Sim, meus amigos, estamos sós. Ou, pelo menos, deveríamos estar.
Mas como? E o que todos nossos amigos cósmicos sempre dizem? Eles então não estão conosco? Não estão nos assistindo, e esperando nossa permissão para que nos ajudem em tudo o que necessitamos?
Sim, mas isso não significa que deixamos de estar sós.
Sabem por que? Porque tudo, tudo o que acontece em nossa vida e tudo o que acontecerá, depende única e exclusivamente de nós, cada um sozinho, com suas intenções, seus pensamentos, seu trabalho na dualidade e seu trabalho para dela sair.
Ninguém, nem os amigos e parentes físicos, nem os amigos cósmicos, podem interferir naquilo que nós próprios escolhemos, consciente ou inconscientemente.
Os amigos, por maior boa vontade que possam ter, e por mais que nos queiram ver bem, não podem modificar nossas crenças e nossas atitudes, porque a chave para isso é nossa, só nossa, cada um tem a sua, embora seja difícil encontrá-la.
Cada um de nós já passou pela experiência de ver alguém próximo com problema que, para ele, parece impossível de ser solucionado e se desespera, e busca incansavelmente por ajuda, e não encontra nada que possa solucionar aquilo.
Não é raro, para nós, vermos que a solução está clara, como que estampada na testa, e quem a ostenta não a vê. E, se nos atrevemos a mostrá-la, ainda que seja com todo amor e sincera vontade de ver essa pessoa superar isso e seguir sua vida na alegria e despreocupação, não somos compreendidos e, pior, somos até acusados e rejeitados, nas infindáveis desculpas que o sofredor encontra para repudiar aquilo que queremos que veja e que o tiraria daquela situação.
E isso acontece exatamente porque nada adianta ser dito ou mostrado, se a própria pessoa que passa pela situação não se voltar para si e ali encontrar sua chave.
E pode parecer até contraditório, mas quem está sofrendo, seja pelo motivo que for, recusa-se a encontrar a solução. Ao contrário, desdobra-se para encontrar desculpas, muletas, como se costuma dizer, que tentam, a todo custo, mostrar que quem está tentando ajudar não viu a situação como ela realmente é. Isso porque o próprio sofredor não quer encarar a situação como ela realmente é, não tem coragem de assumir que tudo aquilo foi provocado por ele mesmo e só ele mesmo tem a capacidade e o poder de modificar aquilo.
Não pensem vocês que estou me excluindo disso, bem ao contrário, ao escrever, estou refletindo e sei que o mesmo se passa comigo, como se passa com a grande maioria das pessoas.
A vida, o universo, ou seja lá que nome queiram dar... hoje, com toda informação que temos, eu diria a Luz, em toda sua inteligência, nos mostra onde podemos mudar nossas atitudes e dissolver nossas crenças, para que sejam retirados os bloqueios que nos fazem sofrer. Quando não entendemos espontaneamente esses “toques”, nos são colocados espelhos à frente, ou seja, do nada, aparece alguém com problemas para os quais vemos a solução “estampada na testa”, e percebemos que a pessoa não enxerga essa solução, que não quer vê-la, que não a aceita.
Geralmente, o problema e a solução que nos são colocados à frente, por uma outra pessoa, estão nos mostrando as resistências que também nós temos e também não vemos e nos recusamos a ver. Por isso, é sempre muito importante deixarmos nosso coração sempre aberto, para entendermos rapidamente o caminho para a chave que retira os bloqueios que travam nossa vida e, consequentemente, nossa evolução.
Nossa criação e educação, infelizmente, nos fez viver um personagem, que deveria se comportar de acordo com as regras da sociedade, sem nunca observar os reais desejos e anseios de nossa alma, de nosso coração. Nossa prioridade era a de satisfazer e deixar feliz o outro, ainda que isso pudesse contrariar nossa real vontade.
E de tanto desempenhar esse papel, cada vez mais nos afastamos dessa nossa real vontade, desse nosso EU verdadeiro, sempre tão oprimido e esquecido em prol da aparência de um bom cidadão perante a sociedade.
Assim, não aprendemos a nos olhar, a nos conhecer, a nos compreender e, por isso, certamente, quando nos vemos em alguma situação desagradável ou constrangedora, temos o ímpeto imediato de apontar o dedo para “fora”, na busca de um “culpado” por aquilo, sem jamais olhar para dentro de nós mesmos, porque é ali que se encontra a raiz de tudo.
“-Bom, muitas pessoas têm uma magnífica opinião de si mesmas. Não são capazes de ver em si certos defeitos. Algumas vezes eles são graves. Acontece que os defeitos que não vemos em nós são justamente os que mais culpamos nos outros. Se, de repente, mostram-nos esses defeitos, podemos morrer por causa do impacto... Vocês conhecem a história do anão disforme que era feliz pensando que era lindo?”
Esse é um trecho do livro “A Volta de Ami” (link para baixar à direita do blog), e exemplifica bem o que estou dizendo aqui.
Nós não nos enxergamos, não nos vemos, até porque não fomos educados para isso. Mas essa falta de orientação para nos conhecermos não pode se transformar em mais uma “muleta” e mais uma resistência para que não vençamos esse obstáculo.
Agora que temos o conhecimento de como as coisas funcionam, pelo nosso próprio bem, devemos começar a nos voltarmos cada vez mais para nós mesmos, devemos conhecer nossas vontades, nossas tristezas, nossos comportamentos, nossos sentimentos, nosso corpo... Devemos aprender e nutrir o AMOR por nós mesmos, antes e acima de tudo. O AMOR sincero e verdadeiro.
Ninguém pode querer dar a outrem aquilo que não tem nem para si. Assim, só quem aprendeu a amar a si mesmo pode amar o outro, e não antes. E, a partir daí, acontece algo maravilhoso, porque o AMOR é algo que não se acaba, que quanto mais se dá, mais se tem, não só para si, mas para compartilhar.
É o amor incondicional. É o amor verdadeiro, que não traz em si a idéia de posse, não se confunde com o apego, não necessita da presença física do amado, não controla, não segura, não prende. Apenas AMA.
A partir do momento em que se sente esse amor por si, como por mágica, deixamos de depender de coisas e pessoas que, antes, pareciam ser indispensáveis. E, no entanto, ainda assim, não eram capazes de preencher aquele vazio que temos por dentro, não inteiramente, não permanentemente.
Isso porque somente nós mesmos, com nosso amor próprio, podemos preencher esse vazio, porque temos somente a nós para nos satisfazer, para nos amar, para nos preencher, para nos consolar, para viver conosco.
Tudo o mais é ilusão, tudo o mais é paliativo, tudo o mais é falso, tudo o mais é apenas, no máximo, apego.
A ficha caiu aí? Pois é, acabou de cair aqui...
Então, viemos ao mundo sozinhos, e sairemos dele assim também. Por que o período entre um e outro seria diferente?
Célia G. - http://leiturasdaluz.blogspot.com
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