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17 de mai. de 2012

BIDI – 17 de maio de 2012

Mensagem publicada em 18 de maio, pelo site Autres Dimensions.

  
Áudio da Mensagem em Francês

Link para download: clique aqui


Questão: tive dificuldade para permanecer centrada; pensamentos, lembranças afluem, partem em todos os sentidos, sem que sejam questões. Isso esvazia o mental, nutre-o? Como sair disso?

O conjunto do que lhe é submetido, que aparece sob o olho da consciência (qualquer que seja o lugar onde ele está situado), dá o que você chama, você mesma, «partir em todos os sentidos», impedindo-a de estar centrada.

Não há porta de saída, mas uma porta de entrada.
Querer sair de seus próprios pensamentos é tão estúpido como querer sair de dentro: você pode apenas entrar, ou seja, aceitar observar o que se desenrola e refutá-lo.

Olhar não quer dizer aquiescer.
Isso vai dar-lhe as engrenagens e os mecanismos do que você chama «o que parte em todos os sentidos», que lhe dá a ver, então, porque você parte em todos os sentidos.

O que isso traduz, não ao nível de uma origem, mas, efetivamente, no que você diz?
Por que você se descentra tão facilmente?
O que é que a desestabiliza e a faz perder seu centro?
Onde se situa a causa profunda, não as causas, não em sua história ou em seu histórico, mas, efetivamente, no instante presente?
O que acontece, naquele momento?
Por que você se incomodou?
Em que esses pensamentos, que não lhe concernem, incomodam-na?

Isso significa, é claro, que há uma incapacidade para colocar-se à distância e para refutar seus próprios pensamentos, o que traduz, aí também, um princípio de identificação ao que passa, ao que não é imutável, ao que não é eterno.
Você é, de algum modo, distraída pelo que é passageiro, pelo que concerne apenas à personalidade e seu desenrolar nessa matéria.
Você se esquece de que você não é isso.
Há, portanto, um sentido de implicação exagerada no afetivo, nas relações, no que é visto, nesses pensamentos que se desenrolam.

Você é, portanto, agitada por suas próprias emoções e por seus próprios pensamentos, porque você dá peso a eles, consistência, e está persuadida de que eles vêm de você.
É uma coisa aceitar que você não é seus pensamentos, de maneira conceitual, não é, contudo, por isso, que os pensamentos vão desaparecer.
Simplesmente, coloque-se no observador que não é esses pensamentos, mas que vê esses pensamentos desenrolar-se.
Não são os seus.
Há, portanto, um princípio de identificação que lhe dá a impressão e à sua consciência de estar em todos os sentidos, ou seja, que os pensamentos levam-na a outros lugares que não seu centro, você mesma disse-o.
O que significa, sem procurar mais longe, que você se deixa seduzir por seus próprios pensamentos e, quando eles lhe convém, você se centra ou tem a ilusão de estar centrada, porque os pensamentos correspondem a algo que a tranquiliza.

Nenhum pensamento pode estabelecer o Absoluto.
Nenhum pensamento pode tranquilizá-la, de maneira duradoura, se você parte em todos os sentidos ou tenha a impressão de que eles são agradáveis.
Os pensamentos não têm que ser nem agradáveis, nem desagradáveis.
Eles fazem apenas passar.
E, como todas as coisas, eles passarão.
Isso é efêmero.

Você dá peso ao efêmero, uma vez que ele a altera.
Você não está, portanto, colocada no bom lugar para vê-los e refutá-los.
Contudo, o fato de que isso seja acentuado nesse momento é, muito exatamente, o que você tem a superar e a transcender, na refutação.

Assim que um pensamento age sobre sua emoção, sobre uma decisão, você não é mestre de si mesma, uma vez que é o pensamento que decide você.
Reflita: quem decide?
Em definitivo, é, sempre, a razão, é, sempre, o intelecto, dos quais alguns se vangloriam.

A problemática vem que os pensamentos (junto àqueles que estão, como vocês dizem, em diligência espiritual) podem tomar a cor, a impressão de uma intuição (como, por exemplo, os impulsos da alma ou os impulsos etéreos), mas são, sempre, pensamentos que a levam a pensar e a conceituar a noção do que é bom para você e do que é mau para você.
Enquanto você pensa assim e aceita esse mecanismo de pensamento, você não é Livre: você está submissa aos seus próprios pensamentos, ou seja, ao discernimento e à intuição que a impedem de ver a Unidade e, ainda mais, o Absoluto.

O Absoluto não é nem bem, nem mal, ele não se importa com esse referencial.
O Absoluto não se importa com o Si, ele não se importa com a intuição e com carismas, porque tudo isso releva de uma projeção, de uma manifestação exterior ao que é eterno, a algo que se manifesta e que vem obstruir ou facilitar o quê?
O eu ou o Si.

O Absoluto desvenda-se porque as circunstâncias da Terra não são mais as mesmas.
Se, em você, isso reativa e revive os pensamentos, isso quer dizer que, em sua história, você atribuiu demasiado lugar ao raciocínio, demasiado peso às emoções, ao olhar do outro, aos pensamentos do outro.
Isso, também, impede-a de juntar-se ao seu centro porque, no centro, há toda a força, há tudo o que é necessário.
É um espaço e um tempo, sem espaço e sem tempo, no qual a escolha não tem mais razão de ser, no qual a razão não tem mais razão de ser.
A razão será aplicada nos setores em que a razão é necessária e unicamente quando é necessária: sentar-se no correto lugar para conduzir um veículo, e não atrás: isso é a razão.

Mas, a partir do instante em que, na emoção, a partir do instante em que, nas relações, quaisquer que sejam, você deixa passar a razão à frente, você se perde porque, como eu o disse ontem, há, sempre, uma chance em duas de enganar-se.
E é, muito exatamente, o que acontece, porque os pensamentos são oriundos, em definitivo, apenas do medo, apenas de mecanismos de sobrevivência, de manutenção da artificialidade do ego, da pessoa.

Feliz aquele que não tem mais pensamento perturbador.
Feliz aquele que não crê mais em seus próprios pensamentos, porque ele está Livre.
Enquanto você adere aos seus pensamentos, tanto agradáveis como desagradáveis, você não está Livre, porque é persuadida de que é você que pensa.

O que pensa é o ator, é a marionete, não é aquele que puxa os fios e, ainda menos, aquele que está acima dos fios.
Nenhum pensamento confere a Liberdade, mesmo o mais iluminado.
A Liberdade não está desse lado do véu, ela não está em qualquer razão, em qualquer explicação e, ainda menos, em uma compreensão, mas no simples fato de aceitar ver, sem julgar, honestamente, o que se desenrola.
E são pensamentos que se desenrolam.

É claro, eles são inscritos em sua história, em sua razão, mas você não é nem sua história, nem sua razão.
O domínio do espírito, o domínio do Absoluto não se importa com pensamentos, uma vez que, no Absoluto, não existe qualquer pensamento.
No Samadhi existe apenas um único pensamento: a autocontemplação da Luz.

O objetivo da meditação não é visar suprimir os pensamentos, porque, enquanto o saco de alimento está aí, haverá, sempre, pensamento, exceto se a passagem foi criada: então, você pode refugiar-se no Absoluto ou no Samadhi.
Aí, não há mais pensamento.

Mas, querer resolver o mecanismo do pensamento no lugar em que ele nasceu, nada quer dizer.
Querer apoiar-se na meditação, na Vibração para fazer cessar os pensamentos é, do mesmo modo, aleatório: por vezes, isso funciona, por vezes, não funciona, e vocês o constatam nos Alinhamentos, nas meditações.
Enquanto subsiste um pensamento que perturba (eu entendo por perturbador: que está na dianteira da cena), vocês não são vocês.

Vocês não podem combater os pensamentos, porque os reforçam.
Vocês não podem opor-se aos pensamentos, eles não são do mesmo mundo que vocês.
A única porta de entrada consiste em não mais aceitar o ditame dos pensamentos.
E a primeira etapa é apreender e viver que os pensamentos fazem apenas surgir a tela da consciência.

Mesmo se vocês têm a impressão de aplicar um conjunto de certezas matemáticas, são apenas crenças abstratas que encontram, certamente, aplicações nesse mundo: há uma lógica, mas essa lógica nada tem a ver com o Absoluto e nada tem a ver, tampouco, com a Unidade.

Será que o místico que voa nos ares aprendeu as leis matemáticas, físicas, que permitem voar, em um avião?
O que é predominante, em vocês, em você?
A necessidade de explicar, a necessidade de compreender, o medo, o fato de ser invadido?

O que eu digo para os pensamentos é da mesma natureza do que eu acabo de exprimir para o vôo do místico.
E depois, a um dado momento, o místico apercebe-se de que ele não tem necessidade de voar.
Ele é total e inteiro, aqui mesmo, nesse saco.
Nada há do que escapar.
O saco de alimento e os pensamentos escaparão, eles mesmos, quando da morte.
Nenhum pensamento sobrevive em outro lugar que não na memória comum.

Mesmo os maiores dos pensadores, através de seus escritos, dão apenas a viver elementos irreais, aos quais se adere, como para uma lei matemática ou uma lei física que é suposta de explicar um mecanismo de funcionamento.
Mas eu os lembro de que esses mecanismos de funcionamento apenas são válidos aqui, mas não no Absoluto.

Isso se junta, muito precisamente, a essa frase: onde vocês põem sua atenção, onde vocês põem sua consciência localiza-se a Vibração, e é o reflexo do que vocês são, aqui, nesse mundo, mas não permite ao Absoluto desvendar-se a vocês.

O ego vai construir todas as estratégias necessárias para a própria sobrevivência.
Os pensamentos são, certamente, um dos mecanismos os mais poderosos, porque o pensamento surge de lugar algum, apoia-se, de qualquer modo, em conceitos e emoções, sobre o que foi construído anteriormente.
Ora, é, justamente, isso que é preciso ver e desconstruir, não por uma ação da vontade, mas aceitando vê-lo.

Vê-los coloca-os na distância, do mesmo modo que vocês não podem ver o Absoluto.
E, se vocês quisessem vê-lo, vocês o poriam, ainda mais, à distância e na distância.

O mecanismo dos pensamentos que vai em todos os sentidos aplica-se, simplesmente, para recentrarem-se, porque é ao centro que você concretizará a visão do que são esses pensamentos, como não sendo os seus.

Mas, se você continua submissa à agitação, se continua submissa ao fato de que isso parte a todos os sentidos, você participa, como disse, desse descentramento.
Estando descentrada, você não tem meio algum de ação sobre o pensamento.
E, aliás, se você quisesse agir sobre o pensamento, ele se reforçaria, até tornar-se obsessivo: isso é muito conhecido.

A refutação, aí também, permite, ao mesmo tempo, identificar o que são os pensamentos, de onde eles nascem e para onde desaparecem, o que facilita, de algum modo, a não identificação, uma vez que, tanto no Samadhi como na presença, como no Absoluto, isso não existe.
O importante, aí também, é estar lúcida, olhar claramente.

Se você apreende, verdadeiramente, que tudo o que passa não é eterno, você apreenderá que os pensamentos estão no primeiro plano, bem mais do que as emoções.
Todo pensamento concernente à identidade que você tem, ou porta, mesmo se ela lhe pareça vir da lugar algum, de onde você quer que ela venha, fora esse corpo de alimento que você não é?

Tudo é um problema de atenção e de intenção.
Se você aceita observar os pensamentos passarem, desenrolarem, e se você mesma não se move, você vai vê-los pelo que eles são: elementos perturbadores que vêm perturbar a superfície de sua consciência, fazendo-a jogar com a razão ou com a não razão.
O que nada muda, no sentido profundo que é, simplesmente, desviá-la de seu centro, conduzindo-a a procurar uma porta de saída ilusória, através de inúmeras técnicas que visam fazer calar o mental.

Mas nenhuma técnica pode fazer calar o mental, porque ele não se cala, jamais, exceto no Absoluto.
Você é, ao mesmo tempo, o problema e a solução.
Ser afetada por seus próprios pensamentos, qualquer que seja o teor deles, leva-a, inexoravelmente, a afastar-se de seu centro, a afastar-se do que você É e, ainda mais, a afastar-se do não Si.

Olhem o mundo.
Quantos preferem ir aos magazines e comprar roupas, ao invés de meditar?
Mas o resultado é o mesmo: em um caso, como no outro, vocês criam um desejo e uma necessidade.
Vocês devem superar o desejo e a necessidade.
O pensamento inscreve-se nessa dinâmica de desejo e de necessidade, de compreensão, de explicação, de decisão e de escolha.
Assim, essa agitação que você vive é um convite para superar tudo isso, para deixar desenrolar-se, sem intervir, o que se desenrola.

Então, é claro, aquele que continua no ego e na personalidade vai dizer-me que isso não é verdade, que ele é obrigado a controlar a vida dele, sua espiritualidade, a manter seus quadros, seus limites, seus confinamentos.
Do ponto de vista do ego, do que é limitado, é completamente exato.
E isso se torna totalmente falso no Si e, eu diria, mesmo, oposto, quando você é Absoluto.

Nenhum pensamento pode ser de qualquer ação no que você vive interiormente, exceto descentrar-se.
Mas, jamais, isso pode aportar-lhe o que quer que seja (o que quer que você veja, o que quer que pense).

Aqueles que estão instalados no pensamento não podem entender as palavras que eu acabo de pronunciar, porque estão situados, exatamente, ao oposto do que eu disse.
Coloque-se, portanto, a questão: você sabe o que você quer Ser?
Você sabe para onde vai?
Sabe onde você se situa?
Enquanto isso existe, você não pode encontrar nem ser Absoluto.

É para isso que a Lucidez, a Transparência e a iluminação são indispensáveis.
O exemplo que tomei ontem, continua válido: vocês continuam em uma sala onde há, no solo, uma corda enrolada.
Mas faz sombra: para vocês, é uma serpente.
Vocês têm medo, até o momento em que compreendem que é uma corda.
Vocês riem.

Além disso, há o fato de que não há nem serpente, nem corda, nem Luz.
Vocês se dirigem, hoje (para aqueles que ainda não tocaram), para esse Absoluto ou para essa Presença.
Tanto um como o outro deve propiciar-lhes, preliminarmente (pelas Vibrações ou pelo Abandono do Si), um estado encarnado, desprendido, totalmente, do fruto de suas ações, sem qualquer projeção no futuro, sem qualquer reminiscência do passado.

Se vocês são capazes de permanecer vazios de tudo isso, de todas as informações, então, há apenas um único passo a transpor, vocês estão muito próximos disso, o que quer que lhes sussurre o ego, no ouvido, quaisquer que sejam seus pensamentos.

Questão: o que devo soltar e como posso soltar, para que a Onda de Vida nasça em mim?

Absolutamente tudo.
Nada reter.
Solte tudo.

Enquanto você mantiver algo, isso não funcionará.
É preciso parar de olhar-se o umbigo.
É preciso, também, parar de olhar o que quer que seja.
É preciso, por exemplo, estar plenamente presente no Si e nada desejar ou nada pedir.
Nada esperar.
Ficar aí, simplesmente.

Se você é capaz de fazer isso alguns minutos, a Onda de Vida aparecer-lhe-á, mas ninguém pode fazê-lo em seu lugar.

Coloque-se a questão de saber se você é capaz de tudo parar, o que quer que lhe sussurre o ego: «eu vou morrer», «eu vou perder o controle», «eu vou me tornar louca».

O ego tem muitas soluções para dissuadi-la de permanecer tranquila.
Coloque-se em algum lugar e, aí, nada peça, nada faça, deixe vir a você, sem barreira e sem medo.
Porque, nesse estado, é aí, onde você estiver, o mais exato, o mais próximo, a fim de que o que não é desse mundo nasça em você.
Anteriormente, o ser humano é apenas uma mistura e um conjunto de crenças que se harmonizam mais ou menos bem umas com as outras.
Você não É isso.

É preciso, como eu disse ontem, sair do ponto de vista da pessoa: ela não existe.
Há, nesse nível, a necessidade, cada vez mais premente, que lhe pede para manter-se tranquila, imóvel.
Você passará pelo observador e, a um dado momento, marcado entre todos, por si mesma, você apreenderá que esse momento é exato.
E, a partir do instante em que o momento é exato, a Onda de Vida está aí.

Ela jamais deixou de estar aí.
É seu consciente, seus medos e as dúvidas que a impediram de estar, totalmente, consciente, na personalidade.

Aí está o que há a realizar: é uma não realização, uma não ação.

Questão: Uriel fez-me penetrar, pelas portas Atração e Unidade, da Luz, para facilitar a percepção do Coração. O que é a percepção do Coração? Tem ela uma ligação com a refutação?

A percepção do Coração é, antes de tudo, como seu nome o diz, uma percepção que é instalada na região do peito.
Diferentes percepções, diferentes vivências conduzem, de algum modo, conforme uma graduação, à presença e à mistura do que é denominado o Supramental e a Onda de Vida.
Arrepio, essa Vibração e, depois, esse estremecimento ou esse Fogo do Coração amoroso, têm uma ação sobre a consciência, uma vez que a Vibração é a consciência do eu, do Si e, em todo caso, ela inscreve-se nesse saco de alimento.

Num primeiro tempo, colocar-se na Vibração ou no Coração não é uma visão do espírito, mas um ato consciente, da própria consciência, destinado e que visa fazê-la sair da ilusão da pessoa.
Depois, vem o vazio ou o neant: a Vibração não está mais aí.
A consciência está instalada no Coração e ela está, de algum modo, madura para abandonar-se a si mesma.
E, aí, a Onda de Vida nasce.

Ela sempre nasceu, de toda a eternidade, mas devido à cessação das atividades inferiores do Coração (o mental), o lugar está livre para outra coisa.
A Unidade, como o Absoluto não podem estabelecer-se, se se pode dizê-lo, enquanto existe uma interrogação, uma atividade do mental.
É nesse sentido que as reuniões que vocês têm, às 19 horas [hora francesa] têm por objeto saturá-los de Vibrações e de levá-los à sua responsabilidade, à sua verdadeira Liberdade.

Apreenda que é exatamente isso que realiza o Arcanjo Uriel, nomeado Anjo da Presença e Arcanjo da Reversão.
Isso propiciará uma capacidade, maior, para estar à escuta e para superar o que se apresenta no olho da consciência.
Quando isso se produz, a refutação é automática, porque há a vivência disso.

Questão: eu tinha a certeza interior de que era capaz de aceitar, serenamente, a partida de um parente. Hoje, minha mãe está morrendo e, muito frequentemente, a tristeza oprime-me. Por que resta todo esse sofrimento em mim?

Por que você não se autoriza a viver esse luto, a viver essa perda, vivendo-a como uma perda?
Porque, para a ilusão, é uma perda.
Esse saco de alimento, que foi sua mãe, vai desaparecer, e você fica.
Há uma falta de algo.

Por que você impediria isso de manifestar-se?
Refutar não é impedir uma manifestação.
Crer-se forte, porque se vivem experiências de Si (ou do Si) é muito, muito rapidamente ultrapassado por esse gênero de perda, por esse gênero de desaparecimento.

O que isso mostra, sem qualquer culpa?
É que o Si não é Eterno.
Só o Absoluto é Eterno.
Se você é afetada, aceite olhar.

Você não tem que criticar.
Você não tem que recolocar, em algum lugar, mas, simplesmente, estar lúcida de que a morte remete-a à sua própria morte e, portanto, chama-a a encarar, de maneira brutal: o que é a morte?
Como você encara sua própria morte?
Se você aceita que o que morre não é você, mas, apenas, esse saco de alimento e sua consciência, sua mãe representou apenas uma projeção sincrônica de si mesma (ela no corpo dela) e a tradução de certo número de emoções que, desde o início, são efêmeras e não são reconhecidas como tal.

Há, portanto, uma dependência, um apego, um sofrimento, que é ligado à perda.
Isso a chama, simplesmente, a viver a experiência.
A ver isso.
O Si não pode, jamais, superar a morte (em todos os sentidos do termo).
Só o Absoluto faz isso.
Porque a vida e a morte são intimamente ligadas, na ilusão.

No Absoluto não há nem vida, nem morte.
Enquanto vocês não são capazes de amar sem a presença daquele que é amado, qual é esse amor?
Por qual razão haveria uma falta para aquele que é Amor?
De quem quer que seja ou do que quer que seja.

Os laços familiares dizem, efetivamente, o que eles querem dizer: são laços.
Esses laços tranquilizam vocês, porque eles criam um sentimento de perenidade, porque uma mãe pereniza-se em seu filho que, por sua vez, pereniza-se, ele mesmo, em outro filho.
Enquanto o conjunto representa apenas projeções.

Será que seu sofrimento vai durar além de um tempo?
Será que ele será o mesmo em seis meses?
Por vezes, sim, por vezes, não.
É a ruptura, o sentimento de perda que desencadeia isso.
Porque, quem é que crê que perdeu algo, se não é o ego?
Se você muda de olhar, verá que o que você É não sofre.

Por um momento transitório, você saiu da poltrona e entrou no papel do ator e da interação com outro ator.
Essa interação nada quer dizer, porque aquela que você amou, como mãe, aliás, é um ser que foi seu algoz.
Portanto, você está influenciada e marcada pelo instante, o instante do laço (aqui, chamado criação ou procriação).
Há, necessariamente, essa perda e o medo da perda, que é inscrito em você.
Porque aquele que sabe o que é a morte não pode ser afetado pela morte de um parente.
Ao contrário, se ele pensa na morte, deveria estar contente e feliz, porque ele saiu da ilusão, enquanto você ali permanece.

Onde vocês põem o amor?
Vocês o põem no laço e na dependência?
Ou, então, vocês o põem no fato de que um ser seja Liberado da limitação, do confinamento, da ignorância?
Isso prova, também, que você se coloca de seu ponto de vista, mas não do ponto de vista daquele que parte, não no sofrimento dele, mas na Liberdade dele a vir.

Vocês encaram a morte como uma perda.
Mas a morte é tudo, exceto uma perda.
Eu poderia responder-lhes que a vida é uma perda, aqui.
Sim, porque vocês perdem o Absoluto.
Aí está a verdadeira perda.

Enquanto vocês consideram que a perda de seu corpo, de um laço, qualquer que seja, afeta-os, isso assinala a personalidade, ou o Si.
Aquele que está, realmente, no Absoluto, sabe, muito bem, que a morte é um nascimento.
O verdadeiro nascimento.
Não aquele que os conduz a projetar-se nesse corpo no qual vocês habitam.

Vocês estão invertidos, porque esse mundo está invertido.
E vocês sofrem da inversão quando ela desaparece.
Aceite o sofrimento.
Viva-o.
Mas compreenda dele o sentido, o apego que está por trás.

Enquanto você é submetida a esse gênero de reação, aceite vê-lo, mas veja mais longe do que isso, porque isso traduz outra coisa que a simples perda afetiva daquela que a nutriu e a pôs no mundo.
É bem mais do que isso.
Enquanto, em outros países, a morte é uma festa.
Há tanto culto da personalidade e do efêmero nesse mundo, que vocês festejam os nascimentos.
Vocês se regozijam, quando uma alma é confinada novamente.
Vocês a querem, mesmo, como mãe, confinar almas, porque vocês estão sós.

Se vocês vão ao extremo dessa lógica, verão aparecer, claramente, as faltas, a necessidade de preencher-se de ilusões.

O instinto de reprodução, que chama à vida, é apenas um apelo à morte.
Vocês são Eternos e são Amor.
Por que travestir o Amor em qualquer nascimento?
Ou a perda de um amor em qualquer morte?

Conceitualizem e vivam que é apenas um ponto de vista e uma posição, e que, dessa posição, de onde vocês estão, decorre o sofrimento ou o não sofrimento.

O sofrimento não existe.
Quando você morre, será que você leva seu sofrimento?
Será que aquele que sofreu, no momento da morte, é capaz de levar o sofrimento, como as alegrias, aliás?

Enquanto vocês se colocarem, a si mesmos, no efêmero, qualquer que seja esse efêmero (um filho ou um pai, nesse corpo, que é o seu), vocês sofrerão, porque o efêmero é sofrimento.
Não é questão de renegar o sofrimento, mas de ver, claramente, o que se desenrola.

Você quer, simplesmente, que seus Samadhis e sua Alegria sejam alternâncias com o sofrimento?
Ou você quer não mais ser tributária de qualquer sofrimento?
O sofrimento não é, jamais, inevitável.
Ele é apenas ressonância com um ponto de vista.

Não se esqueça de que o sofrimento, antes de tudo, é um processo químico, quer esse sofrimento seja físico ou psicológico.

A consciência brinca de sofrer.
O Absoluto não pode sofrer.
Mesmo se esse corpo seja tocado.
E eu falo de experiência.
Aliás, a própria expressão, quando vocês dizem: «eu estou doente», «eu tenho um câncer», «eu tenho um luto», quem é que tem um luto, quem é que tem um câncer?
Esse corpo.
Não vocês.

Mas vocês estão tão apegados à sua pessoa que não veem nada mais que sua pessoa.

Coloquem-se a questão de porque vocês estão apegados ao efêmero, enquanto sabem que é efêmero e que o efêmero é sofrimento, necessariamente.
Perguntem a um bebê, se ele tem lembrança disso, se ele está feliz de estar ali.
Ele está feliz onde?
No ventre.
Mas não quando ele sai.

Perguntem a um morto, que está morto (mas não antes que ele morra, mas depois): será que ele está contente?

Portanto, vocês projetam, sem parar, seus quadros de referências em relação à sua falta.
Reflitam.

Se não houvesse lugar para a falta em vocês, por que manifestar qualquer sofrimento por aquele que é Liberado?
De fato, seu ponto de vista é egoísta.
Falta-lhes amor e, portanto, falta-lhes respeito por aquele que está no Amor, uma vez que ele parte, ou que ele partiu.

E vocês amam aquele que chega.
Do ponto de vista da pessoa e da lógica humana, familiar e social, é perfeito.
Do ponto de vista do Absoluto, é torcido.
É completamente ao inverso.
E é a Verdade.

O que vocês exprimem, quando a falta do outro os toma?
A falta de si mesmos, simplesmente, uma vez que o outro é você.

Então, é muito bonito falar de amor e dizer que tudo é Um e fazer a experiência disso.
E vem uma separação ou uma perda.
O que é que vocês manifestam?
O sofrimento.
A Alegria desapareceu.
Por quê?
Sempre similar: por causa da falta.
E a falta inscreve-se como uma subdivisão do medo porque aqui, sobre esse mundo em que vocês estão, vocês estão separados, divididos e sós.
Porque a personalidade vive isso.

Será que o Absoluto está só?
É impossível refletir assim.
O Absoluto não está nem só nem cercado.
Ele é Tudo.
No Tudo, não há falta.
São vocês que estão na falta.
E vocês procuram por toda a parte, alhures: pela espiritualidade, pela psicologia, por essa busca desenfreada de si mesmos e esquecem-se de que tudo já está aí.
E vocês mantêm o espetáculo.
O teatro é eterno.
Vocês voltam a atuar os mesmos atos, os mesmos cenários, os mesmos sofrimentos, de vida em vida.

Será que vocês são isso?
Será que vocês são esse efêmero, que se reproduz sem parar, com as mesmas faltas, os mesmos sofrimentos, os mesmos terrores?
É esse seu ponto de vista?
Reflitam.

Vocês não são o sofrimento.
Isso não quer dizer ignorar o sofrimento, mas não ser identificado.
Ele está aí.
O que é que ele mostra?
Não há porta de saída, aí tampouco, exceto o Absoluto ou a morte.
Mas vocês não podem refutar a vida ou pôr fim à vida, porque o Absoluto contêm, também, essa vida, invertida.

O Absoluto não é exclusão da vida, mesmo aqui.
É impossível.

Aí está o que diz a perda de um ser querido.
Qualquer que seja essa perda, é preciso ir além.
Porque o sofrimento apenas exprimirá, em definitivo, sempre e exclusivamente, a personalidade e suas faltas, suas frustrações, mesmo através do que é nomeado um laço de amor.
Isso não é a Liberdade.

Ousem ir ao outro lado, no qual está a Eternidade, no qual está a verdadeira Liberdade e a verdadeira Alegria, o Riso, para além de todas as circunstâncias dessa vida, desse corpo.

Cabe a vocês saber o que querem: manter o sofrimento ou ser Absoluto.
__________________
Compartilhamos estas informações em toda transparência. Obrigado por fazer do mesmo modo. Se você deseja divulgá-las, reproduza a integralidade do texto e cite sua fonte: http://www.autresdimensions.com/.

2 comentários:

  1. A esta altura da fala do Bidi, para os afinados com o Absoluto, mesmo que ainda não o vivendo em plenitude, já se pode dizer que existe os mecanismos efetivos da encarnação, centrados nos corpos (físico, etérico, emocional e mental), e existe a falsidade do falso, centrado no ego e seus derivados (eu, Si, Ser). Então, no que tange ao refutar (Não-Ser, sem negar), é claro que isto só se aplica aos corpos, pois que realmente existem, e não aos filhotes do ego, pois que estes não passam de reles farsa. Portanto, não se deve correr o risco de refutar o que efetivamente não existe, pois que isto só reforçaria tal crença (ou farsa, repetindo). Uma comprovação da existência desta coisa meio que anômala, que se acha existente, mas que nunca existiu de verdade, é que quando se vive o apenas acontecendo, tais anomalias já não aparecem de modo algum. É claro também, que este dito acontecendo deve igualmente ser refutado, pois que o Absoluto, embora estando em tudo, sempre estar além, que é a própria Vida Eterna. Eis alguns ícones desta presente MSG: "Feliz aquele que não crê mais em seus próprios pensamentos, porque ele está Livre <> O que pensa é o ator, é a marionete, não é aquele que puxa os fios e, ainda menos, aquele que está acima dos fios <> Nenhum pensamento confere a Liberdade, mesmo o mais iluminado. A Liberdade não está desse lado do véu, ela não está em qualquer razão, em qualquer explicação e, ainda menos, em uma compreensão, mas no simples fato de aceitar ver, sem julgar, honestamente, o que se desenrola <> Você sabe o que você quer Ser? Você sabe para onde vai? Sabe onde você se situa? Enquanto isso existe, você não pode encontrar nem ser Absoluto".

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  2. Onde vocês põem o amor?
    Vocês o põem no laço e na dependência?
    Ou, então, vocês o põem no fato de que um ser seja Liberado da limitação, do confinamento, da ignorância?
    Isso prova, também, que você se coloca de seu ponto de vista, mas não do ponto de vista daquele que parte, não no sofrimento dele, mas na Liberdade dele a vir.

    Vocês encaram a morte como uma perda.
    Mas a morte é tudo, exceto uma perda.
    Eu poderia responder-lhes que a vida é uma perda, aqui.
    Sim, porque vocês perdem o Absoluto.
    Aí está a verdadeira perda.

    Enquanto vocês consideram que a perda de seu corpo, de um laço, qualquer que seja, afeta-os, isso assinala a personalidade, ou o Si.
    Aquele que está, realmente, no Absoluto, sabe, muito bem, que a morte é um nascimento.
    O verdadeiro nascimento.

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