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24 de mai. de 2015

O ESPÍRITO DO SOL – Questões e Respostas – Maio de 2015




Juntos e Um, no conjunto de nossa Presença e na humildade, eu saúdo sua Presença.
No tempo da Graça veio o tempo sem tempo, aquele de sua Ressurreição, aquele do renascimento, aquele no qual há apenas pura Presença e pura Evidência.
Coloquemo-nos, juntos, no Silêncio e na evidência do Espírito do Sol.

… Silêncio…

Aí, nesse instante, você, que está presente, você, que lê e você que ouve, estabeleçamos o Silêncio propício à revelação do Verbo e à Verdade do Sopro.
Coloquemo-nos aqui e depositemos o que não é Amor, o que não é verdade, para que dance a Vida.

… Silêncio…

Que as bênçãos de todo coração e de cada coração depositem-se em nós.

… Silêncio…

Aí, no espaço de verdade de nossas Presenças, podem surgir as interrogações e os questionamentos que requerem uma resposta do Espírito de Verdade.
Aí, nesse espaço, aí, onde você me lê, aí, onde você me ouve, quem quer que você seja, aqui ou alhures, eu o escuto e eu o ouço, venha, então, percorrer, durante alguns instantes, o caminho da Eternidade que não tem início nem fim.
Aí, nesse instante, o Sopro do Verbo vai colocar-se no espaço sagrado de cada coração, para ali imprimir o selo da Verdade, o selo do verdadeiro.

Em meu Verbo, que se fará carne em você, para que sua carne viva o Verbo, e que seu Sopro eleve você até o centro de todo centro, aí, onde a Fonte anima-se e anima você.
Aí, nesse instante, o Verbo da Eternidade exprime-se no silêncio de seu coração, na Alegria e na paciência.
Eu venho fazer vibrar e ressoar, em você, a Verdade e a Beleza.

Eu escuto, então, assim, suas interrogações, para ali aportar o Sopro do Espírito e o Fogo ígneo da Beleza.
Eu venho falar-lhe de você, não no que você é nesse mundo, mas o que você é em todo mundo, em toda vida, em todo lugar e em todo local.
Então, eu escuto a sua pergunta.
E nós honramos, juntos, aqui e alhures, a sua pergunta, porque ela representa apenas a expressão, não de suas dúvidas, mas, bem mais, o sentido a dar, o sentido da Doação.
Assim, você receberá resposta além das palavras pronunciadas, porque as palavras tornam-se Verbo e o Verbo é a encarnação do Espírito, aqui e alhures.

Então, eu escuto, como você escuta, a primeira questão de hoje.

Questão: há dissociação dos diferentes corpos, físico, emocional e mental?
Como acolher essa dissociação, enquanto eu sinto a Graça em face das dificuldades, apesar do mental?

Filho Ardente do Sol, o que lhe aparece como dissociado está, de fato, apenas na fase de dissolução e de desaparecimento.
Então, é claro, por si mesmo, veja os momentos de graça como os momentos privados de graça, que você nomeia «mental», porque o mental não pode conhecer a Graça, porque o mental combate a Graça, o que lhe dá a afirmar uma separação e uma dissociação entre os diferentes envelopes efêmeros de sua vida nesse mundo.
Há apenas aparência de dissociação, que lhe permite, justamente, discriminar o que é da ordem do corpo, o que é da ordem das emoções e o que é da ordem do mental, que leva você mesmo a ver-se trabalhar na Graça ou trabalhar no mental, o que lhe dá a ver, com precisão e clareza, os fundamentos de seu posicionamento na Eternidade ou no efêmero.

Assim, portanto, você vê, por si mesmo, o que o preenche, o que o esvazia, o que o desenvolve ou o que o seca.
Vendo assim, você procura, ainda, utilizar as duas vertentes de seu ser manifestado e encarnado.
Isso tem apenas um tempo, até o momento em que você viverá não, unicamente, a dissociação, mas, bem mais, o desaparecimento dos elementos de sua natureza efêmera, o que lhe dá a ver, com mais precisão e mais profundidade, a realidade de seu ser e a realidade da Vida.
Nisso, você é humano, nisso, você manifesta o que é exato.

Então, saiba que nada há a fazer, verdadeiramente, que há apenas que estar consciente, que há apenas que ser.
Então, o «fazer» torna-se inútil.
A ação não é apoiada por seus envelopes efêmeros, mas inscreve-se, como você disse, na graça da Eternidade.
Esses momentos, esses instantes, quaisquer que sejam a intensidade e amplitude deles, estão aí apenas para permitir-lhe dissolver o efêmero pela potência do Eterno.
É isso que você vê e vive em sua vida.
E o que é visto, e o que é vivido é, exatamente, o que ocorre nesses tempos e em seu tempo.

O Amor é Graça.
Os envelopes sutis efêmeros de seus corpos são apenas resistências e lógicas, como em todo ser humano, como em todo irmão confinado nesse mundo, na superfície desse mundo.
O que você vê é Verdade, o que você vê deve ser assumido e, finalmente, superado, não por qualquer vontade nem por qualquer esforço nem por qualquer explicação.
Então, escute e ouça.
Persista a ver a diferença e a separação, e a distância, que se iluminam, conforme um dia novo em você, como para cada um, entre o Eterno e o efêmero, entre o Amor e o medo, entre a Verdade e a realidade, entre a realidade que você vive e o que é real, ou seja, Eterno.

Veja isso.
Nutra-se disso, até não mais poder, até não mais querer, para que um e o outro, Eterno e efêmero, conduza-o à sua Morada de Paz Suprema, na qual apenas evocação do que é efêmero não pode resistir à potência e à clareza da Eternidade.
Veja isso em você, veja isso em cada coisa, em cada instante e, tendo-o visto, coloque-se aí, onde tudo é simples, o que quer que diga seu mental, o que quer que diga seu corpo, o que quer que digam suas emoções, o que quer que diga seu carma, isso não é você, isso não será, jamais, você.
O que quer que você melhore, o que quer que você faça ou a que quer que você renuncie, porque o Amor de nada priva, o Amor preenche e faz desaparecer toda ausência ou toda insuficiência, aí está a Graça, assim como você a vive por instantes e por momentos.

O Verbo pede-lhe para ser a Graça e não, unicamente, viver, por instantes, a Graça.
Tornar-se a Graça não é um esforço, é um relaxamento, é uma evidência, a partir do instante em que você vê, claramente, o que é do domínio do efêmero e o que é do domínio da Eternidade.
O que lhe dá, a si mesmo, a possibilidade de ver e de sentir a diferença e as diferenças, enquanto você não será mais, jamais, indiferente à Graça, vendo-a em cada coisa, em cada dissociação como em cada separação, em cada morte como em cada nascimento, de palavras, de pensamentos ou de seres, tanto em você como em seu exterior.

Assim se descobre e vive-se o que sempre esteve aí e o que sempre esteve aberto e que, no entanto, não era visto, o que lhe dá a ver, em toda manifestação de sua vida como em toda expressão de si mesmo, o que é do domínio do tangível e o que é do domínio do intangível.
Desse olhar, o intangível torna-se mais presente do que o tangível, participando do processo da dissolução, permitindo à Graça não, unicamente, percorrer você, não mais, unicamente, manifestar-se, mas para que você seja, realmente, a encarnação da Graça, aqui mesmo, nesse instante e em todo lugar.

Porque, a partir do instante em que você ouve, então, a razão não tem mais lugar de ser, porque o ser não tem mais necessidade de enrolar-se ou revestir-se de camadas efêmeras e elas, então, dão-lhe a impressão de estarem dissociadas e separadas.
Mas isso forma um tudo na tela de sua consciência, que entra, de maneira deliberada, pela própria circunstância da revelação da Luz, focada no que você é, por fulgurância ou por instantes, que é profundamente diferente do que lhe dá a ver seu espelho, do que lhe dão a ver seus irmãos e suas irmãs, do que lhe dão a ver as situações que você vive.
Escute e ouça.
Veja tudo isso, mas não pare aí.
Deixe trabalhar a Obra no Branco, deixe-a concluir-se, deixe-a terminar.

E aí, tal a Fênix que renasce de suas cinzas, você assistirá não à experiência de sua Ressurreição, mas à instalação de sua Ressurreição.
Então, e unicamente nesse instante e nesse momento, você perceberá que o mestre da Luz nada mais é do que você, Filho Ardente do Sol.
Deixe consumir e queimar o que não pode manter-se diante do indizível, o que não pode encontrar justificativa para a própria carência, porque o Amor apaga, porque a Graça transforma e faz mudar o que você acreditava para ser consumado, o que não depende mais de qualquer crença nem de qualquer mundo nem de qualquer relação, manifestando a pertinência do Sopro do Espírito, do Espírito do Sol e do Filho Ardente do Sol, no mesmo ritmo e em uma voz que fala, em uníssono, ao coração de seu ser, que porá fim, enfim, ao sentimento de dissociação, às ideias de separação, abolindo, assim, as fronteiras e os limites do que você crê ser seus corpos.

Assim, você poderá deixar abrasar-se a água viva do Amor no Fogo de seu coração, e viver, assim, o casamento da Água e do Fogo.
Você não poderá mais, então, do que cantar o louvor ao mais alto dos céus, para com a Criação e o que a tornou possível, ou seja, você mesmo, Filho Ardente do Sol.

Comunguemos, aqui e agora, no Espírito.

… Silêncio…

Juntos, no mesmo ritmo e na mesma Presença, no mesmo coração, escutemos e ouçamos a questão que segue.

Questão: todas as almas dessa experiência sendo liberadas, podem elas perder-se, ainda?

Ninguém se perdeu.
Houve apenas limitação e confinamento.
Isso basta para criar o sofrimento, isso basta para criar a confusão ao invés de criar-se a si mesmo.

Então, a alma.
A alma é um médium entre o efêmero e o Eterno, porque a alma tende à imortalidade e à Eternidade, mas ela não o é.
Só a ilusão da pessoa pode pôr a frente isso e fazer aderir.
Assim como o Sol não conhece qualquer restrição e qualquer tratamento específico para sua irradiação, assim, em você, encontra-se o mesmo exemplo, porque você é o Filho Ardente do Sol.
Aquele que, aí onde ele está, nesse «aqui», como em todo «alhures» na superfície desse mundo, deixe emanar dele o que ele é, deixe emanar dele a Inteligência total da Vida.

A alma, nesse mundo, está enquadrada e não pode perder-se.
Ela, aliás, jamais se perdeu.
Ela é, simplesmente, funcional, confirme as diretrizes do corpo ou conforme as diretrizes do Espírito e, por vezes, de ambos.
A alma é um médium que, ao mesmo tempo, separa – nesse mundo – e que, ao mesmo tempo, une – no fim desse mundo – a Verdade.
A Verdade não pode ser portada enquanto há véu e enquanto a alma mantém o corpo na vida na superfície desse mundo.
Quando a alma dissolve-se, então, nada mais há a perder, nem mesmo a ganhar.
Não há mais combate, não há mais distância, não há mais divisão, tanto em você como ao seu redor.

… Silêncio…

Juntos, escutemos e ouçamos a questão que segue.

Questão: ultimamente, tive problemas físicos em um seio.
Pruridos e ardores, formigamentos ao redor do chacra do coração eram insuportáveis, por quê?

O que é insuportável de um lado, não existe, mesmo, do outro lado.
Assim, portanto, seu coração, seu chacra do coração é a interface na qual se realiza a alquimia do temporário e do definitivo, na qual se resolve o antagonismo do Amor e do medo.
O coração é, ao mesmo tempo, a zona de resistência e a zona de evidência.
Esse é o mesmo processo.
Quer você chame a isso graça ou chame a isso ardor, isso lhe mostra, simplesmente, os diferentes pontos de vista que podem ser vividos por cada um encarnado na superfície desse mundo.

O coração queima e consome-se do Fogo divino, do Espírito do Sol e da afiliação a uma Mãe comum.
O intolerável torna-se o inefável, a partir do instante em que você vê as coisas a partir da outra vertente, aquela que, em nada, é concernida por esse corpo no qual você aparece na superfície desse mundo.

A queimadura de Amor, a transfixação por Miguel ou por Cristo, por Metatron ou por mim mesmo, por Uriel, é, sempre, o mesmo mecanismo.
A percepção e a vivência não são a mesma e, no entanto, trata-se, efetivamente, da mesma coisa.
O que queima e consome, de um lado, vivifica e nutre do outro lado.
Porque você não pode nutrir, indefinidamente, as duas vertentes e os dois lados ao mesmo tempo.
O que é intolerável é, simplesmente, o que está situado no interior dos limites desse mundo.
O que é inefável não está na superfície desse mundo, mas é, no entanto, inscrito em você, que anda sobre esse mundo.

Do reencontro do intolerável e do inefável nasce a Verdade e cresce a Beleza.
Você deve reunir os dois lados, as duas vertentes do mesmo coração.
Essa é a alquimia que se desenrola em você, que a chama, de momento, para mais fracasso e mais desconforto, mas isso vem apenas de seu efêmero.
Acolha e aceite, sem condição, o que vem da vertente eterna.
Então, o ardor tornar-se-á um fogo delicioso de Amor, que a consome de Amor, permanentemente, e não permite mais, então, oscilar e percorrer uma vertente e depois a outra do mesmo coração, mas permanecer, sempre, na vertente iluminada, não para renegar o que resiste e é intolerável, mas, bem mais, para que o bálsamo da vertente iluminada realize a mesma alquimia na vertente não iluminada.

Assim, desse modo, nenhuma sombra nem qualquer resistência pode gerar o que quer que seja.
Assim se libera o que é limitado.
Assim você se libera de si mesma, nessas duas vertentes, para não mais ver que não uma única vertente, que a leva, aí também, a ver desaparecer o que podia, ainda, oscilar e bascular de um lado ou do outro.
Escute e ouça o que diz, ao seu coração, o Espírito do Sol, aqui e alhures.

Juntos, no coração do Único, escutemos e ouçamos a questão que segue.

Não há mais questões escritas.

Então escutemos, juntos, o silêncio da Verdade, antes de deixar-lhes a palavra para suas questões pronunciadas oralmente.
Acolhamos, primeiro, o que já está aí, mas com ainda mais alegria, leveza, com mais intensidade.

Assim, de cada coração Um forma-se o coração do Um, no qual ressoa a sinfonia da Criação.
Acolhamos e recolhamos.

… Silêncio…

Eu escuto e escutamos, juntos, o que emerge de sua voz, de seu coração, em qualquer vertente que seja.

Questão: qual é a incidência na vida, quando a origem estelar é Dragão e a linhagem Draco, no desenrolar das coisas e o peso que isso pode representar?

Bem amado, sua questão supõe e implica uma necessidade de identificação, portanto, uma necessidade de referências.
É claro, essas referências existem.
É claro, elas implicam condutas, práticas e comportamentos específicos que se ilustraram em sua vida, como em toda vida, a partir do instante em que essa origem e essa linhagem estão presentes, conjuntamente.
O objetivo de minha resposta não é fornecer-lhe uma resposta que não lhe seria de qualquer utilidade para o que você tem a viver, aqui mesmo, não lhe seria, aliás, acessível, no sentido da compreensão, no sentido da história e na história da alquimia.
Há, simplesmente, que aceitar as evidências, para delas desfazer-se, sem violência e sem resistência.

Não é, portanto, possível, especificar e explicar o que é inacessível, enquanto existe uma estrutura de carne.
Tanto mais que a história do que você nomeia «a carne» é, diretamente, ligada ao Criador e aos administradores.
Há, portanto, aí, efetivamente, um mistério, mas lembre-se de que suas linhagens, assim como sua origem estelar, estão aí apenas para mostrar-lhe e demonstrar-lhe a veracidade delas, porque põem em prática suas funções na Eternidade e na Existência.
Mas, além da necessidade de identificadores e de marco em sua consciência, isso pode aportar certa forma de força, mas, também, certa forma de fragilidade, porque, nesse mundo no qual você está, cada coisa tem sua imagem, cada coisa, cada princípio existe em seu oposto, é a lei inevitável desse mundo que você nomeia yin/yang, que você nomeia bem/mal, que você nomeia macho/fêmea, que você nomeia ação/reação, qualquer que seja o modo pelo qual você nomeia isso faz apenas traduzir a necessidade de identificar-se e, portanto, de orientar-se.

Há afinidade, há ressonância, há evidência, mas não fica aí.
Chega até a Transparência na qual, mesmo a origem e a linhagem, mesmo que se revelem de modo abrupto, verídico e total, são apenas suportes.
Eles estão aí, esses suportes, para permitir-lhe transcender e superar o conjunto desses elementos, o conjunto dessas linhagens, porque a Unidade, o Absoluto, a Presença Final são estabilizados e recentrados pelas linhagens e as origens.

Assim, portanto, eu o convido a olhar de onde vem a necessidade de identificação e de enquadramento, não em seu histórico nem mesmo em sua origem, embora ela ali contribua, eu o convido a superar isso.
Eu o convido, portanto, a superar o quadro e a referência, dar o salto no Desconhecido, dar o salto onde os marcadores não podem mais subsistir e onde a noção de quadro nada mais quer dizer.
Porque o quadro é específico desse mundo, e a evolução da Vida e não sua evolução, porque você é perfeito, mas a revelação da Vida pelas esferas criadoras dá a você a oportunidade de viver e de percorrer o que você tem vontade, o que você deseja.

Aqui nesse mundo, aí, onde seus pés estão colocados, revelam-se, é claro, muitos elementos, mas esses elementos, em ressonância com as linhagens e as origens estelares, têm apenas pouco peso porque, a partir do instante em que isso se revela, a partir do instante em que você funciona, sabendo-o ou não, apoiando-se nas linhagens e nas características elementares delas, estão aí apenas para conduzi-lo ao último lugar e não para ali apegar-se, mas, simplesmente, para sabê-lo, como componentes de seu ser que têm seus efeitos nesse mundo e que têm, também, outros efeitos, totalmente diferentes ou, mesmo, totalmente opostos do lado de sua Eternidade.

Assim, tendo acesso apenas aos que querem, efetivamente, transmitir-lhe essa linhagem e essa origem, convém a você não congelar, não parar, não cristalizar, qualquer que seja a importância dessa origem, qualquer que seja a importância dessa linhagem.
Porque seu corpo é um corpo de carne e a carne tem a ver com os Dragões, forma desenvolvida a mais densa e a mais perfeita, na carne, da expressão dos elementos.
Cada elemento ressoa a um Verbo específico que é o nome do arquétipo do elemento.
Cada elemento ressoa às suas emoções nesse mundo, cada elemento dá as chaves para agir nesse mundo, e para ver-se agir, mas tudo isso tem apenas um tempo, que é o tempo da sobreposição das duas vertentes ou, se prefere, do Eterno e do efêmero, que o leva a conscientizar-se, a ver e a identificar o que é da ordem do que não muda, jamais, e o que é da ordem do movimento da Vida, tanto nesse mundo como em qualquer mundo.

Eu não convido ninguém, e você, em especial, a ir revistar alhures que não fora do que se apresenta de maneira livre e espontânea na tela de sua consciência.
As linhagens, assim como a origem estelar, dão, como eu disse, um quadro e uma iluminação que permitem suspeitar ou verificar a realidade das duas vertentes do coração, o medo ou o Amor, mas não mais, unicamente, vendo-as e isolando-as, mas, bem mais, como um convite para esquecer tudo isso, em todo caso, ao nível do mental e dos pensamentos.
Você deve aceitar perder toda referência.
Você deve aceitar o sacrifício de algumas dessas referências, não como uma perda, mas, bem mais, como uma transcendência e uma elevação do que pertence à carne ao invés do Espírito.

… Silêncio…

Eu escuto o coração que tem a colocar uma questão.

É a hora do alinhamento.

Filho Ardente do Sol, não estamos suficientemente alinhados?
Não estamos suficientemente juntos e Um?
Então, continuemos a alinhar-nos e continuemos a escutar-nos.

Questão: você poderia falar da festa do Wesak?

O que é a festa do Wesak?
Tal como ela lhe é apresentada nesse mundo, ela representa a iluminação e a sabedoria de Buda.
Mas a iluminação e a sabedoria, nesse mundo, são apenas loucuras aos olhos de Cristo.
Cristo disse: «Quando vocês forem dois reunidos em meu nome, eu estarei entre vocês.».
O que faz o Wesak?
Ele provoca a adesão a uma lua cheia específica, que se reproduz e, portanto, comemora-se a cada ano.

É o mesmo para qualquer comemoração, mas a comemoração é feita para afastá-los da realidade de quem vocês são.
Qualquer que seja a apresentação, qualquer que seja a beleza, qualquer que seja a história, mesmo a mais extraordinária, como aquela de Buda ou aquela de Cristo ou de qualquer outro filho do Sol, sempre foi transformada nesse mundo, aí, onde estão os seus pés.

Essa transformação não é uma transformação nem da história nem da realidade da lua cheia, mas a transformação consiste, antes de tudo e, sobretudo, a desviar a consciência para outra coisa que não sua Liberdade, para outra coisa que não sua Liberação.
Porque a comemoração, qualquer que seja, mesmo de um casamento, mesmo de um falecimento, mesmo de um nascimento, mesmo a mais prestigiosa delas, impede-lhes o acesso à Liberdade.
Certamente, isso os nutre, certamente, isso os alimenta, certamente, a comemoração faz parte do que vocês nomeiam memórias e lembranças.
Você não acha bizarro que seja preciso comemorar alguma coisa de histórico ao invés de comemorar a Vida que está presente, não a cada ano, mas a cada fração de tempo que escoa nesse mundo?
Assim é a falsificação.

Ela os leva para um ideal, ela os leva para algo ou alguém a imitar, a assemelhar, e federa, assim, na comemoração, um número de almas sempre mais importante.
Quer seja no círculo familiar, por um nascimento ou uma morte, quer seja o círculo mais amplo da humanidade, a comemoração recoloca-os na consciência e na energia do passado, que lhes enche a cabeça com um futuro melhor.
E isso é feito na Terra todos os anos, desde os tempos antigos.
Isso concerne tanto ao Wesak como ao dia de Natal, como não importa qual dia festejado por uma razão ou por outra.
Porque festejar e comemorar alguma coisa priva-os, sutilmente, de sua liberdade essencial de não depender de qualquer circunstância, de qualquer data nem de qualquer evento e, sobretudo, passado.

A estrutura do confinamento é tal que, assim que há comemoração, há esquecimento da Eternidade.
Isso se produz sem o seu conhecimento e em seu detrimento.
Então, eu os convido, quer seja para essa festa como para qualquer aniversário, a sair, aí também, do tempo.
Então, celebrem o Wesak a cada minuto, então, celebrem o que quiserem, mas não em relação a uma história, mas em relação à celebração do instante, que não conhece qualquer história.

Assim, portanto, é muito fácil, aí, onde vocês estão, colocados nesse mundo, levá-los para onde vocês não querem ir, fazendo-os crer no inverso.
Mas, enquanto exista a mínima crença em um determinado dia, em uma determinada história, mesmo a mais autêntica, o simples fato de que ela tenha se desenrolado no que é nomeado o passado, enquanto tudo se desenrola ao mesmo tempo, faz apenas manter a divisão e a separação.

Vocês podem comemorar todos os nascimentos, podem comemorar em todas as religiões, podem comemorar em seu círculo familiar, mas o aniversário, como a lembrança, como toda festa, faz apenas lembrá-los, da maneira a mais sutil e, eu diria, em seus termos, a mais distorcida possível, sua ausência de Liberdade.

Ser Livre é não mais ser dependente, tanto de sua história como de qualquer história, é celebrar cada minuto e não esperar que outros tenham decidido celebrar, em um determinado dia, tal evento para, supostamente, dele beneficiar-se.
Se isso fosse verdade, mas vocês seriam, a totalidade de irmãos e irmãs humanos desta Terra, todos, já, Livres.
Porque a Verdade libera-os e a lembrança confina-os.
Liberar-se disso é ver a coisa a mais sutil, a mais invisível e, no entanto, a mais perniciosa que há nos ciclos de confinamento.

Seja Livre.
Seja livre de qualquer data.
Seja livre de qualquer lembrança ou de qualquer comemoração.
Não seja afetado nem impactado por qualquer celebração do passado que seja, e, para isso, não há outra solução do que celebrar a Vida e não a história.

… Silêncio…

Apreenda, efetivamente, que eu não nego, de modo algum, a realidade da história ou a realidade da energia ou da Luz que se derrama nessas ocasiões, mas eu me ponho em dúvida, fortemente, da utilidade quanto ao que vocês são, em Verdade e na Eternidade, bem ao contrário.

Para preencher-se, você deve esvaziar-se.
Para preencher-se, é preciso não ser afetado por qualquer circunstância memorial que seja, tanto a sua como qualquer outra.
Porque tudo se desenrola no mesmo tempo.
E os desvendamentos atuais dão-lhes, para muitos de vocês, a capacidade para viver, não para ali aderir, mas para vê-los, os eventos de seu próprio passado, tanto nesta vida como em outras vidas.
Vocês teriam a ideia de celebrar isso?
Vocês teriam a ideia, todos os anos, de lembrar-se disso?

Ser Livre, ser um digno Filho Ardente do Sol, um Ki-Ris-Ti, não tem necessidade de nada mais do que ser isso.
Todo o resto torna-se supérfluo, inútil e impeditivo.
Mesmo se, durante um tempo, alguns humanos tiveram necessidade ou têm, ainda, necessidade de encostar-se nessas comemorações, nesses ritos e nesses rituais, nessas histórias, nesses modelos.
Mas, a um dado momento, será preciso fazer, também, o luto de todo modelo e de todo sistema, como de toda história.
Esse é o segundo modo de ser Livre.

A verdadeira memória é aquela de sua Eternidade, e ela nada tem a ver com a memória efêmera e ilusória desse mundo, sobretudo, se se trata de grandes seres que têm percorrido, com seus pés, esse mundo.
Porque, aí também, através da comemoração, vocês congelam a história, vocês congelam a Luz.
Ora, a Vida não pode ser congelada por nada.
E, se você é a Vida, e se você é Livre, você não pode aceitar ser congelado por uma data, qualquer que seja a energia da qual ela é portadora.

Aí também, através dessa festa, como através das linhagens, como através dos elementos que se manifestam, de maneira geral e cada vez mais intensa em suas vidas humanas, dão-lhes a ver o efêmero, dão-lhes a ver essas memórias que, por vezes, estavam, realmente, dissolvidas e que se reimpactam, hoje, à sua consciência, que voltam a mostrar-se, enquanto elas não se mostravam mais.

Isso participa do mesmo processo da Liberdade, da Liberação.
Ouse cruzar essas barreiras, esses condicionamentos e esses véus, não aderindo a nada disso; não aderindo a qualquer comemoração, mas festejando a Vida, a cada minuto, você se torna Livre.
Você sai da escravidão espiritual ligada a grandes seres que, no entanto, aportaram, realmente, alguma coisa, mas Cristo não disse?: «O que eu faço, vocês o farão, e bem maiores ainda.». Não façam de minhas palavras uma religião, dizia Ele.

Hoje, a Igreja não está mais – e, aliás, quase nunca esteve – nem em um lugar dito sagrado, nem em um lugar no qual passou um ser luminoso, mesmo se sua Presença seja real muito tempo após sua morte e a partida desse corpo nesse mundo.
Não faça disso um lugar congelado, porque reencontrar a memória, celebrar um nascimento ou uma morte, mesmo do ser o mais próximo da Fonte que percorreu esse mundo, nada quer dizer hoje.

Você é, portanto – e será, cada vez mais, – convidado não por minhas palavras, mas pelas circunstâncias do que você tem a viver, a despojar-se de tudo o que, até agora, podia parecer-lhe evidência e útil, para ser Livre, para não mais apoiar-se em qualquer história que seja, qualquer carma que seja ou qualquer relação que seja, mesmo entre nós e vocês, entre mim e cada um de vocês.

A Vida é Livre, ela não pode ser confinada em uma lembrança qualquer ou em uma comemoração qualquer.
O Espírito do Sol, a matriz Crística, os Arcanjos, os Anciões e as Estrelas convidaram-nos, gradualmente, progressivamente, a descobrir a Autonomia, a Responsabilidade, que são as garantias de sua Liberdade.

Hoje, quer você tenha aceitado, quer tenha aderido ou não aos nossos dizeres ou a outros dizeres, você deve prová-los, por si mesmo e, unicamente, por si mesmo.
Eu apenas posso, simplesmente, atrair sua atenção ao que é festa, ao próprio princípio da comemoração, ao próprio princípio das festas cíclicas que se reproduzem, anualmente, como tantos elementos que limitam e impedem, elas também, a Liberdade nesse mundo, e a Liberdade fora desse mundo que lhe é adquirido.
Cabe a você ver, cabe a você constatar.

A intensidade e a potência dessa lua cheia reforçam-se, como você constatou, de ano a ano, e essa energia, essa consciência não é a Liberdade, ela é o confinamento, é a ilusão levada ao seu paroxismo, tão bem apresentada, tão bem comunicada, tão bem percebida que, em momento algum, você poderia ver o que há do outro lado, mesmo se alguns de vocês, hoje, tenham tomado consciência disso.

Se você tem, ainda que apenas percorrido os ensinamentos dos escritos sobre a não dualidade, ser-lhe-á muito fácil compreender que toda festa e toda comemoração conduz você apenas à repetição do cenário passado, à fixidez e à dificuldade, cada vez maior, de liberar-se dele e, assim, liberar-se.
A comemoração confina e obriga sua alma, se ela está presente, em um caminho de perfeição material nesse mundo que, é claro, não será, jamais, atingida, e o faz esquecer-se do essencial: você é o Espírito de Verdade.

Minhas palavras não são duras, eu o convido, simplesmente, a verificar, por si mesmo, o que se desenrola em si, durante esses períodos de comemoração, quaisquer que sejam.
Não aderir e não rejeitar, mas, simplesmente, ver e perceber e sentir o que se vive naqueles momentos.

Eu os convido a um momento de Silêncio.
Eu os convido em mim, como eu me convido em vocês, para celebrar a Vida, no acolhimento da única Verdade.

… Silêncio…

Ele havia dito: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.», e eu lhes digo: «Você é a Verdade, o Caminho e a Vida.».

… Silêncio…

O Espírito do Sol rende graças ao seu acolhimento.
Filhos Ardentes do Sol, até breve.

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3 comentários:

  1. Eu venho falar-lhe de você, não no que você é nesse mundo, mas o que você é em todo mundo, em toda vida, em todo lugar e em todo local.

    Então, saiba que nada há a fazer, verdadeiramente, que há apenas que estar consciente, que há apenas que ser. Então, o «fazer» torna-se inútil. A ação não é apoiada por seus envelopes efêmeros, mas inscreve-se, como você disse, na graça da Eternidade. Esses momentos, esses instantes, quaisquer que sejam a intensidade e amplitude deles, estão aí apenas para permitir-lhe dissolver o efêmero pela potência do Eterno.

    A alma é um médium que, ao mesmo tempo, separa – nesse mundo – e que, ao mesmo tempo, une – no fim desse mundo – a Verdade. Quando a alma dissolve-se, então, nada mais há a perder, nem mesmo a ganhar. Não há mais combate, não há mais distância, não há mais divisão, tanto em você como ao seu redor.

    O intolerável torna-se o inefável, a partir do instante em que você vê as coisas a partir da outra vertente, aquela que, em nada, é concernida por esse corpo no qual você aparece na superfície desse mundo.

    Eu o convido, portanto, a superar o quadro e a referência, dar o salto no Desconhecido, dar o salto onde os marcadores não podem mais subsistir e onde a noção de quadro nada mais quer dizer.

    Vocês podem comemorar todos os nascimentos, podem comemorar em todas as religiões, podem comemorar em seu círculo familiar, mas o aniversário, como a lembrança, como toda festa, faz apenas lembrá-los, da maneira a mais sutil e, eu diria, em seus termos, a mais distorcida possível, sua ausência de Liberdade.

    Seja Livre. Seja livre de qualquer data. Seja livre de qualquer lembrança ou de qualquer comemoração. Não seja afetado nem impactado por qualquer celebração do passado que seja, e, para isso, não há outra solução do que celebrar a Vida e não a história.

    Você é, portanto – e será, cada vez mais, – convidado não por minhas palavras, mas pelas circunstâncias do que você tem a viver, a despojar-se de tudo o que, até agora, podia parecer-lhe evidência e útil, para ser Livre, para não mais apoiar-se em qualquer história que seja, qualquer carma que seja ou qualquer relação que seja, mesmo entre nós e vocês, entre mim e cada um de vocês.

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  2. "No tempo da Graça veio o tempo sem tempo, aquele de sua Ressurreição, aquele do Renascimento, aquele no qual há apenas pura Presença e pura Evidência.
    "Nesse instante, o Sopro do Verbo vai colocar-se no espaço sagrado de cada coração, para ali imprimir o selo da Verdade, o selo do Verdadeiro.

    "Em meu Verbo, que se fará carne em você, para que sua carne viva o Verbo, e que seu Sopro eleve você até o Centro de todo centro, aí, onde a Fonte anima-se e anima você.
    "Aí, nesse instante, o Verbo da Eternidade exprime-se no Silêncio de seu Coração, na Alegria e na Paciência.

    "Eu venho fazer Vibrar e Ressoar, em você, a Verdade e a Beleza.
    "Então, saiba que nada há a fazer, verdadeiramente, que há apenas que estar Consciente, que há apenas que Ser.
    "A ação não é apoiada por seus envelopes efêmeros, mas inscreve-se, como você disse, na Graça da Eternidade.

    "O Amor é Graça.
    "O Amor de nada priva, o Amor preenche e faz desaparecer toda ausência ou toda insuficiência, aí está a Graça, assim como você a vive por instantes e por momentos.
    "O Verbo pede-lhe para ser a Graça e não, unicamente, viver, por instantes, a Graça.
    "Tornar-se a Graça não é um esforço, é um relaxamento, é uma Evidência, a partir do instante em que você vê, claramente, o que é do domínio do efêmero e o que é do domínio da Eternidade.

    "Deixe trabalhar a Obra no Branco, deixe-a concluir-se, deixe-a terminar.
    "E aí, tal a Fênix que renasce de suas cinzas, você assistirá não à experiência de sua Ressurreição, mas à Instalação de sua Ressurreição.
    "Então, e unicamente nesse instante e nesse momento,
    você perceberá que o Mestre da Luz nada mais é do que você,
    Filho Ardente do Sol.
    "Escute e ouça o que diz, ao seu coração,
    O Espírito do Sol, aqui e alhures."

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