Juntos e Um, no conjunto de nossa Presença e na
humildade, eu saúdo sua Presença.
No tempo da Graça veio o tempo sem tempo, aquele de
sua Ressurreição, aquele do renascimento, aquele no qual há apenas pura
Presença e pura Evidência.
Coloquemo-nos, juntos, no Silêncio e na evidência do
Espírito do Sol.
… Silêncio…
Aí, nesse instante, você, que está presente, você, que
lê e você que ouve, estabeleçamos o Silêncio propício à revelação do Verbo e à
Verdade do Sopro.
Coloquemo-nos aqui e depositemos o que não é Amor, o
que não é verdade, para que dance a Vida.
… Silêncio…
Que as bênçãos de todo coração e de cada coração
depositem-se em nós.
… Silêncio…
Aí, no espaço de verdade de nossas Presenças, podem
surgir as interrogações e os questionamentos que requerem uma resposta do
Espírito de Verdade.
Aí, nesse espaço, aí, onde você me lê, aí, onde você
me ouve, quem quer que você seja, aqui ou alhures, eu o escuto e eu o ouço,
venha, então, percorrer, durante alguns instantes, o caminho da Eternidade que
não tem início nem fim.
Aí, nesse instante, o Sopro do Verbo vai colocar-se no
espaço sagrado de cada coração, para ali imprimir o selo da Verdade,
o selo do verdadeiro.
Em meu Verbo, que se fará carne em você, para que sua
carne viva o Verbo, e que seu Sopro eleve você até o centro de todo centro, aí,
onde a Fonte anima-se e anima você.
Aí, nesse instante, o Verbo da Eternidade exprime-se
no silêncio de seu coração, na Alegria e na paciência.
Eu venho fazer vibrar e ressoar, em você, a Verdade e
a Beleza.
Eu escuto, então, assim, suas interrogações, para ali
aportar o Sopro do Espírito e o Fogo ígneo da Beleza.
Eu venho falar-lhe de você, não no que você é nesse
mundo, mas o que você é em todo mundo, em toda vida, em todo lugar e em todo
local.
Então, eu escuto a sua pergunta.
E nós honramos, juntos, aqui e alhures, a sua
pergunta, porque ela representa apenas a expressão, não de suas dúvidas, mas,
bem mais, o sentido a dar, o sentido da Doação.
Assim, você receberá resposta além das palavras
pronunciadas, porque as palavras tornam-se Verbo e o Verbo é a encarnação do
Espírito, aqui e alhures.
Então, eu escuto, como você escuta, a primeira questão
de hoje.
Como acolher essa dissociação,
enquanto eu sinto a Graça em face das dificuldades, apesar do mental?
Filho Ardente do Sol, o que lhe aparece como
dissociado está, de fato, apenas na fase de dissolução e de desaparecimento.
Então, é claro, por si mesmo, veja os momentos de
graça como os momentos privados de graça, que você nomeia «mental», porque o
mental não pode conhecer a Graça, porque o mental combate a Graça, o que lhe dá
a afirmar uma separação e uma dissociação entre os diferentes envelopes
efêmeros de sua vida nesse mundo.
Há apenas aparência de dissociação, que lhe permite,
justamente, discriminar o que é da ordem do corpo, o que é da ordem das emoções
e o que é da ordem do mental, que leva você mesmo a ver-se trabalhar na Graça
ou trabalhar no mental, o que lhe dá a ver, com precisão e clareza, os
fundamentos de seu posicionamento na Eternidade ou no efêmero.
Assim, portanto, você vê, por si mesmo, o que o
preenche, o que o esvazia, o que o desenvolve ou o que o seca.
Vendo assim, você procura, ainda, utilizar as duas
vertentes de seu ser manifestado e encarnado.
Isso tem apenas um tempo, até o momento em que você
viverá não, unicamente, a dissociação, mas, bem mais, o desaparecimento dos
elementos de sua natureza efêmera, o que lhe dá a ver, com mais precisão e mais
profundidade, a realidade de seu ser e a realidade da Vida.
Nisso, você é humano, nisso, você manifesta o que é
exato.
Então, saiba que nada há a fazer, verdadeiramente, que
há apenas que estar consciente, que há apenas que ser.
Então, o «fazer» torna-se inútil.
A ação não é apoiada por seus envelopes efêmeros, mas
inscreve-se, como você disse, na graça da Eternidade.
Esses momentos, esses instantes, quaisquer que sejam a
intensidade e amplitude deles, estão aí apenas para permitir-lhe dissolver o
efêmero pela potência do Eterno.
É isso que você vê e vive em sua vida.
E o que é visto, e o que é vivido é, exatamente, o que
ocorre nesses tempos e em seu tempo.
O Amor é Graça.
Os envelopes sutis efêmeros de seus corpos são apenas
resistências e lógicas, como em todo ser humano, como em todo irmão confinado
nesse mundo, na superfície desse mundo.
O que você vê é Verdade, o que você vê deve ser
assumido e, finalmente, superado, não por qualquer vontade nem por qualquer
esforço nem por qualquer explicação.
Então, escute e ouça.
Persista a ver a diferença e a separação, e a
distância, que se iluminam, conforme um dia novo em você, como para cada um,
entre o Eterno e o efêmero, entre o Amor e o medo, entre a Verdade e a
realidade, entre a realidade que você vive e o que é real, ou seja, Eterno.
Veja isso.
Nutra-se disso, até não mais poder, até não mais
querer, para que um e o outro, Eterno e efêmero, conduza-o à sua Morada de Paz
Suprema, na qual apenas evocação do que é efêmero não pode resistir à potência
e à clareza da Eternidade.
Veja isso em você, veja isso em cada coisa, em cada
instante e, tendo-o visto, coloque-se aí, onde tudo é simples, o que quer que
diga seu mental, o que quer que diga seu corpo, o que quer que digam suas
emoções, o que quer que diga seu carma, isso não é você, isso não será, jamais,
você.
O que quer que você melhore, o que quer que você faça
ou a que quer que você renuncie, porque o Amor de nada priva, o Amor preenche e
faz desaparecer toda ausência ou toda insuficiência, aí está a Graça, assim
como você a vive por instantes e por momentos.
O Verbo pede-lhe para ser a Graça e não, unicamente,
viver, por instantes, a Graça.
Tornar-se a Graça não é um esforço, é um relaxamento,
é uma evidência, a partir do instante em que você vê, claramente, o que é do
domínio do efêmero e o que é do domínio da Eternidade.
O que lhe dá, a si mesmo, a possibilidade de ver e de
sentir a diferença e as diferenças, enquanto você não será mais, jamais, indiferente
à Graça, vendo-a em cada coisa, em cada dissociação como em cada separação, em
cada morte como em cada nascimento, de palavras, de pensamentos ou de seres,
tanto em você como em seu exterior.
Assim se descobre e vive-se o que sempre esteve aí e o
que sempre esteve aberto e que, no entanto, não era visto, o que lhe dá a ver,
em toda manifestação de sua vida como em toda expressão de si mesmo, o que é do
domínio do tangível e o que é do domínio do intangível.
Desse olhar, o intangível torna-se mais presente do
que o tangível, participando do processo da dissolução, permitindo à Graça não,
unicamente, percorrer você, não mais, unicamente, manifestar-se, mas para que
você seja, realmente, a encarnação da Graça, aqui mesmo, nesse instante e em
todo lugar.
Porque, a partir do instante em que você ouve, então,
a razão não tem mais lugar de ser, porque o ser não tem mais necessidade de
enrolar-se ou revestir-se de camadas efêmeras e elas, então, dão-lhe a
impressão de estarem dissociadas e separadas.
Mas isso forma um tudo na tela de sua consciência, que
entra, de maneira deliberada, pela própria circunstância da revelação da Luz,
focada no que você é, por fulgurância ou por instantes, que é profundamente
diferente do que lhe dá a ver seu espelho, do que lhe dão a ver seus irmãos e
suas irmãs, do que lhe dão a ver as situações que você vive.
Escute e ouça.
Veja tudo isso, mas não pare aí.
Deixe trabalhar a Obra no Branco, deixe-a concluir-se,
deixe-a terminar.
E aí, tal a Fênix que renasce de suas cinzas, você
assistirá não à experiência de sua Ressurreição, mas à instalação de sua
Ressurreição.
Então, e unicamente nesse instante e nesse momento,
você perceberá que o mestre da Luz nada mais é do que você, Filho Ardente do
Sol.
Deixe consumir e queimar o que não pode manter-se
diante do indizível, o que não pode encontrar justificativa para a própria
carência, porque o Amor apaga, porque a Graça transforma e faz mudar o que você
acreditava para ser consumado, o que não depende mais de qualquer crença nem de
qualquer mundo nem de qualquer relação, manifestando a pertinência do Sopro do
Espírito, do Espírito do Sol e do Filho Ardente do Sol, no mesmo ritmo e em uma
voz que fala, em uníssono, ao coração de seu ser, que porá fim, enfim, ao
sentimento de dissociação, às ideias de separação, abolindo, assim, as
fronteiras e os limites do que você crê ser seus corpos.
Assim, você poderá deixar abrasar-se a água viva do
Amor no Fogo de seu coração, e viver, assim, o casamento da Água e do Fogo.
Você não poderá mais, então, do que cantar o louvor ao
mais alto dos céus, para com a Criação e o que a tornou possível, ou seja, você
mesmo, Filho Ardente do Sol.
Comunguemos, aqui e agora, no Espírito.
… Silêncio…
Juntos, no mesmo ritmo e na mesma Presença, no mesmo
coração, escutemos e ouçamos a questão que segue.
Questão: todas as almas dessa
experiência sendo liberadas, podem elas perder-se, ainda?
Ninguém se perdeu.
Houve apenas limitação e confinamento.
Isso basta para criar o sofrimento, isso basta para
criar a confusão ao invés de criar-se a si mesmo.
Então, a alma.
A alma é um médium entre o efêmero e o Eterno, porque
a alma tende à imortalidade e à Eternidade, mas ela não o é.
Só a ilusão da pessoa pode pôr a frente isso e fazer
aderir.
Assim como o Sol não conhece qualquer restrição e
qualquer tratamento específico para sua irradiação, assim, em você, encontra-se
o mesmo exemplo, porque você é o Filho Ardente do Sol.
Aquele que, aí onde ele está, nesse «aqui», como em
todo «alhures» na superfície desse mundo, deixe emanar dele o que ele é, deixe
emanar dele a Inteligência total da Vida.
A alma, nesse mundo, está enquadrada e não pode
perder-se.
Ela, aliás, jamais se perdeu.
Ela é, simplesmente, funcional, confirme as diretrizes
do corpo ou conforme as diretrizes do Espírito e, por vezes, de ambos.
A alma é um médium que, ao mesmo tempo, separa – nesse
mundo – e que, ao mesmo tempo, une – no fim desse mundo – a Verdade.
A Verdade não pode ser portada enquanto há véu e
enquanto a alma mantém o corpo na vida na superfície desse mundo.
Quando a alma dissolve-se, então, nada mais há a
perder, nem mesmo a ganhar.
Não há mais combate, não há mais distância, não há
mais divisão, tanto em você como ao seu redor.
… Silêncio…
Juntos, escutemos e ouçamos a questão que segue.
Questão: ultimamente, tive
problemas físicos em um seio.
Pruridos e ardores, formigamentos
ao redor do chacra do coração eram insuportáveis, por quê?
O que é insuportável de um lado, não existe, mesmo, do
outro lado.
Assim, portanto, seu coração, seu chacra do coração é
a interface na qual se realiza a alquimia do temporário e do definitivo, na
qual se resolve o antagonismo do Amor e do medo.
O coração é, ao mesmo tempo, a zona de resistência e a
zona de evidência.
Esse é o mesmo processo.
Quer você chame a isso graça ou chame a isso ardor,
isso lhe mostra, simplesmente, os diferentes pontos de vista que podem ser
vividos por cada um encarnado na superfície desse mundo.
O coração queima e consome-se do Fogo divino, do
Espírito do Sol e da afiliação a uma Mãe comum.
O intolerável torna-se o inefável, a partir do
instante em que você vê as coisas a partir da outra vertente, aquela que, em
nada, é concernida por esse corpo no qual você aparece na superfície desse
mundo.
A queimadura de Amor, a transfixação por Miguel ou por
Cristo, por Metatron ou por mim mesmo, por Uriel, é, sempre, o mesmo mecanismo.
A percepção e a vivência não são a mesma e, no
entanto, trata-se, efetivamente, da mesma coisa.
O que queima e consome, de um lado, vivifica e nutre
do outro lado.
Porque você não pode nutrir, indefinidamente, as duas
vertentes e os dois lados ao mesmo tempo.
O que é intolerável é, simplesmente, o que está
situado no interior dos limites desse mundo.
O que é inefável não está na superfície desse mundo,
mas é, no entanto, inscrito em você, que anda sobre esse mundo.
Do reencontro do intolerável e do inefável nasce a
Verdade e cresce a Beleza.
Você deve reunir os dois lados, as duas vertentes do
mesmo coração.
Essa é a alquimia que se desenrola em você, que a
chama, de momento, para mais fracasso e mais desconforto, mas isso vem apenas
de seu efêmero.
Acolha e aceite, sem condição, o que vem da vertente
eterna.
Então, o ardor tornar-se-á um fogo delicioso de Amor,
que a consome de Amor, permanentemente, e não permite mais, então, oscilar e
percorrer uma vertente e depois a outra do mesmo coração, mas permanecer,
sempre, na vertente iluminada, não para renegar o que resiste e é intolerável,
mas, bem mais, para que o bálsamo da vertente iluminada realize a mesma alquimia
na vertente não iluminada.
Assim, desse modo, nenhuma sombra nem qualquer
resistência pode gerar o que quer que seja.
Assim se libera o que é limitado.
Assim você se libera de si mesma, nessas duas
vertentes, para não mais ver que não uma única vertente, que a leva, aí também,
a ver desaparecer o que podia, ainda, oscilar e bascular de um lado ou do
outro.
Escute e ouça o que diz, ao seu coração, o Espírito do
Sol, aqui e alhures.
Juntos, no coração do Único, escutemos e ouçamos a
questão que segue.
Não há mais questões escritas.
Então escutemos, juntos, o silêncio da Verdade, antes
de deixar-lhes a palavra para suas questões pronunciadas oralmente.
Acolhamos, primeiro, o que já está aí, mas com ainda
mais alegria, leveza, com mais intensidade.
Assim, de cada coração Um forma-se o coração do Um, no
qual ressoa a sinfonia da Criação.
Acolhamos e recolhamos.
… Silêncio…
Eu escuto e escutamos, juntos, o que emerge de sua
voz, de seu coração, em qualquer vertente que seja.
Questão: qual é a incidência na
vida, quando a origem estelar é Dragão e a linhagem Draco, no desenrolar das
coisas e o peso que isso pode representar?
Bem amado, sua questão supõe e implica uma necessidade
de identificação, portanto, uma necessidade de referências.
É claro, essas referências existem.
É claro, elas implicam condutas, práticas e
comportamentos específicos que se ilustraram em sua vida, como em toda vida, a
partir do instante em que essa origem e essa linhagem estão presentes,
conjuntamente.
O objetivo de minha resposta não é fornecer-lhe uma
resposta que não lhe seria de qualquer utilidade para o que você tem a viver,
aqui mesmo, não lhe seria, aliás, acessível, no sentido da compreensão, no
sentido da história e na história da alquimia.
Há, simplesmente, que aceitar as evidências, para
delas desfazer-se, sem violência e sem resistência.
Não é, portanto, possível, especificar e explicar o
que é inacessível, enquanto existe uma estrutura de carne.
Tanto mais que a história do que você nomeia «a carne»
é, diretamente, ligada ao Criador e aos administradores.
Há, portanto, aí, efetivamente, um mistério, mas
lembre-se de que suas linhagens, assim como sua origem estelar, estão aí apenas
para mostrar-lhe e demonstrar-lhe a veracidade delas, porque põem em prática
suas funções na Eternidade e na Existência.
Mas, além da necessidade de identificadores e de marco
em sua consciência, isso pode aportar certa forma de força, mas, também, certa
forma de fragilidade, porque, nesse mundo no qual você está, cada coisa tem sua
imagem, cada coisa, cada princípio existe em seu oposto, é a lei inevitável
desse mundo que você nomeia yin/yang,
que você nomeia bem/mal, que você nomeia macho/fêmea, que você nomeia
ação/reação, qualquer que seja o modo pelo qual você nomeia isso faz apenas
traduzir a necessidade de identificar-se e, portanto, de orientar-se.
Há afinidade, há ressonância, há evidência, mas não
fica aí.
Chega até a Transparência na qual, mesmo a origem e a
linhagem, mesmo que se revelem de modo abrupto, verídico e total, são apenas suportes.
Eles estão aí, esses suportes, para permitir-lhe
transcender e superar o conjunto desses elementos, o conjunto dessas linhagens,
porque a Unidade, o Absoluto, a Presença Final são estabilizados e recentrados
pelas linhagens e as origens.
Assim, portanto, eu o convido a olhar de onde vem a
necessidade de identificação e de enquadramento, não em seu histórico nem mesmo
em sua origem, embora ela ali contribua, eu o convido a superar isso.
Eu o convido, portanto, a superar o quadro e a
referência, dar o salto no Desconhecido, dar o salto onde os marcadores não
podem mais subsistir e onde a noção de quadro nada mais quer dizer.
Porque o quadro é específico desse mundo, e a evolução
da Vida e não sua evolução, porque você é perfeito, mas a revelação da Vida
pelas esferas criadoras dá a você a oportunidade de viver e de percorrer o que
você tem vontade, o que você deseja.
Aqui nesse mundo, aí, onde seus pés estão colocados,
revelam-se, é claro, muitos elementos, mas esses elementos, em ressonância com
as linhagens e as origens estelares, têm apenas pouco peso porque, a partir do
instante em que isso se revela, a partir do instante em que você funciona,
sabendo-o ou não, apoiando-se nas linhagens e nas características elementares
delas, estão aí apenas para conduzi-lo ao último lugar e não para ali
apegar-se, mas, simplesmente, para sabê-lo, como componentes de seu ser que têm
seus efeitos nesse mundo e que têm, também, outros efeitos, totalmente
diferentes ou, mesmo, totalmente opostos do lado de sua Eternidade.
Assim, tendo acesso apenas aos que querem,
efetivamente, transmitir-lhe essa linhagem e essa origem, convém a você não
congelar, não parar, não cristalizar, qualquer que seja a importância dessa
origem, qualquer que seja a importância dessa linhagem.
Porque seu corpo é um corpo de carne e a carne tem a
ver com os Dragões, forma desenvolvida a mais densa e a mais perfeita, na
carne, da expressão dos elementos.
Cada elemento ressoa a um Verbo específico que é o
nome do arquétipo do elemento.
Cada elemento ressoa às suas emoções nesse mundo, cada
elemento dá as chaves para agir nesse mundo, e para ver-se agir, mas tudo isso
tem apenas um tempo, que é o tempo da sobreposição das duas vertentes ou, se
prefere, do Eterno e do efêmero, que o leva a conscientizar-se, a ver e a
identificar o que é da ordem do que não muda, jamais, e o que é da ordem do
movimento da Vida, tanto nesse mundo como em qualquer mundo.
Eu não convido ninguém, e você, em especial, a ir
revistar alhures que não fora do que se apresenta de maneira livre e espontânea
na tela de sua consciência.
As linhagens, assim como a origem estelar, dão, como eu
disse, um quadro e uma iluminação que permitem suspeitar ou verificar a realidade
das duas vertentes do coração, o medo ou o Amor, mas não mais, unicamente, vendo-as
e isolando-as, mas, bem mais, como um convite para esquecer tudo isso, em todo caso,
ao nível do mental e dos pensamentos.
Você deve aceitar perder toda referência.
Você deve aceitar o sacrifício de algumas dessas referências,
não como uma perda, mas, bem mais, como uma transcendência e uma elevação do que
pertence à carne ao invés do Espírito.
… Silêncio…
Eu escuto o coração que tem a colocar uma questão.
É a hora do alinhamento.
Filho Ardente do Sol, não estamos suficientemente alinhados?
Não estamos suficientemente juntos e Um?
Então, continuemos a alinhar-nos e continuemos a escutar-nos.
Questão: você poderia falar da festa
do Wesak?
O que é a festa do Wesak?
Tal como ela lhe é apresentada nesse mundo, ela representa
a iluminação e a sabedoria de Buda.
Mas a iluminação e a sabedoria, nesse mundo, são apenas
loucuras aos olhos de Cristo.
Cristo disse: «Quando vocês forem dois reunidos em meu
nome, eu estarei entre vocês.».
O que faz o Wesak?
Ele provoca a adesão a uma lua cheia específica, que se
reproduz e, portanto, comemora-se a cada ano.
É o mesmo para qualquer comemoração, mas a comemoração
é feita para afastá-los da realidade de quem vocês são.
Qualquer que seja a apresentação, qualquer que seja a beleza,
qualquer que seja a história, mesmo a mais extraordinária, como aquela de Buda ou
aquela de Cristo ou de qualquer outro filho do Sol, sempre foi transformada nesse
mundo, aí, onde estão os seus pés.
Essa transformação não é uma transformação nem da história
nem da realidade da lua cheia, mas a transformação consiste, antes de tudo e, sobretudo,
a desviar a consciência para outra coisa que não sua Liberdade, para outra coisa
que não sua Liberação.
Porque a comemoração, qualquer que seja, mesmo de um casamento,
mesmo de um falecimento, mesmo de um nascimento, mesmo a mais prestigiosa delas,
impede-lhes o acesso à Liberdade.
Certamente, isso os nutre, certamente, isso os alimenta,
certamente, a comemoração faz parte do que vocês nomeiam memórias e lembranças.
Você não acha bizarro que seja preciso comemorar alguma
coisa de histórico ao invés de comemorar a Vida que está presente, não a cada ano,
mas a cada fração de tempo que escoa nesse mundo?
Assim é a falsificação.
Ela os leva para um ideal, ela os leva para algo ou alguém
a imitar, a assemelhar, e federa, assim, na comemoração, um número de almas sempre
mais importante.
Quer seja no círculo familiar, por um nascimento ou uma
morte, quer seja o círculo mais amplo da humanidade, a comemoração recoloca-os na
consciência e na energia do passado, que lhes enche a cabeça com um futuro melhor.
E isso é feito na Terra todos os anos, desde os tempos
antigos.
Isso concerne tanto ao Wesak como ao dia de Natal, como não importa qual dia festejado por
uma razão ou por outra.
Porque festejar e comemorar alguma coisa priva-os, sutilmente,
de sua liberdade essencial de não depender de qualquer circunstância, de qualquer
data nem de qualquer evento e, sobretudo, passado.
A estrutura do confinamento é tal que, assim que há comemoração,
há esquecimento da Eternidade.
Isso se produz sem o seu conhecimento e em seu detrimento.
Então, eu os convido, quer seja para essa festa como para
qualquer aniversário, a sair, aí também, do tempo.
Então, celebrem o Wesak
a cada minuto, então, celebrem o que quiserem, mas não em relação a uma história,
mas em relação à celebração do instante, que não conhece qualquer história.
Assim, portanto, é muito fácil, aí, onde vocês estão, colocados
nesse mundo, levá-los para onde vocês não querem ir, fazendo-os crer no inverso.
Mas, enquanto exista a mínima crença em um determinado
dia, em uma determinada história, mesmo a mais autêntica, o simples fato de que
ela tenha se desenrolado no que é nomeado o passado, enquanto tudo se desenrola
ao mesmo tempo, faz apenas manter a divisão e a separação.
Vocês podem comemorar todos os nascimentos, podem comemorar
em todas as religiões, podem comemorar em seu círculo familiar, mas o aniversário,
como a lembrança, como toda festa, faz apenas lembrá-los, da maneira a mais sutil
e, eu diria, em seus termos, a mais distorcida possível, sua ausência de Liberdade.
Ser Livre é não mais ser dependente, tanto de sua história
como de qualquer história, é celebrar cada minuto e não esperar que outros tenham
decidido celebrar, em um determinado dia, tal evento para, supostamente, dele beneficiar-se.
Se isso fosse verdade, mas vocês seriam, a totalidade
de irmãos e irmãs humanos desta Terra, todos, já, Livres.
Porque a Verdade libera-os e a lembrança confina-os.
Liberar-se disso é ver a coisa a mais sutil, a mais invisível
e, no entanto, a mais perniciosa que há nos ciclos de confinamento.
Seja Livre.
Seja livre de qualquer data.
Seja livre de qualquer lembrança ou de qualquer comemoração.
Não seja afetado nem impactado por qualquer celebração
do passado que seja, e, para isso, não há outra solução do que celebrar a Vida e
não a história.
… Silêncio…
Apreenda, efetivamente, que eu não nego, de modo algum,
a realidade da história ou a realidade da energia ou da Luz que se derrama nessas
ocasiões, mas eu me ponho em dúvida, fortemente, da utilidade quanto ao que vocês
são, em Verdade e na Eternidade, bem ao contrário.
Para preencher-se, você deve esvaziar-se.
Para preencher-se, é preciso não ser afetado por qualquer
circunstância memorial que seja, tanto a sua como qualquer outra.
Porque tudo se desenrola no mesmo tempo.
E os desvendamentos atuais dão-lhes, para muitos de vocês,
a capacidade para viver, não para ali aderir, mas para vê-los, os eventos de seu
próprio passado, tanto nesta vida como em outras vidas.
Vocês teriam a ideia de celebrar isso?
Vocês teriam a ideia, todos os anos, de lembrar-se disso?
Ser Livre, ser um digno Filho Ardente do Sol, um Ki-Ris-Ti,
não tem necessidade de nada mais do que ser isso.
Todo o resto torna-se supérfluo, inútil e impeditivo.
Mesmo se, durante um tempo, alguns humanos tiveram necessidade
ou têm, ainda, necessidade de encostar-se nessas comemorações, nesses ritos e nesses
rituais, nessas histórias, nesses modelos.
Mas, a um dado momento, será preciso fazer, também, o luto
de todo modelo e de todo sistema, como de toda história.
Esse é o segundo modo de ser Livre.
A verdadeira memória é aquela de sua Eternidade, e ela
nada tem a ver com a memória efêmera e ilusória desse mundo, sobretudo, se se trata
de grandes seres que têm percorrido, com seus pés, esse mundo.
Porque, aí também, através da comemoração, vocês congelam
a história, vocês congelam a Luz.
Ora, a Vida não pode ser congelada por nada.
E, se você é a Vida, e se você é Livre, você não pode aceitar
ser congelado por uma data, qualquer que seja a energia da qual ela é portadora.
Aí também, através dessa festa, como através das linhagens,
como através dos elementos que se manifestam, de maneira geral e cada vez mais intensa
em suas vidas humanas, dão-lhes a ver o efêmero, dão-lhes a ver essas memórias que,
por vezes, estavam, realmente, dissolvidas e que se reimpactam, hoje, à sua consciência,
que voltam a mostrar-se, enquanto elas não se mostravam mais.
Isso participa do mesmo processo da Liberdade, da Liberação.
Ouse cruzar essas barreiras, esses condicionamentos e esses
véus, não aderindo a nada disso; não aderindo a qualquer comemoração, mas festejando
a Vida, a cada minuto, você se torna Livre.
Você sai da escravidão espiritual ligada a grandes seres
que, no entanto, aportaram, realmente, alguma coisa, mas Cristo não disse?: «O que
eu faço, vocês o farão, e bem maiores ainda.». Não façam de minhas palavras uma
religião, dizia Ele.
Hoje, a Igreja não está mais – e, aliás, quase nunca esteve
– nem em um lugar dito sagrado, nem em um lugar no qual passou um ser luminoso,
mesmo se sua Presença seja real muito tempo após sua morte e a partida desse corpo
nesse mundo.
Não faça disso um lugar congelado, porque reencontrar a
memória, celebrar um nascimento ou uma morte, mesmo do ser o mais próximo da Fonte
que percorreu esse mundo, nada quer dizer hoje.
Você é, portanto – e será, cada vez mais, – convidado não
por minhas palavras, mas pelas circunstâncias do que você tem a viver, a despojar-se
de tudo o que, até agora, podia parecer-lhe evidência e útil, para ser Livre, para
não mais apoiar-se em qualquer história que seja, qualquer carma que seja ou qualquer
relação que seja, mesmo entre nós e vocês, entre mim e cada um de vocês.
A Vida é Livre, ela não pode ser confinada em uma lembrança
qualquer ou em uma comemoração qualquer.
O Espírito do Sol, a matriz Crística, os Arcanjos, os Anciões
e as Estrelas convidaram-nos, gradualmente, progressivamente, a descobrir a Autonomia,
a Responsabilidade, que são as garantias de sua Liberdade.
Hoje, quer você tenha aceitado, quer tenha aderido ou não
aos nossos dizeres ou a outros dizeres, você deve prová-los, por si mesmo e, unicamente,
por si mesmo.
Eu apenas posso, simplesmente, atrair sua atenção ao que
é festa, ao próprio princípio da comemoração, ao próprio princípio das festas cíclicas
que se reproduzem, anualmente, como tantos elementos que limitam e impedem, elas
também, a Liberdade nesse mundo, e a Liberdade fora desse mundo que lhe é adquirido.
Cabe a você ver, cabe a você constatar.
A intensidade e a potência dessa lua cheia reforçam-se,
como você constatou, de ano a ano, e essa energia, essa consciência não é a Liberdade,
ela é o confinamento, é a ilusão levada ao seu paroxismo, tão bem apresentada, tão
bem comunicada, tão bem percebida que, em momento algum, você poderia ver o que
há do outro lado, mesmo se alguns de vocês, hoje, tenham tomado consciência disso.
Se você tem, ainda que apenas percorrido os ensinamentos
dos escritos sobre a não dualidade, ser-lhe-á muito fácil compreender que toda festa
e toda comemoração conduz você apenas à repetição do cenário passado, à fixidez
e à dificuldade, cada vez maior, de liberar-se dele e, assim, liberar-se.
A comemoração confina e obriga sua alma, se ela está presente,
em um caminho de perfeição material nesse mundo que, é claro, não será, jamais,
atingida, e o faz esquecer-se do essencial: você é o Espírito de Verdade.
Minhas palavras não são duras, eu o convido, simplesmente,
a verificar, por si mesmo, o que se desenrola em si, durante esses períodos de comemoração,
quaisquer que sejam.
Não aderir e não rejeitar, mas, simplesmente, ver e perceber
e sentir o que se vive naqueles momentos.
Eu os convido a um momento de Silêncio.
Eu os convido em mim, como eu me convido em vocês, para
celebrar a Vida, no acolhimento da única Verdade.
… Silêncio…
Ele havia dito: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.»,
e eu lhes digo: «Você é a Verdade, o Caminho e a Vida.».
… Silêncio…
O Espírito do Sol rende graças ao seu acolhimento.
Filhos Ardentes do Sol, até breve.
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Fonte: https://lestransformations.wordpress.com/2015/05/18/lesprit-du-soleil-mai-2015-questions-reponses/
Eu venho falar-lhe de você, não no que você é nesse mundo, mas o que você é em todo mundo, em toda vida, em todo lugar e em todo local.
ResponderExcluirEntão, saiba que nada há a fazer, verdadeiramente, que há apenas que estar consciente, que há apenas que ser. Então, o «fazer» torna-se inútil. A ação não é apoiada por seus envelopes efêmeros, mas inscreve-se, como você disse, na graça da Eternidade. Esses momentos, esses instantes, quaisquer que sejam a intensidade e amplitude deles, estão aí apenas para permitir-lhe dissolver o efêmero pela potência do Eterno.
A alma é um médium que, ao mesmo tempo, separa – nesse mundo – e que, ao mesmo tempo, une – no fim desse mundo – a Verdade. Quando a alma dissolve-se, então, nada mais há a perder, nem mesmo a ganhar. Não há mais combate, não há mais distância, não há mais divisão, tanto em você como ao seu redor.
O intolerável torna-se o inefável, a partir do instante em que você vê as coisas a partir da outra vertente, aquela que, em nada, é concernida por esse corpo no qual você aparece na superfície desse mundo.
Eu o convido, portanto, a superar o quadro e a referência, dar o salto no Desconhecido, dar o salto onde os marcadores não podem mais subsistir e onde a noção de quadro nada mais quer dizer.
Vocês podem comemorar todos os nascimentos, podem comemorar em todas as religiões, podem comemorar em seu círculo familiar, mas o aniversário, como a lembrança, como toda festa, faz apenas lembrá-los, da maneira a mais sutil e, eu diria, em seus termos, a mais distorcida possível, sua ausência de Liberdade.
Seja Livre. Seja livre de qualquer data. Seja livre de qualquer lembrança ou de qualquer comemoração. Não seja afetado nem impactado por qualquer celebração do passado que seja, e, para isso, não há outra solução do que celebrar a Vida e não a história.
Você é, portanto – e será, cada vez mais, – convidado não por minhas palavras, mas pelas circunstâncias do que você tem a viver, a despojar-se de tudo o que, até agora, podia parecer-lhe evidência e útil, para ser Livre, para não mais apoiar-se em qualquer história que seja, qualquer carma que seja ou qualquer relação que seja, mesmo entre nós e vocês, entre mim e cada um de vocês.
rendo graças
ResponderExcluir"No tempo da Graça veio o tempo sem tempo, aquele de sua Ressurreição, aquele do Renascimento, aquele no qual há apenas pura Presença e pura Evidência.
ResponderExcluir"Nesse instante, o Sopro do Verbo vai colocar-se no espaço sagrado de cada coração, para ali imprimir o selo da Verdade, o selo do Verdadeiro.
"Em meu Verbo, que se fará carne em você, para que sua carne viva o Verbo, e que seu Sopro eleve você até o Centro de todo centro, aí, onde a Fonte anima-se e anima você.
"Aí, nesse instante, o Verbo da Eternidade exprime-se no Silêncio de seu Coração, na Alegria e na Paciência.
"Eu venho fazer Vibrar e Ressoar, em você, a Verdade e a Beleza.
"Então, saiba que nada há a fazer, verdadeiramente, que há apenas que estar Consciente, que há apenas que Ser.
"A ação não é apoiada por seus envelopes efêmeros, mas inscreve-se, como você disse, na Graça da Eternidade.
"O Amor é Graça.
"O Amor de nada priva, o Amor preenche e faz desaparecer toda ausência ou toda insuficiência, aí está a Graça, assim como você a vive por instantes e por momentos.
"O Verbo pede-lhe para ser a Graça e não, unicamente, viver, por instantes, a Graça.
"Tornar-se a Graça não é um esforço, é um relaxamento, é uma Evidência, a partir do instante em que você vê, claramente, o que é do domínio do efêmero e o que é do domínio da Eternidade.
"Deixe trabalhar a Obra no Branco, deixe-a concluir-se, deixe-a terminar.
"E aí, tal a Fênix que renasce de suas cinzas, você assistirá não à experiência de sua Ressurreição, mas à Instalação de sua Ressurreição.
"Então, e unicamente nesse instante e nesse momento,
você perceberá que o Mestre da Luz nada mais é do que você,
Filho Ardente do Sol.
"Escute e ouça o que diz, ao seu coração,
O Espírito do Sol, aqui e alhures."