DO SITE AUTRES DIMENSIONS.
(vocês ouvirão piados insistentes de um beija-flor que ficou grande parte da gravação na janela, e, depois, um bem-te-vi, quase ao final)
(PERDÃO - CULPA - ABUNDÂNCIA - RELIGIÃO)
Bem, caros amigos, estou extremamente
contente por revê-los, isso me dá extremo prazer: ver as pessoas que estão aí
esta noite para tentar dialogar, trocar juntos, para ver quais são suas
preocupações do momento.
Nós vamos poder, eu espero,
aportar-lhes esclarecimentos sobre o caminho do planeta, mas, também, sobre o
caminho que lhes é próprio.
Então, se querem, começamos, de
imediato, a escutar o que vocês têm a perguntar-me, o que têm como
interrogação.
Questão: Como administrar a cólera?
Caro amigo, a coisa que eu posso propor-lhe é dirigir a cólera, por exemplo, em um lugar no jardim, ou seja, quando você sente essa cólera que sobe, quando sente esse fogo que chega para você, diretamente, não se dirigir a um ser humano ou a um animal, mas ir encontrar, em algum lugar, um vegetal, na natureza, não muito longe de você.
Se isso não se produz em você, será
preciso, por exemplo, que você encontre um lugar na natureza para poder evacuar
essa cólera.
Efetivamente, o elemento o mais
importante é que essa cólera, é preciso exteriorizá-la, de uma vez por todas,
não constrangê-la, mas, sobretudo, não exprimi-la através dos seres que não a
merecem, essa cólera.
Em contrapartida, você pode confiar
sua cólera, por exemplo, aos vegetais, às árvores que serão capazes de
recolhê-la, em especial, o carvalho.
Basta encontrar um carvalho, observe,
não há, talvez, carvalho em seu jardim, entretanto, você pode imaginar que você
fala com um carvalho.
A partir do momento em que você
encontrou um e confia-lhe sua cólera, você poderá, efetivamente, repetir o
processo, mesmo na imaginação, visualmente, sem realidade da presença do
carvalho.
O carvalho é uma árvore extremamente
forte, que é capaz de receber sua cólera sem sofrer com ela.
Progressivamente e à medida que você
exprimir essa cólera, ela vai eliminar-se, não é questão de controlar, de
dominar para impedir de manifestar-se, como você o faz, até o presente.
Ela tem o direito, eu diria, de sair,
de uma vez por todas, mas não sair contra circunstâncias ou seres humanos, mas
é preciso confiar essa cólera a alguém que vai representar capacidades de
transmissão e de transmutação dessa cólera e que vai ajudá-lo, no sentido
próprio e no figurado, realmente, a superar esse elemento cólera.
Agora, não se esqueça de que você
deve, também, através dessa cólera que se manifesta em seu presente, conseguir,
mesmo se isso for, por vezes, difícil, perdoar àqueles que sempre tentaram
impedi-lo de exprimir o que você tinha a exprimir.
Isso é extremamente importante a
compreender.
Respondi à sua questão, eu creio.
Questão: como fazer para perdoar?
O melhor modo de tentar perdoar em
relação ao que aconteceu na vida, ao que os feriu não é trabalhar no perdão,
porque o perdão é algo que acontece naturalmente, a partir do momento em que a
personalidade tende a apagar-se diante da vontade da alma, ou seja, diante do
amor que você é, diante da Divindade que você é.
É extremamente importante, para
perdoar, chegar a um nível de consciência diferente daquele que é comum.
A partir do momento em que você quer
trabalhar no perdão, você continua no nível que gerou essa noção de sofrimento
que tem necessidade de ser perdoado ou pedir perdão.
Isso funciona nos dois sentidos.
Não se esqueça de que a resolução de
um problema ligado ao não perdão encontra sua problemática nos nós extremamente
profundos ligados à vivência afetiva relacional, geralmente, com os pais,
obviamente.
Mas o perdão que se situa onde
ocorreu o sofrimento não tem qualquer sentido, porque não há transmutação desse
sofrimento.
Apenas através da descoberta de sua
Divindade interior, através da descoberta de seu potencial espiritual
autêntico, é que vai manifestar-se o perdão, como uma consequência, eu diria,
direta, da amplificação da consciência e da abertura do casulo de Luz e do
inconsciente.
Portanto, trabalhar na noção de
perdão não quer, a priori, dizer
grande coisa.
Efetivamente, é um conceito
psicológico que foi amplamente desenvolvido e, quando se diz «é preciso perdoar»,
«é preciso perdoar papai», «é preciso perdoar mamãe», «é preciso perdoar-se, a
si mesmo», é fácil dizer, entretanto, compreendam, efetivamente, que são
questões de nível energético e que a noção de perdão não pode exprimir-se ao
nível que gerou o sofrimento.
O perdão é a consequência normal da
abertura de consciência.
«Busquem o reino dos céus e o resto
ser-lhes-á dado em acréscimo», esse é o ensinamento o mais importante de Cristo, quando Ele estava sobre a Terra.
Ele é tanto mais válido hoje,
obviamente, porque, se vocês estão ao nível do perdão, continuam no nível que
gerou o sofrimento.
Ora, o sofrimento vem apenas da
confrontação de duas personalidades, de dois egos, pode-se dizer.
A partir do momento em que um dos
dois seres chega à dimensão que é chamada o amor incondicional, à dimensão da
Divindade interior, não pode mais ali haver ferida.
O perdão é um ato permanente do amor.
O amor é perdão, o amor é
transcendência.
Então, obviamente, pode-se analisar
intelectualmente, mentalmente, emocionalmente o que quer dizer perdoar, mas, a
partir do momento em que a consciência do ser humano coloca-se em uma
problemática que ocorreu no passado e que, hoje, vocês exprimem um
ressentimento que necessita de um trabalho de perdão, vocês vão reativar a
energia do passado, vão reativar o que apenas demanda apagar-se e que, no
entanto, perturba-os em seu presente.
Portanto, a solução não está,
necessariamente, no querer, a todo custo, perdoar com o intelecto, com o
coração, eventualmente, mas que, frequentemente, é compreendido, não como o
coração, mas como uma emoção, um sentimento (ora, o coração não é uma emoção,
não é um sentimento, nós já tivemos a ocasião de falar disso, isso se situa ao
nível da terceira dimensão).
O mais importante é encontrar sua
Divindade Interior, o perdão virá sozinho, a partir do momento em que vocês
tocarem com a alma seu nível divino.
Naquele momento, o perdão far-se-á
automaticamente porque, ao nível da alma, não pode haver não perdão.
O perdão é inscrito na finalidade da
alma, obviamente, mas, absolutamente, não na finalidade da personalidade.
É isso que é extremamente importante
a compreender.
Questão: como não acumular além das
próprias necessidades, mas, simplesmente, tomar o que é necessário?
Meu caro amigo, você raciocina com
algo que é muito louvável, que se chama, como você diz, «procurar o exato», «tomar
apenas o que é necessário para a vida».
Fala-se muito, hoje – efetivamente, é
extremamente louvável – do que se chama tudo o que é renovável, do que se chama
o justo partilhar das coisas.
Mas, se adota esse princípio, você
vai, necessariamente, entrar em um processo de autolimitação.
Por que viver a limitação?
O Pai é abundância, o Pai é
abundância total, o Pai não é limitação ao nível de sua Terra, ao nível do
dinheiro, ao nível de tudo.
São níveis de separatismo daqueles
que dirigem, realmente, hoje, o planeta, que empreenderam tomar o controle em
todos os níveis energéticos, ao nível dos recursos nutricionais, ao nível dos
recursos alimentares, ao nível dos recursos dos medicamentos.
Mas a própria vida é abundância,
portanto, se você parte desse princípio, vai limitar-se, a si mesmo, talvez, o
que não é bom em relação à sua alma.
Efetivamente, não é necessário considerar
o princípio de abundância como um desejo de posse.
A abundância deve ser construída,
antes de tudo, como um nível de livre troca, ou seja, que quanto mais você
receber, mais você dará.
Em contrapartida, se mais você
recebe, mais você guarda (e, aí, eu não falo, unicamente, do dinheiro), aí,
você entra na posse ligada ao ego, mas, também, à posse no sentido diabólico da
alma.
Em contrapartida, se a abundância
permite-lhe distribuir a abundância, então, naquele momento, você crescerá em
sua vida espiritual, mas, também, no florescimento de sua vida material, e isso
é extremamente importante.
Por que querer limitar-se a algo de
minúsculo, a algo em que se toma apenas o que se tem necessidade?
Não é questão, contudo, de
desperdiçar.
É uma atitude de espírito que deve
fazer-lhe bem.
Porque a vida é abundância e porque
ela provê, em abundância, a todas as suas necessidades, efetivamente, e o
excedente pode ser distribuído.
Mas não é questão de limitar, porque
é, também, eu diria, uma visão ligada à personalidade, mas invertida, ou seja,
que se quer negar o ego que recolhe tudo para ele, dizendo «não, não, eu não
estou no ego, porque eu tomo apenas o mínimo».
Mas compreenda, efetivamente, que é,
também, uma manifestação do ego que reflete assim, porque a alma é abundância,
definitivamente, ela é Luz.
A Luz pode apenas espalhar-se; a Luz
pode apenas propagar-se, de próximo em próximo, e vocês devem conceber sua
vida, nessa dimensão, assim, porque a vida é, realmente, abundância, na condição,
obviamente, de que vocês redistribuam essa abundância que vocês recebem, tanto
ao nível da irradiação, tanto ao nível da abundância que lhes é oferecida pelo
divino, como essa abundância que se situa ao nível da qualidade, da quantidade
de sorriso que vocês têm em vocês, igualmente, pela própria quantidade de
dinheiro que lhes é dada, porque o dinheiro é uma energia que deve circular.
O importante é não bloquear as
trocas, mas a troca deve, verdadeiramente, realizar-se.
Progressivamente, vocês devem crescer
nessa noção de florescimento e de abundância.
A abundância faz parte da mestria.
Progressivamente e à medida que
entrarem no soltar, não querer tudo puxar para si, vocês terão que
administrar a abundância, mas não a escassez, obviamente.
É, eu penso, um pouco irracional
querer pôr-se na exata necessidade, ou seja, não tomar mais do que se tem
necessidade.
Vocês devem tomar a totalidade que
lhes é oferecida, mas redistribuí-la, mas não bloquear o movimento, unicamente,
ao nível da satisfação, mesmo mínima, de suas necessidades porque, aí, vocês
entram, também, em um processo que é ligado a um ego, eu diria, um pouco
invertido.
Não é pejorativo o que eu digo, mas é
preciso, efetivamente, compreender que a vida e a Luz são abundância, na
terceira dimensão, como em outras dimensões, e é preciso aprender a gerar a
abundância e não a escassez.
A escassez é um conceito que foi,
livremente, introduzido por aqueles que querem apropriar-se de todas as
riquezas e não querem redistribuí-las.
O problema vem daí.
Agora, se vocês aceitam permanecer na
escassez ou na exata necessidade, naquele momento, vocês fazem o jogo daqueles
que se enriquecem.
Os seres espirituais, os seres que
procuram a Luz podem, eles também, enriquecer-se, em todos os sentidos do
termo, enriquecer-se não para guardar, mas para redistribuir.
Isso é extremamente importante.
Questão: poderia falar-nos do
sentimento de culpa?
Perfeitamente.
A culpa é algo que é sentido,
sente-se culpado por ter agido mal, sente-se culpado por fazer o mal, sente-se
responsável por tudo o que acontece.
No entanto, é algo que foi inscrito,
gerado, eu diria, em modelos educativos introduzidos pelos pais, pelos
educadores, pela escola, sobretudo, pelos pais, mas, também, por vezes, os
irmãos e irmãs que havia em sua vida.
A culpa faz parte inerente de todo
ser humano.
Compreendam, efetivamente, que tudo o
que foi construído – em tempos imemoriais, eu diria, isso remonta a cinquenta
mil anos, mas não antes – desde a gênese do que se chama o corpo astral, o
corpo de desejo, o corpo da personalidade é baseado na dicotomia entre o bem e
o mal.
Ora, a culpa inscreve-se onde?
Ela se inscreve, obviamente, na noção
de mal, algo que é mal.
O mal e o bem fazem, profunda e
definitivamente, parte de sua manifestação na terceira dimensão, porque é o que
permite escolher, é o que permite julgar sem parar entre o que é bom e o que
não é bom.
A culpa faz parte do que não é bom.
É preciso, efetivamente, compreender
que é algo que, como eu dizia, é inscrito em todo ser humano, porque há a
encarnação, e o objetivo da vida é desenvolver o bem.
O bem é o quê?
O bem é o que se dizia na questão
anterior, é a abundância, é o amor, é a Luz, é a expansão, é o que vai contra
fatores de limitação, é o que vai permitir encontrar o florescimento interior,
que vai reportar-se à alma.
Agora, não é questão de analisar,
tampouco, a culpa.
O importante é, verdadeiramente,
confiar seus problemas, que o incomodam em sua evolução, mesmo se isso lhe
pareça bizarro, não a um psicanalista, não a um psicoterapeuta, mas,
verdadeiramente, confiá-los a uma árvore, como eu dizia há pouco.
Você constatará, muito rapidamente,
que isso vai ajudá-lo e, além disso, acessoriamente, você não terá necessidade
de pagar à árvore, isso lhe custará menos caro, de qualquer modo.
Questão: por que me sinto, por vezes,
desesperada, como desligada de tudo?
Cara amiga, em seus casulos de Luz observa-se que você é alguém que, frequentemente, viveu nos apegos aos ideais, apego aos filhos, apego ao afetivo, frequentemente, com laços extremamente fortes, que você procurou construir, você mesma, por sua personalidade.
Ora, o trabalho espiritual que se faz
há algum tempo provoca, justamente, uma noção inversa daquela que construía sua
vida até o presente.
Efetivamente, a passagem à quinta
dimensão acompanha-se de algo que é muito novo e, sobretudo, para aqueles que
não têm experimentado essa noção de desapego ligado à própria evolução
espiritual.
Mas a quinta dimensão necessita de um
desapego, ou seja, não se pode evoluir mantendo estruturas obsoletas e,
sobretudo, não se pode evoluir tentando criar laços extremamente potentes,
extremamente fortes com o que faz nossa vida.
O que não quer dizer que se deva
estar desapegado, cortado de todos os laços para não estar com ninguém, eu não
disse isso.
Eu disse, simplesmente, que as
relações entre os seres, com as energias, com o ambiente devem construir-se
através de algo que está nesse desapego.
O desligamento, tal como você o sente
é, para você, algo que é privado da visceralidade, eu diria, da emoção e do
afetivo.
Mas é uma transformação extremamente
importante, está-se na fase, eu diria, final, dessa transformação planetária.
É extremamente importante que todas
as relações sejam coloridas por esse desapego e que, mesmo se isso lhe pareça
doloroso, não há risco de perda do que quer que seja.
Há, ao contrário, um florescimento
porque, a partir do momento em que se tornam livres as circunstâncias de sua
vida, a partir do momento em que se tornam livres as relações que se
estabeleceram com os seres, as coisas acontecem de maneira muito mais fluida e
entra-se no mecanismo que corresponde à emergência da quinta dimensão, que eu
chamei a sincronia, a fluidez da unidade, que é algo de extremamente
importante.
Então, por vezes, quando não se tem o
hábito do desapego, tem-se a impressão, quando se vive isso, que se sente em
uma espécie de vazio, porque não há a emoção que é ligada, porque não há a
impressão de que, para gerar o afetivo ou para gerar o amor, há necessidade de
haver oposição.
Isso é algo de novo para você, mas,
creia-me, na quinta dimensão e nas dimensões que são situadas acima dela, é
extremamente importante abordar esses novos mundos e esses novos modos de
funcionamento, através desse desapego que não é o vazio, mas que é contrário,
eu diria, à plenitude de uma emoção equilibrada que tem por nome ausência de
emoção, ou seja, ao real.
É preciso redefinir, em você, o que
você chama amor.
O amor não é apego, o amor é
liberação, liberdade total do outro, mas, sobretudo, de si.
Todas as suas relações afetivas que
existem neste planeta, na maioria a mais absoluta dos casos, é ligada ao que se
chama a relação deformada de chantagem, entre aspas, ou de laço, ou seja, eu
ajo assim porque você é assim, mas, se eu quero isso, eu ajo assim.
Perde-se, naquele momento, a
espontaneidade.
É importante restabelecer o que você
chama esse desligamento, é algo, ao contrário, que é preciso tentar cultivar.
Você verá que, quanto mais cultivar
esse estado, mais você entrará na serenidade.
Depois, você entrará na calma,
afastará de si a tempestade.
Isso é válido em todas as relações
que você estabelece e que são seu mundo no qual você evolui.
Isso é fundamental a compreender,
cara amiga.
Questão: como se pode diferenciar o
desapego de um desinteresse?
A coisa é totalmente diferente.
O desapego provoca uma plenitude
interior, sente-se, realmente, pleno, sente-se, realmente, habitado.
Habitado pelo quê?
Primeiramente, pela Divindade,
primeiramente, pelo sentimento – que é um sentimento e não uma emoção – de algo
que é completamente autêntico.
É o que se chama a fluidez da
unidade, é o que se chama um estado de alinhamento total com a própria alma.
O desinteresse, em contrapartida,
provoca uma dessecação, ou seja, o inverso de uma plenitude.
Então, há uma etapa intermediária na
qual, efetivamente, o desapego pode ser considerado como um desinteresse,
porque isso não corresponde a como se funcionava, isso não corresponde a como
se foi educado, isso não corresponde ao que se havia projetado ao nível mental.
Agora, quando se cultiva esse
desapego, progressivamente, em relação a algo que é vivido, não se entra no
conflito, deixa-se exprimir-se o desapego, vai-se aperceber-se de que se entra
em uma unidade, entra-se em um espaço extremamente mágico no qual, naquele
momento, é-se pleno.
Pleno de quê?
Pleno de Luz, pleno de Divindade e,
assim que se deixa os espaços de separações, os espaços de divisões que fizeram
nossa vida até o presente na terceira, então, o despego chega a provocar o que
se chama, também, o soltar, ou seja, o abandono, que conduz, sistematicamente,
à coisa que lhes é pedida nesta vida, ou seja, a mestria.
Mestria não quer dizer controlar,
mestria não quer dizer estar apegado, é exatamente o inverso.
Quanto mais vocês se afastam dos
modos de reações habituais que constituíram sua vida, mais vocês entram nessa
dimensão divina.
Vocês estão aqui para aprender isso.
É, unicamente, o que lhes é demandado
porque, «busquem o reino dos céus e todo o resto ser-lhes-á dado em acréscimo».
Mas, em contrapartida, enquanto vocês
quiserem debater-se nas contradições, nos problemas que estão situados nessa
dimensão, vocês não terão a energia necessária para encontrar seu próprio ser
divino.
Vocês se fecharão em esquemas de
apego, em esquemas que anunciam sua liberdade, isso é extremamente importante.
O desinteresse, em contrapartida, é
uma aridez.
Isso conduz à depressão e não à
plenitude do coração.
Efetivamente, eu confirmo que, no
início, as energias novas do desapego podem parecer corresponder ao que se poderia
chamar o desinteresse, ou mesmo a depressão, porque não se é habituado a
funcionar assim, e é importante a compreender, para entrar na aceitação disso.
Vocês verão que, em um tempo
extremamente curto, vocês sentirão essa plenitude, a partir do momento em que
aceitam esse desapego.
É muito importante porque são, verdadeiramente,
as energias espirituais que empurram a isso, nesse momento.
Vocês não imaginam o número de seres,
o número de energias, o número de consciências que, nesse momento, empurram,
individualmente, cada ser, mas, também, o conjunto de seres que povoa o
planeta, para chegar, antes do momento decisivo, a esse desapego.
Porque o desapego é a plenitude,
porque o desapego é a completude, porque no desapego vocês encontram sua
Divindade interior, e é a coisa que lhes é solicitada, nada mais.
Questão: como explicar os males
físicos ligados a fenômenos de desconexões?
Primeiro, seria preciso explicar o
que você chama «desconexão», caro amigo.
O que eu observo em seus casulos de
Luz é que há, efetivamente, uma facilidade extrema para conectar, eu diria,
realidades ultrassensíveis, mas há, em você, um medo fundamental e visceral
dessa realidade ultrassensível à qual você está conectado, realmente.
Esse sentimento de desconexão é
ligado a um trabalho de enfraquecimento, eu diria, que é feito por sua
personalidade interior, para fazê-lo crer que essa desconexão conduz ao neant, conduz a males físicos e,
portanto, que é preciso, absolutamente, evitar encontrar-se confrontado a esses
mundos.
E, no entanto, devido ao seu
conhecimento, devido à sua vida e devido ao seu caminho de alma, é o que você
escolheu experimentar.
Portanto, de algum modo, você se
comporta como uma criança mimada, você recusa algumas coisas que estão aí, que fazem
parte de sua vida.
E isso cria, efetivamente, males
físicos, isso pode provocar uma falta de sopro extremamente importante, como o
sopro cortado.
A origem de seu desconforto vem daí,
ou seja, o que você chama desconexão é você que desconecta em relação à
realidade lá de cima, para não encontrar-se confrontado ao que você tem medo de
ver.
Questão: como fazer para elevar-se,
quando se sente a vontade, a necessidade?
Boa questão.
De que tem necessidade, um ser
humano, para crescer?
Há a Luz para crescer, a mestria para
crescer na abertura espiritual.
Bem, primeiramente, ela tem
necessidade, essa alma, de ser alimentada, de ser regada e, a partir do momento
em que a alma exprime o desejo de crescer, obviamente, as sincronias, os
reencontros e tudo o que faz o ambiente da vida irá ao sentido dessa autêntica
sede de crescer.
Agora, como fazer para crescer?
Bem, será que é, realmente, questão
de fazer?
É questão, antes, de ser, é
extremamente importante.
Ser não quer dizer, necessariamente,
fazer, ser não quer dizer, necessariamente, ter.
Ser, isso quer dizer, sobretudo, estar
completamente consciente do instante que passa, do instante presente.
Estar presente a si mesmo permite
crescer.
No entanto, tudo o que bloqueia o ser
humano em seu crescimento são, obviamente, os apegos, é, obviamente, o passado,
é tudo o que quer arrastar nosso sistema para apegos ligados ao passado, os
modelos condicionantes, os apegos que foram construídos por nossos ancestrais, mas,
também, pelos modelos educativos, mas, também, pelos modelos religiosos.
É preciso, efetivamente, compreender,
como dizia, por exemplo, Krishnamurti, que vocês são seres ilimitados.
A única diferença entre vocês e eu é
que eu sabia, totalmente, e de maneira inabalável, já, em minha encarnação e
muito jovem, que eu era um ser de Luz.
Vocês, ainda, não o aceitaram.
Bastaria, no entanto, aceitá-lo, numa
pequena porcentagem, para que todas as coisas desenrolassem-se de maneira
mágica, na magia do amor.
É preciso, sobretudo, aceitar estar
no instante e deixar penetrar em nós a totalidade da Divindade.
É tudo o que é demandado, isso se
junta a outras questões que foram postas.
Eu creio que o mais importante para
crescer não é saber quem foram há dois mil anos, o importante para crescer não
é encontrar uma técnica de meditação, de oração ou técnicas, também, que eu
desenvolvi em minha vida e que eram válidas, naquela época, como a paneuritmia,
como outras técnicas.
Efetivamente, são ferramentas que
são, por vezes, úteis, para esquecer-se da personalidade, mas o objetivo não é
tornar-se divino através da técnica, o objetivo é esquecer-se, no espaço de um
instante, da personalidade interior militante.
Naquele momento – e, sobretudo, desde
algumas dezenas de anos, eu diria, mesmo, há menos de vinte anos – é, hoje, extremamente
fácil operar em si, deixar fazer e aperfeiçoar, ou seja, isso é extremamente
importante.
O estado de ser, agora, o que isso
quer dizer?
Isso quer dizer estar na
receptividade total da Divindade.
É preciso, no espaço de um instante,
tentar fazer a abstração de todas as referências que se pode ter em si, tentar
fazer abstração de tudo o que se aprendeu, tentar fazer abstração de tudo da
vida, também, e, simplesmente, ser como uma criança.
Isso, no instante presente, porque a
Divindade, sua Divindade pede isso apenas para manifestar-se, e nada mais.
Não há necessidade de rituais
complicados, não há necessidade de fazer dieta durante quarenta dias, há,
simplesmente, a necessidade de ser si mesmo, para encontrar seu ser divino.
E isso, essa sede de vontade de
crescer na Luz, é completamente louvável, mas ela deve deixar o lugar para a
necessidade de ser fundamental, ou seja, estar no instante presente.
O instante presente é o único lugar
no qual o Pai encontra-se.
O Pai não pode encontrar-se no
passado, não pode encontrar-se em um futuro hipotético para o qual vocês
correm, ele está no instante.
Se vocês pudessem parar o tempo, um
bilionésimo de segundo de tempo terrestre, vocês seriam transformados em Luz,
seu corpo não existiria mais, o corpo teria se tornado um corpo imortal, um
corpo espiritualizado, totalmente.
Isso é a quinta dimensão, é o que se
produzirá no momento em que o tempo parará, mas é outra história.
Questão: por que se escolhe tal ou tal
vida?
É uma questão que é, ao mesmo tempo,
extremamente vaga, mas, extremamente, precisa.
Por que se escolhe esta vida?
Porque é ela que nos dá a ocasião de
crescer.
Se as aparências são, a priori, contrárias, apenas quando a
vida foi cumprida e que se olha o que se construiu através dessa vida, é que se
apercebe que não podia ser de outro modo.
Mas tranquilize-se, cada ser humano
escolhe, livremente, sua vida, e não há ninguém, não há censor que vai
dizer-lhe «você vai passar por aí» ou «você vai fazer isso», assim como não há
juiz.
Você mesmo julga sua vida e ninguém
mais; você é seu próprio juiz, você é seu único juiz.
Há, realmente, algo de essencial a
compreender: não há ninguém que seja responsável, no exterior, do que você
vive.
Eu fiz, frequentemente, o paralelismo
entre o que acontecia no exterior – ou seja, ao nível dos elementos, ao nível
dos tremores de terra, ao nível dos furacões, ao nível das modificações dos
elementos – e o que acontecia no interior do corpo humano.
Tudo o que se produz vem do interior.
Nada do que acontece pode ser
contrário ao que quis a alma, mesmo se, em alguns momentos, isso pareça difícil
e, frequentemente, diz-se «por que eu vivi isso?».
Vocês acreditam que, em minha vida,
quando fui para a prisão, eu me coloquei essas questões?
Como é que eu, que falava de Luz,
pude pôr-me à sombra?
Era a mais bela das lições que eu
vivi em minha vida.
Mas creio que eu já lhes disse isso.
É porque é quando se é privado do que
se é, que se apercebe de que se é o que se é.
É extremamente importante isso.
Então, agora, se sua vida parece-lhe,
por momentos, não em adequação com o que você sente, com o que você crê,
diga-se, efetivamente, que tudo isso tem um sentido e que o importante não é
compreender o sentido, mas aceitar o sentido, mesmo se você não o veja.
A aceitação é algo de extremamente
importante, junta-se, com isso, à noção de abandono e, também, de mestria.
A mestria é a aceitação, o abandono à
vontade: «Pai, que sua vontade faça-se, e não a minha» dizia Cristo na cruz.
E cada um vive sua cruz, até o
momento em que aceitar entregar-se à vontade do Pai, à vontade divina, para
tornar-se, enfim, um ser divino.
É uma mecânica extremamente
importante a compreender, isso.
Questão: por que há tanta violência,
em especial no domínio de convicções religiosas?
Porque a religião foi, sempre, o
elemento que impediu a manifestação da Divindade no ser humano.
É um pouco paradoxal a dizer, a
religião, etimologicamente, é o que deve religá-los ao Pai, à sua Divindade
interior, mas os seres humanos aperceberam-se de que era, antes de tudo, uma
ferramenta de poder.
Então, bom, obviamente, no século e
no período em que vocês vivem, o poder e o Pai não é mais a religião, é o
dinheiro, vocês sabem, porque outros Deuses tomaram o lugar e esses Deuses
consideraram que era o dinheiro o mais importante para escravizar o ser humano.
Mas as religiões tiveram, sempre, por
objetivo, impedir o ser de encontrar a Divindade interior.
Talvez, nas épocas passadas – há,
ainda, cem ou duzentos anos – os seres não estavam prontos para ouvir esse
discurso, mas, hoje, vocês estão, suficientemente, grandes para compreender que
as religiões sempre estiveram aí para impedi-los de encontrar o Pai, ou seja,
compreender que vocês mesmos eram Deuses.
Não há Divindade exterior, vocês são
o ser divino, vocês são a Luz, vocês são a totalidade dos mundos criados.
Aí está o papel da religião, que foi
o de amordaçar isso, de fazê-los crer que era obrigado a passar por um
intermediário para aceder ao Pai.
De modo algum.
É, também, outra época que termina,
felizmente, mas a religião, obviamente, é algo que tem por objetivo fazê-los
entrar em um mecanismo que vocês chamam «seita».
Hoje, há vocês, os bons, e os outros,
que são maus, necessariamente, qualquer que seja a religião.
Sem isso, não haveria religião.
Não há, mesmo, religião, no sentido
universal, como alguns querem falar.
Há, simplesmente, e eu não falo para
minha capela, uma fraternidade universal, mas não há religião universal, isso
não pode existir.
A religião é vocês, porque religar-se
à sua Divindade, manifestar sua Divindade é isso, o mais importante.
Mas todas as religiões vão dizer-lhes
que vocês não têm, sobretudo, que manifestar essa Divindade.
Olhem, por exemplo, o caminho
daqueles que foram estigmatizados na igreja católica, eles foram fechados,
impediram-nos de manifestar a Divindade deles.
Vocês tiveram um esta noite, vocês
tiveram a presença do Padre Pio, que é, certamente, com São Francisco de Assis,
um dos maiores santos estigmatizados, um dos maiores seres de Luz que a Terra
portou.
E, no entanto, Deus sabe que eles
foram impedidos de manifestar a Divindade, eles foram impedidos de dizer quem
eles eram, obviamente, porque, a partir do momento em que vocês sabem que vocês
são Deus, mas, naquele momento, vocês não têm mais qualquer condicionamento, e
é extremamente perigoso, isso dá extremo medo na terceira dimensão e,
sobretudo, para aqueles que têm o poder.
Não é preciso, sobretudo, que se
saiba disso, não é preciso, sobretudo, que isso apareça e, portanto, tudo é
feito no mundo para impedi-los – realmente, não, unicamente, energética ou
espiritualmente – de salvar a Divindade porque, se vocês encontram o divino que
vocês são, naquele momento, podem contaminar o conjunto de habitantes do
planeta.
É o que fez Cristo, no tempo dele, Ele semeou a Terra com a energia Luz.
Eu lhes agradeço, eu lhes aporto toda
a minha bênção.
Creio que, esta noite, vocês não
terão a efusão do coração de Maria, porque já tiveram a efusão de Santo Inácio.
Ele é um pouco mais duro do que
MARIA, mas, entretanto, ele mexeu com seu coração.
Portanto, para esta noite, isso
basta, eu creio.
Eu lhes digo obrigado, eu lhes aporto
todo o meu amor e digo-lhes até, certamente, uma próxima vez.
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