Meu amigo, meu irmão, eu saúdo seu ser essencial.
Permita-me instalar-me aí onde você está, onde quer
que você esteja.
Em qualquer caminho, em qualquer destino, em qualquer
via que você tenha escolhido, eu estou aí.
Eu o acolho em meu coração.
Assim, de coração em coração, de próximo em próximo,
como de longe em longe, a mesma Presença, o mesmo Amor, a mesma sinfonia em
suas múltiplas versões.
Eu me instalo em sua Paz.
Eu venho dizer-lhe o que seu coração já sabe e já
ouve, nesses tempos da Terra e o tempo da Alegria.
Para além de toda imagem e para além de tudo o que é
visto, veja, em você, o que você é.
Não mais por instantes, mas permanentemente,
instale-se no coração de sua eternidade, aí, onde eu estou.
E abra em você, em duplo batente, a Porta Estreita.
Instale-se onde nada de sua consciência possa ser
limitado ou refreado.
Instale-se no que você sempre foi.
Para além dos jogos de sua consciência, aqui e
alhures, o que você é, sempre foi e será sempre.
Você, o amado do Amor, ouça, entre minhas palavras, o
que é.
Na hora em que a Terra exulta, na hora em que os
Elementos dançam sua ronda, que renova o que deve sê-lo, a Luz chama você, seu
próprio coração chama-o, a cada minuto, a esquecer-se dos sofrimentos, não os
rejeitando, mas iluminando-os pelo bálsamo do Amor, pela verdade do Amor.
Levante-se em sua eternidade.
Levante-se em sua Presença eterna e infinita.
Não seja mais, jamais, limitado por qualquer forma que
seja, por qualquer laço que seja.
Você nasceu livre, o que quer que o remeta esse mundo,
porque você não é desse mundo.
Não se esqueça, jamais, e nunca mais, do canto de sua
Liberdade, do canto de sua Presença.
Mergulhe na Graça, na qual nada pode faltar e na qual
nenhuma perturbação pode aparecer.
Você, que tomou esse corpo como múltiplos outros
corpos nesse mundo, deixe-se vestir por sua veste de Eternidade.
Nada tema, porque o temor pertence a esse mundo e não
à Vida.
Venha colocar-se aí, onde tudo é saciado, aí, onde
nada pode faltar.
Eu estou em cada um de você, quer você o veja ou quer
você o esqueça, pouco importa, porque o tempo é chegado de ser,
definitivamente, o que você sempre foi: emanação da perfeição, Fonte, você
mesmo.
No Último, a Rainha dos Céus e da Terra mostrará a
você o que você ainda não viu nem experimentou, o que põe abaixo, então, o que
pode restar de incerteza, de dúvida ou de confusão, o que vem, então,
mostrar-lhe sua beleza e sua verdade.
Descanse com prazer, com êxtase.
Regue-se de sua própria Presença e, assim, de coração
em coração, deixe florescer a flor que já contém, nela, além de sua própria
forma, seu perfume, sua emanação sutil e, no entanto, tão tangível, tão real e
tão potente.
Ouça seu próprio coração que canta sua Liberdade, que
canta o Amor.
Descanse na felicidade.
Ouse.
Ouse transpor o que pode parecer-lhe, ainda,
separar-nos, isso que é apenas uma construção que não tem qualquer realidade, a
partir do instante em que você ousar.
Assim, a Graça preencherá não o ser aparente, mas o
ser verdadeiro, que dá, então, à sua própria consciência, pela essência e por
cada célula de seu corpo efêmero.
Deixe florescer.
Exale seu perfume, nada há de mais natural.
Nesse coração no qual cantam os Anjos e no qual o
Espírito do Sol mostra-lhe sua Liberdade, aí, onde nada pode ser condicionado,
onde nada pode colocar-se, eu estou aí, e eu lhe digo: «Paz a você».
A aurora nova está no limiar de sua consciência.
Deixe todo o lugar em seu coração, como em todo
espaço.
Deixe a Verdade e deixe a Alegria.
Esqueça-se, assim, de todo cálculo, de toda suposição
e de toda lógica inerente a esse mundo, porque aí, onde você está, nenhuma
razão, nenhuma justificação é útil nem, mesmo, desejável.
Abra o que você pensa ter, ainda, a abrir.
Nada feche.
Não fique mais confinado.
Apenas você é que pode ver isso, e vivê-lo, a cada
minuto que se engrena no calendário do final desses tempos.
Meu amigo, meu amor, não procure o sentido de minhas
palavras, mas, bem mais, o sentido de nossa Presença, porque você não terá
distância a procurar, mas apenas ver a Evidência, ver essa Verdade.
Na hora em que o céu desposa a Terra e deixa aparecer
a nova vida liberada na dimensão de Liberdade e de Eternidade, eu o olho, não
em seus desvios, não em suas feridas, não em sua história, mas na verdade de
seu ser.
Doe-se no que você é.
Doe-se no Amor infinito.
… Silêncio…
Deixe-se amar pelo que você é e por minha Presença.
Eu, que não dependo de forma alguma nem de qualquer
mundo, eu sou a Liberdade.
Não aquela que se pensa, quimera nesse mundo, mas,
sim, aquela reencontrada em sua eternidade.
Alivie-se.
Bem presente aqui, na superefície desse mundo,
eleve-se, os pés firmemente colocados no solo da Terra.
Paz a você.
Há apenas que reverter-se em você e ver-se, tal como
você é, o que põe fim às histórias, o que põe fim às dúvidas, o que põe fim,
enfim, ao sofrimento.
… Silêncio…
Você, o coroado da glória, não da glória efêmera que
pode propiciar-lhe esse mundo, mas na glória que não cessa, jamais.
Comungue com cada um, com cada vida e com cada
consciência.
Quaisquer que sejam os nomes, quaisquer que sejam as
formas, quaisquer que sejam as aparências, isso não deve pará-lo, porque o Amor
não poderá, jamais, pôr uma condição ou uma restrição a essa evidência.
… Silêncio…
Deixe a inteligência de seu ser prover o que é
necessário nesses tempos da Terra tão específicos.
Nós somos inumeráveis a assistir ao seu nascimento.
Faça a paz com cada um e, antes de tudo, faça a paz
consigo mesmo.
Dê seu perdão a qualquer forma que você reencontre,
para além de toda inimizade, para além de todo rancor.
Deixe o que pertence ao efêmero retornar ao pó da terra.
Deixe o Fogo vivificante do Espírito manter sua
vibração e sua consciência.
De nada mais se ocupe que não de sua Presença, porque
todo o resto seguirá.
Por sua fidelidade à Graça, por sua fidelidade ao Amor
e em seu reconhecimento em si mesmo, tudo se realiza.
Tenha-se tranquilo, permaneça no Amor e veja.
Meu amado, meu amor, esqueça-se do que pôde, até hoje,
parecer freá-lo em sua Ascensão e em sua Liberdade.
Esqueça-se de seu nome, como se esquece de toda forma
de Luz que vem exprimir-se em você e para você.
Permaneça aí, onde se tem o Silêncio, de onde nasce
todo Verbo.
No começo, era o Verbo e, no fim, o Verbo é
restaurado.
Viva, aqui mesmo, em sua eternidade reencontrada, e
deixe-a revelar-se, quando da aurora nova.
Eu o amo, porque você apenas pode ser amado, você, o
portador de Luz.
A Luz autêntica, sem desvio e sem alteração, é seu
lote de vida na aurora nova.
Não tema os terrores do fim da noite, na qual o que
recusa ser colocado na Luz pode, ainda, aparecer na tela de sua consciência.
Seja, simplesmente, verdadeiro.
Não procure qualquer vantagem e qualquer proveito dado
por esse mundo, e não se esqueça de que, na medida com a qual ele lhe parece,
por vezes, julgar, você poderia ser, você mesmo, julgado por si mesmo.
Você nada tem a julgar, nem a pesar nem a ponderar.
Você nada tem a remover nem nada a acrescentar, você é
perfeito.
Quaisquer que sejam as falhas que lhe foram dadas a
ver em sua vida nesse mundo ou em outra vida, isso é passado.
Isso apenas tem apenas o peso que você ali atribui,
ainda hoje.
Veja, em cada um e em cada uma, a beleza essencial da
Verdade.
Não se demore no que é pesado, no que pode parecer
frear.
Ocupe-se, simplesmente, do perfume que exala de você.
Nutra-se de Verdade, nutra-se de palavras corretas,
nutra-se de silêncio, nutra-se do que não pode ser visível alhures, apenas em
seu coração.
Deixe o Fogo do céu atravessar, sem obstrução, seu ser
efêmero.
Assim como a Onda de Vida já o fez, deixe o Fogo do
céu vir desposá-lo nessas Núpcias sagradas.
Assim, a cada momento em que sua consciência
manifesta-se nesse mundo, você percebe, nisso, não mais os erros e não mais os
sofrimentos, mas o que há por trás da crosta da dureza: a magnificência de cada
coração que vem transcender todas as histórias, todos os carmas, todos os erros
e todas as insuficiências.
Coloquemo-nos, você e eu, no mesmo coração de cada
vida em qualquer aparência e, mesmo, eu diria, em qualquer desordem que seja.
Tudo isso faz apenas passar, e tudo isso se apaga, na
aurora do dia novo que emerge das profundezas da noite.
Deixe o Amor e a Luz guiarem cada um de seus passos,
guiarem cada um de seus despertares como cada uma de suas noites.
Esqueça-se de todo esforço e de toda luta, repouse.
Eu estou aí, porque você está aí.
Reencontramo-nos a cada sopro, a cada olhar.
… Silêncio…
Meu irmão, meu amigo, eu o conheço à perfeição.
E você também, você me conhece à perfeição, a partir
do instante em que você aquiesce e aceita a doação da Graça que emana de nosso
reencontro, de nossa união e de nossa Liberdade.
Esqueça-se de si mesmo nesse personagem de meia tigela
no qual você crê tanto tempo, a esperar ali encontrar uma saída, multiplicando
as encarnações por aquelas que lhe mostraram suas faltas de amor, enquanto você
é perfeição, de toda a eternidade.
Perdoe aqueles que o enganaram, aqueles que o
desrespeitaram porque, jamais, eles puderam tocar sua eternidade.
Então, seja grande.
Seja grande em seu perdão, por seu Amor e por sua
humildade.
Não calcule mais, não conte mais.
Abra-se.
Não, unicamente, no processo de Despertar, mas abra-se
à sua Liberdade, porque o Amor é sinônimo dela.
Sem Amor não há Liberdade e, sem Liberdade, não há
Amor, há restrição, e isso não pode haver, na perfeição de todas as criações.
Reflita, além de sua pessoa, além de suas
peregrinações na superfície desse mundo, esqueça-se de você.
Você não é as histórias e as vidas que você passou
nesse mundo ou, então, você deve conceber ser cada história, presente em cada
coração, quaisquer que tenham sido as manifestações na superfície desse mundo.
Só o Amor é a verdadeira cura, só o Amor é a
verdadeira Liberdade.
E não se esqueça de que você não tem que procurar
muito longe, mas, simplesmente, reverter-se para si mesmo, inteiramente e sem
condições.
Porque sua Liberdade está aí, porque o Amor está aí.
Todo o resto é apenas o címbalo retumbante.
Afogue-se na felicidade do Amor que você é, porque
aqui nada há a temer, aqui nada há a esperar, aqui nada há a construir ou a
desconstruir, há apenas a viver.
Veja, assim, além de sua aparência como de toda
aparência.
Veja através das ilusões desse mundo, qualquer que
seja a frágil solidez delas, qualquer que seja o peso.
O Batismo do Espírito, o Fogo do céu revela-se a você,
mesmo na aparência desse mundo.
Não experimente qualquer cólera, porque nada há a
perder, porque nada há que possa faltar nesse fogo.
… Silêncio…
É claro que, ainda hoje, você gostaria de nomear-me e
identificar-me.
Você gostaria de saber como isso pode ser sem forma e
sem identidade própria.
Lembre-se, é você que fala a si mesmo em seu íntimo,
aí está o mundo.
Tenha-se aí.
E recolha, em seu Templo, o néctar de imortalidade,
para voltar à sua essência, à Alegria perpétua.
Lembre-se, ela jamais o deixou.
Lembre-se.
Esqueça-se, mesmo, de minhas frases, esqueça-se de
você e esqueça-se de mim, para que reste apenas Isso que é Tudo.
Juntos, recolocamo-nos na felicidade, juntos, no mesmo
Fogo e na mesma Água do céu.
Eu o abençoo.
Por sua vez, abençoe cada um, com a mesma intensidade,
com a mesma Graça.
Não se ocupe em saber se isso é merecido porque, no
Amor, não há injustiça e tudo é justiça.
Ame sem limite.
Mesmo no que possa parecer-lhe ser o mais oposto ao
Amor.
É, justamente, nisso que o Amor deve ser despertado.
Não restrinja a doação da Graça, não restrinja suas
orações ao seu círculo próximo, àqueles que você ama nesse mundo porque, além
desse mundo, você ama cada um e cada uma.
Mesmo se a forma que você ama não reconheça esse Amor,
não se preocupe com isso.
Seja, você mesmo, essa fonte de juventude, essa fonte
de cristal que rega cada vida com a mesma intensidade.
Não se limite no Amor que você vive.
Não se limite no Amor que você é, nem no Amor que você
dá, porque quanto mais você dá, mais você recebe.
Ame o que lhe parece ser negado ao Amor.
Dê ao que lhe parece sem Amor, porque é ele que tem
mais necessidade dele.
Em você, é claro, mas em cada vida e em cada forma.
Deixe assim, e desse modo, a Paz crescer,
permanentemente.
Ame cada um do mesmo modo.
Mesmo o mais miserável de seus irmãos e de suas irmãs
que se opõem ao Amor merece o mesmo Amor porque, além da casca da aparência, há
seu coração.
Mesmo se você não o viva ainda, mesmo se você não
acredite nisso ainda.
Eu não lhe peço para acreditar, eu lhe peço,
simplesmente, para verificar, por si mesmo, a realidade de minhas palavras, a
realidade de nossa Presença.
Assim, você poderá dizer: «Tudo é Amor», e você não
verá, jamais, nada mais que não o Amor, em você, em cada forma, em cada
consciência, em cada relação.
Não se ocupe daquele que não o ama, envie a ele o
mesmo Amor porque, de fato, é assim que você se ama e que se mostra tal como você
é, aqui mesmo, aí, onde você está.
… Silêncio…
No Amor, tudo é apenas Amor, e ele é o Tudo.
Nesse Amor sem limites e sem restrições, há a verdade
de seu ser, a verdade de sua Presença, mesmo aqui, nessa Terra, na qual o denso
está, ainda, presente.
Eu me dirijo ao seu coração.
Eu me dirijo ao que você é, não ao que você pode
compreender e entender, mas ao que você pode viver, espontaneamente, sem
esforço, na paz.
… Silêncio…
Seu coração é o combustível de sua própria Liberação
ou de sua própria Ascensão, e seu coração deve ser idêntico para cada coisa,
para cada relação, para cada ser.
O Amor não privilegia, jamais, tal forma ou tal outra
forma, porque nada há de superior no Amor, assim como nada há de inferior no
Amor.
O Amor é a chave de sua Liberdade e de sua Ascensão.
O Amor não pode ser compreendido, ele pode apenas ser
vivido.
O Amor não pode ser condicionado, caso contrário, não
é mais o Amor.
Ele não deve ser personalizado em função de
circunstâncias, em função de afinidades, em função de crenças, ele é o mesmo,
por toda a parte.
Se você ali vê uma diferença, então, eu o convido a
colocar-se ainda mais em seu Templo, para ver que isso não é verdadeiro.
Só existe o Amor.
Não se esqueça de que tudo foi feito, nesse mundo,
nesse corpo que você habita como nesse mundo no qual você está colocado, para
ocultar-lhe essa verdade primeira.
Nada oculte, você mesmo.
Viva e veja, por si mesmo.
Esqueça-se de toda pessoa e de toda forma, e ame, sem
qualquer condição, sem qualquer restrição, tudo o que se apresenta a você.
Porque tudo o que se apresenta a você, nesse tempo, na
aurora do dia novo, está aí apenas para demonstrar-lhe a verdade do Amor.
Então, não conteste, não discrimine, não adapte o Amor
às circunstâncias ou às relações, mas ame, sem distância, cada forma e cada
consciência, na mesma justiça, na mesma verdade.
Assim, você se instala em sua realeza do Amor.
Assim, você experimenta a Verdade, bem mais sólida do
que a parede a mais espessa desse mundo.
Eu não lhe peço, sobretudo, para crer em mim, mas
viva-o, e você verá, por si mesmo.
Amar é tornar livre.
Amar é reconhecer o outro.
Além dos jogos da encarnação, além dos laços e além de
todo sofrimento, ame sem contar, ame sem fazer diferença.
E, então, naquele momento, você apreenderá o que é ser
Amor, o que é ser o Filho Ardente do Sol.
Assim, nesse espaço no qual nós estamos, os dois,
verificamo-lo juntos, verificamos o que eu acabo de enunciar-lhe como uma
verdade inalienável e imprescritível.
… Silêncio…
Ame, também, tudo o que você toca, do objeto o mais
insignificante a todos os reinos da natureza.
Então, o Amor exalará de suas mãos sobre a flor que
você colhe, sobre o ser que você trata, sobre o amor de sua vida como sobre o
inimigo o mais irredutível.
Nada de tudo isso existe.
Há tanto Amor no fogo como no ar, como na terra, como
na água.
A expressão é um pouco diferente, mas, na essência,
não há qualquer diferença.
Apreenda isso e viva-o.
Não creia em mim, nem na palavra nem através de nosso
reencontro neste dia como nos outros dias, mas viva-o.
Seja livre para amar à saciedade porque, quanto mais
você ama o que pode, ainda, parecer-lhe exterior a você, quer seja a estrela em
seu céu de noite, quer seja a criança que nasce, que você não conhece, quer
seja seu amor que se afasta de você, permaneça na mesma radiância da Verdade e
do Amor, porque o Amor é a única coisa que não pode dividir-se ou subtrair-se.
O Amor apenas pode ser uma adição, que traz, sempre, o
mesmo resultado: tudo é Um.
Deixe-me portá-lo no Amor, que lhe permitirá suportar
o que esse mundo tem a viver, o que seu corpo tem a viver, porque você não é
nem desse mundo nem, mesmo, desse corpo que, no entanto, você habita.
Eu o convido à eternidade do Amor.
Eu o convido, você, onde quer que você esteja, porque
eu estou com você.
Não feche, jamais, sua porta, a quem quer que seja.
Ponha o mesmo Amor em cada gesto, em cada olhar, em
cada contato.
Assim, o Amor emerge.
Antes, mesmo, da aurora do dia novo, você está aí.
Não me nomeie.
Eu não tenho necessidade de nomeá-lo, porque nós nos
conhecemos, como eu lhe disse, à perfeição.
… Silêncio…
Porque você sabe, sem Amor, toda vida apaga-se um dia.
Ora, isso é impossível, porque, sem Amor, não há
qualquer vida, há, simplesmente, a aparência da morte, porque tudo recomeça.
Mas, mesmo a isso, não se apegue.
Seja verdadeiro, e só o Amor é verdadeiro.
Então, eu abençoo seu Templo, eu abençoo sua Presença,
quem quer que você seja e onde quer que você esteja.
E eu lhe peço, em retorno, para amar-me, porque eu sou
você, como você está em cada um, mesmo naquele que lhe parece o mais oposto ao
Amor.
Experimente e viva isso.
Apenas você é que pode vivê-lo.
Apenas você é que pode prová-lo, porque o efêmero tem,
sempre, necessidade de provas e, no entanto, essas provas desaparecem no fim
desse corpo.
… Silêncio…
Ouça.
Ouça o Amor, ouça a Verdade que eu deposito em você,
que é eu.
Deixe essa alegria do Amor apagar o que faz apenas
passar.
Ouça o canto da Liberdade e da Verdade.
Agora, a cada sopro, a cada dia e a cada noite, não se
restrinja mais, de maneira alguma e de modo algum.
Eu estou aí, como o ladrão na noite, mas eu nada venho
roubar-lhe.
Eu venho iluminar, se você acolhe, e mostrar à sua
consciência o Amor que você é e que está em cada um.
Reconheça-se em cada um e ame.
Todo o resto, então, é supérfluo, mesmo nesse mundo no
qual seus pés estão colocados.
O Salvador já está em você, revele-o.
Ame e sirva ao conjunto da humanidade, sem pensar em
você, sem pensar no outro, mas, simplesmente, no Amor.
Em cada coisa, faça o seu melhor, sem esforço e sem
luta.
Em cada um, deposite o mesmo Amor, porque aquele que
você ama assim é você mesmo, mesmo se você o recuse.
Aí, tampouco, não creia em mim, mas experimente-o,
viva-o.
Acolha, nesse silêncio agora, o que é.
Acolha, nesse silêncio.
… Silêncio…
Lembre-se, também, de que o Amor não pode, jamais,
nascer de qualquer conhecimento porque, quando mesmo você conhecer os mistérios
desse mundo e da vida, em sua totalidade, isso para nada lhe servirá, se o Amor
não está.
E o Amor apenas pode nascer em você, por você.
Desperte o Amor em cada um, em cada forma, não há
melhor modo de ajudar-se a si mesmo.
Então, no Amor verdadeiro, você verá que não há
necessidade de ajuda, que não há esforço, que nada há a construir, porque tudo
é perfeito.
… Silêncio…
Eu o abençoo.
Abençoe-me em retorno.
Paz a cada um.
… Silêncio…
Meu amigo, meu irmão, meu amor, não veja, aí, marca
alguma de posse, mas, sim, a afirmação de nossa liberdade.
Aí, imediatamente, nesse silêncio, eu danço em você.
… Silêncio…
De coração em coração, assim, a Luz surge.
De coração em coração, assim, o Amor emerge e entra em
manifestação em cada interstício desse mundo, em cada coração, em cada vida e
em cada consciência.
… Silêncio…
Escute.
Escute e ouça o canto de sua Liberdade, o canto da
Eternidade.
Em seu coração está o Coro dos Anjos, em seu coração
está cada consciência desse mundo como de todo mundo, em seu coração eu me
dirijo a você, em seu coração eu acaricio a flor de sua eternidade.
… Silêncio…
Assim, aí onde você está, quem quer que você seja,
oremos juntos.
Não para pedir o que quer que seja, mas pela oração do
coração, que é ação de Graça e canto de Graça.
Ouça-se e ouça-me.
Nós falamos da mesma voz, nós dizemos as mesmas
palavras, nós vivemos os mesmos silêncios.
Não há diferença, há apenas louvores.
Eu abençoo, em você, o Amor, eu abençoo, em você, a
Verdade, eu abençoo, em você, a Eternidade, eu abençoo, em você, o Fogo de seu
Espírito, eu abençoo, em você, cada outro como você.
… Silêncio…
Eu o deixo alguns instantes no silêncio de seu
coração.
Nesse segundo dia, eu voltarei, após o silêncio,
aportar-lhe outras essências e outras fragrâncias.
Eu o abençoo.
Meu amigo, meu amor, o mundo está em você, a partir do
instante em que sua pessoa apaga-se na majestade do Amor.
Permaneça assim, no silêncio, sem palavras, sem
movimentos, você que está aí, que me ouviu, você, que me leu, feche os olhos e
deixe seu coração aberto à sua própria verdade enunciada por si mesmo, e
repouse.
Eu lhe dou a minha Paz.
Abençoado seja você.
… Silêncio…
Deixe os olhos fechados e permaneça assim o tempo que
lhe pareça necessário.
Eu voltarei logo após.
Eu o amo.
… Silêncio…