Mensagem
publicada em 14 de julho, pelo site AUTRES DIMENSIONS.
Questão: quando uma questão vem,
acontece-me de esquecê-la no instante após ou, então, de dizer-me que não é
importante.
Isso flutua, por vezes, ser um
cérebro vazio e não mais ter vontade, mesmo, de procurar compreender.
São as primícias de um Abandono
total, antes do Basculamento?
O fato de ver a inutilidade de seus próprios questionamentos é a primícia do Abandono do Si.
E, portanto, efetivamente, o que é
vivido é um Basculamento.
É o momento em que todas as questões
que possam surgir, em sua consciência, em seus pensamentos, permitiu-lhe vê-las
como, estritamente, nada mudando no que você É.
O fato de que essas questões
desaparecem ou que, por vezes, você se diga: «para quê?», basta para afastar os
pensamentos, para torná-los ineficazes em seu Eu Sou.
E isso é, efetivamente, o
Basculamento, não para o Absoluto – o que é impossível – mas, efetivamente, o
último Basculamento do Eu Sou à Infinita Presença.
É o momento em que há, efetivamente,
no Eu, o aparecimento de «para quê?», que não é uma demissão, mas, efetivamente,
substituir as questões em seu sentido primeiro, ou seja, um questionamento
sobre uma causalidade: causalidade que pertence, de maneira permanente, ao
efêmero.
No Absoluto não pode existir a mínima
questão.
A Vida vive-se na Paz, na Alegria e,
sobretudo, no Êxtase, no qual toda questão que possa aflorar não interessa mais
do que a própria causalidade: «onde se encontra a chave da porta», e não mais «onde
é meu caminho» e, ainda menos, «onde é a Porta Interior».
As questões permanecem no domínio da
causalidade imediata da vida desse saco de alimento e desse saco mental, mas
não interferem mais, de modo algum, na própria consciência, no Eu Sou.
Apenas o «eu» pode ser implicado,
como uma ação ou uma atividade do mental, necessária, por exemplo, para
conduzir um veículo.
Mas as questões apagam-se por si
mesmas sobre o sentido da vida, sobre o sentido da Presença ou da Ausência.
Isso traduz, efetivamente, o basculamento
do Eu Sou à sua última manifestação, chamada Infinita Presença.
Há, portanto, seguramente, no próprio
mecanismo das questões que vocês colocam, uma orientação sobre a situação de
seu ponto de vista.
Se suas questões, destinadas à
causalidade, exercem-se em uma causalidade espiritual, vocês estão muito longe
do Absoluto, ou ele está, antes, muito longe de vocês, devido ao seu próprio
afastamento.
Porque, mantendo um questionamento no
próprio sentido de sua vida, ou sobre questionamentos ditos espirituais, vocês
mantêm uma distância artificial entre o que vocês São, em Verdade, e o que
vocês manifestam.
Enquanto há questão e resposta, como
nós o fazemos, não pode haver Absoluto: há aproximação ou afastameto, segundo o
ponto de vista que é o seu e que é o meu.
O Absoluto não conhece qualquer
questão.
O Absoluto é evidência.
Ele não se mistura com o que ele
contém, ou seja, o relativo.
Se vocês se questionam sobre seu
passado, sobre suas relações, sobre seu futuro, sobre o amanhã, em uma
diligência espiritual, vocês trapaceiam a si mesmos.
Vocês não têm mais necessidade de uma
trapaça exterior, vocês se divertem na ilusão.
Quando o Absoluto está aí,
desvendado, revelado, não pode existir questão.
Quando o Duplo toma-os, o que pode
existir como questão, aqui, nesse corpo?
A questão pode chegar após a
vivência.
Se ela chega durante a vivência, a
Comunhão, a Dissolução, a Onda de Vida, tudo para.
É nesse sentido que se diz a vocês
para ficarem tranquilos, nada fazer, nem mesmo mais observar, nem ser o
Testemunho.
Em contrapartida, coloquem-se todas
as questões que quiserem para comprar uma roupa, mas vocês não são a roupa.
Vocês não são, mesmo, quem está na
roupa.
O que vocês São não requer qualquer
questão, porque é uma evidência e, a partir do instante em que vocês o São,
mais nenhuma dúvida, mais nenhuma interrogação pode nascer.
Vocês estão além do «eu», além do Si,
além da causalidade.
Vocês são a Graça.
A Graça não se interroga, jamais, a
si mesma.
Enquanto vocês têm a impressão de
evoluir, de progredir, de aproximar-se ou de afastar-se, vocês continuam na
causalidade, na ação/reação.
No Absoluto há o que vocês São, por
Essência e por Natureza.
Todo o resto é supérfluo.
O questionamento sobre o espiritual é
apenas uma trapaça.
Questionar não é refutar.
Quando vocês São Absoluto, vocês o
sabem, porque vocês o vivem.
Nenhuma interrogação pode nascer
sobre o que vocês São.
A interrogação é, já, uma tomada de
distância, a percepção de uma distância, de um objetivo, de algo a encontrar, a
buscar, a explorar.
É quando todos esses jogos cessaram
que o Absoluto É.
Questão: cada vez mais, eu me sinto
como uma boia sobre o mar, sem bússola nem compasso.
Eu voltarei a uma frase que é chave, porque ela corresponde, muito exatamente, ao que você descreve.
Você disse ser uma boia sobre o mar,
o que mostra, à evidência, que você deixa sua vida dirigir-se pela a corrente
da vida.
Mas por que você põe uma distinção
entre a boia e o mar?
Você não é a boia: você é o mar que
contém a boia.
Se você muda esse ponto de vista e
compreende isso e vive-o, o Absoluto está aí.
Há, ainda, uma tomada de distância.
Você se deixou levar pela vida, pela
Onda de Vida, mas você não é, ainda, a Vida, porque considera que é a boia
sobre o mar.
É o mesmo exemplo como o que eu havia
chamado o teatro, a cena, o espectador e aquele que aceita sair do teatro para
ver que o teatro não existe.
Do mesmo modo, eu a convido a ser o
mar e não mais a boia.
A um dado momento, você verá que não
há nem mar, nem boia, mas que você é o conjunto de tudo isso, no entanto.
Isso corresponde, também, ao que eu
nomeei as camadas de cebola.
Dê-se conta de que, além do
observador da Fluidez nova que você vive, há algo por trás desse observador,
que jamais se moveu, que sempre esteve aí e que não põe qualquer distância, qualquer
separação entre a boia, o mar e o conjunto, que não existe.
Se há, nesse nível, o clique, você mudará de ponto de vista.
Você não será nem a boia, nem o mar.
Naquele momento, você será Absoluto.
Eu a engajo, portanto, além da
refutação que você efetuou e da investigação, a desidentificar-se da boia,
mesmo se essa boia seja leve e deixe a vida percorrê-la.
Deixar a vida percorrê-la,
mostrar-lhe a vida, mas você É a Vida e não o que é percorrido pela vida.
Aí, cessa toda projeção da
consciência em um «eu», em um «Eu Sou» ou, mesmo, em um observador.
É muito simples.
Coloque-se no lugar no qual não há
mais movimento, não ao centro da boia, não ao centro do mar, mas ao centro de
Tudo.
Esse centro de Tudo é o centro em
cada ponto e não ao centro.
O centro, aí, é o centro real, que
não tem necessidade de ser localizado, porque cada ponto está equidistante
dele.
Se você apreende isso, então, o
Absoluto está aí.
Não há necessidade de tempo.
Em seu caso, não há mais necessidade
de refutar, nem de questionar, nem de investigar.
Aceite.
Então, o Absoluto está aí.
Você não é nem o mar, nem a boia.
Você É o que sustenta a boia e o mar.
Aí está o Absoluto.
Questão: o Absoluto ou Paz Suprema é
o que está na Simplicidade, na Humildade, na Transparência, na própria Essência
do que nós somos?
A partir do instante em que vocês são Humildes e Simples, a partir do instante em que saem de todo papel, de toda função, não se demitindo, mas colocando-se no exato ponto de vista, a partir do instante em que vocês não inter-reagem mais, pela Transparência, então, a Onda de Vida, o Absoluto pode Ser.
Porque, justamente, vocês não estão
mais na ação nem na reação.
Mas compreendam, efetivamente, que
isso não os impede de agir.
É o ponto de vista que mudou.
Vocês aceitam que esse saco de
alimento, que esse saco mental faça o que há a fazer.
Mas vocês não são o que faz.
A partir desse instante, o Absoluto
está aí.
É, portanto, eu repito, uma mudança
de posição, de olhar, de ponto de vista.
É tomar consciência, primeiro, de que
há um observador, de que há a Vida e de que isso se vive, independentemente de
vocês.
É a saída da implicação, é a saída do
ego, é a Transcendência do Si, é o basculamento na Infinita Presença e é,
enfim, deixar ser o Absoluto que vocês São.
A partir do instante em que vocês não
inter-reagem mais, em que vocês ficam tranquilos, em que fazem o que esse saco
de alimento pede-lhes para fazer, o que esse saco mental pede-lhes para fazer,
vocês não estão mais ligados a eles.
Vocês os contêm, mas vocês são bem
mais do que isso.
Vocês põem fim à separação, à
divisão, à ação/reação, vocês descobrem o Eu Sou, o Eu Sou Um, a Infinita
Presença e, aí, se vocês renunciam a tudo isso, nada de tudo isso desaparece,
mas vocês desaparecem da Ilusão que consistia em crer que vocês eram isso.
Há, portanto, uma desidentificação,
uma despersonalização, uma desindividualização que, é claro, o mental vai
chamar de morte.
Mas vocês não são nem o que nasceu,
nem o que morre.
Vocês São o que sempre esteve aí, que
jamais se moveu.
É a Ilusão que os faz crer que vocês
são uma pessoa, que têm um projeto a fazer, que têm uma vida a levar, que têm
responsabilidades.
E, ainda uma vez, isso não quer dizer
que é preciso jogar fora o bebê, mas vê-lo pelo que ele é.
Quando esse ponto de vista mudou,
efetivamente, como foi dito na questão anterior, a Fluidez está aí.
E, além da Fluidez, vocês tomam
consciência de que vocês não são essa consciência e vocês abandonam, mesmo, o
que tomaram.
E, aí, vocês São Absoluto, com uma
forma.
O que quer que se torne essa forma, o
que quer que se torne esse saco, vocês são Liberados Vivos.
Vocês não são mais afetados pelo que
se torna esse saco, vocês não são mais afetados pelo que se tornam as relações.
O medo não pode mais existir, ele não
pode mais conduzi-los e levá-los pela ponta do nariz, porque vocês veem
claramente.
Vocês veem claramente porque aceitam
não mais ver-se: vocês se tornaram Transparentes, vocês se tornaram Humildes e
tornaram-se Simples.
Vocês fizeram o sacrifício de si
mesmos.
Aí está o Absoluto.
Algumas Estrelas exprimiram-no, e
mostraram-no na vida delas.
Onde está sua confiança?
Em seu «eu», em seu Eu Sou ou fora
desse mundo?
Pela ação que vocês efetuam, pelas
ações e reações que vocês conduzem, demonstram, assim, aí onde vocês estão:
Absoluto ou não.
Enquanto o medo leva-os, enquanto
suas feridas levam-nos, vocês trapaceiam a si mesmos.
Não existe qualquer solução, nesse
Mundo, que permita curar.
A única coisa que vocês têm a curar é
sua crença em si mesmos.
A única coisa que vocês têm a
desembaraçar-se é o efêmero.
Questão: eu sou uma angustiada e
estressada perpétua.
Mesmo o fato de não ter questão ou,
ao menos, não poder formular uma, é um problema.
Contudo, eu não sei perguntar.
Isso não quer dizer que eu não tenha,
ainda, apegos, mas, quando eu coloco uma questão, ela me parece tão evidente,
como se eu conhecesse a resposta.
Então, talvez, eu não quisesse ver
algo, entre aspas, e que, no entanto, faz-me constatar que eu não vivo o
Absoluto.
Você pode apontar sobre a verdadeira
questão?
Mas a verdadeira questão é o que você afirma, de imediato: «eu sou estressada», «eu sou angustiada».
Mas quem é angustiada, estressada?
Por que você se identifica a isso?
Há um astuto prazer em crer-se
estressada e angustiada.
Será que você é o estresse e a
angústia?
Qual é esse astuto prazer em querer
servir às suas próprias resistências, suas próprias ilusões?
O medo é um apego, a angústia,
também.
É muito fácil dizer que ela vem de
uma ferida, que foi vivida na infância, no passado, em uma vida passada, mas
nada de tudo isso existe.
Quando você diz: «eu sou estressada,
eu sou uma angustiada», você se condena a si mesma, porque adere a isso.
Uma manifestação chega ao saco de
alimento, ao saco mental, e você é persuadida de ser isso.
Como você quer estar na Paz?
Enquanto você é identificada a isso,
enquanto você diz: «eu estou doente», como você pode esperar estar na saúde?
O melhor modo de estar na saúde é
deixar esse saco endireitar-se, sem intervir.
Enquanto você crê que vai ocupar-se
disso, ele vai colocar-lhe problemas, porque você atribui peso ao que você não
é.
Você se identificou, mesmo, não ao Eu
Sou, mas ao estresse e à angústia.
Isso não pode funcionar, e não
funcionará, jamais, enquanto você der peso a esse estresse, a essa angústia, a
essa depressão ou a essa Alegria, mesmo, porque você nada é do que acontece.
O que restará do estresse e da
angústia quando você morrer?
Explique-me.
O objetivo não é encontrar de onde isso
vem, o objetivo não é dizer: «eu sou assim», porque é falso.
Você está, abusivamente, identificada
a isso e, portanto, você abusa de si mesma.
O medo e o Amor, o medo ou o Amor.
Estresse e angústia, igualam-se ao
medo.
Mas se o estresse e a angústia estão
ligados ao amor, isso não é o Amor, é um apego.
Porque o Amor torna Livre.
Se o amor não torna livre, não é o
Amor, é uma projeção do amor, no sentido humano e, é claro, isso gera o quê?
O medo da falta, o estresse e a
angústia, o vazio, o luto, a perda.
Você é tudo isso?
Dê-se conta: isso depende apenas de
suas crenças.
Porque você crê ser o estresse, você
crê ser suas angústias, você crê ser proprietária disso, quer eles a incomodem
ou não.
Você não é proprietária de nada.
Nem do estresse, nem da angústia, nem
da Alegria, nem do Amor.
O estresse, a angústia, o medo, a
falta, o amor (no sentido humano) remetem-na, inevitavelmente, à falta, ao medo
do vazio e à solidão.
É, portanto, já, considerar que você
está cortada, separada, dividida.
É dar peso ao efêmero.
Enquanto você aceita, enquanto
identifica-se a um medo, a um estresse, a uma angústia, a uma depressão, como
você quer ser Livre?
Então, você vai responder-me (ação/reação):
«vou lutar contra».
De onde vem meu estresse, de onde vem
minha angústia?
E, é claro, haverá, sempre, uma
razão, em sua história, em seu passado, em seu carma.
Mas o que é concernido por isso?
O Eu, é claro, o ego.
Então, o Eu Sou vai dar-lhe um
curativo.
Você vai viver momentos em que tudo
isso vai desaparecer, quando medita, quando está no Samadhi.
E isso passa de um ao outro, e não
para.
E você crê que, por viver Samadhi, momentos mais felizes, a
infelicidade vai desaparecer.
Mas nem a infelicidade, nem a
felicidade podem resolver a equação.
Você é além de tudo isso.
Portanto, é preciso, aí também,
refutar.
É preciso colocar-se alhures.
Isso não quer dizer não aceitar ver,
mas é uma coisa aceitar ver, sentir, e é outra coisa identificar-se.
Você dá corpo, você mesma, aos
sofrimentos do corpo.
Ou você dá corpo, você mesma, aos
sofrimentos do saco, do mental.
E, portanto, você se prende, a si
mesma.
Então, é claro, é sedutor encontrar
uma explicação.
Mas nenhuma explicação permitirá
superar isso. Porque isso permanece ao nível da ação/reação.
Questão: por que é que eu adormeço na
leitura de BIDI?
É a melhor das coisas que pode acontecer-lhe.
Como eu disse, precedentemente, o que
é lido não é a mesma coisa do que o que é ouvido.
Algumas das palavras que eu pronuncio
têm a faculdade – quando você as lê – de provocar, em você, um mecanismo que
vai dar curto-circuito no mental.
O mecanismo do adormecimento que você
vive, então, é um aprendizado, se posso dizê-lo assim.
Mecanismos que lhe permitirão, a um
dado momento, Ser Absoluto.
O mecanismo do adormecimento, como
foi dito, é perfeitamente sobreponível ao Absoluto, na medida em que ele lhe dá
a ver e a viver (seja no Eu ou no Eu Sou), de seu ponto de vista, o que é o
desaparecimento da consciência, quando o mundo desaparece, quando o Eu
desaparece e quando o Eu Sou desaparece.
Virá um momento em que esse
desaparecimento do que é limitado e efêmero traduzir-se-á, para você, pela colocação
de sua consciência na não consciência, ou seja, o mecanismo que a revela a si
mesma, no que você É, de toda a Eternidade, no que você É, no Absoluto, para
além de toda projeção, de toda consciência, de toda lucidez e de todo sentido
de identificação, seja a uma pessoa ou a um indivíduo.
É, portanto, se posso exprimi-lo
assim, um muito bom sinal.
Eu dizia, também, que,
frequentemente, quando eu me exprimo, vocês estão à escuta, mas vocês não ouvem,
necessariamente.
Ou, então, vocês ouvem, sem escutar.
O objetivo não é nutrir seu mental,
mas, efetivamente, criar um movimento, necessário e suficiente, que lhes dá a
ver ou a perceber uma modificação de seu ponto de vista.
A percepção que vocês têm de minha
voz ou de minha presença traduz-se, para vocês, justamente, pelo que faz falta.
Alguns entre vocês puderam dizer não
sentir Amor ou outro.
O importante não é, nesse caso, o
sentir, mas, efetivamente, a ação que se produz em algumas partes desse saco,
que visa diminuir as resistências, diminuir a identificação ao Eu, a identificação
ao Si, o que lhes dá a aproximar-se desse indizível.
Questão: como não ser perturbada pelo
contato com os outros, que não estão na mesma energia?
O que você entende por «mesma energia»?
Eu contextuaria isso, antes, «na
mesma consciência».
Enquanto há uma distância, enquanto
há a percepção de que você é você e de que há outro, qualquer que seja esse
outro, há, obviamente, uma distância e uma separação.
Essa distância e essa separação vêm
do posicionamento na personalidade (e, mesmo, no Si), que dá a viver uma
diferença, essa diferença que pode exprimir-se sob a forma de dissonância.
Assim, portanto, toda projeção da
consciência, seja a partir do Eu, seja a partir do Si, traduzir-se-á,
invariavelmente, por resistências. Por dissonâncias que vêm, então, alterar, em
um primeiro tempo, o próprio sentido de sua identidade ou de sua pessoa.
Através da repetição de experiências,
ser-lhe-á dada a viver a instalação da não separação, do não distanciamento,
bem além da vontade de amor, bem além da comunicação, bem além da relação e que
os leva a preparar o que é vivido, uma vez as portas da morte transpostas, ou
seja, não mais uma comunicação, não mais uma relação, mas, efetivamente, o
Amor, em seu sentido o mais transfigurado, o mais autêntico, ou seja, no qual
não existe mais qualquer barreira.
Apreenda, efetivamente, que não é sua
consciência do Si que é alterada, mas, sim, as dissonâncias existentes nos
diferentes sacos de alimento, sacos de casacos, que se confrontam um ao outro,
cada um com sua ilusão pessoal, cada um com a impressão de estar separado e
distanciado.
Nesse mundo, vocês se comunicam por
palavras, por expressões, por subentendidos, por Vibrações, por emanações.
Sua emanação vem encontrar outra
emanação.
No Absoluto, isso não existe.
A Transparência é total, que permite
deixar-se atravessar pela informação, sem nada reter dela (dessa emanação), sem
nada alterar nela, sem estar na dissonância.
O próprio princípio desse mundo,
assim como de sua ilusão e sua dualidade, é a dissonância.
A dissonância mantém, ela mesma, por
si mesma, o princípio de separação existente no que cai sob os sentidos, sejam
os olhos, seja a própria consciência.
Tudo isso pertence a esse efêmero.
No que são chamadas as outras
Dimensões, como no Absoluto, esse princípio de separação e de resistência,
chamado dissonância, não pode ser manifestado, nem mesmo conceituado.
O confinamento cria o próprio
sofrimento.
O fato de estar isolado, de não sair
desse saco de alimento, desse saco de pensamentos dará a vocês,
invariavelmente, a encontrar mecanismos de dissonância.
No máximo, instalando-se no Si, na
Unidade e no «Eu sou Um», vocês vão limitar os fenômenos de dissonância e
poderão manifestar a lei de Graça, manifestar o que haviam nomeado a Fluidez da
Unidade, que lhes permite aproximar-se da Alegria, viver a Alegria.
Mas todos vocês têm vivido que as
contrariedades desse mundo, mais cedo ou mais tarde (exceto se vocês permanecem
em Samadhi permanente), vão
encontrá-los.
Esse princípio de dissonância é
inscrito no princípio da personalidade, no princípio de separação, no princípio
de isolamento que vocês vivem.
Vocês não podem escapar disso.
Só aquele instalado no quarto estado
da consciência, nomeado Turiya, no
Si, na Infinita Presença consegue manifestar um sentimento de permanência na
não resistência e na não dissonância, tanto Interior como exterior, uma vez que
a distância, tanto Interior como exterior, não existe mais.
Contudo, isso não se instala na
duração, porque vocês estão inscritos, nesse corpo, em um princípio efêmero.
O efêmero tem por função manter o
efêmero.
A dissonância – ou a resistência –
faz parte da própria constituição desse corpo, desse saco de alimento, como
desse saco mental.
Vocês não podem escapar disso
enquanto seu ponto de vista continua aquele desse corpo ou desse mental.
Apenas sendo Absoluto, Revelado,
Desvendado – qualquer que seja o nome que vocês deem – é que vocês podem sentir
a resistência, a dissonância, tanto Interior como exterior, sem serem afetados
porque, naquele momento, vocês sabem, pertinentemente, que não são nem esse
saco de alimento, nem esse saco mental, nem nada que existe nesse mundo.
Assim, as leis que vocês vivem – e que nós vivemos, quando encarnados – não são, absolutamente, sobreponíveis ao que acontece nas Dimensões outras e, ainda menos, no Absoluto, sobretudo, se esse Absoluto torna-se sem forma.
O princípio de separação é, muito
exatamente, o que permitiu à consciência aparecer.
Consciência que se divide, como vocês
sabem, em subconsciente, consciente, supraconsciente.
Mas o que gerou a consciência?
Coloquem-se a questão.
De onde vem a consciência?
Não de onde vem a personalidade, não
de onde vem a alma, não de onde vem o Espírito, mas de onde vem a consciência?
A consciência é uma projeção ao
exterior de algo que não era consciente e que, no entanto, é o Tudo.
Isso é o Absoluto.
Todo mecanismo de projeção não deve
ser encarado, unicamente, como uma exteriorização, mas, também, como uma
interiorização, ou seja, na noção de um movimento.
O Absoluto é o centro, presente em
todo ponto.
Ele é, portanto, não movimento, não
ação, não ser.
É o que vocês São, é o que nós todos
somos.
Esse «todos» que, aliás, não existe.
O princípio de separação é a
experiência da consciência, qualquer que seja o nível dela, desde o nível o
mais denso até Turiya.
Assim, vocês não podem escapar das
leis do efêmero: esse corpo aparece, esse corpo desaparece.
Esse mental aparece, esse mental
desaparece.
E vocês, onde vocês estão?
Nem nesse corpo, nem nesse mental,
nem em qualquer das projeções da consciência, que são apenas experiências
efêmeras.
Do mesmo modo, passando de Dimensão a
Dimensão, nos mundos ditos Unificados, resta uma conexão à Fonte e, sobretudo,
ao Absoluto.
É o Absoluto que sustenta as
Dimensões, é o Absoluto que permite a consciência.
Mas a consciência não é o Absoluto.
Ela é parte dele.
Ela está contida no Absoluto, ela é o
suporte, é a manifestação, tanto Interior como exterior, dividida ou não
dividida.
É claro, os mecanismos de dissonância
e de resistência, tais como você os exprime, estão ausentes nos Mundos ditos
Unificados, devido à Transparência, Transparência do saco, mesmo se esse saco
nada tenha a ver com seu aspecto instável, nesse mundo.
Todo saco é mutável.
Seu saco, aqui, muda dia a dia, mas
aparece entre o que é chamado o nascimento e a morte.
Nos Mundos Unificados, o saco é
mutável, nenhuma forma é fixa: o que explica que a Transparência, a
mutabilidade, a continuidade e, portanto, a conexão à Fonte, assim como o contido
no Absoluto.
Assim, portanto, nenhuma dissonância
pode, realmente, desaparecer.
Vocês todos conhecem, em suas
histórias, em sua vivência nesse mundo, o desenrolar de todas as histórias, o
desenrolar de todas as sociedades, de toda célula, de tudo o que está vivo, de
todos os sistemas, de todos os conceitos.
Há aparecimento, há crescimento, há
topo, há decrescimento, e, depois, há desaparecimento ou morte.
Isso é válido para uma célula, isso é
válido para tudo o que existe, que lhes é dado a ver, a viver, a perceber nesse
mundo.
O que não existe, obviamente,
absolutamente, nas Dimensões Unificadas, como no Absoluto, com ou sem forma.
Vocês não podem opor-se à dissonância
porque, opondo-se à dissonância, vocês mantêm os laços, mantêm o confinamento,
mantêm a Ilusão.
O único modo de sair da Ilusão não é
renegar a vida, mas, efetivamente, colocar-se alhures, mudar de ponto de vista,
refutar o que é efêmero, a fim de viver, nesse saco, o Absoluto com uma forma.
É apenas naquele momento que as
dissonâncias, reais, que podem alterar o que vocês são, não podem durar, nem
afetar a longo prazo, mesmo efêmero, o que vocês São, no Absoluto.
As consequências não são as mesmas,
conforme o que vocês estabeleceram no «eu», conforme o que vocês estabeleceram
no Si, conforme vocês vivam a Infinita Presença e conforma vocês sejam
Absolutos.
A intensidade da dissonância pode ser
vivida, também, sendo Absoluto.
Mas é extremamente fácil sair dessa
dissonância, para aquele que efetuou as Passagens do «eu» ao Si, e do Si ao Absoluto,
assim que o Absoluto tenha sido revelado.
Vocês não podem lutar, porque atribuir sua consciência à luta reforça a oposição, reforça o efêmero, e reforça a Ilusão.
Nenhum melhoramento, nesse mundo,
poderá aportar-lhes a Verdade, a Liberação.
Apenas, em definitivo, a própria
consciência, desembaraçando-se dela mesma, ou seja, do observador, é capaz de
estabelecer-se Absoluto.
Os obstáculos são numerosos.
O primeiro dos obstáculos não é a
dissonância, o primeiro dos obstáculos é procurar, enquanto vocês nada têm a
procurar: enquanto vocês procuram, vocês se afastam.
Enquanto vocês passam seu tempo a
procurar o que não devem, vocês criam dissonâncias, vocês se afastam.
Se vocês se contentam com o que
sempre esteve aí, ou seja, vocês, para além do «eu», para além do Si, nenhuma
dissonância pode alterá-los, nenhum sofrimento pode fazê-los sofrer.
O que sofre é o efêmero.
Vocês sabem muito bem que, quando há
uma perda, exprime-se o sofrimento, seja pela morte, a perda de um próximo, o
desaparecimento de um próximo, de uma situação, modificações de lugar, isso tem
por nome o medo.
Porque o medo é dissonância e
resistência.
E o medo inscrevê-los-á, sempre, no «eu»,
e ele está, ainda, presente no Si, assim que vocês dele saem.
Só o Absoluto desembaraça o que vocês
São, definitivamente, do que vocês estão fantasiados, nesse mundo, que é
chamado o medo.
Enquanto vocês têm medo, por vocês, por esse corpo, por sua vida, por um evento, por uma pessoa, vocês não são Livres.
A Liberdade é a Dissolução do medo.
A Liberdade é a ausência de
resistência.
Não pode existir prática, no sentido
espiritual, que possa, definitivamente, fazê-los desaparecer do medo.
O desaparecimento do medo é ligado ao
seu próprio desaparecimento, como pessoa, como indivíduo, como modelo, como
conceito, como percepção, como sentir.
Porque todos esses elementos são
apenas projeções, e toda projeção é dissonância, por essência.
O que está na causa é o ponto de
vista, não é a Vida.
A Vida, tanto aqui como alhures, é
perfeita.
Se vocês aceitam isso, não como uma
crença, mas colocando os fundamentos disso, do mesmo modo que foi o caso para a
refutação e a investigação, vocês viverão, seguramente, o fim da dissonância.
A questão resume-se, unicamente,
nisso: vocês querem ser Livres?
Mas vocês não podem pretender ser
Livres e estar confinados, em lugar algum, mesmo no Si.
A Liberdade é a ausência de
dissonância, a ausência de resistência, e o estado de Transparência que se
apoia na Humildade, na Simplicidade.
Algumas das Estrelas disseram nada
ser sobre esse mundo.
Se vocês nada são, vocês São tudo.
É claro, isso não pode ser aceito nem
pela personalidade, nem por aquele que se olha no Si.
Enquanto vocês olham algo, vocês não
são Livres.
É claro, existem estados, que vocês nomeiam
Vibratórios, que são capazes de resolver, de modo temporário, as dissonâncias:
pela empatia, pela compaixão, pelo amor, pela tolerância.
Mas são virtudes morais, são
virtudes, por vezes, espirituais, mas isso não é Absoluto.
Só o Absoluto rompe, definitivamente,
o charme da Ilusão, da adesão a uma crença, da adesão a uma vida, da adesão a
um mundo, qualquer que seja.
Isso não os priva desse mundo,
enquanto o saco de alimento está presente, bem ao contrário.
Porque é apenas naquele momento,
percorridos pela Onda de Vida, que vocês vivem a Verdadeira Vida.
O que vocês chamam a vida, tanto no
eu como no Si, é apenas a expressão de resistências.
O orgulho espiritual é isso.
Aceitem desaparecer, aceitem ser o
menor, e vocês serão o Tudo.
«Enquanto vocês não são rebaixados,
vocês não serão Elevados»: eu retomo, palavra por palavra, o que exprimiu o
CRISTO.
Ele nada mais fez do que viver, na
Totalidade, o caminho da Liberação.
Em todas as civilizações, em todos os
países, houve seres que se liberaram de todos os condicionamentos, mesmo sendo,
de início, adeptos de um guru, de uma religião, de um conceito, de uma filosofia.
A partir do instante em que vocês se
liberam de todo quadro, de toda referência, de toda crença, de toda ilusão,
naquele momento, vocês São Liberados Vivos.
Vocês não têm necessidade de vir de
tal cultura ou de tal religião.
Vocês têm necessidade, justamente, de
Liberar-se disso.
É preciso ousar ser Livre.
Não há Liberação enquanto persiste o
ilusório de seu ponto de vista.
O que volta a dizer que, enquanto vocês
permanecem na ação e na boa ação, vocês mantêm a reação.
Ficar tranquilo não é nada fazer, mas deixar fazer.
Não é querer Ser, mas deixar Ser.
O que vocês têm a viver depende de
sua capacidade para encarar sua Liberdade, sua Liberação ou não.
Nós temos falado – e, sobretudo, os
Anciões, mais do que eu – de aspectos da Vibração, uma vez que a Consciência é
Vibração.
Mas vocês não podem perceber o que
São, em Verdade, porque vocês São o conjunto de Vibrações.
A única coisa que vocês não podem ver
é vocês mesmos.
Apenas quando as projeções exteriores
da consciência, ou Interiores da consciência – qualquer que seja o ponto de
vista, efêmero ou limitado, do «eu» ou do Si – desaparecem, é que o Absoluto
revela-se, como sua Essência, sua natureza, sua perenidade, o que jamais se
moveu, o que jamais nasceu, o que não desaparece, jamais.
Quando vocês dizem: «eu morro», quem
morre?
O que resta, sempre, que mantém a
ilusão, é o medo.
O que foram nomeados, eu creio, os
apegos da personalidade a ela mesma (ndr: ver a rubrica «protocolos a praticar»).
Nada há a desconstruir, em
definitivo.
Nada há a procurar.
Nada há a Ser: refutem tudo isso, e o
Absoluto está aí.
É instantâneo, não há tempo.
Se vocês vislumbram um tempo, vocês
se afastam do que sempre esteve aí.
A Paz Suprema, a Morada de Paz
Suprema é, muito exatamente, o que chega à consciência que aceitou desaparecer.
Inúmeras Estrelas exprimiram isso,
através de seu caminho pessoal, através de sua história e de sua experiência.
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O Absoluto é evidência. Ele não se mistura com o que ele contém, ou seja, o relativo <> Vocês são a Graça. A Graça não se interroga, jamais, a si mesma <> Há, portanto, uma desidentificação, uma despersonalização, uma desindividualização que, é claro, o mental vai chamar de morte <> É a Ilusão que os faz crer que vocês são uma pessoa, que têm um projeto a fazer, que têm uma vida a levar, que têm responsabilidades <> Vocês veem claramente porque aceitam não mais ver-se: vocês se tornaram Transparentes, vocês se tornaram Humildes e tornaram-se Simples. Vocês fizeram o sacrifício de si mesmos. Aí está o Absoluto <> O melhor modo de estar na saúde é deixar esse saco endireitar-se, sem intervir <> O Absoluto é o centro, presente em todo ponto. Ele é, portanto, não movimento, não ação, não ser. É o que vocês São, é o que nós todos somos. Esse «todos» que, aliás, não existe <> Vocês não podem lutar, porque atribuir sua consciência à luta reforça a oposição, reforça o efêmero, e reforça a Ilusão <> Nenhum melhoramento, nesse mundo, poderá aportar-lhes a Verdade, a Liberação <> Apenas, em definitivo, a própria consciência, desembaraçando-se dela mesma, ou seja, do observador, é capaz de estabelecer-se Absoluto <> Enquanto vocês passam seu tempo a procurar o que não devem, vocês criam dissonâncias, vocês se afastam <> Só o Absoluto desembaraça o que vocês São, definitivamente, do que vocês estão fantasiados, nesse mundo, que é chamado o medo <> O desaparecimento do medo é ligado ao seu próprio desaparecimento, como pessoa, como indivíduo, como modelo, como conceito, como percepção, como sentir. Porque todos esses elementos são apenas projeções, e toda projeção é dissonância, por essência <> Só o Absoluto rompe, definitivamente, o charme da Ilusão, da adesão a uma crença, da adesão a uma vida, da adesão a um mundo, qualquer que seja <> Vocês não têm necessidade de vir de tal cultura ou de tal religião. Vocês têm necessidade, justamente, de Liberar-se disso <> A Paz Suprema, a Morada de Paz Suprema é, muito exatamente, o que chega à consciência que aceitou desaparecer. BEM, QUE A MSG DO BIDI MUDE DE FORMATO, CONFORME DITO NA 1ª PARTE; MAS, O QUE É CERTO, É QUE, ATÉ AQUI, ELA TEM SIDO EXTRAORDINÁRIA E MAGNÍFICA.
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