Mensagem
publicada em 14 de julho, pelo site AUTRES DIMENSIONS.
Bem, BIDI está com vocês.
E eu os saúdo.
Antes de começar, eu tenho a precisar
que essa forma de conversa será, doravante, concluída.
De fato, tudo o que concerne aos
dados gerais sobre o Absoluto foi-lhes dado.
Contudo, não creiam ter terminado
comigo, mas nossas próximas trocas mostrarão a vocês, eu espero, o próprio
princípio da refutação e da conduta que lhes será a mais proveitosa (se tal é
sua escolha).
Eu os convido, portanto (se isso é,
para vocês, importante), a ler e reler – ou escutar – o que eu já disse.
Eu os lembro de que o impacto de
nossas conversas faz-se de dois modos distintos.
O primeiro é a resposta às suas
questões: estas – orais – criam, em vocês, o que eu chamaria um movimento.
O movimento das palavras nada é.
O que é importante, nesse primeiro
tempo, não é qualquer compreensão intelectual, mas, efetivamente, a ação direta
do que é emitido entre nós.
A compreensão – no sentido intelectual
– faz o objeto da leitura da questão e da resposta.
Há, portanto, efetivamente, dois
tempos: um primeiro tempo que vocês nomeariam – em suas palavras – Supramental,
e um segundo tempo que se dirige à personalidade.
O objetivo, eu os lembro, não é apreender
a personalidade, mas, efetivamente, desapreender-se dela, a fim de dar-se a ver
– para além do que é visto – o que vocês São, em Verdade, bem além do jogo da
encarnação, bem além desse saco de alimento, desse saco de pensamentos ou de
suas emoções.
A Vibração emitida é o que é – neste
período que vocês vivem – o elemento o mais adequado, que permite criar essa
ruptura, essa solução de descontinuidade, que os leva a reposicionar o que eu
nomeei o ponto de vista.
O apoio de meus escritos vem, em um
segundo tempo, como um elemento de lógica racional e cartesiana, que permite ao
ego, aí também, enfraquecer as próprias zonas de resistência dele.
Entenda-se que, qualquer que seja o
impacto Vibratório, qualquer que seja a lógica cartesiana (que lhes é dada a
ouvir, a perceber, a sentir), o elemento que continuará essencial e importante
é a qualidade – para além da Vibração – de sua recepção no Amor e no Coração
(mesmo se, voluntariamente, minha voz tenha um impacto que é situado acima do
Coração), que permite liberá-los, com isso, dos condicionamentos (das crenças,
das suposições, de tudo o que é efêmero, de tudo o que é ilusório), a fim de
pôr a nu o Coração de quem vocês São, para além, mesmo, do «Eu sou», para além,
mesmo, da Consciência.
Isso dito, podemos começar.
Eu esclareço que o nascimento, em sua
consciência, no «Eu sou» (e na Existência, para muitos de vocês), de estruturas
nomeadas Antakarana (ou Canal Mariano),
permite reduzir a potência Vibratória destinada à sua garganta.
Podemos começar.
Questão: eu não consegui liberar uma
pergunta.
Se não há questão, então, isso requer uma única resposta: esqueça-se.
Buscar uma questão é, já, uma
projeção (necessária, porque solicitada por meus cuidados).
Se nada pode aparecer em uma
projeção, se o espaço de seu mental permanece – e continua – vazio, então,
inevitavelmente, esse vazio desembocará na própria resposta.
A questão faz apenas traduzir o
sentido de uma interrogação.
A resposta – além mesmo do que eu
possa dizer, além mesmo do que vocês possam ler – resume-se em uma única questão:
«quem eu sou, além do «Eu sou»?
E, enquanto há um «quem», há um
sentido de uma identificação e, portanto, de uma projeção e, portanto, uma
negação do Absoluto, porque o Absoluto não é mais uma pessoa, mesmo se o saco esteja
aí, mesmo se a vida aja por si mesma, mesmo se vocês deixem desenrolar-se o que
se diz, apenas a partir do momento em que seu olhar e toda observação deixam
lugar ao Absoluto.
Eu o convido, portanto – uma vez que
você não tem questão – a responder à minha questão, quando eu voltar: «quem é
você?», ou, então, se prefere: «você tem o sentido de ser uma pessoa?».
Questão: vários intervenientes
falam-nos de efetuar uma escolha: ou aquela de deixar o Absoluto desvendar-se,
ou voltar, entre aspas, a uma Dimensão (como aquela de nossa origem estelar,
por exemplo).
Nós temos, realmente, ainda, a
escolha, ou essa escolha já está estabelecida (e isso, talvez, mesmo antes do
início dessa vida)?
Por outro lado, se escolha há, como
estar, verdadeiramente, certo de que, no fundo de nós mesmos, está-se pronto
para ser, entre aspas, Absoluto ou que se tem, ainda, sede de experiências?
O Absoluto não conhece essa vida, nem vida alguma: ele saiu desse saco, ele deixa esse saco viver.
A partir do instante em que há o
sentido de uma questão, em relação ao desenrolar temporal e linear, há,
obviamente, não Absoluto.
A partir do instante em que a
consciência existe em um «Eu» ou um «Eu sou» (na crença em uma encarnação
qualquer), há persistência da experiência.
Assim, portanto, no modo pelo qual
você formula sua própria questão, você continua sob a influência da lei de
causalidade e, portanto, sua consciência é projetada.
Ainda uma vez, não há qualquer
julgamento, mas, simplesmente, o fato de atrair sua consciência para o que ela
acaba de emitir.
O Absoluto sempre esteve aí.
É a projeção da consciência que o
distancia dele.
Crer nessa vida – crer que você vive
o que você vive – coloca-o, de maneira irremediável, no «Eu» ou no «Eu sou».
Então, o «Eu sou», como nas camadas
de cebola, é, por vezes, necessário, mas é preciso estar, efetivamente,
consciente de que o «Eu», mesmo da consciência, é apenas repetição, projeção e
olhar exterior.
É preciso soltar, também, isso.
O Absoluto não é uma evolução.
A evolução pertence ao «Eu» e ao «Eu
sou».
O Absoluto não é concernido por
qualquer evolução, qualquer melhoria, qualquer transformação, qualquer Vibração:
é o estado que é além da consciência e além de todo estado.
Se, um instante, o corpo não é mais
percebido; se, um instante, o mental não está mais ativo; se, um instante, as
Vibrações cessam, você se junta ao estado chamado Maha Samadhi ou Turiya, que
lhe dá a viver a experiência da Infinita Presença.
Os contatos – sejam os nossos, entre
nós, sejam aqueles de entidades bem além desse plano – levam-nos,
progressivamente, a realizar a Dissolução.
Em caso algum isso pode ser uma
escolha efetuada pelo consciente, seja no «Eu» ou no «Eu sou».
Apenas quando você solta o «Eu», apenas
quando você solta o «Eu sou», quando aceita desaparecer, inteiramente, é que a
Liberação ocorre.
Sem isso, não há Liberação.
Enquanto você crê ser, você não pode
Ser no Não ser.
Você não pode estabelecer-se Absoluto.
E, portanto, sendo parte de uma
evolução, de uma transformação, de uma Vibração, você permanece nesse
espelhamento (nessa projeção nomeada consciência), enquanto há consciência
moral, enquanto há consciência do «Eu sou», enquanto há um «Eu sou Um» (que
foram, no entanto, certamente, para muitos de vocês, etapas importantes, com um
sentido importante e uma missão importante).
Mas compreendam, e apreendam que não
há missão alguma.
Enquanto vocês procuram um sentido na
encarnação, enquanto procuram um sentido em qualquer espiritualidade, continua
o «Eu sou» e continua a Ilusão e o efêmero.
Ser Absoluto não pode ser, em caso
algum, uma crença nem um estado.
Mas só aquele que o realiza, para
além de toda Realização, sabe disso.
Como dizia o Comandante (ndr: Omraam
Mickaël AÏVANHOV), fechado em um saco – que ele chamou frasco – como você quer
conhecer o que está fora de seu frasco, qualquer que seja esse frasco?
Só a consciência crê poder
encontrar-se.
Ela não se encontra, jamais, porque
nada há a procurar.
O trabalho que vocês realizaram, no «Eu sou», permitiu instalar o que vocês nomeiam Canal Mariano (acesso à Multidimensionalidade), mas não é, e em caso algum, o objetivo.
Esse objetivo é temporário,
transitório e efêmero e não os faz, de modo algum, sair do efêmero.
O medo é o elemento motor: o medo da
perda da individualidade, o medo da perda da personalidade, o medo do neant.
Porque, de seu ponto de vista, o que
vocês nomeiam neant é vazio, é
absurdo, enquanto, de nosso ponto de vista, é esse saco que é absurdo.
Os pontos de vista não são os mesmos.
Cada um tem sua Verdade.
Mas existe apenas uma Verdade
Absoluta.
É claro, todos os princípios
existentes nesse mundo, nesse saco de alimento, nesse saco de pensamentos têm
uma lógica que lhes é própria, baseada na Dualidade.
Outro olhar os faz mergulhar na
Unidade – para além da Dualidade – e penetrar os espaços da não Dualidade,
realizando a Passagem do «Eu» ao Si.
Resta, agora, a Passagem ao não Si
que é, eu os lembro, a única coisa que é Absoluta, Eterna.
A única Realidade.
Mas, enquanto estão – o que nomeiam,
vocês mesmos – no caminho, vocês não podem revelar o que vocês São, para além
do ser.
Vocês apenas podem, perpetuamente,
continuar.
E esse perpetuamento não é infinito:
ele se repete como um círculo que gira em si mesmo (ou uma espiral, se
preferem), a partir do instante em que vocês saem do confinamento dito inicial.
Se eu tanto insisti no fato de que
vocês não são esse saco, de que vocês não são qualquer regra que adotam, é,
efetivamente, aí que está o problema: vocês aplicam, pela consciência – a sua,
onde quer que vocês estejam – regras.
Essas regras permitiram construir
algo.
Se posso tomar o exemplo, é como
quando vocês colocam o concreto: é preciso uma cofragem [ndt: forma de concreto armado].
Vocês olham a cofragem e continuam a
cofragem.
Vocês observaram a construção do que
estava na cofragem, com um sentimento de solidez, chamado o Samadhi, o Si.
Mas, em definitivo, não há cofragem,
nem concreto, nem nada do que vocês creem, percebem, sentem, imaginam.
Questão: a consciência do «Eu» está
apagando-se, claramente, e o vazio apresenta-se, furtivamente (e a perda da
Presença, mesmo).
O mental agita-se, também, de modo
agudo, assim como meus olhos (em estado meditativo).
Como permanecer nesse vazio, sem
mover-se?
A resposta está no próprio enunciado de sua questão.
Quando se produz esse estado – que é
nomeado a Infinita Presença ou Última Presença – aceite cessar de olhar e de
observar.
A aniquilação total da consciência
deve fazê-la lembrar-se do que acontece quando você dorme: o mundo desaparece,
o observador desaparece.
Mas, é claro, logo ao acordar, você
se esqueceu disso.
Exceto, talvez, nos primeiros
momentos do acordar, quando você não sabe mais quem você é, nem em qual mundo
você está.
Se você se rememora desse estado, se
você é capaz de ver, em você, esse momento do acordar (que é, de fato, um
adormecer), então, haverá continuidade.
A Infinita Presença do observador,
que vive a Presença no «Eu sou», desaparecerá por si mesma.
Isso não é uma Passagem, mas uma
constatação.
Porque, naquele momento, não há mais
corpo, não há mais mental: resta-lhe o observador, o testemunho.
Mesmo este, deve aniquilar-se.
É claro, o mental – como eu disse –
tem tendência a manifestar nesses momentos.
Se vocês são Absoluto com uma forma,
então, naquele momento, há Passagens (do «Eu» ao Si e do Si ao Absoluto).
Mas a primeira vez, não é uma
Passagem.
Portanto, não há marcador a procurar
no que você vive, mas faça desaparecer o que se vive, pela própria refutação.
A parada da projeção, a parada da
iluminação faz desaparecer o mundo.
E eu entendo por «mundo», tanto o
mundo exterior como o mundo Interior.
Aí está o Absoluto.
E você compreenderá, naquele momento,
a partir do instante em que isso É, que isso sempre foi, e que só a perspectiva
de sua posição – de seu ponto de vista – impediu-a de revelá-lo.
Essa espécie de aniquilação (esse
grande vazio), tal como pode experimentá-lo a personalidade (o desaparecimento
e a Dissolução total) é Absoluto, qualquer que seja a evolução ou o futuro
desse saco de alimento, como de pensamentos.
Mas é preciso não mais observar, não
mais olhar.
Nesse desaparecimento encontra-se a
Verdade, e há apenas uma: ela é Absoluto.
Todo o resto são apenas projeções que
lhes dão a crer e a viver experiências.
Essas experiências são fonte de
prazer, são fonte de enriquecimento.
Mas como é que o que é perfeito, de
todos os tempos, pode ser enriquecido do que quer que seja, uma vez que você é
Absoluto?
O observador deve apagar-se, como a
luz apaga-se.
Quando a luz apaga-se, não há mais
projeção.
Só há o Amor.
Mas não o amor, tal como vocês o
projetam, esperam ou recebem: vocês passam do amor projeção/recepção, como
Amor, vocês mesmos.
O Absoluto, então, está aí.
A Onda de Vida (sua propagação, sua Liberação) conduziu-os, de maneira coletiva, a viver o que, em meu tempo, não era realizável, coletivamente.
Aí está a grande diferença.
Quando os Anciões falam-lhes de
Liberação, é a liberação das ilusões, que lhes dá a ver a Luz, a viver a Luz, a
fazer desaparecer o efêmero.
Tudo o que é efêmero e conhecido não
pode ser a Verdade.
É muito difícil, para o «Eu», como
para o «Eu sou», representar-se o que quer que seja.
Como alguns disseram, seu Reino não é
desse mundo e, no entanto, vocês aí estão.
Então, é preciso fazer cessar a
própria experiência.
Não é questão de pôr fim à vida, mas,
efetivamente, de viver a Vida, coisa que não podem realizar e Ser, enquanto
vocês a projetam, em relação ao que quer que seja.
Porque vocês não são Livres.
Então, é claro, a personalidade vai
dizer-lhes que ser livre é renunciar à encarnação: é um erro.
Sejam Livres, e esse saco ficará
muito bem.
Ele não parará.
Ele viverá a Liberdade, porque vocês
não estarão mais condicionados nem por sua história, nem por esse mundo, nem
por qualquer crença que seja, nem por qualquer Véu que seja.
Naquele momento (e unicamente naquele
momento), vocês serão Livres e Autônomos, inteiramente.
Enquanto o mundo existe, vocês não
são Livres.
O próprio princípio da Liberdade foi,
sobre esse mundo, totalmente alterado, por uma frase que, no entanto, vocês
pronunciam sem parar: «amem-se uns aos outros».
Mas, o que é que ama um e o outro, se
não são os apegos?
Porque, enquanto há outro, vocês
estão separados, mesmo se defendam a Unidade.
É preciso, primeiro, não mais estar
separado.
O outro não existe mais do que vocês.
E, no entanto, vocês estão presentes.
Mas é o olhar que deve mudar.
Vocês não têm que matar nem um, nem o
outro.
Simplesmente, deslocar-se, colocar-se
onde vocês devem estar: no que não é efêmero, nem condicionado, nem
condicionante.
Então, quando vocês são Absoluto, tudo
isso é claro.
Não são as palavras que são
balbuciadas, mas a Verdade Absoluta do que vocês São.
As palavras que eu empreguei – como
mudar de olhar ou de ponto de vista – são, não se pode mais exatamente, no que
acontece.
Mas, enquanto vocês estão fechados no
saco vocês não podem, mesmo, nem apreendê-lo, nem concebê-lo, nem mesmo
vivê-lo.
Eu repito que a refutação não é a
negação ou a oposição e, ainda menos, uma reação.
Não é um jogo mental.
Enquanto vocês aderem a qualquer
frase que seja, a qualquer crença que seja, a qualquer efêmero que seja, vocês
não são Absoluto.
O problema é que o «Eu» e o Si são
persuadidos de que o Absoluto é a negação do «Eu» e do Si (a aniquilação
deles).
Mas isso não é verdade.
A refutação deles não conduz ao neant, mesmo se o sugira, mesmo se ele
vá encontrar todos os pretextos para afastar-se do Absoluto: é o papel dele e é
o papel deles.
Não foi por acaso se vocês foram
nomeados, alguns de vocês, os Liberadores.
Mas os Liberadores não são
salvadores, nem socorristas.
Eles são, ainda menos, Testemunhos.
Eles são Transparentes.
Transparentes para o quê?
Para esse mundo.
Nada interfere neles, mesmo se possam
manifestar uma personalidade.
Mas a personalidade deles não é a
personalidade daquele que está no «Eu sou», porque um sabe que joga e o outro
não o sabe.
O que explica, certamente, do mesmo
modo, que houve uma comparação – uma confrontação, tanto em vocês como em seu
exterior, sobre esse mundo – entre o «Eu» e o «Eu sou» (ou o «Eu» e o Si).
Do mesmo modo, hoje, alguns de vocês
vivem a ruptura dos últimos apegos.
E isso, como vocês o chamam?
Se vocês são Absoluto, vocês não o
chamam.
Vocês não o veem.
Se vocês estão no «Eu sou», podem ali
colar todos os nomes que lhes passem pela cabeça.
Mas isso nada mudará.
Se vocês estão no «Eu sou», hoje, há,
em vocês, a necessidade da experiência.
Não concebam, jamais, o Absoluto como
um objetivo, porque ele afasta-se de vocês.
O Absoluto É, independentemente de
vocês, quer vocês estejam no «Eu» ou no «Eu sou».
Superem isso.
Saiam dessa história de que há algo a
procurar, de que há algo a encontrar.
Vocês têm, muitos de vocês, ancorado
a Luz.
Vocês têm sido felicitados, porque
mudaram a natureza do «Eu» para o «Eu sou».
O «Eu sou» é Liberdade, mas não é
Liberação.
É o ponto de vista: há consciência ou
não consciência?
O Absoluto não pode ser afetado nem
pelas emoções, nem pelas feridas, nem pela morte, porque ele sabe, muito bem,
que nem a emoção, nem a ferida, nem a morte, jamais, existiu.
Isso os chama, ainda mais, a saber: de
onde vocês olham?
Vocês se olham desse saco, desse
mundo ou não?
Crer que, olhando desse mundo, vai
permitir-lhes dele extrair-se, é uma ilusão.
A prova: é, efetivamente, um evento
qualificado de exterior (que vocês nomeiam a Onda Galáctica, Cósmica, Solar,
pouco importa), que vem ajudá-los, mesmo se vocês tenham feito o trabalho.
Se não houvesse isso, vocês deveriam
esperar o fim desse saco pessoal para serem Liberados, ao mesmo tempo sendo
Liberados Vivos.
Mas, enquanto vocês concebem que
exista um apego a esse saco, aos seus pensamentos, às suas ações, a um próximo
(qualquer que seja), vocês não podem ser Liberados.
Isso foi chamado de diferentes modos:
Abandono do Si, Renúncia, Sacrifício, Ressurreição.
Vocês podem ali colar todas as
palavras, todos os conceitos, mas vocês não são um conceito.
Questão: em mim, não há mais questão.
Eu me deixo viver, mas os pensamentos
continuam aí.
Refutá-los será suficiente para
afastá-los?
Os pensamentos são o que eles são.
A partir do instante em que você
interage nesse mundo, nesse saco, o pensamento está presente.
É diferente viver Absoluto, com uma
forma, do que manifestar a personalidade e seus pensamentos, na vida comum.
Aquele que é Absoluto constatará que
há pensamentos.
Esses pensamentos não terão qualquer
tomada, nem na personalidade, nem no Eu sou e, ainda menos, no Absoluto.
O pensamento passa, nada há,
portanto, a superar: apenas olhá-los passar, porque o Absoluto mostra que os
pensamentos não vêm de você.
Eles nascem e desaparecem, como as
questões e as respostas.
São apenas jogos de interações e de
reações.
O importante é saber se você está submisso
aos seus pensamentos ou se seus pensamentos fazem apenas passar, sem
submetê-lo.
Não dê importância a eles: refute-os.
Mas isso não os fará desaparecer
porque, como você quer comer se esse saco não lhe diz para comer?
Há, efetivamente, o pensamento de um
apetite, ou de um comportamento, que estará aí.
A clarificação dos pensamentos faz
com que, a partir do Absoluto com uma forma, os pensamentos não o condicionem
mais.
Os pensamentos servem para nutrir
esse saco e essa vida, mas eles não são você.
Eles subsistirão, o que quer que você
faça, exceto no Samadhi e exceto no
momento em que você se recoloca no Absoluto com um saco.
Não atribua, ali, importância, mas
não os renegue: deixe-os passar e fique tranquilo.
O pensamento daquele que é Absoluto não
tem qualquer ação, a não ser permitir a esse saco viver o tempo que ele deve
viver, e é tudo.
Aquele que está submisso aos
pensamentos vai crer que deverá agir de acordo com esses pensamentos.
Ele vai chamar a isso intuição.
Nada tem a ver com a correção ou a
falsidade do pensamento, mas, simplesmente: qual peso você atribui ali?
Qual lugar você dá aos seus
pensamentos?
Enquanto há «eu», enquanto há «Eu sou»,
você está submisso aos seus pensamentos, exceto no estado de Samadhi.
É o mesmo princípio do que aquele que
é Absoluto e que vê onde está o confinamento, onde está o «eu», onde está o «Eu
sou», para ele, como para o que ele nomeia o outro.
Mas ele não é parte, ele não é mesmo
mais o observador disso.
Ele os deixa passar.
Ele se serve deles, se eles são úteis
para esse saco.
Mas, em momento algum, ele está
submisso aos seus pensamentos, nem mesmo é afetado por eles.
O Absoluto em uma forma pode gritar.
Será que isso muda algo no que ele É?
Para aquele que escuta, sim.
Mas não para aquele que emite.
Porque ele emite de outro ponto de
vista, para além de todo quadro, de toda referência e, sobretudo, de todo
condicionamento e, sobretudo, de toda crença.
É toda a diferença entre a verdade
relativa e a Verdade Absoluta.
Aquele que é Absoluto exprime a Verdade
Absoluta.
Como vocês dizem, no Ocidente: «eu e
meu Pai somos Um», «o que vocês fazem ao menor de vocês, é a mim que vocês o
fazem».
Essa Verdade é Absoluta, o que quer
que vocês pensem, o que quer que emitam.
Porque aquele que exprime isso não
está na reação.
Ele atua na interação, mas não é
afetado, contrariamente àquele que vive o «eu» ou o «Eu sou».
Questão: enquanto não mais muita
coisa desse mundo interressa-nos, é correto esforçar-se para implicar-se,
ainda, nesse mundo ou, efetivamente, deixar-se levar pelo fluxo desse desinteresse?
Cada Absoluto, na forma, cada Último Presente, em uma forma, é diferente,
A consciência, espontaneamente,
apaga-se.
É claro, aquele que está estabelecido
na personalidade, vai viver isso com horror.
Ele vai viver o fato de desaparecer.
Aquele que é Absoluto sabe, já, que
nada desaparece, exceto esse corpo, exceto esse mental.
O desinteresse deve ser uma alegria
extrema.
Porque aquele que é Absoluto não está
no desinteresse, mas seu ponto de vista, Absoluto, dá-lhe a ver que é uma ocupação,
ligada à presença, ao aparecimento desse saco, dessa vida.
Mas ele não é essa vida, uma vez que
ele é a Vida.
Toda a nuance – e ela é grande – está
aí.
Mas alguns podem viver essa
aniquilação.
Como você quer resistir?
Você é capaz de opor-se à sua morte?
Você é capaz de opor-se ao Absoluto?
Tudo está aí.
Enquanto você se opõe, há
resistência.
Enquanto há resistência, há
dualidade.
Mas, por vezes, o «eu» e o «Eu sou» são
astutos, porque eles vão fazê-los crer que você é Absoluto para ter a paz.
Aquele que é Absoluto sabe-o, sem
qualquer dúvida possível, sem questão e sem resposta, porque ele percebe,
simplesmente, que ele sempre esteve aí.
Ele não faz diferença entre um antes
e um depois.
Ele toma consciência, tomando
consciência.
É claro, aquele que está no «Eu sou»
não pode aproximar-se, mesmo, da compreensão dessas palavras.
E ele gira em círculos.
O Absoluto não se põe mais a questão
do interesse ou do desinteresse.
Ele vai deixar Ser, deixar fazer a
Vida.
O que não quer dizer estar no
desinteresse ou na não ação.
Mas a ação é conduzida pelo «eu» ou pelo
«Eu sou», mas ele sabe que não é ele.
Aí também, vocês reencontram a noção de
ponto de vista.
Onde vocês estão?
Quem faz o quê?
Quem reage e que age?
É isso que é preciso resolver.
Mas, quando isso é resolvido, vocês
constatam, com estupefação, que ele sempre esteve aí.
Isso não apareceu um belo dia.
Vocês é que estavam afastados disso,
por medo, por apego, por resistência, por adesão a crenças.
A única coisa que vocês não podem ver
é vocês mesmos.
O que vocês veem são apenas
projeções, histórias, memórias, ilusões.
No entanto, revelar isso não põe fim
ao saco, mas muda-os, radicalmente, de ponto de vista, coloca-os além de toda
lei desse mundo.
O Absoluto não conhece qualquer lei.
Ele é Amor, mas não o amor que vocês
imaginam.
Questão: a Onda de Vida tem por papel
suprimir o observador?
A partir do instante em que não há mais resistência, a partir do instante em que o medo desaparece, a partir do instante em que o sentido de um papel, de uma missão ou de uma função desaparece, a Onda de Vida não é mais vista, nem vivida: ela é sua própria natureza.
Assim, portanto, superando e transcendendo
a percepção da Onda de Vida, que se traduz pelo Êxtase (que nada tem a ver com
um desejo ou um prazer), naquele momento, a Onda de Vida conduz à Infinita
Presença.
A revelação e a superação dela fazem-no
perceber, no «Eu sou», que você é o não Si.
Não antes.
É, portanto, de algum modo, o que
vocês podem nomear uma forma de preparação, uma antecipação do que vocês São,
em Verdade.
Sem Onda de Vida, vocês não são
Liberados, vocês são Realizados.
Vocês serão Liberados, em um momento
coletivo, que põe fim à ilusão coletiva.
Mas as circunstâncias não são as
mesmas, conforme o Absoluto é o que você É ou conforme você crê perseverar e
permanecer até esse momento.
É preciso, efetivamente, esquecer-se
de si mesmos, desaparecer, totalmente.
Isso não quer dizer nada mais fazer,
mas deixar fazer.
É a não implicação, no sentido o mais
nobre, não como uma negação, não como o fato de recusar, mas, efetivamente, de
não mais estar no mesmo lugar, de mudar de ponto de vista.
Porque seu ponto de vista Absoluto
não será mais ligado a esse saco, a essa pessoa, aos seus condicionamentos, às
suas feridas, à sua história, mas, efetivamente, a outra coisa.
Mas, enquanto vocês creem procurá-lo,
vocês não o encontrarão.
É todo o resto, que é chamado
efêmero, que deve desaparecer.
Não é uma ação, eu diria que é uma
não ação, mas essa não ação não os impede de agir na vida.
Ela lhes desvenda, simplesmente, quem
vocês São, para além do ser, para além dessa vida.
Questão: a Onda de Vida é a trama do Absoluto,
do manifestado e do não manifestado?
Ela é a trama, o suporte, a manifestação, como a não manifestação.
Efetivamente.
E isso tem por nome Amor.
Mas não o Amor vivido na coroa
radiante do Coração, mas o Amor que não tem mais qualquer noção de pessoa, de
ser, de indivíduo, de história.
É o Absoluto.
A Onda de Vida concorre para o
desaparecimento da pessoa.
Porque essa pessoa não é mais
identificada a qualquer medo, a qualquer limite, a qualquer papel, a qualquer
missão, porque tudo isso é superado e transcendido.
Não há mais qualquer sentido do «eu»,
o que não quer dizer que o «eu» desaparece.
A Onda de Vida, como vocês sabem, é
ligada à Liberação da Terra e do Sol.
A própria Terra é uma projeção, ou
uma emanação, como lhes foi dito, ligada, em ressonância e em espelho, a Sírius.
Mas o que é Sírius, para o Absoluto?
Ainda uma história, ainda uma lenda,
ainda uma memória, mesmo livre.
Mudem de ponto de vista, aí também.
Tornar-se a Onda de Vida não é
olhá-la viver-se; é, aí também, superá-la para transcendê-la.
Porque, naquele momento, vocês vivem
a Essência de quem vocês São, nesse saco, para além desse saco, ou seja, o
Êxtase, que nada tem a ver com a Alegria.
O Êxtase é sua natureza.
A Alegria é uma projeção.
Não vejam, aí, qualquer noção
negativa, é, simplesmente, um ponto de vista diferente.
Questão: eu vivi um início de
dissolução com um amigo.
A surpresa e o incômodo fizeram-me
retrair-me.
Você pode iluminar-me?
No próprio enunciado de sua experiência, o que aconteceu?
O medo esteve presente.
O que você nomeia, pudicamente, um
incômodo, é um medo do próprio desaparecimento do «eu» e do «Eu sou».
Isso assinala um apego à forma, um
apego a uma identidade.
Enquanto há apego a uma identidade,
vocês não podem ser o outro.
Não pode, portanto, haver dissolução.
Vocês podem comungar, mas não podem
dissolver-se, porque mantêm o sentido de uma presença, o sentido de um
observador, vocês não aceitam tornar-se o outro, que vocês São, em Verdade.
Vocês mantêm uma separação.
Isso faz parte, efetivamente, da
experiência.
O Canal Mariano, e Maria, ou outros
Arcanjos não são vocês.
Vocês vivem Comunhões que os
aproximam do Êxtase, mas, enquanto vocês não são o outro, enquanto o sentido de
uma identidade não desapareceu, vocês estão, ainda, observando, vocês são o
Testemunho.
Tornar-se o outro não é um jogo de
palavras, nem uma crença.
É o que vocês São, em Verdade, desde
sempre.
Para isso, é preciso deixar o lugar,
o sentido do Acolhimento.
Mas esse Acolhimento não é a
persistência daquele que acolhe, mas o desaparecimento daquele que acolhe, que
aceita tornar-se o outro, que não é mais, portanto, o outro, mas que é o mesmo.
Enquanto há medo há resistência.
Porque isso quer dizer que vocês
estão apegados à sua história, à sua pessoa, ao seu corpo e, portanto, que há
ego e resistência.
Mesmo isso não tem que ser julgado,
mas, simplesmente, ser olhado.
Todo sentido do «eu» deve
desaparecer.
A Onda de Vida, a Comunhão, a Fusão,
a Dissolução, o Fogo do Coração: todos esses efêmeros são destinados a
facilitar, como eu o disse, a tarefa.
Até o momento em que vocês percebam
que não há qualquer tarefa.
A única tarefa é vocês mesmos.
São apenas jogos de projeção.
E vocês aderem, permanentemente, a
isso.
Mas as experiências efetuadas, por
sua intensidade e por sua novidade, podem conduzi-los a soltar isso, ou seja, a
não mais ser o Testemunho, o observador, a não mais ser vocês, a tornar-se o
outro e, finalmente, aperceber-se de que não há nem um, nem o outro.
E, aí, o Absoluto É.
Vocês veem, enfim, claramente, para
além de qualquer visão.
Porque vocês são Transparentes.
Sendo Transparentes, vocês não podem
mais interagir com o que quer que seja.
Vocês não são mais afetados.
Então, para alguns, isso vai
traduzir-se como um sentimento de desaparecimento, de anestesia ou de
hiperestesia.
Mas não parem aí, tampouco: vão além.
Vão até o extremo, até que vocês vivam
que não há qualquer extremo, nem mesmo um início e, ainda menos, fim.
Porque vocês são o que estava aí,
antes do nascimento, após a morte, que sempre esteve aí, antes da existência dos
planetas, das estrelas, das Dimensões.
Vocês são isso.
Mas ser isso é pôr fim às ilusões, a
todo efêmero, a toda crença de que vocês evoluem, de que vocês devem melhorar, de
que vocês têm algo a conduzir.
Mas ser Absoluto não os impede de
conduzir o que quer que seja.
Simplesmente, aí também, olhem: é o
ponto de vista que não é o mesmo.
Ou vocês estão confinados, ou estão
Liberados.
À primeira vista limitada, isso nada
muda.
Mas, é claro que isso nada muda,
porque o Absoluto nada tem a mudar, uma vez que, como eu disse, ele sempre
esteve aí, antes mesmo que vocês existissem em um saco.
Viver isso é superar e transcender,
sem ocupar-se disso, toda história, toda memória, todo medo, todo sofrimento,
toda morte.
É restabelecer-se no que vocês São,
de toda a Eternidade.
Questão: não tendo questão, eu posso
receber o que você tem a comunicar-me.
O que eu tenho a dizer-lhe não é uma comunicação.
É, como eu disse no preâmbulo, uma
Vibração, bem além de todo sentido inteligível, bem além de todo sentir e de toda
percepção que lhe é própria.
Se você não se coloca mais na posição
daquele que escuta, na posição daquele que ouve, mas, unicamente, além de todo
observador, há uma ressonância que se cria nesse mundo, entre você e eu, até o
momento em que seu ponto de vista o faz viver que não há você e não há eu, que
o leva a ir além do olhar, além da história, além, mesmo, do instante presente.
A partir do instante em que todo
sinal cessa, então, o Absoluto está aí.
Não é, portanto, uma comunicação,
porque a comunicação parte de um ponto a outro.
É isso, na aparência e, unicamente,
na aparência, porque há um sinal que é emitido, de lá, onde estou, para aí,
onde você está.
E esse sinal que é emitido de um
ponto a outro, há ressonância, mas há, também, interpretação.
O próprio sentido da ressonância, a
própria interpretação deve deixar lugar para a vacuidade, primícias ao
Absoluto.
Em um primeiro tempo, você observa,
escutando ou ouvindo, como eu disse.
Mas se você aceita ir além disso,
você se aperceberá de que não há um ponto e outro, de que não há distância, de
que não há comunicação, nem mesmo relação.
Há Absoluto, a partir do instante em
que cessam o Testemunho, o observador e a própria observação, a partir do
instante em que você considera que não há mais sujeito e objeto e, ainda menos,
dois sujeitos.
Naquele momento, nada mais há a
comunicar.
O Absoluto não se comunica, mas, para
aquele que está no limitado, isso pode chamar-se uma comunicação, com palavras,
com Vibrações, com questões e respostas.
Mas, após isso, em definitivo, há o Absoluto,
que não é nem função da questão, nem da resposta, nem de um, nem do outro, nem
do sujeito, nem do objeto, nem do que é veiculado pela Vibração.
Questão: na expressão «o corpo, a
alma, o Espírito», o que é o Espírito e qual é sua relação com o Absoluto, se
há uma?
O corpo é o saco de alimento.
A alma e o Espírito são sacos que
permitem a experiência e a projeção.
O Espírito seria o «Eu sou».
O Espírito não pode conduzir ao Absoluto,
uma vez que, mesmo esse Espírito, deve ser entregue ao Absoluto: «Pai, eu
entrego meu Espírito entre suas mãos».
É o abandono de toda vontade própria,
de todo sentido de identidade, de todo sentido de identificação, de toda
veleidade de confinamento, de delimitação.
O corpo, a alma e o Espírito representam
uma Unidade.
A Unidade não é Absoluta, porque o Absoluto
contém tanto a Unidade como a Fonte, como todo o resto.
Assim, portanto, o que você É não
pode ser condicionado pelo corpo, a alma e o Espírito, porque corpo, alma e
Espírito necessitam de um observador, um Testemunho.
Se isso desaparece, o Absoluto é.
Não antes.
Não pode existir qualquer relação,
qualquer ressonância, mas pode-se dizer, contudo, que o corpo, a alma e o
Espírito são inclusos, de algum modo, no Absoluto.
Tudo depende, aí também, do lugar –
que não é um lugar – onde você se coloca.
Ou você se localiza, ou você não está
mais localizado.
É o desaparecimento do observador: o
momento em que é chegado para viver a não consciência ou a-consciência.
A consciência concerne à alma e ao
Espírito.
A não consciência ou a-consciência
não é mais concernida pelo corpo, a alma e o Espírito, em qualquer de suas
experiências (confinada ou não).
Questão: eu experimento uma espécie
de dormência e, quando pergunto ao meu mental: «quem sou eu?» há cada vez mais
dificuldade a responder-me.
Ao oposto, se eu o faço repetir: «eu
sou Absoluto» eu não o vejo reagir, mas, contudo, eu não vejo subir a Onda de
Vida.
Mas, como você pode imaginar dirigir-se ao seu mental?
Você crê que é ele que vai fazê-lo
viver o Absoluto?
Ele vai tudo fazer para afastá-lo
dele.
Ele vai fazê-lo repetir: «eu sou
Absoluto».
E isso pode durar uma eternidade,
porque você considera que é seu mental que vai conduzi-lo ao que você É.
Como você pode crer, ou mesmo
imaginar, algo assim?
A refutação não é uma afirmação.
Não é porque você vai repetir: «eu
sou Absoluto», que você vai sê-lo, porque, quem repete, se não é o mental?
A refutação nada tem a ver com isso.
Refutar o efêmero é a solução.
Mas dirigir-se, você mesmo, ao seu
próprio mental, é uma inversão total, ou seja, seu «eu sou» dirige-se ao seu «eu».
Como é que, nesse sentido, poderia
existir qualquer Absoluto?
Enquanto há essa busca, enquanto há
essa crença, nenhuma Onda de Vida pode aparecer.
O único modo é Abandonar-se, a si
mesmo.
O único modo de Abandonar-se a si
mesmo é a refutação, e não a afirmação.
Afirmar: «eu sou Absoluto», tal como
você diz, é a demonstração perfeita de que você não é Absoluto, enquanto é o
que você É.
A afirmação mental – como se dirigir
ao seu próprio mental – nada quer dizer, e não implicará qualquer modificação
do que quer que seja, porque o lugar no qual você se coloca é, deliberadamente,
o «eu» ou o «Si»: esse «eu» ou esse «Si» que se dirige a ele mesmo.
O pensamento positivo continua um
pensamento.
Esse pensamento positivo age no
âmbito do «eu», mas nenhum «eu» o fará descobrir o que você É.
A prova, é que você não o vive.
A Onda de Vida necessita de soltar o
pensamento positivo, ou seja, a vontade.
Enquanto você quer e crê em algo, ela
não acontecerá, jamais, porque você está, ainda, em uma perspectiva linear de
crer que há uma evolução, que há algo a melhorar, e você se põe, a si mesmo, na
distância, criando um objetivo ilusório, um caminho ilusório.
É claro que a Onda de Vida não pode
nascer nessas circunstâncias.
Ela apenas pode nascer se você está
Abandonado, primeiro, à Luz e, em seguida, a si mesmo.
Você procura colocar-se no
observador, mas não é, mesmo, o observador ou o Testemunho do Si, mas do «eu»: você
se espelha, a si mesmo, em si mesmo.
Há, nesse nível, o que vocês nomeiam
uma ferida narcisista.
Essa ferida narcisista o faz considerar
que é o «eu» que deve viver a Luz e que há algo a incorporar, mantendo o «eu».
Eu posso apenas dizer o que eu já
disse: esqueça-se.
Enquanto você crê ser uma pessoa,
você continua ela e, sendo uma pessoa, há uma separação, uma divisão, um
afastamento que apenas existe em seu mental.
Então, como você pode dirigir-se ao
seu próprio mental?
Vá, antes, ao sentido da confusão.
Se seu mental está confuso, isso quer
dizer que ele rende as armas.
Você o observa, por momentos, render as
armas, e você volta a nutri-lo, no instante seguinte, repetindo a ele: «eu sou Absoluto».
Você pode repetir isso muito tempo.
O Abandono do Si é não mais exercer o
mínimo pensamento positivo, não mais querer o que quer que seja.
Você quer fazer coexistir, do mesmo
ponto de vista, o «eu», o Si e o Absoluto, mas o Absoluto não pode estar,
enquanto o «eu» e o Si não desapareceram.
Você não desapareceu.
Você mantém uma forma de presença,
não tanto como observador que ainda não desapareceu, mas no que eu nomeei essa
ferida narcisista.
Tente, simplesmente, lembrar-se do
que você era antes de ter o sentido de uma pessoa, antes de três anos (ndr: a
idade de três anos).
Você deve chegar ao estado do sono,
ou seja, aquele em que você não existe mais.
Ora, repetir: «eu sou Absoluto»
mantém a ilusão.
É seu mental que lhe ditou essa
conduta, fazendo-o crer que você ia ali chegar.
Mas isso é impossível.
Eu posso apenas repetir-lhe: esqueça-se
e refute.
Refutar não é afirmar. Eu repito.
Questão: Ser o receptáculo de minhas
Irmãs Estrelas, e Irmãos Anciões, e dos Arcanjos, e de você, BIDI, e irradiar
seu Amor Absoluto, sem qualquer participação de minha vontade e a nenhuma
direção.
Estar em minha Presença sonora do
Universo, sem ali prender-me.
Estar na Onda de Vida que me
percorre, sem ali atribuir importância.
Sentir o Amor de meu Coração queimar
ao Infinito.
Seguramente, resta-me a paciência
para tornar-me Absoluto.
Quando você diz tudo isso, e quando
demonstra o que vive, isso é a Última Presença.
Eu poderia dizer, simplesmente que,
tendo observado e vivido tudo isso, com toda a Alegria manifestável e
manifestada, quando você acolheu, em si, Anciões, Arcanjos ou eu mesmo, resta-lhe
fazer desaparecer – sem o querer – o Observador que viveu e constatou tudo
isso.
Nada mais há a empreender.
Eu repito (como disseram outros
Anciões): fique tranqulio, nada mais queira, nada decida, deixe instalar-se o
que você É.
Isso necessita, de você, nada mais do
que desaparecer, ou seja, fundir-se em um Ancião, em uma Estrela, em um
Arcanjo, em mim, em quem você quiser, em seu duplo, em KI-RIS-TI, isso não tem
qualquer importância.
Nesse momento em que se manifesta o
que você nomeia uma Presença (em seu Canal Mariano ou em seu Coração, ou nos
dois), esqueça-se.
Nós não estamos mais, unicamente, na
refutação, mas no desaparecimento do Si.
Aí, você é o que você É, Amor Absoluto,
sem qualquer dúvida possível.
A partir do instante em que você para
de fazer, a partir do instante em que você para de ser, o mundo desaparece (como
você desaparece) e, quando tudo desapareceu do efêmero, resta o Absoluto.
Você se tem na Infinita ou Última
Presença.
Resta apenas finalizar – se posso
exprimir isso assim – sua própria Presença, fazer desaparecer o Testemunho,
aquele que viveu todas essas Graças.
Porque você não tem que vivê-las,
unicamente.
Porque ela é sua Natureza: graça
Absoluta.
Ela, portanto, o fez sentir – por suas
experiências, pelo que você me pergunta – que lhe resta render o último efêmero
– o Testemunho, a própria consciência – justamente, fazendo cessar toda
projeção, toda ideia, toda sensação, toda experiência.
Naquele instante, e a partir desse
instante, você será o que você É, de toda a Eternidade: Absoluto.
Lembre-se de que há passagens do «eu»
ao Si, do «eu» ao «eu sou», mas que não há passagem entre o «eu sou» e o Absoluto.
É a refutação do «eu» e do «eu sou»
que deixa aparecer o que é, de toda a Eternidade, o que você É, para além do
Ser, para além da consciência, para além de toda experiência.
Se você para, se você desaparece,
então, Absoluto você aparece, porque ele jamais desapareceu.
Coloque-se a questão de quem
observou, quem viveu tudo isso?
Efetivamente, aquele que esteve
imóvel, para além do Testemunho e do Observador.
Eu diria: translade o ponto de vista.
Suprima todo olhar.
Nada mais há a fazer, nada mais a
empreender.
Isso se chama: «ficar tranquilo», além,
mesmo, do Observador.
A Infinita Presença.
Pela dormência do corpo, pelos Sons,
pelo Canal, pela Onda de Vida, pelo Fogo do Coração, pelo Kundalini (como eu disse) devem ser transcendidos, superados, o que
lhe dá a Ser, além de toda percepção e de toda consciência, ou seja, estar no
não Ser, o que você É.
Você é, de algum modo, o apoio e a
Essência de todas as experiências do mundo, como as suas.
Se você se apreende disso, você se
desapreende de todo o resto.
E aí, você verá que tudo está aí, já,
assim como o que foi desenvolvido, que tudo o que foi sintetizado, que o
conduziu a viver suas experiências, a descobrir alguns estados.
Hoje, é-lhe pedido para ir além de
todo estado, sem mover-se.
Então, permanecendo assim, sem
esforço, sem sentido do «eu» ou do «eu sou», você será apreendido pelo que você
É.
Mas você, você nada mais apreenderá.
Questão: o Aïn Soph é o Absoluto?
Trata-se do Aïn Soph Aur, além do Aïn, além do Aïn Soph.
O Absoluto é o Parabrahman.
O Aïn
Soph é o Brahman.
Pode-se dizer que o Parabrahman (ou o Aïn Soph Aur) contém o Aïn
Soph ou contém o Brahman.
Mas são apenas conceitos, apenas
palavras.
Não seja tributário das palavras,
porque toda palavra é um conceito, toda palavra é uma projeção na ilusão.
O perigo do conhecimento está aqui: é
tomar o conhecimento pela vivência.
Nenhum conhecimento pode ser uma
vivência, mas a reapropriação de uma vivência, através de uma terminologia, uma
língua, uma linguagem, uma crença.
Enquanto você tem necessidade de
identificar – e, do mesmo modo, enquanto você tem necessidade de nomear uma
pessoa, um conceito, uma ideia – o Absoluto não pode estar.
O silêncio do que é nomeado, o
silêncio dos conceitos, como o desaparecimento da pessoa são elementos
essenciais, que permitem ao Absoluto – que sempre esteve aí, eu o lembro – revelar-se,
desvendar-se, porque é o que você É.
Nenhum conceito, nenhum conhecimento
leva-o ao Amor e, aliás, nas Escrituras do Ocidente, isso foi dito por
numerosos místicos.
O conhecimento é uma projeção, ele está
na antítese e ao oposto da simplicidade, porque todo conhecimento é uma
projeção e, portanto, pertence à ilusão.
Você não pode conhecer o que você É.
Você não pode encontrar o que você
procura.
Apenas a partir do instante em que
você cessa a busca, a procura – ou imagina que tem algo a encontrar – a partir
do instante em que você para os conceitos, é que o Absoluto está aí.
É preciso esquecer-se de tudo isso.
Enquanto há necessidade de nomear,
enquanto há necessidade de referir-se ao que quer que seja, você não pode ser Absoluto,
porque a consciência está em ação e a ação da consciência é a de ter-se fora do
Absoluto, de apoiar-se no Absoluto, mas, em caso algum, permitir o Absoluto.
Assim, portanto, é essencial fazer
desaparecer todos os conceitos, todas as crenças, todas as trapaças da espiritualidade,
que são apenas desvarios, apenas passatempos, apenas divertimentos.
Isso não é para renegar porque,
frequentemente, foi o que lhes permitiu chegar aí.
Mas aí, agora, para ser Absoluto, não
há qualquer lugar aonde chegar, qualquer parte na qual procurar, qualquer parte
na qual encontrar.
É apenas o movimento que deve parar,
não como a expressão de uma vontade, nem de um mental, mas no fato de que tudo
para, a partir do instante em que você não procura mais os conceitos, nem as
palavras, nem o que quer que seja.
Então, o Absoluto está aí.
Questão: você me disse: «há etapas
para a observação lúcida».
Eu aceito e refuto esse comando de
aderir à necessidade do outro, seja de servir de vítima, algoz ou salvador.
No testemunho, eu me desengajo, por
vezes na paz, por vezes, ainda, na inquietação da vítima de mim mesmo, pouco
importam os papéis interpelados.
O desafio é o de desapreender-me, de
passar outro do que sempre fez parte da falsificação das relações.
Você tem uma opinião para fortalecer-me
em minha posição, porque os testes são, é claro, a cada instante.
Qual é a questão?
Onde está a questão?
Eu vejo apenas afirmações.
Eu vejo apenas «eu».
Eu vejo apenas o sentido de uma
identidade: eu e o outro, eu e minha vida.
Há, indiscutivelmente, a vontade de
colocar-se ao centro.
Mas não o centro imóvel: o centro que
leva a si e, portanto, à instalação do Si.
Há, de qualquer forma, um progresso.
Há, de qualquer forma, uma
progressão, mas o Absoluto não pode ser, de modo algum, uma progressão, nem uma
aceitação, nem mesmo uma superação.
Esqueça-se de tudo isso, esqueça-se
de toda história, de todo sentido de uma pessoa, de todo sentido de uma
identidade.
Você não tem qualquer meio – através disso
– de ser Absoluto, porque dizer: «aceitar renunciar aos próprios sofrimentos» faz
desaparecer os sofrimentos?
Não, porque você se coloca no mesmo
nível.
Essa lucidez tem etapas, mas nenhuma
etapa é Absoluto.
Tudo traduz, sem exceção, uma mudança
de olhar, mas que o mantém ao centro de si, ao centro de uma identidade.
O Absoluto está ao centro de tudo,
mas não ao centro de uma identidade, nem de uma pessoa.
Há – por isso, por essas palavras – o
sentido de uma afetação a si mesmo, a necessidade de uma apropriação e não de
uma restituição: o medo de desaparecer.
Há, portanto, algo que é mantido,
algo que não é solto, algo que mantém, artificialmente, o sentido de uma
presença, o sentido de um «eu sou», uma consciência.
Todas essas etapas lúcidas devem ser
refutadas.
A refutação acompanha-se da Onda de
Vida.
Ou, então, o Abandono do Si é tal que
o Canal Mariano, as Presenças estão aí, tanto em vocês como ao seu lado.
Mas, para isso, o «eu», o Si devem
desaparecer.
Há, portanto, novamente, para além
dos estados lúcidos, uma forma de reposicionamento em um centro que não é mais
você, nem o «eu sou», em um centro que está além daquele que olha, daquele que
viu etapas, daquele que compreendeu, daquele que apreendeu.
Vá além de tudo isso e você
encontrará a Paz: não aquela ligada a uma satisfação ou a uma lucidez, mas,
efetivamente, ao Absoluto.
De qualquer forma, você se coloca à
distância do que você É, ao centro, não de si mesmo, mas ao centro de tudo.
Assim, você mantém, sem o querer, a
distância entre o Tudo e Você.
É isso que há a ver.
Tornar-se Transparente é não mais
ser, é não mais interferir, é deixar estabelecer-se o que você É.
Questão: a noite passada, eu vivi,
pela primeira vez, a Eternidade.
Era a Paz verdadeira, a plenitude do
silêncio.
É isso a Morada de Paz Suprema, Shantinilaya?
É isso o Absoluto?
Ou é, ainda, o Si?
Shantinilaya é a tradução do Absoluto.
É, de algum modo, se posso exprimi-lo
assim, a barreira ilusória entre a Infinita Presença e o Final ou o Absoluto.
É a coloração do Absoluto.
A partir do instante em que Shantinilaya é tocado, o Absoluto está
aí, realmente, para você.
Se ele está, você vai constatar que
deixa esse corpo viver, esses pensamentos passar, que você não sabe mais ser
afetada pelo que vivem esses diferentes sacos, porque você É Eternidade, porque
você é Shantinilaya.
E aí, efetivamente, o olhar mudou.
As consequências disso serão
múltiplas.
Observando as consequências, a partir
do «eu» ou do «eu sou», aparecer-lhe-á que você não é mais afetada e, também,
que você poderá passar, com uma facilidade cada vez mais evidente, da ação do
jogo da vida desse mundo para a contemplação do Si, para Shantinilaya, sem qualquer dificuldade.
Aí está a verdade Absoluta.
Questão: Basculamento. Isso me parece
diluir.
Você pode pôr-nos em uma forma de Luz
clarificada?
O melhor dos Basculamentos que você
conhece é a cada dia: é o momento em que você dorme e o momento em que acorda.
Você Bascula, de uma consciência para
outra coisa.
Isso é um Basculamento.
O Basculamento não concerne ao Absoluto.
Contudo, você pode ali encontrar
elementos apreciáveis, que lhe permitem conceituar – mas não vivê-lo – o Basculamento.
É, por vezes, a Reversão – passagem de
um estado a outro – porque, tanto no Basculamento como na Reversão, há um ponto
de apoio: o «eu» ou o Si.
No Final ou no Absoluto não há mais
qualquer ponto de apoio, é toda a diferença.
Não se Bascula no Absoluto: o Absoluto
já está aí.
Reverte-se ou Bascula-se do «eu» ao Si,
transpondo uma porta, revertendo um triângulo elementar, revertendo a alma do
ponto de vista do corpo ao ponto de vista do Espírito.
Mas o Absoluto contém, absolutamente,
tudo isso.
Ele não pode ser, em caso algum, um
Basculamento, mas, efetivamente, a parada do movimento, a parada de toda
dinâmica, a parada de toda percepção e de toda sensação.
O Basculamento é o mecanismo que
conduz a consciência a viver os diferentes Samadhi:
passar da consciência comum a Turiya,
mas Turiya não é Shantinilaya, não é um Basculamento.
É, justamente, o momento em que tudo
está imóvel, no qual nada mais pode Reverter-se, no qual nada mais pode
Bascular.
É quando a Presença desaparece.
Você pode assimilar isso a um Basculamento,
mas o Basculamento tem um ponto de apoio.
Mesmo se é passível de sobreposição.
A passagem do estado de vigília ao
sono pode ser chamada Basculamento, mas, quando você está no sono e acorda, o
que é que Bascula?
É o movimento – se posso dizer –
inverso.
Fazer desaparecer o Basculamento, ficando
tranquilo, permite ser Absoluto.
Isso não é nem um Basculamento, nem
uma Reversão, mas, bem mais, a evidência que se manifesta diante de você e em
você, que não o faz mais depender de uma oscilação, de uma alternância, mas,
efetivamente, do que foram nomeadas passagens de um ao outro.
Essas passagens de um ao outro se
manifestam, claramente, como uma percepção ou uma não percepção.
Mas algo se moveu, enquanto você não
se movia.
São as passagens do «eu» ao Si, do Si
ao Absoluto, do Absoluto ao «eu», uma vez que ele está aí, revelado, uma vez
que seu ponto de vista está dentro, e não mais fora.
O Basculamento não concerne ao Absoluto.
Quando você passa da vigília ao sono,
há Basculamento.
Quando você passa do sono ao
despertar ou à vigília, mesmo se isso possa ser percebido como um Basculamento,
não é mais um Basculamento.
É uma mudança de posição da
consciência, o cruzamento de uma Porta.
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Algumas expressões bem diferenciadas da MSG: "Enquanto vocês procuram um sentido na encarnação, enquanto procuram um sentido em qualquer espiritualidade, continua o «Eu sou» e continua a Ilusão e o efêmero <> É preciso não mais observar, não mais olhar <> Nesse desaparecimento encontra-se a Verdade, e há apenas uma: ela é Absoluto <> Todo o resto são apenas projeções que lhes dão a crer e a viver experiências <> Essas experiências são fonte de prazer, são fonte de enriquecimento <> Mas como é que o que é perfeito, de todos os tempos, pode ser enriquecido do que quer que seja, uma vez que você é Absoluto? <> O observador deve apagar-se, como a luz apaga-se. Quando a luz apaga-se, não há mais projeção. Só há o Amor <> Não concebam, jamais, o Absoluto como um objetivo, porque ele afasta-se de vocês <> Saiam dessa história de que há algo a procurar, de que há algo a encontrar <> Crer que, olhando desse mundo, vai permitir-lhes dele extrair-se, é uma ilusão <> Enquanto vocês concebem que exista um apego a esse saco, aos seus pensamentos, às suas ações, a um próximo (qualquer que seja), vocês não podem ser Liberados <> A única coisa que vocês não podem ver é vocês mesmos <> O que vocês veem são apenas projeções, histórias, memórias, ilusões <> Vocês serão Liberados, em um momento coletivo, que põe fim à ilusão coletiva <> É preciso, efetivamente, esquecer-se de si mesmos, desaparecer, totalmente. Isso não quer dizer nada mais fazer, mas deixar fazer <> Eu posso apenas dizer o que eu já disse: esqueça-se <> O Absoluto está ao centro de tudo, mas não ao centro de uma identidade, nem de uma pessoa". A FALA DO BIDI, ALÉM DE NÃO SER DESTE MUNDO, É MESMO O MÁXIMO; E, PORTANTO, É SEMPRE DELEITANTE, NO MÍNIMO; PELO MENOS PARA AQUELES JÁ NÃO MAIS BUSCADORES, OU SEQUER, SUJEITO ALGUM.
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