Mensagem publicada em 21 de
julho, pelo site AUTRES DIMENSIONS.
Meu nome é IRMÃO K.
Irmãos e Irmãs,
estabeleçamo-nos na Comunhão.
... Partilhar da Doação da Graça...
Eu vim a vocês, hoje,
para tentar exprimir o que é, a priori,
complexo, mas que espero, através de nossa Comunhão, as Vibrações e as palavras
que vou empregar, permitirão simplificar.
Vamos abordar o tema
da não percepção que leva, como sempre, de início, a definir o que é a
percepção e em qual quadro ela se inscreve, em relação à consciência e em
relação à vida, tal como vocês a conhecem e tal como ela é.
A consciência em
encarnação, qualquer que seja, baseia-se na experiência, em sua própria
percepção; ela se baseia em certo número de elementos que lhe permitem
interagir, permanentemente, com ela mesma e com o conjunto de viventes sobre
este mundo.
A consciência vai,
portanto, apresentar certo número de atributos que vão decorrer de certo número
de eixos, mais ou menos presentes, mais ou menos importantes.
O primeiro desses
eixos concerne à concepção, e entendo por concepção tudo o que pode ser um modo
de interação, no sentido amplo, e que é oriundo, diretamente, de mecanismos do
pensamento, de mecanismos de adesão a crenças, assim como ao conjunto de experiências
da encarnação que imprimiram, no ser, certo número de elementos.
Vem, em seguida, a
percepção.
A percepção é a
capacidade da consciência para receber e emitir certo número de elementos que permite
a ela, através dos sentidos e, para alguns, além dos sentidos, receber certo
número de sinais que vão, de maneira inevitável, encontrar-se em interação, em
um primeiro tempo, com a própria percepção, a concepção e a percepção que está,
portanto, na interação.
Ao nível da concepção, podemos fazer entrar tanto a
educação como a própria sociedade, a própria cultura, o meio cultural, o
conjunto de emoções, o conjunto de experiências que foram realizadas desde o
aparecimento nesse mundo, seja nessa vida ou no que é nomeado, correntemente,
outras vidas.
A problemática é que a consciência do ser humano em
encarnação apresenta certo número de filtros.
Esses filtros foram nomeados de Véus.
Esses Véus que podem
ser, em um primeiro tempo, como facilitadores ao acesso a outra coisa que não o
que é visível ou percebido, pelo comum dos mortais, não são menos, como vou
tentar explicar e demonstrar, do que um filtro que modifica, certamente, a
percepção, que dá a ver o que é invisível para os sentidos, mas que não é menos
colorido, ele também, por suas próprias concepções, suas próprias ideias, suas
próprias organizações, Internas e, também, sociais.
Eu falarei, portanto,
da percepção estreita, no sentido em que é a percepção correspondente aos
sentidos habituais e comuns de todo ser humano, mais ou menos aguçada, mais ou
menos evidente, ainda que apenas, por exemplo, para a audição na qual, no plano
estritamente físico, existem, é claro, tanto déficits de audição como uma
audição que é qualificada de absoluta, o ouvido absoluto.
A consciência evolui,
portanto, e manifesta-se por um mecanismo que foi nomeado projeção, essa
projeção que permite a interação e é essa projeção da consciência, em um determinado
ambiente, que vai dar as percepções.
Percepções
sensoriais, percepções ligadas às concepções inscritas tanto no humano como na
sociedade.
Da interação, por
exemplo, da concepção do humano e da concepção da sociedade, resulta uma
adequação ou uma inadequação do humano em relação ao seu ambiente.
A percepção pode,
também, recorrer ao que eu nomearia a percepção expandida.
É aquela que eu lhes
descrevi por tê-la vivido, no momento de um choque vivido em minha encarnação
passada.
Essa percepção
expandida ultrapassa o quadro dos sentidos, ultrapassa, portanto, o quadro
usual, e vai traduzir-se por uma amplificação da percepção, que ultrapassa,
amplamente, os quadros usuais e que se dirige, de algum modo, a um maravilhoso,
uma vez que ele era invisível na percepção estreita.
A percepção expandida
faz-se em um modo não sensorial, mas extrassensorial, que pode recorrer,
eventualmente, a sentidos mais sutis do que aqueles que lhes são conhecidos
como, por exemplo, a clarividência, a clariaudiência, a clarissenciência, a
intuição.
Essa percepção
expandida dá, portanto, acesso ao que é qualificado de invisível ou de não
percebido pelos sentidos comuns.
Não se esqueçam de que
a percepção estreita – como a expandida – vai, necessariamente, encontrar-se
confrontada às suas próprias concepções, ou seja, às suas próprias ideias, aos
seus próprios pensamentos, às suas próprias experiências e às suas próprias
construções mentais e, também, emocionais.
A percepção estreita,
como a percepção expandida, correspondem, ambas, a projeções da consciência que
adquirem, no retorno, um sinal que pode ser ela também e, sendo,
necessariamente, filtrado pelas concepções e, também, pelos diferentes filtros nomeados
corpos sutis que permitiram, eles mesmos, justamente, perceber o que era,
portanto, não visível, não percebido na percepção estreita.
Tanto uma como a outra
são, portanto, condicionadas e condicionantes.
Elas não estão livres
da interferência da consciência, não estão livres do julgamento, não estão
livres do livre arbítrio, mas inscrevem-se de acordo com um princípio chamado
evolução, específico desse mundo.
Toda concepção, tanto
estreita como expandida, vai modificar os véus que, justamente, permitiram essa
percepção.
O primeiro dos véus
concerne, obviamente, ao que eu nomearia o afeto ou o afetivo, em seu sentido o
mais amplo, que corresponde ao corpo astral, ao corpo emocional ou, se preferem,
ao corpo de desejo.
Como resultante, pode-se
dizer que, tanto o que é visto na percepção limitada como na percepção
expandida decorre, de certa maneira, da qualidade do corpo de desejo, da
presença dele, da rarefação dele, mas, também, do que constituem as concepções
que interagem com esse corpo de desejo chamado o corpo mental ou o véu mental.
O véu mental é
constituído de crenças, de ideias e de experiências que permitiram moldar, construir,
diretamente, a personalidade, dando a ela um quadro de referência e de ajuste
ao ambiente.
O ambiente que é, ele
mesmo moldado, através da cultura, da educação, da experiência vivida junto aos
pais e de diferentes relações construídas, tem a fazer com que a mesma
realidade desse mundo não se traduza pelo mesmo real, no sentido da concepção,
para cada Irmão e cada Irmã.
A diversidade de
crenças, de ideias, de emoções e de afetos traduz, indiscutivelmente, esse
princípio, e é o que faz a diversidade, a riqueza do que é nomeada a vida desse
lado em que vocês estão.
Nenhuma dessas
percepções dá conta da Verdade absoluta ou do real.
Frequentemente, foi
dito que o invisível não era a verdade nesse mundo, e que o que era visível
para os olhos, para os sentidos ou para as percepções era apenas filtrado e
confrontado, de algum modo, às suas próprias experiências.
Assim é, por exemplo,
do que é nomeado o sentir.
Muitos Irmãos e Irmãs
confiam em seus sentires, sem imaginar, um segundo, que esse sentir passa, ele
também, pelos filtros do véu astral e do véu mental e, portanto, ele também,
submisso a uma dualidade inexorável, uma vez que existem coisas – e vocês sabem,
pertinentemente, disso – que lhes parecem corretas, que lhes parecem incorretas,
que lhes parecem boas ou que não lhes parecem boas, para vocês ou para o outro,
mas, sempre, em relação a um sistema de filtros ou de véus ligado às ideias, às
crenças, à educação e ao sistema social.
Aparece, agora e já,
que, tanto a percepção estreita, como expandida, é alterada pela própria
interação existente nesse mundo.
A questão que se
coloca é, portanto, saber se a percepção – como a concepção – pode aplicar-se,
obviamente, para além das leis e das interações desse mundo.
A resposta, através
do que vocês vivem, através do que vocês têm lido, leva-os a pensar e a viver
que isso não é verdade.
O sentir de um não é
o sentir do outro.
E, no entanto, o que
é observado pode ser, estrita e exatamente, o mesmo objeto, a mesma
consciência, a mesma energia, o mesmo evento, que pode traduzir-se, para um
Irmão e outro Irmão como ao oposto.
Dito em outros
termos, o que é bom para um não é bom para o outro.
Pode-se,
razoavelmente, vislumbrar que isso é assim em outros lugares.
E pode-se afirmá-lo,
e é o que vou tentar desenvolver, que, enquanto existe uma percepção, enquanto
existe uma concepção, enquanto o que é nomeado de véus ou corpos sutis está
presente, nenhum elemento puxado à consciência pode ser exato, porque ele é,
como acabo de explicar, colorido pela presença desses ditos véus, desses ditos
corpos sutis, mesmo no que concerne às coisas não visíveis, ou seja, na expandida.
A concepção, em si
mesma, é oriunda do conjunto de crenças de tudo o que foi experimentado ou daquilo
a que vocês, eventualmente, tenham aderido, sem mesmo colocarem-se a questão de
saber porque vocês aderiram a tal crença, porque ela lhes parecia correta, mesmo
se não existisse sentir associado, nem percepção associada.
Assim é a história do
gênero humano sobre esse mundo, na qual se traduz, nesse nível também, uma
espécie de filiação, confinante e alienante, que os priva da Liberdade.
Tudo o que é
conhecido, tudo o que é provável e experimentável referir-se-á, sempre, apenas
ao seu próprio ponto de vista, como foi dito, ou seja, aos seus próprios
filtros, e seus filtros não são os mesmos que os de um Irmão ou uma Irmã e, no
entanto, nós somos, todos, Um.
Então existiria, além
da percepção estreita, como expandida, além das concepções, além do afetivo e
das emoções, algo que permitisse superar seus limites, de algum modo, e
permitir aceder a um Ilimitado, no qual haveria, se não uma mesma finalidade, ao
menos um mesmo suporte ou um mesmo elemento que fosse e que, portanto, tocasse
o que se chama o princípio da Unidade?
Enquanto os véus
estão presentes (mesmo se eles lhes dão a ver o que é dito invisível para os sentidos),
vocês permanecem e continuam condicionados por suas próprias concepções:
ideias, cultura, educação, experiências pessoais, experiências de vida passada.
Será que, nesse
sistema que é referenciado a um passado, a uma experiência, pode-se encontrar
uma objetividade total?
Isso é, estritamente,
impossível.
O que é exato para
você não é exato para o outro.
E penso que não
haverá ninguém para contradizer-me, concernente tanto ao que vocês nomeiam o
Amor como a Luz, como às religiões, como aos sistemas sociais e, mesmo, em dois
indivíduos extremamente próximos, não existe, de maneira infalível, a mesma
percepção, a mesma concepção.
Pode-se, portanto, perguntar-se,
muito legitimamente, se a própria percepção, mesmo a mais expandida possível,
como as concepções as mais vastas possíveis, não são obstáculos a algo mais,
uma vez que toda percepção, toda concepção, todo afeto, toda emoção vão induzir
uma forma de reação no indivíduo encarnado, que é o modo de expressão normal da
encarnação, que se pode chamar, da maneira a mais ampla possível, Ação/Reação.
O fato de perceber ou
de conceber é, portanto, uma ação, a reação que se traduz pelo ajuste ao que é
percebido, ao que é concebido, ao que foi a experiência pessoal.
Daí decorrem todas as
incompreensões existentes nesse mundo.
A maior parte dos
seres humanos evolui segundo os princípios de crenças.
Há algum tempo, eu havia
explicado o papel da imagem, o papel da visão.
O que eu digo, hoje, supera,
amplamente, o âmbito visual.
Vocês todos sabem,
também, que, nos sentidos mais sutis, como a audição, a mesma música, a mesma
voz pode parecer-lhes agradável ou desagradável, ou indiferente, e, no entanto,
de maneira objetiva, o som, a música que é emitida é, exatamente, a mesma, no
plano físico.
Mas o resultado, ao
nível de um indivíduo, pode ser, aí também, estritamente, ao oposto de um como do
outro.
A percepção pode
parar?
As concepções podem
parar?
Eu entendo por parar,
não desaparecer, uma vez que elas são a base da consciência em encarnação, e a
encarnação, em si mesma, é apenas um jogo de interações.
Existe um meio,
portanto, de pôr fim aos filtros, de pôr fim à percepção estreita como
expandida, de pôr fim às concepções e de pôr fim aos afetos e às emoções?
A resposta é,
seguramente: sim, é ser Absoluto.
Obviamente, vocês
sabem que nada se pode dizer do Absoluto e, em minha vida, eu dizia a alguns
interlocutores que aqueles que me falavam assim, obviamente, jamais haviam atravessado
o Rio para ir ao outro lado.
E, obviamente, enquanto
vocês não atravessaram o Rio, não têm qualquer possibilidade, pelas percepções,
pelas concepções, mesmo se sua concepção aproxime-se da Verdade e do real da
Outra Margem, vocês não têm qualquer experiência disso, e isso permanece ao
nível da crença, ou da adesão a um dogma.
Tudo o que não é, portanto,
experimentado, realmente, por si mesmo, não apresenta qualquer sentido nem qualquer
realidade em relação à percepção e à concepção, o quer dizer que permanecem,
mesmo se estão estarrecidas.
Existiria, portanto,
uma concepção estreita, oriunda do que vocês têm vivido, ou daquilo a que aderiram
nesse mundo, por sua experiência, seus afetos e suas emoções.
Existe, do mesmo
modo, uma concepção expandida que se poderia chamar de ideais, mas esses próprios
ideais, mesmo os mais nobres, como uma aspiração ou uma tensão para um futuro
melhor ou sublimado, não são em nada uma experiência vivida.
Essa concepção
expandida, qualquer que seja o ideal, mesmo o Amor, o carisma, a compaixão ou a
Idade de Ouro, permanecem apenas projeções, mesmo mais amplas, é claro, do que
as concepções estreitas que regem, por exemplo, as regras morais, sociais,
políticas de sua sociedade.
Ter um ideal,
efetivamente, expande a concepção porque, a partir daquele instante, vocês não
estão mais rigidificados em mecanismos ligados à experiência passada, mas vocês
tentam criar, realmente, um mundo melhor.
Mas esse mundo
melhor, quer vocês queiram ou não, mesmo apoiando-se em conceitos ideais como o
Amor, poderá apenas ser tingido por seus próprios filtros, suas próprias
experiências, e chocar-se-á, de maneira forte, ao que está estabelecido na
sociedade, na rede social ou no grupo social, como algo de imutável.
A novidade e a busca
de novidade que vocês podem aplicar em relação a um mundo melhor será, definitivamente,
apenas função de sua própria experiência, ou seja, de sua própria consciência,
quer essa consciência, aí também, seja do eu ou aquela do Si, quer ela seja, aí também, estreita ou expandida.
Tanto uma como a
outra, estritamente, nada mudam.
Então, existe um meio
de ir além de tudo isso?
O paradoxal é que é
necessário cessar a percepção, cessar a concepção, cessar as emoções e o
afetivo para desembocar no que sabem não ser possível, como uma passagem ou
experiência, mas como estado final, nomeado Absoluto.
Nós demos a vocês elementos,
elementos sobre os quais nós temos insistido, como Pilares do Coração.
Dois deles, nomeados
Humildade e Simplicidade, foram-lhes muito amplamente explicitados, mas a
Humildade e a Simplicidade, como concepção, não bastam para superar a concepção
expandida, mas vão fornecer um quadro que eu chamaria de mais vasto, que permite,
talvez, superar esse quadro.
Apenas a
Transparência é que pode permitir, na ausência de percepção e de concepção, não
mais projetar a consciência e colocar-se para além do sujeito-objeto e,
portanto, na distância necessária entre um sujeito e outro sujeito, um sujeito
e um objeto, entre um objeto e outro objeto que são definidos pelo que foi
nomeada uma localização precisa, uma forma precisa, uma densidade e um conjunto
de características físicas extremamente precisas que definem, aliás, o que é o
objeto.
Isso é um pouco mais
difícil para o sujeito, mas é perfeitamente realizável, do mesmo modo, por
aproximações, diversas e variadas, que existem tanto ao nível filosófico, como
sociológico, como espiritual, mas que são apenas referências a um quadro,
experimentado ou experimentável, e que permitem, de algum modo, desembaraçar-se,
nesse mundo, no qual nós evoluímos quando estamos encarnados.
O que eu quero falar-lhes,
estritamente, nada tem a ver com o que é definido.
E, como vocês sabem,
nós não podemos falar do Desconhecido. Nós não podemos falar do Absoluto.
Mas, se há um
elemento sobre o qual eu posso desenvolver é, efetivamente, a Transparência,
porque a Transparência, quando é adotada, vai desembocar, muito precisamente, na
não percepção e na não concepção, ou seja, de algum modo, uma extração do modo
de interação da consciência comum (como expandida).
Isso passa, obviamente,
pelo silêncio sensorial.
Isso passa, obviamente,
pelo distanciamento de suas próprias crenças, de suas próprias ideias, de seus
próprios pensamentos, assim como de seus próprios afetos e de suas próprias
emoções, o que poderia chamar-se, em um primeiro tempo, uma forma de desidentificação
ou de despersonalização, com todos os seus componentes negativos, tais como o
concebe, por exemplo, a psiquiatria, uma vez que, obviamente, assim que a
despersonalização esteja presente e não exista mais relação ao mundo da
satisfação, os termos de diagnóstico caem como, por exemplo, na psicose ou no
autismo.
Mas eu não me dirijo,
obviamente, a esse lado psiquiátrico, mas, efetivamente, a seres humanos
sensatos, que têm sido sensatos ao buscar, de algum modo, um sentido para sua
vida, algo diferente, e que é seu caso, se vocês me leem ou se me escutam.
Então, como superar a
percepção, como superar as concepções?
Bem, convém, já, colocar-se
fora do sujeito e do objeto, tornar-se, de algum modo, o observador, o que foi
nomeado como imutável.
A Transparência
permite isso, porque ela não vai negar o que é percebido, não negar as
concepções, mas, amplamente, transcendê-las, superá-las, para ir bem além do
que está inscrito, tanto na estreita como na expandida.
Apenas a partir desse
momento é que vocês podem, efetivamente, ir para a outra margem.
Não existe caminho
para ir para ali, existem apenas meios que podem fazer cessar o que é
conhecido, o que é limitado, o que é da ordem da experiência.
Os véus estão aí
desde a encarnação.
É claro, essas camadas
isolantes, uma vez que se encontram, como vocês sabem, ao nível do Sistema Solar,
foram, muito amplamente, cortadas, ou mesmo, algumas delas, ao nível coletivo,
foram dissolvidas.
Agora, justamente, o
que pode permitir-lhes dissolver seus próprios véus?
Bem, é preciso, já, aceitar
que vocês nada podem perceber através da própria consciência, e nada conceberem
através da consciência ou da experiência concernente à Outra Margem.
Assim, portanto,
numerosos princípios foram-lhes comunicados, explicitados, como a refutação, a
investigação.
E eu não voltarei a
isso, é claro, esse não é meu papel.
A Transparência, eu a
descobri, e ela prossegue, de algum modo, uma aptidão específica, ligada às
condições de minha reencarnação em minha última vida, mas, também, pela
capacidade de ser absorvido pelo que eu observava e, ao mesmo tempo, pela
vontade de não interferir.
Era, efetivamente, uma
vontade pessoal de não interferir com a percepção e, ainda menos, com as
concepções.
Isso necessita ser
Livre de todo julgamento, necessita ser Livre de tudo, a priori, e antes de tudo, liberar-se de toda crença, de toda
adesão aos próprios afetos, às próprias emoções e à sua própria história.
Esse processo de
abstração ou de extração de si mesmo, eu repito, não é uma despersonalização,
mas vai dar-lhes a poder experimentar a Transparência.
A Transparência é,
muito exatamente, o instante que se produz quando não existe mais a concepção,
quando não existe mais a percepção.
Isso quer dizer que a
percepção foi empurrada até o seu extremo, essa percepção expandida que lhes dá
a ver o milagre da vida, que lhes dá a ver o invisível e a percebê-lo,
senti-lo.
Mas como eu o disse,
todo sentir é, necessariamente, marcado por seu próprio julgamento de valores, por
sua própria escala de referência que lhes é própria, eu repito.
Nenhum ser humano
encarnado possui uma escala de valor, de referência ou de julgamento que seja a
Verdade, uma vez que existe, em seu nível, como ao nível de cada Irmão e Irmã, apenas
uma verdade relativa.
A Verdade absoluta
situa-se bem além das capacidades desse mundo, bem além se suas capacidades de
percepção, de concepção, de afeto ou de emoção.
Há, portanto, um
processo que poderia aparentar-se, nesse nível, como um disparate, porque a
consciência consciente dela mesma não pode imaginar, nem mesmo supor que seu
desaparecimento possa dar acesso à Verdade ou ao Absoluto, tanto mais que certo
número de princípios de preservação é onipresente, vocês os conhecem.
Trata-se de
condicionamentos desse corpo, como do conjunto dos condicionamentos ligados à
educação.
A educação confina-os,
ela não os torna Livres, porque ela os induz às crenças.
Tudo isso representa
ideologias, mesmo nas matemáticas que dão conta da explicação desse mundo.
Mas essa explicação
permanece ao nível da ideia, ela pode permitir a exploração da ciência e da
tecnologia, mas, em caso algum, pode dar-lhes acesso à vivência de sua
consciência, para além de toda consciência.
O elemento essencial é
a Transparência, e eu volto a isso.
Passar da percepção estreita
à percepção expandida vai transcender os sentidos habituais para dar-lhes
acesso ao que é chamado o suprassensorial ou o extrassensorial, o
suprassensível, porque estes não são percebidos pelos sentidos, mas por outros
mecanismos, quer vocês os nomeiem chacras ou projeção sutil, de diferentes
véus, de diferentes camadas isolantes do ser humano.
A partir do instante
em que vocês aceitam que do conjunto de seus sentires, que do conjunto de suas
percepções, que do conjunto de suas concepções decorrem, finalmente, apenas de seus
diferentes filtros pessoais, a partir do instante em que vocês cessam de
interagir ou de querer agir no que é visto, percebido e concebido cria-se, no
interior da consciência, um estado de neutralidade.
Esse estado de neutralidade
pode, geralmente e, sobretudo no que vocês vivem atualmente, permitir-lhes
encontrar realidades ultrassensíveis.
Os melhores exemplos
e o último, em data, concernem ao Canal Mariano, à Onda da Vida ou, mesmo, ao
Supramental.
Mas isso não basta.
Foi-lhes falado e
explicitado, em numerosas vezes, o princípio do Abandono do Si, que lhes especifica
que os Quatro Pilares, Infância, Integridade (Ética, se preferem), ou, ainda, para
além da personalidade, a Transparência, a Humildade e a Simplicidade eram, de
algum modo, guias, trilhos que iam permitir-lhes superar as regras, quaisquer
que fossem e, sobretudo, seus próprios filtros.
No momento em que se
produz a percepção expandida, qualquer que seja a forma tomada, seja através do
Canal Mariano, seja através da clarividência, seja ao nível da intuição ou do sentir
indefinível que não se exprime, necessariamente, por uma clarividência, uma
clarissenciência ou uma clariaudiência, mas, bem mais, por um lado que eu
qualificaria de instintivo, ou seja, o próprio corpo pode reagir ao que é bom
para ele e ao que é mau para ele, disso, todos nós sabemos.
Mas vocês não têm qualquer
prova (e, aliás, ela não pode existir) de que o sentir, instintivo ou visceral,
que os ajuda na vida desse mundo, seja uma ajuda para aceder ao Absoluto, bem
ao contrário.
A partir do instante
em que dão vez aos seus sentires, vocês se afastam do Absoluto, porque aderem à
sua história, aderem à sua experiência, às suas percepções, às suas concepções
e ao seu instinto.
Isso pode ser-lhes extremamente
útil para desembaraçarem-se nessa vida, mas não lhes permitirá, em caso algum,
passar ao outro lado e ir para a outra margem.
Vocês devem, portanto,
renunciar.
Vocês devem, portanto,
a um dado momento, para além de qualquer percepção, pôr em movimento um
mecanismo que vai dizer-lhes: «basta», e isso se chama, de algum modo, a Maturidade.
Essa Maturidade vai
mostrar-lhes, de maneira muito mais geral, que a dualidade, que o carma, a
ação/reação, que a encarnação nesse mundo não podem, em caso algum, dar conta do
que vocês São.
É claro, cada Irmão e
Irmã não chega a essa Maturidade no mesmo momento; a problemática é que a
Maturidade, agora, é um processo coletivo e que não concerne ao seu indivíduo
nem a uma pessoa, mas, efetivamente, ao conjunto deste Sistema Solar, que vem
ao seu encontro.
Então é, portanto, de
algum modo, urgente, encontrar o que sempre esteve aí,o que jamais desapareceu,
para além, justamente, de seus filtros, de suas experiências, de suas
concepções, de suas percepções e de sua própria Consciência.
É claro, a percepção estreita
e a percepção expandida correspondem, de algum modo (e em todo caso são sobreponíveis),
à passagem do Eu ao Si, ou seja, do estado humano comum, no qual circula uma
energia vital, ao que foi nomeado o Supramental ou o Vibral, que lhes dá a
descobrir certo número de características novas, cujos nomes foram múltiplos no
curso desses anos.
Houve, de algum modo,
um aprendizado que levou a Consciência a passar de algo de estreito para algo de
expandido.
A partir do instante
em que, qualquer que seja, eu repito, o sentido ou o que está além dos
sentidos, que dá a perceber essa percepção expandida, há um momento em que é
necessário fazer cessar tudo isso, porque nada de tudo isso os levará ao bom
porto, e tudo isso apenas manterá um confinamento, mesmo se certo número de
elementos permitam-lhes extrair-se dele, através da Alegria, através do Samadhi e através da experimentação,
seja do Kundalini, do despertar dos
chacras ou, ainda, da Onda de Vida, porque em tudo isso, há um observador.
A Onda de Vida
apresenta uma especificidade porque, a um dado momento, no Abandono o mais
total do Si, vocês podem tornar-se a Onda de Vida e, portanto, Ser o que vocês
São, de toda a Eternidade, ou seja, Absoluto.
Qual é, portanto, o
mecanismo, que não é uma passagem, mas que permite passar de uma percepção
expandida para a não percepção?
Bem, é justamente a
Transparência, coisa que eu manifestei, desde minha mais jovem idade, antes
mesmo de ter acesso à percepção expandida.
A Transparência
consiste em deixar-se atravessar, em não interferir, não interagir com o que
quer que seja.
Isso se junta, em
parte, ao princípio da não dualidade que vocês encontram, por exemplo, tanto no
Hinduísmo ao nível da Advaita, como
vocês encontram no Sufismo original
ou, ainda, no Budismo original e não mais organizado porque, assim que há
organização, assim que há estruturação, há concepção e há perda da expansão. E
isso é uma constante.
Nenhuma tecnologia, dado
que baseada no que é perceptível, ou que é conceituável, pode permitir-lhes, aí
tampouco, aceder a outra coisa que não o Si.
A Transparência da
qual eu falo é um estado que se poderia qualificar de Vacuidade.
É o momento em que
toda percepção vai apagar-se, no qual toda concepção vai apagar-se.
É bem mais do que a
meditação.
Os estados de
Alinhamento, que vocês vivem desde, para alguns, numerosos anos, são destinados
a fazê-los ir para isso.
Alguns entre vocês,
hoje, vivem momentos em que a Consciência está como que ausente, sem que isso
seja do sono, propriamente dito, mesmo se ele seja sobreponível.
É nesse nível que se
situa a Transparência, no momento em que há, de algum modo, uma obliteração da
Consciência, uma obliteração dos sentidos, uma obliteração da percepção, das
concepções, das emoções e dos afetos.
É, muito precisamente,
nesse instante – que os faz sair de todo tempo, ou seja, da linearidade
passada, presente e a vir, que os faz sair de todo sentir – que se encontra a
solução.
Enquanto vocês permanecem
ao nível do sentir, continuam sua história pessoal, e não podem ter acesso à
sua história imortal, à sua Eternidade.
Isso é uma constante.
Dar-se conta disso é
a Maturidade.
Dar-se conta disso é
depor as armas e é Abandonar o Si, mas isso apenas pode produzir-se quando há
uma forma de saturação, tanto dos sentires como das percepções, tanto estreitas
como expandidas.
É o momento em que
vocês não aceitam ter qualquer autoridade exterior, referir-se a qualquer modelo,
a qualquer mestre, a qualquer ideologia, a qualquer crença, a qualquer ser
humano, como a qualquer ser espiritual.
E, aliás, os
princípios – que se realizam pelo Canal Mariano, para aqueles que o vivem – de Comunhão,
de Fusão têm um único objetivo: a Dissolução e, portanto, a Transparência.
É, portanto, a
cessação completa da interação com esse mundo, visível ou suprassensível, que
conduz ao fim da experiência e ao fim da separação, ou seja, à Liberação.
Nós os temos, portanto,
conduzido – e isso já foi exprimido – a perceber algo de expandido, a penetrar
uma realidade ultrassensível ou suprassensível, tanto mais que, ao nível
coletivo, os planos ditos sutis e os planos multidimensionais aproximaram-se de
vocês, até dar-lhes a perceber a presença, tanto de desencarnados liberados
como de seres espirituais.
E lembrem-se, como
foi dito, de que não é o lado sensacional de entrar em contato com isso que faz
com que vocês superem a percepção, mas, efetivamente, a própria interação, que desemboca
em algo bem mais vasto.
Assim, portanto, não
é do seu ponto de vista nem do ponto de vista de uma entidade arcangélica, de
uma Estrela ou de um Ancião, que se realiza essa alquimia, mas, efetivamente, na
interação que se joga, na qual, justamente, a distância desaparece, na qual, justamente,
o sujeito desaparece, na qual os sujeitos podem, mesmo, tornar-se
intercambiáveis, que lhes dá a viver o que é nomeada a Transparência porque,
para ser o outro, é necessário, efetivamente, que você esteja vazio, quaisquer
que sejam os nomes que vocês empreguem, seja um princípio de Dissolução, de
Fusão ou, ainda, algo chamado o Walk-in.
Tudo isso participa
de uma única coisa: fazê-los descobrir e aceitar a imortalidade, ou seja, o que
vocês São, no Absoluto.
A não percepção não
é, portanto, uma ação de recusar a percepção.
É, efetivamente, ir
através dela, aceitar não mais interagir com o que é percebido e ir além do que
é percebido, do mesmo modo que é necessário ir além do que é concebido, além de
suas próprias experiências, de seus próprios afetos, de suas próprias emoções e
de seus próprios sentires.
Enquanto existe um
sentir, vocês não estão Livres.
Enquanto existe uma
concepção, vocês não estão Livres.
Enquanto existe uma
interação, vocês não estão Livres.
Tudo o que nós temos
conduzido juntos – e que vocês têm conduzido sobre esta Terra – permitiu-lhes,
para muitos de vocês, viver o Si, aproximarem-se, de algum modo, de um estado
suprassensível, que lhes dá acesso a concepções expandidas e a percepções
expandidas.
Mas mesmo isso deve
desaparecer.
Apenas no
desaparecimento completo de todos os véus, de todas as interações e de todas as
projeções é que se situa o Absoluto.
E isso passa,
necessariamente, pela Transparência.
Essa Transparência
não é, absolutamente, uma regra moral de conduta, de personalidade a
personalidade, mas, efetivamente, a Transparência da não percepção, da não
concepção, que faz desaparecer todos os sinais, não recusando vê-los, uma vez
que, em alguns casos, é, justamente, aceitando ver o que vocês recusaram ver
que vocês passam através da percepção e da concepção.
Não se trata de renegar
as sombras ainda presentes, mas, efetivamente, de atravessá-las e não mais
analisá-las, se há delas em vocês.
Aceitar ver-se face a
face faz parte da Transparência.
Não é uma
Transparência que se define em uma interação, no sentido horizontal (seja ao
nível de um grupo social ou de dois indivíduos, mesmo os mais religados pela
paz ou pela guerra), mas, efetivamente, na aceitação disso, que se situa a
Transparência que permite desembocar na não percepção e na não concepção.
Enquanto vocês
inter-reagem nesse mundo, enquanto inter-reagem com sua história, enquanto
inter-reagem com seus sentires, vocês não estão Livres, porque estão
condicionados, mesmo se esse condicionamento possa parecer como cada vez mais solto,
progressivamente e à medida que vocês passam da percepção estreita para a
percepção expandida.
Se vocês chegam a apreender,
além das palavras, o que eu lhes digo, vai tornar-se cada vez mais evidente que
a solução está aí, e ela se chama a Maturidade, que não decorre de uma
experiência, mas que, justamente, decorre da saturação de experiências.
A partir do instante
em que vocês chegam a compreender e a viver que toda experiência da Consciência,
finalmente, não os Libera, mesmo se ela os realiza, então, naquele momento,
vocês estão prontos para viver a Maturidade.
Desatar-se das afeições,
desatar-se das emoções, não para desviar-se delas, mas, efetivamente, para
atravessá-las (atravessá-las não quer dizer analisá-las e, ainda menos, vivê-las,
mas, simplesmente, atravessá-las), então, naquele momento, vocês constatarão
que o conjunto de seus sentires, que o conjunto de suas concepções e de suas
percepções concernem tanto a esse corpo como à sua Consciência que, nesse
mundo, desaparecem, inteiramente.
Naquele momento,
vocês estão na outra margem.
Para retomar o que dizia
UM AMIGO, na outra vez, é a posição do observador que observaria um grupo de
humanos.
Ou, para retomar o
que dizia BIDI, é passar daquele que observa a cena do teatro para aquele que
sai do teatro para ver que não há teatro.
Enquanto isso não é
realizado, vocês estão em uma verdade relativa, e essa verdade relativa vai
fazê-los considerar que tudo o que escapa de seu campo de percepção, de seu
campo de concepção, de seu campo de afeto e de emoção, como ao seu sentir não
existe, simplesmente, e, de seu ponto de vista, vocês terão razão.
Eu repito, apenas a
Maturidade é suscetível de fazê-los aceitar a não percepção, a não concepção e,
para isso, é necessário tornar-se Transparente.
A Humildade e a
Simplicidade permitem-lhes chegar a essa Transparência, que não é mais uma
regra moral nem social, nem de relação, porque a Transparência aplicada a uma
relação seria, ainda, apenas um jogo de enganos, ligado à interação, que põe em
jogo afetos, emoções, concepções e percepções.
A parada de todo
sinal, como a parada de toda interação, como a parada de toda projeção, como a
parada de toda interiorização ou exteriorização vai levá-los a esse ponto de
ruptura de equilíbrio que os faz passar, instantaneamente, para a outra margem.
A não percepção não
é, portanto, a parada nem da cognição, nem das percepções, mas, efetivamente, sua
suspensão, que permite sair, real, concreta e definitivamente da ação/reação.
Obviamente, a pessoa
não é, absolutamente, concernida por isso.
Obviamente, nenhuma
lei cármica, social, moral, espiritual, filosófica ou psicológica é de qualquer
interesse para viver isso.
Bem ao contrário.
É a superação e a
transcendência de todos esses elementos que vocês têm vivido, conhecido,
experimentado, inscritos ao nível consciente ou inconsciente, que cessam.
A não percepção dá-lhes
a viver, portanto, de algum modo, a Essência do que vocês São.
Enquanto isso não é realizado,
vocês não estão Liberados.
É claro, nós sempre
dissemos que a Liberação concerne ao conjunto da humanidade, e que esse momento
estava inscrito na boa vontade da Terra, assim como nos ciclos astronômicos.
Inúmeras Estrelas intervieram,
nesses últimos dias, para dizer-lhes que o momento havia chegado.
Ele está, inteiramente,
aí.
Do mesmo modo que UM
AMIGO explicou-lhes: isso sempre esteve aí.
Simplesmente, sua
Consciência é que aí não estava.
E, aliás, sua
Consciência não pode estar aí em momento algum, uma vez que é necessário que a
a-consciência esteja presente, a fim de superar, de transcender, de
transfigurar e de ressuscitar no Absoluto.
E, eu repito, não há,
nisso, eu diria, qualquer obrigação porque, se vocês não estão maduros, vocês
não estão maduros.
Porque, se vocês não
querem soltar, não soltem.
Isso faz parte de sua
Liberdade imprescritível, inscrita tanto na lei de ação/reação como na Lei da
Graça.
Mas, eu repito, não
pode ser um e o outro, é, necessariamente, um ou o outro.
Inúmeras Estrelas falaram-lhes,
também, é claro, do medo e do Amor, porque o que está subjacente, obviamente, é
o medo.
E o primeiro dos
medos, que é, justamente, ligado ao efêmero: a morte.
Enquanto ele não é,
ele também, atravessado, vocês não estão Livres.
E a Maturidade é,
justamente, conceber que o inevitável da consciência, como desse corpo é,
justamente, a morte, o que quer que vocês digam, o que quer que façam, o que
quer que experimentem, quaisquer que sejam suas lembranças, quaisquer que sejam
suas visões do futuro (o seu), vocês não escapam, de modo algum, a um dado
momento, do fim desse corpo e do fim dessa consciência.
O que resta, então?
É nessa reflexão que
se desenrola e que se desenrolará, para vocês, o Choque da Humanidade, que é,
também, um Choque Individual.
Resolver a equação
não é uma questão de matemática nem de física, mas, efetivamente, de Abandono, ou
seja, de ir, honestamente, para a não percepção.
Se vocês realizam
isso, se realizam a Refutação e a investigação, vocês superarão todas as
experiências que têm vivido até o presente, para estabelecerem-se na não
experiência, ou seja, no estado de Ser.
Esse estado de Ser
que eu diferencio, formalmente, do «Eu Sou» ou
do «Eu Sou Um».
Para muitos, o «Eu Sou» e o «Eu Sou Um» foram etapas de construção indispensáveis, eu
diria, de uma escala que não existe e que, no entanto, foi-lhes útil, de acordo
com seu ponto de vista.
Mas, enquanto vocês
permanecem em seu ponto de vista, permanecem confinados no medo e não são, é
claro, Absoluto, ou seja, vocês não vivem a Verdade Absoluta que, no entanto,
eu os lembro, sempre esteve aí.
O único modo de ali passar,
uma vez que não é uma Passagem, de ali estabelecer-se, é, portanto, passar da
percepção expandida à não percepção.
Enquanto vocês estão
submissos, mesmo a uma percepção superior, Suprassensível, extrassensorial, mesmo
a mais agradável, vocês não estão Livres.
Então, é claro,
aqueles que estão instalados nessas percepções, vão responder-lhes que o
Absoluto não existe, e eles têm razão, do ponto de vista deles, uma vez que,
não o tendo vivido, não tendo passado à outra margem, eles são obrigados a
estar na negação e na recusa.
Não há alternativa
para eles e vocês devem respeitar, porque aquilo a que vocês se oponham neles,
reforçar-se-á, inevitavelmente.
Aquele que não quer
ver, aquele que quer não perceber, reforça-se.
A Maturidade é, portanto,
o desaparecimento do medo.
A Maturidade é,
portanto, o desaparecimento de toda noção espiritual, de todo conhecido e de
toda organização, tanto em si como no exterior de si.
Porque, enquanto
existe uma organização há, sempre, um dominante e um dominado.
Vocês têm o exemplo
absoluto de tudo isso, tanto nos sistemas sociais como nas religiões, como nos
domínios ditos espirituais.
Enquanto essa relação
dominante/dominado, que sabe e que não sabe existe, vocês não podem ser Livres,
de maneira alguma e, ainda menos, autônomos.
A dominação, a
escravidão, a noção daquele que está acima ou abaixo, resultará sempre, tanto em
um como no outro, do medo, mesmo se o pretexto seja o Amor, porque o Amor é
Livre.
O Amor não está em um
princípio de escravidão ou de relação.
O verdadeiro Amor
Vibral situa-se em uma Fusão Total da individualidade.
É a Fusão de duas
quintessências e, absolutamente, não uma relação, mesmo satisfatória, qualquer
que seja o desejo existente ou o prazer existente nessa relação.
Nós temos construído,
progressivamente, através de nossas diversas intervenções, esse ponto preciso
de ruptura no qual vocês estão.
Alguns o cruzaram, outros
não.
Isso se chama a
Ressurreição ou a Porta Estreita.
As condições dessa
passagem dependem, obviamente, do que vocês realizaram até o presente.
A última sessão do
Manto Azul da Graça realizou a Fusão Total, elétrica, invisível, do Sol e da
Terra.
Isso há a viver em
vocês, para além de qualquer percepção e de qualquer corpo, antes que o
movimento coletivo, se posso dizer assim, leve ao desaparecimento do teatro.
As circunstâncias da
Ressurreição dependem, muito precisamente, da não percepção, ou seja, da
Transparência.
Mas apreendam, efetivamente,
essa palavra, em sua Essência, tal como eu a redefini e não em suas lendas
pessoais ou em uma aceitação moral, social ou relacional.
Enquanto existe uma
organização em vocês, essa organização concerne tanto às suas concepções, como
aos seus sentires, vocês não estão Livres.
Vocês devem atravessar
tudo isso.
E, ainda uma vez, é
uma questão de Maturidade.
Essa Maturidade não
os situa acima ou abaixo, ela não os torna superiores, mas ela é, de algum
modo, a rendição.
É o momento em que a
própria Consciência dá-se conta de que, qualquer que seja a percepção
expandida, isso não tem sentido, porque não tem fim, mesmo se o fim seja um
elemento importante nos ensinamentos espirituais, que lhes dizem que
purificando, suficientemente, isso ou aquilo, vocês vão aliviar qualquer carma.
O carma existe apenas
para a pessoa, ele não existe para o que vocês São no Ser.
Todo o princípio da
Ilusão foi o de dar, sempre, mais corpo à Ilusão e o de fazê-los validar essa
Ilusão, como através de leis de ação/reação, físicas ou suprassensíveis, que não
lhes permitem aceder a outra coisa, mas, como por acaso, que os faz, sempre, encher
a cabeça uma solução dita futura, através do que é nomeada uma evolução, transformações.
Mas, enquanto vocês
permanecem na percepção ou nas concepções, nos afetos ou nas emoções, os Véus continuam
aí.
A questão que vocês
devem, portanto, colocar-se, é: «estou Maduro ou não?».
Essa Maturidade que não
se define em relação a um número de experiências, a uma intensidade de
experiência, a uma percepção, qualquer que seja e, ainda menos, a uma
concepção, mas, efetivamente, no mecanismo, extremamente fino, que os faz, como
eu disse, depor as armas e superar todos os elementos do conhecido.
É apenas a esse preço
que vocês são Liberados.
As experiências que
vocês têm realizado ou que realizarão têm aproximado vocês dessa Ressurreição.
Alguns entre vocês já
a viveram e somente aqueles que a viveram podem testemunhá-la.
E é claro, aqueles de
vocês, entre os Irmãos e as Irmãs encarnados que a viveram, sabem-no, entre
eles, porque isso não dá qualquer dúvida, uma vez que estão além da percepção,
além do sentir e além da história pessoal deles.
É claro, aquele que
não a viveu apenas pode ver isso com um olhar extremamente crítico, extremamente
redutor, porque ele está inscrito, necessariamente, no medo.
Todos os sistemas de
defesa, quer concirnam a esse corpo humano, quer concirnam aos sistemas, às
organizações, às crenças, são, todos, construídos no medo.
Os exemplos disso
poderiam ser multiplicados ao infinito, mas convém contextualizar o debate, não
sobre as concepções (que são o que elas são), mesmo nos ideais os mais
elevados, mas, efetivamente, no que eu nomeei a percepção e que eu lhes
expliquei, porque a percepção, a partir do instante em que ela se torna
expandida, maneja-se muito mais facilmente.
E é, portanto, muito
mais fácil entrar na não percepção.
Alguns de vocês a
experimentam como uma aproximação do que foi nomeada a Infinita Presença ou a
Última Presença.
São os momentos em
que não existem mais marcadores, que são as primícias da Deslocalização, em que
não sabem mais quem vocês são, onde estão, vocês se dirigem para a Liberdade e
a Maturidade e a Autonomia, não antes.
Os elementos que eu
lhes explicitei devem ser retomados, é claro, e relidos, porque a leitura, além
da simples compreensão, pode dar-lhes o clique que lhes permitirá superar a
percepção expandida.
A percepção expandida
pode ser definida como tudo o que é extrassensorial: clariaudiência,
clarividência, clarissenciência, que lhes dá a ver o mundo astral que é, também,
uma verdade relativa, mas que não é nem uma finalidade, nem um objetivo, mas,
efetivamente, um Véu, ali, onde estão situados todos aqueles que lhes comunicaram
as leis da alma, as leis da evolução, a organização espiritual, sobretudo do
século XX, mas que, jamais, propuseram-lhes e expuseram o que é a Liberação, que
seduz a alma e a personalidade e o Espírito, no conhecimento de mecanismos e de
articulação da encarnação e da evolução.
O Ser não tem que
evoluir, ele não pode evoluir.
A Maturidade está
aqui.
Só o medo pode evoluir
e, enquanto há medo, há evolução, que é uma crença e, por vezes, uma percepção.
Mas isso continua uma
percepção, mesmo a mais expandida.
Só a não percepção os
faz passar para a outra margem.
Antes, isso é
impossível.
Irmãos e Irmãs, faço,
agora, o Silêncio das palavras, a fim de reforçar nossa Comunhão.
... Partilhar da Doação da Graça...
Eu rendo Graças por
sua Atenção.
IRMÃO K saúda-os.
Até breve.
________________________________________________
Compartilhamos estas informações em toda transparência. Obrigado
por fazer do mesmo modo. Se você deseja divulgá-las, reproduza a integralidade
do texto e cite sua fonte: http://www.autresdimensions.com/.
Não existe caminho para ir para Outra Margem, existem apenas meios que podem fazer cessar o que é conhecido, o que é limitado, o que é da ordem da experiência <> Bem, é preciso, já, aceitar que vocês nada podem perceber através da própria consciência, e nada conceberem através da consciência ou da experiência concernente à Outra Margem <> Vocês devem, portanto, a um dado momento, para além de qualquer percepção, pôr em movimento um mecanismo que vai dizer-lhes: «basta», e isso se chama, de algum modo, a Maturidade <> Apenas no desaparecimento completo de todos os véus, de todas as interações e de todas as projeções é que se situa o Absoluto. E isso passa, necessariamente, pela Transparência <> Não se trata de renegar as sombras ainda presentes, mas, efetivamente, de atravessá-las e não mais analisá-las, se há delas vocês <> Retomando o que dizia BIDI, é passar daquele que observa a cena do teatro para aquele que sai do teatro para ver que não há teatro <> Eu repito, apenas a Maturidade é suscetível de fazê-los aceitar a não percepção, a não concepção e, para isso, é necessário tornar-se Transparente <> A parada de todo sinal, como a parada de toda interação, como a parada de toda projeção, como a parada de toda interiorização ou exteriorização vai levá-los a esse ponto de ruptura de equilíbrio que os faz passar, instantaneamente, para a outra margem <> Obviamente, a pessoa não é, absolutamente, concernida por isso. Obviamente, nenhuma lei cármica, social, moral, espiritual, filosófica ou psicológica é de qualquer interesse para viver isso. Bem ao contrário <> A última sessão do Manto Azul da Graça realizou a Fusão Total, elétrica, invisível, do Sol e da Terra. Isso há a viver em vocês, para além de qualquer percepção e de qualquer corpo, antes que o movimento coletivo, se posso dizer assim, leve ao desaparecimento do teatro.
ResponderExcluirIrmão K. Uma mensagem, que é uma 'pancada na moleira', de perder o rumo... Mas,também,de Alegria de voltar a lê-lo. Alguns itens:
ResponderExcluir"A problemática é que a consciência do ser humano em encarnação apresenta certo número de filtros.Esses filtros foram nomeados de Véus.
Não se esqueçam de que a percepção estreita – como a expandida – vai, necessariamente, encontrar-se confrontada às suas próprias concepções,...
O véu mental é constituído de crenças, de ideias e de experiências que permitiram moldar, construir, diretamente, a personalidade, dando a ela um quadro de referência e de ajuste ao ambiente.
Nenhuma dessas percepções dá conta da Verdade absoluta ou do real.
...confiam em seus sentires, sem imaginar, um segundo, que esse sentir passa, ele também, pelos filtros do véu astral e do véu mental e, portanto, ele também, submisso a uma dualidade inexorável, ...
...tenham aderido, sem mesmo colocarem-se a questão de saber porque vocês aderiram a tal crença, porque ela lhes parecia correta, mesmo se não existisse sentir ...
E penso que não haverá ninguém para contradizer-me, concernente tanto ao que vocês nomeiam o Amor como a Luz,...
Existe um meio, portanto, de pôr fim aos filtros, de pôr fim à percepção estreita como expandida, de pôr fim às concepções e de pôr fim aos afetos e às emoções?
A resposta é, seguramente: sim, é ser Absoluto.
Tudo o que não é, portanto, experimentado, realmente, por si mesmo, não ...
Então, existe um meio de ir além de tudo isso?
...é necessário cessar a percepção, cessar a concepção, cessar as emoções e o afetivo para desembocar no que sabem não ser possível, como uma passagem ou experiência, mas como estado final, nomeado Absoluto.
...a Transparência é que pode permitir, na ausência de percepção e de concepção, não mais projetar a consciência ...
...nós não podemos falar do Desconhecido. Nós não podemos falar do Absoluto.
Isso passa, obviamente, pelo silêncio sensorial.
...a seres humanos sensatos, que têm sido sensatos ao buscar, de algum modo, um sentido para sua vida, algo diferente, e que é seu caso, se vocês me leem ou se me escutam.
A Transparência permite isso, porque ela não vai negar o que é percebido, ...
Não existe caminho para ir para ali, existem apenas meios que podem fazer cessar o que é conhecido, o que é limitado, o que é da ordem da experiência. (MAGNÍFICO)
A partir do instante em que dão vez aos seus sentires, vocês se afastam do Absoluto, porque aderem à sua história, aderem à sua experiência, às suas percepções, às suas concepções e ao seu instinto.
...pôr em movimento um mecanismo que vai dizer-lhes: «basta», e isso se chama, de algum modo, a Maturidade.
Transparência consiste em deixar-se atravessar, em não interferir, não interagir com o que quer que seja.
A não percepção não é, portanto, uma ação de recusar a percepção."
Mas é nesse perder o rumo, 'RENDIÇÃO', que nos...
Noemia