Eu sou Bidi. Eu os saúdo.
Eu proponho começar acolhendo o Fogo do Satsang...
Eu os escuto.
Q.: O que é
que permite o Abandono do Si?
O Abandono do Si revela-se por si mesmo, quando você
se coloca na observação do Si.
Naquele momento, você distingue que ele não é o que
você é.
Não há que procurar método complicado.
O Absoluto está aí, o que quer que você faça.
Não há método, propriamente dito, simplesmente, volte
para onde está a fonte do que você é.
O que você observa, quer seja o Si, quer seja na
pessoa, você o observa, então, isso não é o que você é.
Quando você não pode mais observar aquele que observa,
quando você não pode mais percebê-lo, então, o Último está aí.
Mesmo se ele sempre esteve aí, naquele momento, você o
reconhece, sem percebê-lo.
De certa maneira, a única maneira pela qual você
poderá definir o Absoluto, como eu o disse em minha vida, é negando o que você
não é.
Tudo o que você vê não é o que você é.
Colocado no Si, restam percepções.
Quais?
Quem percebe?
Q.: Qual é o
marcador da reversão da Alma para o Espírito?
Por que procurar um marcador?
Se você o vê, isso não é o que você é.
Tudo o que você percebe é uma projeção.
Se você percebe uma modificação, então, é que você
está além, mesmo, do que se modifica.
Porque, caso contrário, quem poderia testemunhar isso?
Quem poderia percebê-lo?
Q.: Foi
vivido, nesse corpo, que a forma da manifestação, que a cor da manifestação não
tem qualquer importância para o Absoluto e, no entanto, o que falta para o
reconhecimento total?
Eu não compreendo bem a questão.
Se foi reconhecido que isso não tinha qualquer
importância para o Absoluto, então, quem se coloca a questão «o que falta»?
É muito simples: quando todos os desejos tenham
desaparecido, como você o diz quando não há mais qualquer importância do que
quer que seja – não repelindo isso, não negando o que está aí, mas deixando
revelar-se o que se revela – então, naquele momento, quando não há mais nem
desejos nem medos, então, o Absoluto está aí.
Mas atenção para que isso seja a vivência, e não,
unicamente, uma atitude que é aquela de mantê-los cerrando os dentes além do
que acontece.
Cerrar os dentes não é acolher tudo o que se
apresenta.
Acolher tudo o que se apresenta é o fruto de seu
posicionamento.
Isso não é um método, não é uma atitude.
Se você está colocado além de todo desejo, todo medo,
então, nada há a procurar.
Talvez, reste a busca.
A busca deve dissolver-se, igualmente, o buscador deve
desaparecer.
Mas isso se faz naturalmente, sem esforço.
Q.: Eu
recebi, por diferentes sincronias, uma data para 2015: é a data dos Três Dias,
a data limite, ou, unicamente, uma data que me é pessoal?
Como você sabe, o Absoluto não se importa com a
história, qualquer que seja a história.
Cabe a você ver se quer aderir a alguma coisa que deva
acontecer em 2015.
Mas o Absoluto está aí agora.
Não há necessidade de alguma condição, alguma
preliminar.
A história, o caminho pode tê-lo conduzido até aí, mas
cabe a você decidir se mantém seu desejo de continuar o caminho ou instalar-se
no que você é.
Você não pode representar uma história e colocar-se no
Absoluto.
Você não pode fazer duas coisas ao mesmo tempo, como
dizem.
A um dado momento, a história deve cessar.
Por que não agora?
Isso não impedirá 2015 de chegar.
Se você saiu de toda história, pode ser que reste,
ainda, uma, poder-se-ia dizer, história, um caminho que é aquele de sua
evolução, aquele de sua transformação, então, você pode dizer-se que você saiu
da história pessoal, da história familiar.
Mas quem vive a evolução espiritual?
Se você vê a história, então, quem a vê?
O que é que não se move, apesar da história?
Q.: O
Absoluto estará, igualmente, presente, para as pessoas que morreram há vários
anos?
Quem são essas pessoas?
Você está certo de que há alguém em você?
Se não há alguém em você, então, há alguém em algum
lugar?
O Absoluto não tem necessidade de ser-lhe apresentado,
ele está aí.
Quando você fala de pessoas, você procurou onde estava
a pessoa em você?
Se há alguém, você deve, efetivamente, encontrá-lo.
O sentimento de ser uma pessoa é uma loucura coletiva,
isso nada tem de individual.
Q.: Isso
poderia ser comparado a uma hipnose coletiva?
Se quiser.
Uma hipnose, uma loucura, uma miragem, chame isso como
você quiser: isso não existe.
Quando você olha, isso desaparece.
E, se você não pode olhar isso, o que é que o impede
de olhar?
Olhe.
Q.: Eu não
tenho pergunta que me venha. Por quê?
Então, essa questão significa que havia questões
antes, ou significa que não há mais questões, completamente, há semanas?
Se havia questões antes, antes da apresentação desse
espaço, então, é muito simples: O Fogo do Satsang, quer você o escute ou não,
transporta-o para fora da pessoa.
Portanto, pode ser que, naquele momento, as questões desapareçam.
Elas estavam aí antes, e o espaço revelado, elas não
estão mais aí.
Então, ótimo, isso significa que é fácil sair do
mental.
Parece-me que, se não havia mais questões há várias
semanas, então, essa questão não seria colocada.
Porque, naquele momento, há uma estabilidade além da
pessoa, e as questões desaparecem por si mesmas, pela simples observação.
Q.: Como se
estabilizar no Último?
Quando você tenha reconhecido o Último, o reflexo está
aí para observar, perceber o que é.
Essa observação estabiliza-o – no Si, talvez, no
Último.
Mas, em Verdade, é o Último que estabiliza o conjunto,
quando bem lhe aprouver.
Não é você que pode, por um método, revelar isso,
estabilizar isso.
Você é o Último.
Reconheça-se no Último e o Último revela-se, o Último
estabiliza-se.
Chame a isso como quiser.
Todas essas palavras não são adequadas para o Último.
Mas isso pode ajudar à compreensão.
Quando você se reconhece no Último, como você pode,
ainda, confiar em um método, em algo a fazer?
Se você é o Último, você tem necessidade de esperar
algo da pessoa?
Há um esforço a atingir?
Uma vez que o Último seja reconhecido, tudo se faz por
si mesmo.
Eu diria, mesmo, que, se você está colocado no Si, não
por breves passagens, mas de maneira suficientemente importante para estar
colocado na paz, permanentemente, então, tudo se faz por si mesmo, tudo se faz
espontaneamente.
Se você viveu isso, você viveu o desaparecimento de
muitas disfunções na pessoa.
Não há mais adesão à história pessoal.
Não há mais adesão a um método porque, naquele
momento, você sabe que tudo o que é dissolvido em você dissolve-se,
espontaneamente, pela simples observação.
Fique na Paz, e deixe o que você é fazer o trabalho.
Você não tem necessidade de compreender como, porque o
como pertence ao que você não é, pertence ao efêmero.
Só o mental pergunta-se como.
Q.: Os
protocolos ajudam ao reconhecimento do Absoluto?
Isso leva ao que eu acabo de dizer.
Os protocolos permitem-lhe viver uma mudança de
estado.
Quem observa essa mudança de estado?
Nada é útil para o Absoluto, o Absoluto não tem
necessidade de nada.
Mas nada impede o reconhecimento do Absoluto.
O que quer que você faça, essa é uma oportunidade para
observar o que acontece, para observar todo movimento.
E todos os movimentos que você observa não são o que
você é.
Mas o Absoluto não tem necessidade que você permaneça
sentado, sem mover-se, sem nada fazer.
Por que não utilizar o que lhe faz bem, se isso lhe
faz bem?
O Absoluto não é afetado nisso.
Por vezes, um protocolo, movimentos, uma meditação, um
passeio ou pouco importa, o que quer que seja da vida comum, pode levá-lo a
realizar um movimento que você não tinha, ainda, percebido, ao qual você era
identificado.
Não tenha medo de nada, porque o que quer que você
veja, isso não é o que você é.
Se você procura definir o que é útil ou inútil para
reconhecer-se na Verdade, o que é bom ou mau, em verdade, você elimina as
observações.
Você tem medo de sua Transparência?
O que quer que você tenha a ver, você não é isso.
Q.: Nada
existe?
Nada existe?
Mas você existe para colocar essa questão.
Você não é o mental, você não é a pessoa, mas onde
você está?
Quem é você?
O Absoluto pode ser definido como o nada e o tudo, mas
tudo isso nada quer dizer, porque o Absoluto não pode ser definido por uma
palavra.
Não é nem o nada nem o tudo.
É ser nada na pessoa, mas a pessoa, o corpo, continua
a funcionar.
Não na necessidade de identificação à pessoa para que
o funcionamento da pessoa seja correto.
Ao contrário, a doença, nesse corpo, é sua identificação
a esse corpo.
Se você tenta extrair-se da pessoa, dizendo que nada
existe, é muito simples: você vai acabar em depressão.
Mas se você aceita que você não é o que você percebe,
que você quem percebe, faça essa experiência.
Naquele momento, no Si, a Alegria revela-se.
A diferença é que você não negou o fato de que você
não existia.
Esteja vigilante aos marcadores.
Se há sofrimento, se há depressão, então, você não
está no Si ou no Último.
Você pode ter a sensação de ter negado toda a
existência, mas isso é efetuado a partir do mental.
Q.: É o
Absoluto que anima o que nós somos?
O Absoluto nada anima, ele sustenta tudo.
O que se anima, o que se move pode ser percebido.
Mas sem o Absoluto que você é, todo esse movimento não
poderia desenvolver-se.
Eu atraio sua atenção ao fato de que procurar
compreender o que anima esse mundo, o que anima a Criação, o que anima esse
corpo é uma maneira de remeter-se na direção da manifestação.
Os porquês, os comos leva-o a aderir a essa história.
Reconhecer o Absoluto não pode colocar-se em uma
história.
Se o Absoluto não precedesse a totalidade dos
movimentos, então, quem poderia percebê-los?
Sem você, Absoluto, nada seria percebido, nada poderia
revelar-se.
Q.: Quando
se conecta ao centro da Terra e quando se perfura, lá em cima, as fronteiras do
universo, conectando-se a um espaço além do tempo e do espaço, há uma energia
que chega, há uma Alegria e uma liberdade que aparecem. Isso está em relação
com o Si ou o Absoluto?
Quem observa isso?
Eu atraio sua atenção para o fato de que você fala do
espaço além de todo espaço, e você me fala de colocar-se ao centro da Terra.
Então, você está colocado além de todo espaço ou você
está colocado ao centro da Terra?
O espaço além de todo espaço não tem necessidade de
ancorar-se ao centro da Terra.
O que você descreve não permite identificar seu
posicionamento no que concerne ao Si ou à pessoa.
Mas, em caso algum, isso concerne ao Absoluto.
O Absoluto está além de toda manifestação, além de
toda energia, vibração ou o que você quiser.
O que você percebe não pode ser Absoluto.
Q.: Uma
síndrome de transtorno da atenção e de hiperatividade pode ser vivida como uma
atividade mental exagerada. Como a pessoa pode ser transcendida, nesse caso?
A hiperatividade é observada por quem?
Será que estamos falando de seu caso?
Será que você fala de si ou do que você observa no
exterior?
Se há uma hiperatividade do mental, ela sempre esteve
aí ou ela está aí há algum tempo?
Se isso concerne a uma terceira pessoa, então, tudo
isso é uma avaliação exterior.
É possível saber mais?
Vamos esperar.
Enquanto isso, vou desenvolver um pouco em relação a
essa noção de superatividade.
Porque se a superatividade é vivida como «eu estou em
superatividade», então, tudo isso é o jogo do mental, que leva a aderir à
pessoa.
Mas se há uma superatividade, se há uma aceleração do
mental devido ao desaparecimento dos desejos e dos medos, pode ser que, a um
dado momento, o mental põe-se em superatividade, o que gera, naquele momento,
um ritmo dos pensamentos que você, talvez, jamais tenha vivido.
É, simplesmente, eu diria, o canto do cisne.
O mental procura um meio de encontrar um desejo a
ativar ou um medo.
Quando ele nada encontra, ele pode acelerar-se, antes
de desacelerar, consideravelmente, ou mesmo não revelando mais qualquer
pensamento, apenas quando isso é necessário.
Q.: A pessoa
que colocou a questão sobre a hiperatividade não falava dela, mas de seu
filho...
É impossível permitir a quem quer que seja juntar-se
ao Absoluto.
O que é possível fazer é extrair-se, si mesmo, do jogo
da pessoa, irradiando a Paz, a Alegria, e isso se revela.
Mas se você não implantou a Paz, a Alegria, por que
querer que outros o façam, mesmo que sejam seus filhos?
Eu falo, obviamente, do ponto de vista do Absoluto.
Q.: A
questão nada tem de polêmica, mas se o Absoluto não se importa com a
manifestação, por que Bidi vem à manifestação?
Bidi não vem à manifestação.
O Absoluto toma um nome porque vocês precisam de
nomes.
O Absoluto revela palavras porque vocês precisam de
palavras.
Aí também, você procura colocar a compreensão.
Coloque-se na Verdade do que você é, e veja se você
tem questões, veja se você tem incompreensões.
Mas, quando você está colocado no Absoluto, não há
mais incompreensões,
Não há conhecimentos, tampouco, no sentido em que você
o entende, esses conhecimentos exteriores que você empilha em sua memória.
Tudo é espontâneo.
Eu lhes proponho implantar o Fogo do Satsang…
[Silêncio – Fogo do Satsang]
Bidi saúda-os.
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