curso, como vocês
sabem, da revelação de sua sacralidade.
A sacralização do planeta, que é algo de
extremamente importante, que é esperado desde tantos e tantos milhares de anos.
Então, primeiramente, saibam que, desde ontem, nós
entramos no período dos quarenta dias que precedem o período de Páscoa.
Esses quarenta dias são extremamente importantes,
sobretudo este ano, mais do que nunca, porque, de fato, nós entramos num
período no qual o ser humano vai poder decidir ou elevar-se, ou permanecer
nesses níveis de rebaixamento.
A energia de crescimento vibratório elevatório da
Terra vai fazer-se cada vez mais intensa durante os quarenta dias, até a
Páscoa.
Nós entramos, de fato, no período, também, do
equinócio de 21 de março, nas três semanas precedentes, que corresponde ao
advento da primavera, à emergência de novas energias de coerência e de ascensão
da terceira dimensão para a quinta dimensão.
A pressão energética vai fazer-se cada vez mais
forte.
A resistência ligada às forças involutivas vai,
também, fazer-se cada vez mais exigente, o que explica que as manifestações de
que falei desde o outono vão fazer-se cada vez mais presentes e vão invadir,
pouco a pouco, o conjunto de seu espaço vital.
E, como sempre, o que acontece no exterior
acontece, também, no interior, o que quer dizer que, nos quarenta dias que vêm,
vocês vão viver combates interiores, lutas entre o antigo que não quer,
totalmente, morrer, e o novo que pede apenas para nascer e que vocês não deixam
nascer.
Isso faz parte do caminho normal, regular,
perfeitamente objetivo, e perfeitamente lógico da elevação para a quinta
dimensão, na qual tudo o que é antigo deve morrer, para deixar o lugar ao novo.
É um combate de cada instante, que necessita não de
resistência, e não de combater, mas a necessidade de deixar fazer, de deixar
morrer o antigo, de deixar sair de vocês o que não é mais atualidade, o que não
está mais na Luz, a fim de caminhar cada vez mais facilmente, eu diria, para
essa dimensão nova.
Se vocês tinham raivas, não poderão, mesmo,
imaginar pôr-se em cólera.
Se vocês eram preguiçosos, não poderão, mesmo,
imaginar estar na ociosidade.
Todos os excessos que eram próprios da
personalidade que os animava até este período, qualquer que seja sua idade,
vão, pouco a pouco, apagar-se diante do florescimento da alma, diante de algo que
será extremamente fundamental para o acesso a essa dimensão Divina à qual vocês
têm o direito de pretender, por sua essência, por seu nascimento.
Isso é extremamente importante a compreender.
Aí está no que nós nos situamos.
Então, obviamente, as resistências tomam a forma
que vocês veem.
Houve modificações de elementos, que continuam,
aliás.
As chuvas torrenciais que estão devastando todo o
continente africano.
Há o frio, que está devastando toda a Europa do
Leste, que terá dificuldade para renascer na primavera.
Há o elemento fogo, e há outros elementos que se
movimentam em todos os continentes.
O elemento ar toma uma importância assustadora.
É como se a totalidade dos vírus astrais tivessem
entrado em manifestação.
Eles representam, de fato, esses vírus, a
resistência exterior do homem ao acesso à sua Divindade, porque o vírus provoca
uma desagregação da vida.
Ele provoca, em especial, o que se manifesta nesse
momento.
Olhem o que acontece com o vírus que vocês chamaram
«a gripe aviária».
Ele os impede de respirar.
Os animais, os humanos e todas as raças serão
tocados.
Eles os impedem de aceder ao que vocês são,
realmente.
Olhem o que vocês chamam a doença do mosquito, o chikun gunya, como vocês dizem.
Olhem essa doença.
Ela impede as pessoas de mover-se.
Ela os fixa no passado.
Ela os impede de ir para sua dimensão Divina.
Olhem os vírus que chegam.
Olhem o vírus de que falei, que vai tocar as
linhagens sanguíneas.
Ele vai provocar um enfraquecimento da energia da
alma, porque o sangue é a alma.
Compreendam a ressonância, a lei de analogia, de
afinidade que existe entre o que acontece no exterior e o que acontece no
interior.
Não é algo que seja necessário considerar com medo,
certamente, com circunspecção, com prudência.
Vocês não vão comer penas de pássaros que têm a
doença, mas, independentemente disso, se vocês estão na certeza interior de sua
sacralidade, na certeza interior de que vão subir para essa dimensão Divina,
nada poderá acontecer-lhes, nem ao seu espírito, nem ao seu corpo, porque vocês
irão ao sentido da evolução.
Vocês irão ao sentido da sacralização do que vocês
são, acompanhando a Terra em sua subida vibratória.
É extremamente importante compreender isso.
E, apesar de todas as precauções exteriores e
interiores, mesmo se vocês devam pegar essa doença, tudo será feito,
obviamente, para que vocês não sucumbam e que o corpo não faleça nessa
infecção.
Mas se, infelizmente, você tinha que pegar essa
doença, isso corresponderia a uma resistência que está em você, que é uma
resistência ao acesso à quinta dimensão.
Mas nenhum de vocês, aqui presentes, e nenhum ser,
realmente engajado num caminho espiritual, morrerá, exceto se, obviamente, sua
alma decidiu aceder à quinta dimensão, mas sem acompanhar essa subida com o
corpo.
É extremamente importante.
Aqueles que recusarem serão «eliminados» dos planos
de consciência de sacralização.
De fato, a doença não pode estar presente quando a
Terra tiver concluído, completamente, sua ascensão, assim como um ser humano
não poderá, de modo algum, aceder essa quinta dimensão com qualquer doença.
A dimensão cinco é uma dimensão de pureza, na qual
o jogo da sombra e da Luz não existe mais, na qual existe a criatividade da
Luz, a forma a mais autêntica da Luz e a manifestação a mais autêntica da Luz.
É isso que deve entrar em vocês.
O trabalho no coração, o trabalho no estado
interior é algo de extremamente importante.
Vocês não devem esquecer isso, a cada minuto que
anima sua respiração.
A cada expirar e a cada inspirar, vocês dizem «eu
sou», «eu sou um», «eu sou Deus», «eu sou o Mestre», «eu sou a Unidade», e «eu
sou a totalidade manifestada na realidade da Unidade».
É extremamente importante compreender.
Isso é capital, em relação ao que vem para vocês.
Agora, cabe a vocês falar, caros amigos.
Questão: poderia falar-nos do enraizamento, da
materialidade, da encarnação?
É preciso dissociar os três planos: o plano físico, o plano astral, e o plano mental.
O plano etéreo, eu o coloco no corpo físico, é a
mesma coisa.
As pessoas, agora, que trabalham, unicamente, no plano
físico etéreo para fazer descer uma energia de enraizamento, para enraizar-se,
servem-se da ferramenta mental, da visualização, servem-se, também, de emoções,
por vezes, para criar esse movimento de energia que provoca uma atração total
dos constituintes do ser (corpo, alma, espírito) às profundezas da Terra.
Esse enraizamento é um enraizamento que não é
total.
O enraizamento é, antes de tudo, ligado ao modo
pelo qual vocês administram sua vida, ou seja, que vocês são capazes, não de
fazer voos espirituais, mas, será que vocês são capazes de estar aqui e agora?
É fácil dizer «eu estou enraizado» ou dizer «eu me
enraizo» por uma vontade intelectual, mental, e manipulando as energias para
que elas desçam, no momento, por exemplo, em que há uma canalização ou um
trabalho energético.
Mas o enraizamento é um ato consciente, que
sobrevém a cada minuto de sua vida, consciente de que vocês são um sopro,
consciente de que vocês são um corpo, consciente de seu lugar, que vocês têm e
que os mantêm entre o Céu e a Terra.
É o lugar que vocês têm, a lucidez, a Unidade que
vocês são.
Aí está a mestria, a mestria, também, do
enraizamento.
O enraizamento que seria apenas um ato energético,
no momento em que acontece algo, é um enraizamento ilusório.
Para nada serve.
Há seres que não falam essa linguagem energética ou
intelectual, digamos, e que estão na intenção da encarnação e na intenção do
enraizamento.
O perigo que os assiste a todos é o de querer
aceder a essa quinta dimensão fazendo como o fez a igreja católica: denegrindo,
esquecendo o corpo, considerando que o corpo é sujo, que o corpo é pecado, que
o corpo não é um instrumento Divino.
E, no entanto, Cristo dizia, todo o tempo: «tenha
sua casa limpa, porque você não sabe quando eu virei bater à sua porta».
O corpo, o templo, é a mesma coisa.
Jesus não queria falar da alma ou do espírito, ele
queria falar do veículo físico.
O veículo físico é, ao mesmo tempo, o apoio
vibratório, a causa e a consequência da Divindade.
Retenham bem isso: o corpo físico é, ao mesmo tempo,
a causa e a consequência da Divindade.
Não há caminhos alternativos em seu caminho
evolutivo ligado à terceira dimensão.
Se vocês se esquecem do corpo, vocês não estão mais
na Luz autêntica.
Vocês estão na Luz desviada, aquela que quis
instaurar Lúcifer e seus anjos rebeldes.
É extremamente importante compreender isso.
Agora, se o discurso diz «eu me enraizo com tal ou
tal técnica», e se, em minha vida de todos os dias, eu não estou na bênção do
acolhimento da vida que eu manifesto, através da refeição que eu tomo, através
do contato de meus pés com a Terra, com os vegetais, com os animais, com tudo o
que vive ao redor de mim, eu não estou enraizado, é um erro crer nisso.
Agora, a encarnação faz parte do processo.
Obviamente, não há diferença.
Se se fala de materialidade, é um mau termo.
Quando se diz «ele é material!», mas, felizmente,
vocês são materiais, caso contrário, vocês não teriam a possibilidade, estando
aqui presentes, de aceder à quinta dimensão.
A quinta dimensão é uma transubstanciação da célula
de seu conjunto físico-etéreo.
É extremamente importante a compreender.
Se vocês se dissociam, vocês mesmos, de sua
estrutura físico-etérea, com o pretexto de enraizar-se, servindo-se dessa
estrutura físico-etérea e de sua ferramenta intelectual para enraizar-se e, em
sua vida corrente, vocês não estão enraizados, o que acontece?
Há desordens, há estragos.
Não há ressonância e equilíbrio.
Há desequilíbrio total.
Muitas pessoas falam de enraizamento.
Mas o que é o enraizamento?
O enraizamento é, simplesmente, estar consciente,
aqui e agora, na vida, na Unidade que vocês são, através do inspirar e do
expirar da vida e estar em contato com tudo o que vive.
Se vocês dizem que estão enraizados e passam
sua vida a afastar-se em quimeras, onde está o enraizamento?
Vocês podem passar anos a dizer que estão
enraizados, como podem passar anos a recitar um rosário.
E estão sempre na ilusão, completamente
desenraizados.
É extremamente importante compreender.
A era que existiu no início do cristianismo, na
qual os seres tinham necessidade de nutrir-se dessa dimensão de
transubstanciação que era ligada à presença da energia Crística foi uma etapa
obrigatória, na qual os seres retiravam-se do mundo para poder cultivar um
veículo muito mais etéreo, muito mais luminoso, a fim de voltar em vidas
ulteriores, realizar o caminho de elevação, mas, em caso algum, hoje, é-lhes
solicitado isso.
Há animadores, enraizadores, como vocês dizem, que
partem em estados emocionais, como há, em alguns tipos de reuniões, como, por
exemplo (o que não existia em meu tempo, mas que é extremamente difundido, em
especial do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, na América do Sul), os
carismáticos.
Os animadores procuram, ao contrário, fazer tirar em
nome de Cristo.
É um erro fundamental.
Efetivamente, há curas, mas o que se torna a alma aí
dentro?
O que se torna a lucidez?
O que se torna a consciência?
Naquele momento, há pessoas que estão no amor de Cristo, mas é um amor de natureza emocional.
Elas perdem, totalmente, a mestria do que elas são,
a realidade de sua Divindade, e elas entregam sua Divindade a um ser exterior.
E, no entanto, elas foram curadas.
A cura nada é.
Pode-se curar com muitas coisas.
O importante é a finalidade.
Qual é o objetivo?
Qual é o objetivo do que é feito?
E por que é feito?
Tanto para vocês, mas, também, nos grupos.
E isso é extremamente importante.
Questão: como fazer para não entrar na resistência
inconsciente?
É muito simples: para não entrar na resistência, é preciso aceitar tudo o que vem.
«Pai, que sua vontade seja feita e não a minha», sem
parar.
Sozinho, você não poderá ali chegar.
Você se tornará mestre de si mesmo quando aceitar
deixar fazer.
Compreenda, efetivamente, o jogo de palavras.
Não é porque você deixa fazer que se torna alguém
que vai deixar agir.
Deixe fazer, ao nível da vontade espiritual em
você.
Naquele momento, estando no soltar de sua vontade
da pequena personalidade, isso deixará o lugar para a eclosão da energia da
alma, para a alegria interior, para o despertar dos sentidos espirituais.
Agora, se me perguntam como deixar cair as
resistências com o mental, isso, estritamente, para nada serve.
O mental nada pode fazer sobre isso.
Apenas o ato de abandono à vontade do Pai é que
permite realizar isso.
Agora, se me perguntam como fazer para fazer a
vontade do Pai, eu não tenho resposta.
Isso não passa pelo mental.
É uma compreensão imediata, não intelectual, nem
lógica.
É uma compreensão da alma.
Ora, a alma não tem necessidade de palavras.
Questão: poderia falar-nos do perdão?
O perdão recorre, obviamente, ao amor.
O perdão necessita de privilegiar o amor à custa da
tristeza e à custa do passado, ou seja, é algo que está voltado ao instante
presente e, eventualmente, para o futuro, mesmo se isso se refira a um evento
que é do passado.
O perdão necessita de um olhar lúcido sobre esse
passado, de considerá-lo como algo de existente e que convém deixar como um
pacote volumoso e do qual é preciso despojar-se, antes de aceder a outra coisa.
Mas, geralmente, a maior parte das pessoas que têm
dificuldade para atualizar o perdão ao nível da alma são pessoas que portam em
si uma violenta culpa.
E, obviamente, estando na culpa, elas não podem
perdoar ao outro, porque elas não se perdoam a si mesmas, tampouco.
Elas se sentem culpadas.
Retenham a história dos filhos que viveram coisas
abomináveis e que perdoam.
Eles não perdoam, verdadeiramente, eles tomam a
culpa daquele que fez o ato, quem quer que seja, aliás.
E, de fato, é o que é preciso compreender, é o que
é preciso superar.
A culpa deve ser totalmente eliminada.
Enquanto há um grama de culpa em relação a si mesmo
ou em relação ao outro, não pode, ali, haver perdão autêntico.
Há, primeiro, formulação do perdão e, em seguida,
há abandono da culpa.
A culpa abandona-se através da tomada de
consciência da Divindade que se é.
Enquanto vocês pensam culpa, enquanto vivem a
culpa, enquanto vivem o medo, vocês estão na personalidade.
A alma não conhece o medo.
A alma não conhece mais a culpa.
A alma é totalmente livre, porque ela é de essência
Divina.
Se vocês desvendam em si, através do caminho que é
o seu (de elevação, de ascensão, de desenvolvimento de energias e de níveis de
consciência), vocês vão compreender que não são esse medo.
Vocês vão compreender que não são essa culpa, mas
que ela os agarra pelo esquema que vocês construíram, pelo que vocês têm vivido.
Mas o que vocês viveram, foi vivido.
O que vocês são é outra coisa que não o que vocês
viveram.
O que vocês são é imanente, o que vocês são é
transcendência.
O que vocês são é Luz.
O que vocês são é Divindade.
E, quando vocês reencontram a totalidade da energia
da alma, não pode haver culpa.
Não pode haver medo.
Portanto, não se pode resolver o problema da culpa
trabalhando na culpa, assim como não se pode resolver o medo trabalhando no
medo.
Pode-se apenas distanciar-se dele, separar-se dele,
porque isso pertence à nossa personalidade, que não é nós.
É aí que é preciso compreender as coisas.
Não há um trabalho a fazer na culpa.
Não há que fazer um trabalho no medo.
É preciso estar consciente de que essas coisas,
como eu o disse precedentemente para o medo, não são ligadas a vocês, mesmo se
são vocês que as exprimam.
Isso não lhes pertence.
Vocês estão além de tudo isso.
É preciso ver tudo isso como algo de exterior a
vocês.
Enquanto vocês derem corpo e considerarem que essas
emoções pertencem a vocês, vocês serão dependentes dessas síndromes, serão
dependentes de suas fobias, serão dependentes de seus impulsos, de suas
tristezas, de seus lutos, de suas perdas etc..., e de seus abandonos.
Mas vocês não são isso.
São vocês que se identificam a isso.
Não é a mesma coisa.
Questão: como se conectar à alma?
Mas não é preciso conectar-se à alma.
Quando se diz «eu me conecto à minha alma», quem
fala?
É a personalidade, ainda uma vez.
Eu sou minha alma, eu sou Deus.
Se você diz: «eu me conecto à minha alma», isso
quer dizer que você não é sua alma.
A própria linguagem que você emprega é o próprio
reflexo desse distanciamento que você coloca entre o que você vive e o que você
é.
Você exprime, através de suas próprias palavras, a
distância existente entre sua alma e você.
Há uma diferença essencial.
Quando se diz: «como me conectar à minha alma?»,
isso quer dizer que eu não sou minha alma.
Agora, se eu sou minha alma, não tenho problema de
conexão.
E vejo o medo, o abandono, a culpa como coisas que
estão aí, e que não são para mim.
Isso corresponde, se preferem, a algumas meditações
budistas muito antigas.
Vocês observam as emergências do pensamento, as
emergências de emoções e veem-nas como algo que estava aí.
E, progressivamente e à medida que se identifica
essas emoções que estão aí, mas que não se é mais a emoção, constata-se que há
uma emoção.
Constata-se que há um pensamento.
Constata-se que há um sofrimento, mas permanece-se,
não conectado, mas permanece-se na alma.
Naquele momento, essa emoção, esse sofrimento, esse
pensamento perturbado pode apenas eliminar-se, afastar-se, porque ele não tem
mais tomada.
É isso que é importante.
Questão: poderia falar-nos dos quarenta dias a vir?
Esse simbolismo corresponde, perfeitamente, ao
período da quaresma (jejum), ou seja, o período de quarenta dias que precede o
período de renascimento pascal.
Nós estamos em pleno no simbolismo.
Lembrem-se, os quarenta dias são extremamente
importantes.
Houve a travessia do deserto durante quarenta dias.
Mas houve, também, Jesus no deserto, durante
quarenta dias, com todas as tentações que vocês conhecem.
Queria Ele reinar no mundo?
Queria ele estar longe do mundo?
Ou ser o rei dos Céus?
É o que lhes é perguntado hoje.
Vocês devem elevar a matéria para sua
transcendência ou querem dominar a matéria e ser dela o escravo?
São duas coisas diferentes.
Os quarenta dias que vocês vão viver correspondem a
isso, com todas as provas ligadas à resistência em vocês e no exterior de
vocês.
O período de quarenta dias é um período probatório.
É um período em que o ser humano, em que a Terra,
em que cada indivíduo será confrontado aos seus medos, às suas dúvidas as mais
íntimas, às suas culpas, ao que faz com que sua personalidade seja, de algum
modo, envenenada pelos desejos, pelas vidas passadas, pela vivência.
Durante este período há um face a face consigo
mesmo.
É um período de introspecção.
É um período em que se deve decidir aceitar a
Divindade.
É o que fez Jesus, durante esses quarenta dias: intensas
reflexões sobre Ele mesmo, intensos recolhimentos.
Ao final dos quarenta dias, aceita-se a missão que
dura, exatamente, três anos, que é de ser filho do Pai, em todos os sentidos do
termo, irradiar a Divindade, portar o peso da Divindade.
Não é uma leveza.
Paradoxalmente, o que se chama a Ascensão é um
fenômeno de responsabilização.
É um fenômeno pesado, não de imposições, mas pesado
da densidade da Luz, pesado da responsabilidade, pesado das transformações que
isso provoca em si, extremamente profundas, que vocês vivem, aqui presentes,
uns e outros.
É extremamente importante compreender que esse
período de quarenta dias corresponde a uma vibração extremamente precisa.
Quando o ser humano morre, ele passa, em geral,
quarenta dias nas dimensões intermediárias, nas quais ele é tratado, ele é
transformado, a fim de ser ou reciclado nas vias da encarnação, novamente, ou
aceder a outras dimensões superiores.
Esses quarenta dias, que são vividos após a morte
(que correspondem, aliás, na tradição católica, à missa de quarenta dias), é,
exatamente, a mesma coisa que vocês têm a viver agora, este ano mais que
qualquer outro, a fim de preparar os três anos que vêm, para o que vocês serão
na saída dos quarenta dias: um ser liberado do que não é ele mesmo, um ser
liberado de suas angústias.
Vocês estarão limpos sobre vocês, corpo sem
costura, corpo imortal, corpo de Luz?
Isso lhes pertence.
É essa a escolha que é preciso fazer e o trabalho
que é preciso fazer.
Não há métodos.
É uma tomada de consciência, si mesmo em face de si
mesmo, olhar de introspecção, de observar o que não é vocês como sendo exterior
a vocês.
Vocês não são seus medos.
Vocês não são sua culpa.
Vocês não são o que acreditam.
Mas vocês são bem mais do que isso.
É a ilusão dos 50.000 últimos anos que eram
necessários para aperfeiçoar certa forma de transcendência.
Questão: como se identificar à Divindade que se é e
não se identificar a outra coisa?
Não é, de modo algum, um problema de identificação.
É um problema de aceitação.
Há, através disso, uma identificação.
Enquanto vocês se identificam a um papel, enquanto
se identificam a uma emoção, vocês saem do que são, porque vocês vivem a
emoção, porque vivem o passado, porque vivem isso ou aquilo.
Não há técnicas, propriamente ditas.
Apenas, quando do trabalho de introspecção que vai
fazer-se, aí, nos vinte dias, a um dado momento, vocês vão encontrar-se em face
de si mesmos, em face da Luz que vocês são, após terem passado certo número de
etapas.
Para alguns, isso será compreender que seus medos
não lhes pertencem.
Para outros, será compreender que a culpa não tem
lugar de ser, e assim por diante, etc.
Para cada indivíduo é diferente.
Mas, nesse período, é preciso voltar-se ao
interior.
Voltar-se ao interior é essa famosa introspecção,
que corresponde aos quarenta dias no deserto, em todo caso, para os primeiros
vinte dias.
Isso pode fazer-se trabalhando.
Não é questão de parar de fazer tudo e esperar que
isso venha.
As energias trabalham nesse sentido, as energias da
primavera que chegam, as energias que estão aí por toda a parte, ao redor de
nós, estão na obra.
Basta ter consciência delas.
Não há técnica específica.
Não é um despertar disso ou daquilo.
É, simplesmente, uma consciência, um olhar levado
ao que acontece, que vai determinar o que será ao final desses vinte dias, e
desses quarenta dias.
Questão: uma arte transcendental exclui a emoção?
Ela pode apoiar-se na emoção, mas a finalidade não é a emoção.
É toda a diferença.
Pode-se jogar com a emoção para provocar uma
ausência de resistência, para fazer de modo a que o ser humano que escuta um
som, uma vibração, que olha algo, que ouve algo, que sente algo possa, a um
dado momento, não mais controlar o que acontece.
Mas isso é o que é vivido através da vivência emocional.
Mas a espiritualidade está além do emocional.
O que quer dizer que, a um dado momento, mesmo se
se está consciente de que é um meio que vai permitir abrir algumas portas, em
momento algum isso deve ser a finalidade.
A emoção é uma chave que abre a porta.
Mas não é a porta e não é, sobretudo, o que há
depois.
Portanto, pode-se jogar com a emoção, a um dado
momento.
Mas a arte que teria por vocação apenas jogar com o
registro emocional e nada aportar em seguida é uma arte oca, que não tem
qualquer sentido no plano espiritual.
Há um sentido no plano humano, unicamente.
Há um sentido no plano da personalidade.
A arte transcendental é algo que vai conduzir à
tomada de consciência, num primeiro tempo, da Divindade, e, acessoriamente,
transformar, totalmente, o ser.
Basta dizer que, de momento, isso não existiu muito
sobre a Terra.
A partir do momento em que se pronuncia a palavra
arte, há a palavra emoção ligada, é claro.
A arte foi considerada na terceira dimensão como um
meio de abrir portas.
Era uma chave.
Mas a chave não é a porta, eu repito.
Portanto, a arte transcendental, em si, necessita da
emoção na partida.
Mas é necessário servir-se da emoção como algo que
vai apenas ser uma emoção.
É preciso que a emoção permita aceder a algo que
está acima da emoção, senão, permanecemos a um nível horizontal.
Ainda uma vez, eu repito: essa noção de arte
transcendental é algo que foi, talvez, aproximado em certa época da humanidade,
mas que jamais foi revelada, totalmente, caso contrário, a sorte da humanidade
inteira teria sido mudada, o que não foi o caso.
Certamente, houve o século de Luzes.
Certamente, houve autores, intérpretes, tipos
musicais que favoreceram essa abertura à espiritualidade e à autenticidade,
entretanto, isso não foi até o final.
Houve, portanto, uma abertura de porta com a boa
chave, mas ninguém cruzou a porta, porque o momento não era chegado.
E, hoje, os apoios que foram levados a efeito nada
têm a ver com essas artes musicais passadas, mas devem recorrer à criatividade
do artista, a fim de chegar não a transmitir a emoção, mas, em todo caso,
permitir, através da emoção vivida, transmiti-la em um modo vibratório muito
mais alto do que a emoção.
Isso, eu repito, é bastante difícil a fazer, mas o
período a isso se presta, totalmente.
Questão: poderia dar-nos uma definição da emoção?
A emoção é o que põe em movimento.
Ora, eu lhe assinalo que a Divindade não é um
movimento, é um estado de alinhamento total ao instante, de parada do tempo.
Quem diz movimento diz deslocamento no tempo e no
espaço.
Ora, Deus não está no movimento, mesmo se ele é
movimento.
Vocês, seres humanos, devem encontrar Deus parando
o tempo, parando a emoção.
São as técnicas de meditações budistas, orientais
também, se querem, nas quais se busca, nesse espaço interior, parar o tempo.
Efetivamente, inúmeros místicos disseram que, se se
parasse o tempo, encontrar-se-ia Deus, instantaneamente, como quando da morte
todo ser humano reencontra a Luz.
Agora, é questão de traduzir isso não em emoção,
mas através de uma vibração que não é emoção.
A emoção faz crer que se está na vida.
Há seres e, em especial, os artistas, que creem
que, quanto mais há emoções, mais eles estão na vida e que, quanto mais essa
emoção é boa, mais eles têm a impressão de abrir-se.
Efetivamente, mas, a um dado momento, quando há
maturidade, convém compreender e aceitar que a finalidade não é a emoção, mas
que ela é apenas uma chave de acesso à Divindade do outro.
Uma vez que se colocou a chave, é preciso abrir a
porta, mas é preciso, também, passar ao outro lado.
Então, efetivamente, houve artes transcendentais
que permitem aceder a essa dimensão.
São, essencialmente, instrumentos de música sagrada
que existiram e que existem, hoje, sobre o planeta.
Mas, hoje, essa música sagrada, feita com instrumentos
primitivos, não tem mais tantos papéis.
Mas, efetivamente, era considerado que o ritmo
preciso da Terra ia provocar uma abertura de chacras e, portanto, permitir ao
ser encontrar a dimensão transcendental.
Há, efetivamente, utilização de uma chave, abertura
de uma porta e passagem ao outro lado.
A arte transcendental poderia ser, ao limite, uma
arte primitiva no sentido o mais nobre e, certamente, não da época do século de
Luzes e, ainda menos, o que se chama a arte moderna.
Mas a arte transcendental é algo que é desembaraçado
da emoção, obviamente.
A maior parte dos seres que vocês conservaram –
sejam os grandes compositores, os grandes pintores ou os grandes escultores – fez
apenas traduzir uma dimensão Divina, rebaixando-a a uma dimensão da estética e
da beleza, mas, também, uma dimensão da harmonia, através dos sons.
Mas, em caso algum, eles foram capazes de conduzir
seu público a uma dimensão de arte transcendental.
Eles fizeram descer essa Divindade que haviam
recebido em uma composição musical, visual ou outra em um modo de terceira
dimensão.
Eles não tinham os meios de arrastar os outros às
dimensões nas quais eles extraíam sua inspiração.
Hoje, isso está se tornando possível.
Portanto, não posso dar exemplo.
Eu posso, simplesmente, dizer que grandes
musicistas que vocês conheceram, obviamente, eram extremamente inspirados.
Meu mestre Bença Deunov tocava violino.
O violino foi, certamente, o mais próximo, devido à
sua sonoridade, da emoção Divina que conduzia à Divindade.
A emoção do violino é, efetivamente, a mais próxima
do que conduz à Divindade.
Efetivamente, quando o ser chega ao momento da
morte e sobe, através das sete etapas, ao momento dos quarenta dias, se ele se purificou suficientemente, é capaz de subir a uma dimensão na qual ouve o coro dos anjos,
ou seja, de milhares de violinos que tocam juntos.
E é, verdadeiramente, a sonoridade de violinos.
É a última fase, que se chama a música das esferas,
que é tocada pelos Hayoth Ha Kodesh.
Quando eu digo «tocada», não é tocada, é o que eles
são.
Eles são essa vibração do violino.
É por isso que Bença Deunov tocava violino.
É extremamente importante.
O violino é, certamente, o instrumento o mais
próximo, através do som que é emitido, do som espiritual.
Então, obviamente, há outros sons.
Eu falei de instrumentos primitivos que eram
capazes de abrir as portas.
Poder-se-ia dizer, em resumo, que, hoje, a arte
transcendental seria aquela que associaria o coro dos anjos, ou seja, a música
angélica (o coro o mais puro que correspondia ao que se chamava, à época, os «cantores
de ópera»), associada ao som do violino e associada ao ritmo binário.
Por exemplo, um instrumento de música no qual se
sopra, como o didgeridoo [aborígene],
no qual há, efetivamente, algo que se aproxima do céu e da Terra.
Há o ritmo sustentado da vibração da Terra.
Há a aspiração da voz humana para a Divindade e há
o som dos Hayoth Ha Kodesh.
Vocês estão, perfeitamente, realinhados nesse eixo.
Qualquer um que fosse capaz de associar esses três
apoios vibratórios estaria na arte transcendental.
Isso jamais foi feito.
Questão: você nos ajuda muito, será que há algo que
possamos fazer para agradá-lo?
Vocês querem que eu lhes faça uma lista?
Bem, continuem a viver, tentem estar o mais
possível no instante.
Tentem ser o mais autêntico consigo mesmos e,
também, com os outros.
Tentem ser humildes, na humildade, na simplicidade.
Isso é extremamente importante.
Vocês devem permanecer nessa fluidez.
Aí está o que se pode dizer, esquematizando, nada
mais.
Agora, se efetivamente quiserem, vou aportar-lhes
toda a minha bênção e, como se convencionou, todo o meu amor.
E vamos subir aos nossos planos de evoluções
respectivos.
Eu os saúdo e eu lhes transmito, também, toda essa
Luz autêntica da ordem de Melquisedeque.
Sejam abençoados e até breve, caros amigos.
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por fazer do mesmo modo. Se você deseja divulgá-las, reproduza a integralidade
do texto e cite sua fonte: http://www.autresdimensions.com/.
O enraizamento é, simplesmente, estar consciente, aqui e agora, na vida, na Unidade que vocês são, através do inspirar e do expirar da vida e estar em contato com tudo o que vive <> Se vocês dizem que estão enraizados e que passam sua vida a afastar-se em quimeras, onde está o enraizamento? <> A cura nada é. Pode-se curar com muitas coisas. O importante é a finalidade. Qual é o objetivo? Qual é o objetivo do que é feito? E por que é feito? Tanto para vocês, mas, também, nos grupos. E isso é extremamente importante <> Questão: como fazer para não entrar na resistência inconsciente? É muito simples: para não entrar na resistência, é preciso aceitar tudo o que vem. «Pai, que sua vontade seja feita e não a minha», sem parar <> Enquanto há um grama de culpa em relação a si mesmo ou em relação ao outro, não pode, ali, haver perdão autêntico <> Quando se diz: «como me conectar à minha alma?», isso quer dizer que eu não sou minha alma. Agora, se eu sou minha alma, não tenho problema de conexão <> Vocês devem elevar a matéria para sua transcendência ou querem dominar a matéria e ser dela o escravo? São duas coisas diferentes <> Questão: você nos ajuda muito, será que há algo que possamos fazer para agradá-lo? Vocês querem que eu lhes faça uma lista? Bem, continuem a viver, tentem estar o mais possível no instante. Tentem ser o mais autêntico consigo mesmos e, também, com os outros. Tentem ser humildes, na humildade, na simplicidade. Isso é extremamente importante. Vocês devem permanecer nessa fluidez. Aí está o que se pode dizer, esquematizando, nada mais.
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