Mensagem publicada em 30 de outubro, pelo site
AUTRES DIMENSIONS.
(GRAVAÇÃO REALIZADA A PARTIR DO TEXTO ORIGINAL FRANCÊS, SUJEITA, PORTANTO, A CORREÇÕES QUANDO DA TRANSCRIÇÃO.
PRIMEIRA PARTE
Bem,
Bidi está com vocês e saúda-os, e vamos prosseguir, se quiserem, nossas trocas
e conversas.
Eu
escuto, portanto, suas questões.
Questão: quando temos um encargo de
responsabilidades espirituais e materiais, devemos deixá-los ir para viver os
últimos sobressaltos da vida sensual desse mundo carbonado (com o risco de
esquecer-se do que nos consagramos ao longo de nossa vida) ou, efetivamente,
essas últimas provas estão aí para permitir-nos vê-las, para melhor superá-las?
Sua
questão é múltipla.
Considerar
que haja o que quer que seja para lembrar-se concernente à sua vida, recorre,
portanto, a um processo de memória ou de lembrança.
Nem
a memória, nem qualquer lembrança, concerne ao que você É.
O
que apareceu um dia e o que desaparecerá um dia (e que você chama sua pessoa,
sua vida), está inscrito, necessariamente, em um efêmero.
De
outro lado, o que você nomeia «prova», o que você nomeia «responsabilidade» concerne, justamente, apenas a esse efêmero e
absolutamente a nada mais.
Só
a personalidade coloca-se entre um inicio e um fim, que corresponde ao
aparecimento e ao desaparecimento da vida, na consciência.
A
noção de prova, a noção de responsabilidade concerne apenas a esse saco de
alimento e a esse saco mental e, em caso algum, ao que você É.
Reagir
ou não reagir concernirá, sempre, ao desenrolar do efêmero.
Eu
o convido, portanto, a considerar que o conjunto de proposições concerne apenas
ao que é efêmero e, portanto, concerne apenas à pessoa em uma crença numa
evolução, em uma crença em provas, em uma crença na perenidade da memória ou de
uma lembrança.
Você
nada É de tudo isso.
Assim,
não se coloque a questão de agir ou de não agir, mas, efetivamente, de olhar
agir ou não agir.
Porque
você não é concernido pelo agir ou o não agir.
Enquanto
há implicação, através de um efêmero, não pode haver Absoluto.
Questão: você tem esclarecido que a
perenidade da memória não tinha razão de ser. Ora, através de suas
intervenções, você utiliza sua memória?
Absolutamente
não.
Porque
você considera que existe um tempo linear e o que se exprime é a consciência de
uma ou das encarnações que essa consciência tomou.
De
outro lado, não é, de modo algum, questão de qualquer perenidade, de qualquer
memória.
Considerar
a perenidade da memória mantém você, de uma maneira ou de outra (desse lado do
Véu como do outro lado do Véu), na ilusão de um eterno.
Nenhuma
perenidade de memória pode ser eterna.
O
Eterno não se importa com a memória.
O
que se exprime, hoje, transcende o que vocês chamam as barreiras do tempo.
O
que eu exprimo, neste instante, não é a sequência lógica do que eu exprimia a
um dado momento, mas inscreve-se no mesmo tempo, para além de seu tempo.
É
muito difícil conceber, para o intelecto, que o que é dito hoje não é uma
continuidade ou uma perpetuação, mas, efetivamente, a mesma expressão, a mesma
qualidade, independente de minha vida passada, independente de todos os tempos.
O
que é exprimido nada tem a ver (e esse foi o caso quando, segundo seus dados
temporais, eu estive encarnado) justamente com minha memória ou qualquer
encarnação.
Porque
o que eu exprimo não é uma continuidade, mas inscreve-se no mesmo tempo, para
além de nossos tempos e de seus tempos.
Toda
memória está em ressonância com a lei de ação/reação.
Nenhuma
memória pode existir quando não há mais ação e reação, mas Existência, ou ainda,
Absoluto.
Experimentar
e estabelecer-se na Infinita Presença, na Existência, ou no Absoluto, põe fim a
toda memória.
Na
consciência a memória pertence ao efêmero.
A
consciência apoia-se na memória, apoia-se na antecipação, mas memória e
antecipação pertencerão, sempre, à ação/reação, à dualidade e, portanto, ao
efêmero.
Você
não pode apoiar-se em qualquer memória, qualquer antecedente, assim como
qualquer projeção, para ser o que você É.
Isso
muda o ponto de vista, muda o olhar e coloca-o, de maneira irremediável, no que
você É, e não no que você crê, e não como resultado de uma memória, ou
antecipação de uma projeção.
O
mais difícil para a pessoa, como para a consciência, é, justamente, parar de
crer-se.
Nenhuma
consciência pode conduzir à a-consciência.
Nenhuma
memória pode conduzir à Existência, à Unidade, como à Infinita Presença ou ao
Absoluto.
Enquanto
a memória existe, enquanto há uma relação a um passado, a uma história, você se
inscreve na consciência, nessa memória e nessa história, e você não é, portanto,
Livre.
O
que resta quando esse saco desaparece?
O
que se torna a memória (quer vocês acreditem ou não em qualquer reencarnação)?
O
que resta do que você era anteriormente (quer esse anteriormente seja ontem, um
século ou mil anos)?
Liberar-se
da memória, esquecer-se da memória, é estar disponível para o presente.
Se
há memória, há indisponibilidade para o presente.
Questão: a passagem nessa Dimensão
de dualidade encarnada não vai servir para nada, então?
Ela
serviu para nada, ela servirá para nada e ela jamais servirá para nada.
Esse
saco aparece um dia, ele desaparece em outro dia.
A
consciência vai crer que ela é uma sequencia de experiências, delimitadas em um
tempo chamado «encarnação», mas o que resta de
uma encarnação à outra?
Nada.
O
que você É jamais se moveu, jamais existiu, sempre Esteve aí e Estará sempre
aí.
Só
o olhar da pessoa e da consciência leva-os a considerar suposições que não
existem.
O
que você exprime, através disso, é o que deseja a consciência: é uma forma de
perpetuação, uma forma de infinito, uma forma de eternidade, que não pode
existir.
A
consciência sonha com uma eternidade.
A
pessoa sonha com uma perenidade.
Isso
não pode ser.
O
que você É não corresponde a qualquer dessas proposições.
Se
o que você é, hoje, nesta vida, devia servir-lhe para um após-vida, por que
isso desapareceria quando você aparecesse, novamente, sobre esse mundo?
Qual
é o valor do esquecimento em relação à memória?
Explique-me
isso.
Todos
os mecanismos dos vivos, nesse mundo, passam por mecanismos que vocês nomeiam «aprendizado».
O
que você É não tem necessidade de qualquer aprendizado, de qualquer educação,
de qualquer sociedade e de qualquer mundo.
Aceitar
isso (para além da crença) é, já, deslocar o ponto de vista, deslocar o olhar e
descobrir-se tal como você É.
Enquanto
você mantém (pela pessoa ou a consciência) a ilusão de uma memória, de um
progresso, de uma evolução, de uma transformação, você se inscreve a si mesmo,
no efêmero, o que você não É.
Questão: qual é a diferença entre
Absoluto e neant?
Para
a pessoa e para a consciência, o Absoluto é o neant.
Para
o Absoluto, o neant é uma estupidez da pessoa.
Nada
mais.
Enquanto
você não pode ser o que você É, porque existe uma distorção induzida pela
pessoa, induzida pela consciência, então, você está no erro e você considera
que o Absoluto seja o neant.
O
desaparecimento de limites (que resulta do saco, tanto de alimento como mental)
cria a suposição de uma identidade, de uma delimitação e de um espaço limitado.
O
que você É não é, absolutamente, isso.
Como
o que é limitado (pelas ideias, pelos pensamentos, pelas concepções, pela
forma, da própria carne) pode pretender ser Absoluto?
Para
ele isso se chama o neant.
Só
aquele que é Absoluto dá-se conta, de algum modo, por si mesmo, de que o neant é uma secreção de medo do saco.
Quando
você dorme, o mundo está aí?
Quando
você dorme, o «eu» está aí?
O
Absoluto o faz ver que você é além de uma história, além de uma pessoa, além de
qualquer saco e além de qualquer consciência.
Mas
enquanto você não o tenha vivido, esse Absoluto é um absurdo, um neant.
Questão: qual diferença há entre
Unidade e Absoluto?
Na
Unidade a consciência está presente, ela se olha a ela mesma em um espelho
específico, sem fundo, sem reflexo: é um auto-espelhamento.
A
Unidade é uma contemplação, um estado da consciência com diferentes etapas (nomeadas
Samadhi) que correspondem à
consciência Turiya.
O
Absoluto não é uma consciência: é o que você É.
A
consciência existe na cena de teatro, na poltrona daquele que olha, no próprio
teatro.
O
Absoluto sabe que há um teatro, mas sabe, também, perfeitamente, que ele nada é
do que constitui o teatro: tanto dualidade como unidade.
O
Absoluto corresponde à a-consciência.
A
Unidade corresponde à consciência total ou, se você prefere, uma consciência
absoluta.
O
Absoluto em nada é concernido pelos jogos da consciência.
Constatar
a Unidade, viver a Unidade, é um estado da consciência.
Ser
Absoluto é ser além de todo estado e, sobretudo, não uma consciência.
O
Absoluto vive-se após a Dissolução ou durante a Dissolução.
A
Unidade vive-se como Comunhão de consciência, de Si a Si, ou de qualquer Si a
outro Si.
A
consciência é experiência.
O
Absoluto não é concernido por qualquer experiência, qualquer contemplação.
A
consciência não pode apreender-se do Absoluto.
É
o Absoluto que contém a consciência.
É
o Centro presente em todo centro.
A
Unidade é ter consciência do conjunto de consciências, mas não é sair da
consciência.
Questão: o Absoluto move-se?
Ele
permite todos os movimentos.
Sem
ele, nada de movimentos.
Sem
ele, nada de consciência.
O
Absoluto é, ao mesmo tempo, preliminar a todo movimento e é todos os
movimentos, assim como a imobilidade.
Mas,
para o Absoluto, não há diferença entre o imóvel e o movimento.
Dar
um qualificativo para o Absoluto tornar-se-á, muito rapidamente, um absurdo, é
por isso que aquele que é Absoluto não pode, como eu disse, de modo algum,
traduzir em palavras o que é vivido.
O
que é vivido não é uma experiência da consciência, mas, efetivamente, a
cessação total de toda consciência que faz aparecer o que você É.
O
que você É poderia ser nomeado «anterior à
consciência» e, no entanto, não é nada disso, porque é o
que contém todos os possíveis da consciência.
Questão: portanto é o Absoluto que
vem a nós? Em caso algum nós podemos ir para ele?
Como
eu disse, enquanto vocês creem procurar o Absoluto, vocês falharão.
O
Absoluto é o que você É, o que você é não pode ser nem procurado, nem
encontrado, uma vez que já está aí.
Enquanto
você procura, é a pessoa que procura.
Enquanto
você crê, é a pessoa que crê.
O
que cria a dinâmica da busca é, ao mesmo tempo, a consciência e, ao mesmo
tempo, o que é nomeada a separação.
O
que exprime, efetivamente, que a pessoa está separada: ela vive como tal,
inscrita em um limite temporal, nomeado o nascimento e a morte.
Ela
se cria, nesta vida, histórias (espirituais, sociais, materiais, afetivas) de
responsabilidade.
Será
que essa noção de responsabilidade, será que essa noção de evolução, muda o que
quer que seja no desaparecimento do efêmero?
Quaisquer
que sejam as crenças desse saco, quaisquer que sejam as experiências desse
saco, ele terminará um dia.
O
que resta então?
Eventualmente
você pode responder-me: «a consciência»,
se sua própria consciência não é mais limitada e separada e dividida, mas tem
acesso às suas próprias memórias.
Questão: porque o Absoluto disfunciona,
ou seja, mergulha-nos nesse sonho que não existe?
Mas
não é o Absoluto que disfunciona, é você.
Questão: ser Absoluto com forma é
programado antecipadamente?
E
seria programado de acordo com qual lei, qual prazo, e qual calendário?
É
impossível.
O
Absoluto é o que você Foi, o que você É, o que você Será, para além de todo
ser, de toda pessoa e de toda consciência.
A
consciência não pode programar-se para Ser Absoluto: é, justamente, uma
desprogramação total da consciência.
Quanto
à pessoa, para ela, é o neant.
Do
ponto de vista da pessoa, o Absoluto não pode existir, não pode ser e não pode
aparecer.
Eu
lembro que não há passagem de ninguém ao Absoluto, como da consciência à
a-consciência.
É
a parada da busca, a parada da perseguição de um objetivo, a parada de toda
crença, de toda suposição, que revela (pela refutação, pela investigação, pela
maturidade) o Absoluto.
Questão: dizer-se “que a Liberação
seja feita” pode ajudar-nos a sair dessa ilusão?
A
partir do instante em que você pronuncia essa frase, você considera, portanto,
que você não é Liberado.
Você
põe, portanto, uma distância com o que você É.
Como,
colocando, de imediato, uma distância com o que você É, você pode esperar
encontrar o que você É?
Você
inscreve, através dessa frase, o Absoluto, como um objetivo, como uma busca,
como uma falta.
É
um erro.
Questão: o Absoluto é o Amor, e é
tudo?
Quando
você diz «o Absoluto é o Amor», você define, portanto, o Absoluto.
Será
que o Absoluto pode ser definido?
Acrescentar «é tudo» quer dizer que você
limita e delimita o Amor e o Absoluto.
O
Absoluto, é claro, contém o Amor, ele é o contêiner do Amor, o conteúdo do
Amor.
Mas
você não pode dizer: o Absoluto é isso ou aquilo.
Porque
você procura localizar-se em uma definição, o que para você é o Amor, em seu
ideal, em sua consciência, em suas projeções, em seus objetivos.
Tentar
definir, assim, o Absoluto, afasta-o dele.
Não
mais definir, não mais dar qualificativo, não procurar uma razão, um sentido,
uma explicação, uma lógica (a capitulação de todos os aspectos da pessoa e da
consciência), o faz realizar o que você É, de toda a Eternidade.
Não
há outra possibilidade.
Toda
definição pertence à consciência.
O
Absoluto não é a consciência.
Questão: você nos repete que nada há
a fazer, mas nós vivemos, ainda, sobre esta Terra, na qual se é, portanto,
obrigado a fazer coisas, ao mesmo tempo sabendo que é a ilusão.
Mas
eu jamais disse para nada fazer.
«Ficar Tranquilo»
concerne à consciência.
Eu
mesmo especifiquei que tudo o que havia a fazer, por esse saco, era para fazer.
O
Absoluto não é ser preguiçoso.
O
Absoluto consiste em mudar de olhar, de ponto de vista, e de consciência.
Eu
jamais disse que não seria preciso fazer o que havia a fazer por esse saco, bem
ao contrário.
A
pessoa entende sempre o que ela quer.
Eu
jamais disse isso.
Ninguém
jamais disse isso.
Havia
sido especificado, por alguns Anciões, há alguns anos, que havia circunstâncias
de vida a mudar para liberar a liberdade.
Mas
ninguém jamais disse (e eu ainda menos) que era preciso nada fazer.
Quando
eu digo «nada façam» eu não falo de
atividades da pessoa, eu me dirijo ao que vocês São.
Em
que um Absoluto com forma deve recusar a encarnação?
A
recusa é uma oposição da consciência, e em nada concerne ao Absoluto.
O
que você É não se importa com o que se faz, de como você o faz, ou como você o
realiza.
As
obrigações concernem à pessoa, mas não ao que você É.
Crer
que sua pessoa, extraindo-se das obrigações, vai encontrar o Absoluto, é um
erro.
A
pessoa não pode compreender o Absoluto, você é a prova disso.
Ela
interpreta os dizeres de acordo com o seu ponto de vista, ou seja, a própria
pessoa.
Enquanto
você raciocina assim, e age assim, isso mostra que você não está «Tranquilo».
Questão: há mudança de consciência
ao dar-se conta de que tudo isso é ilusão?
Nenhuma
mudança de consciência conduz ao Absoluto.
O
que você diz é uma primeira etapa que encadeia a mudança de ponto de vista.
Mas
se você rejeita a ilusão, a ela opondo-se, você vai, necessariamente,
reforçá-la.
Questão: eu creio que...
O
que você crê não tem qualquer importância: é o que você É, que é importante.
Crer
ou não crer nada muda no que você É.
Crer
é uma dinâmica da ação, do movimento e da própria ilusão.
Questão: desinteressar-se das
experiências a viver revela uma mudança de ponto de vista?
Os
dois são possíveis: ou há uma indolência ou há Absoluto.
Mas
só você conhece a resposta.
Como
eu disse, aquele que é Absoluto não se coloca mais questão sobre o Absoluto.
Ele
não pode opor-se, ele não pode colocar-se.
Do
mesmo modo que aquele que faz uma saída do corpo, sabe que ele existe fora desse
corpo: ele não se coloca mais a questão da existência, ou não, de algo após
esse corpo, uma vez que ele o viveu.
Mas
aquele que não o viveu poderá colocar-se todas as questões do mundo, criar
todas as crenças do mundo, todos os pensamentos do mundo, isso serão apenas
abstrações, porque ele não viveu.
Enquanto
vocês não estão mortos para si mesmos, vocês não podem Viver o que vocês São.
Mas
vocês não podem pôr na morte a pessoa.
Questão: abandonar todo esforço e
contentar-se em viver o que a vida propõe, no dia a dia, é isso o que convém
fazer?
Nada
há a fazer.
Enquanto
você considera que existe um estado preliminar (através de uma busca, através
de «viver o dia a dia»), isso concerne ao saco e à consciência, mas não ao que
você É.
Para
alguns sacos, esse modo de vida é o que é proposto pela Inteligência da Luz.
Então,
faça-o.
Realize-o.
Mas
dê-se conta de que o que você faz ou o que você realiza, nem o afastou nem aproximou
do que você É: aí está a maturidade.
O
Absoluto não se importa com seu grau de atividade ou de inatividade.
O
Absoluto não se importa com seu grau de evolução, de iniciação, ou do que quer
que seja mais (como com sua idade, seu sexo, ou não importa o que mais).
Aí
está a Verdade.
Eu
o lembro de que o Absoluto sobrevém quando da capitulação da Consciência.
Essa
capitulação não é nem um fazer, nem uma ação, nem mesmo um estado de ser: é
espontâneo, imediato.
A
partir do instante em que você é, de algum modo, extraído (sem desejá-lo, sem
aspirá-lo) das ilusões e de todo efêmero, isso não põe fim ao seu efêmero, isso
não põe fim às responsabilidades desse saco: isso é totalmente independente.
Para
alguns, será isso.
E
para outros, a Inteligência da Luz põe-nos em face de desafios.
Tanto
um como outro é, muito exatamente, o que lhes é proposto.
Mas
eu os lembro de que o que quer que lhes proponha a Inteligência da Luz, é
destinado a conduzi-los ao Si, à Unidade, ou mesmo à Última Presença ou
Infinita Presença.
Mas
o mecanismo Final (se posso dizê-lo assim) sobrevém, de algum modo, mesmo,
quando tudo isso é solto, inteiramente.
É
no momento em que a Consciência nada mais reivindica, mesmo ela mesma (no Si ou
na Unidade), que surge, de algum modo, o que você É.
Questão: porque o Si, tão
narcisista, reconheceria a ele mesmo?
Ele
não o pode.
A
consciência não renuncia, jamais, a ela mesma.
A
projeção mantém a projeção.
A
criatividade mantém a criação.
A
experiência mantém a experiência.
Porque
o conjunto do que é mantido, implica em uma comparação: consciência Unitária,
consciência dualitária, etc etc.
Mas
o que você É não é, de modo algum, concernido por isso.
Não
é com o Si que se realiza o Abandono do Si.
Não
é um ato de vontade, não é um ato ligado a uma prática (ainda menos a uma
ascese, ainda menos a uma moral), mas, efetivamente, esse famoso neant do Si, ou da pessoa, esse cataclismo
final da própria consciência, que o faz descobrir o que você É.
Do
mesmo modo que quando a maior parte de Irmãos e Irmãs humanos vivem
experiências fora do corpo (ou de aproximação da morte) há, efetivamente, um
traumatismo (qualquer que seja), uma ruptura da continuidade e, portanto, essa
forma de descontinuidade que conduz a Ser o que você É, mas não antes.
Vou
retomar outro exemplo que lhes é familiar porque utilizado em numerosas
reprises, pelo Comandante dos Anciões (ndr: O.M. AÏVANHOV).
A
consciência que vocês procuram, parece-lhes afastada.
Essa
consciência é o amendoim no frasco.
Quando
vocês veem o frasco e os amendoins, é preciso pôr a mão no frasco para segurar
os amendoins.
E
o que acontece naquele momento?
A
mão não sai mais do frasco.
Convém,
portanto, superar o amendoim, o frasco e a mão.
Mas
enquanto você considera que existe um frasco, amendoins, e uma mão para
segurá-los, não há solução.
A
consideração de refutações (efetuadas, ou não, por vocês, até o presente) era
destinada a fazê-los mudar de ponto de vista.
Era
uma forma de lógica que se dirigia à pessoa e ao mental.
Nenhuma
outra atividade mental (da pessoa ou, mesmo, da consciência a mais expandida)
é-lhes de qualquer utilidade.
Realizar
o Abandono do Si não é uma Realização: é uma Liberação.
Não
é um objetivo a cumprir, é, bem ao contrário, algo a soltar.
Mas
esse algo a soltar não deve ser confundido com o fato de nada mais fazer.
A
consciência é o que segura.
A
a-consciência é o que soltou.
O
que quer que vocês segurem (com a consciência, com as ideias, com as crenças,
com as memórias, com as projeções), enquanto vocês seguram o que quer que seja
disso, vocês não são Livres.
Aquele
que é Livre não apagou suas memórias: elas continuam aí, mas elas não o afetam
mais.
A
pessoa como a Consciência, o ego como a Consciência Unificada, estão sempre na
busca de uma experiência, de um objetivo.
Nenhum
objetivo e nenhuma experiência relevam do Absoluto.
Questão: a percepção de um movimento
enquanto tudo está tranquilo revela o Abandono do Si?
O
movimento é um processo Vibratório.
Tudo
depende se esse movimento nasceu em algum lugar desse saco, ou se ele toma todo
o saco de repente.
O
movimento, a impressão de movimento, ou a percepção de um movimento pode estar
religado a uma das etapas finais da própria consciência.
Mesmo
se não exista passagem, propriamente dita, entre a Infinita Presença (ou
Abandono do Si, realizado totalmente) e o Absoluto, então, pode-se dizer que são
primícias, testemunhos, se preferem, de que o ponto de vista está mudando.
Do
mesmo modo que as experiências de Comunhão, de Fusão e de deslocalização têm-nos
preparado.
Do
mesmo modo que o contato com outros Absolutos, pelo Canal Mariano,
prepararam-nos.
A
Onda de Vida é, também, um movimento.
Quando
a pessoa é apagada e quando a consciência para de observar-se a si mesma (mesmo
no Si), então, a Onda de Vida lança-se.
O
Absoluto está, então, presente.
Isso
é vivido e é, inteiramente, consciente, porque vocês tocam sua natureza, para
além da própria consciência.
É
o que vocês São.
Questão: ter o olhar que nada mais
vê e que salta, reflete uma mudança de ponto de vista?
Não,
porque o que é visto naquele momento, é visto pela própria consciência.
Certamente,
diferente daquela da pessoa, mas, efetivamente, ligada à consciência pessoal,
de qualquer forma, quaisquer que sejam o gênero e a forma de visão.
O
Absoluto não é uma visão.
O
Absoluto não é um estado.
Mas
é claro, existe, nos últimos estados da consciência, preliminares ao Abandono
do Si (mesmo se não seja uma finalidade), a manifestação de certo número de
elementos Vibratórios que lhes são conhecidos, mas que não permanecem menos
para o Absoluto, uma ilusão.
A
identificação da consciência com as Vibrações conduz à expansão da consciência
até a Unidade e até a Infinita Presença, mas, jamais, ao Absoluto, uma vez que
o Absoluto é o desaparecimento da própria consciência.
Ora,
como a consciência que Vibra, que se expande, poderia desaparecer?
Isso
é uma experiência da consciência.
O
verdadeiro olhar é, efetivamente, sem os olhos, sem discriminação, sem qualquer
sensorialidade, sem qualquer percepção, sem qualquer concepção, sem qualquer
lógica aparente.
O
melhor testemunho disso é a Onda de Vida, que é uma propagação e um movimento
que visa, como vocês sabem, liberar alguns obstáculos da pessoa e da sobrevida
da pessoa e, em seguida, é destinada a favorecer o Coração.
Esses
mecanismos são os testemunhos da colocação em ação, inconsciente, da
confrontação da própria consciência (que você percebe) com o Absoluto.
Mas
isso não é, ainda, o Absoluto.
Não
é uma preliminar, porque se eu emprego a palavra preliminar, você vai
considerar que é uma etapa que sobrevém, mas essa etapa não é, absolutamente,
indispensável, nem mesmo necessária.
Ela
é, talvez, mais adaptada às condições de Luz atual, aí onde vocês estão.
Em
minha encarnação, isso não foi necessário.
Questão: haverá muitos Absolutos com
forma antes do fim?
Eu
posso responder dizendo-lhe que haverá muitos Absolutos com forma, como sem
forma, após o fim.
O
fim não existe para o Absoluto.
Questão: que fazer, esperando o fim?
Eu
empurro mais longe seu raciocínio.
Assim
que você está na idade de conceber que você é uma pessoa (após três, quatro
anos), você sabe, intimamente, naquele momento, que o que apareceu nessa forma
(esse corpo, esse campo de consciência) tem um fim.
Será
que, contudo, você decide, a partir da idade de quatro anos, nada fazer?
O
sentimento de um fim, se ele deve conduzir a um desinteresse, não o leva a lugar
algum, porque se tratará, sempre, de uma fuga.
Aquele
que é Absoluto não é concernido nem pelo início, nem pelo fim (de si mesmo,
como do mundo).
Não
há qualquer atitude mental satisfatória para o Absoluto porque, se você se diz
que em tantas semanas é o fim, e você espera esse fim, você se engana.
Olhe:
geralmente, quando se anuncia a um saco de alimento que ele vai partir de uma
doença grave, o que é que acontece?
Geralmente,
essas pessoas estão mais vivas do que antes.
Elas
degustam cada minuto, cada dia e cada hora.
É
independente da atividade ou da não atividade.
É,
eu diria, uma atmosfera Interior.
É
como se, sabendo que você é uma pessoa (com quatro, cinco anos) que acabará um
dia, você se dissesse: «esse dia, sendo inevitável, para que serve
deixar viver esse saco?».
Ora,
a recusa da ilusão mantém a ilusão.
Do
mesmo modo, toda expectativa (mesmo justificada, mesmo real) de um evento real,
testemunha o que você é.
A
expectativa põe uma distância com o que você É.
Esperar
que o fim do que quer que seja permitirá a você ser Absoluto, é um erro.
O
fim do que quer que seja lembra-o, simplesmente, o que você É, para além da
pessoa.
Isso
se chama a Liberação.
Aquele
que é Absoluto é Liberado Vivo.
Ele
não tem necessidade de esperar um eventual, ou um real, fim, do que quer que
seja, para Ser isso.
Vigiem
para jamais colocar-se, a si mesmos, em um sentimento de expectativa porque o
sentimento de expectativa (como de espera ou de esperança) põe uma distância.
Há
uma armadilha.
Como
foi dito, vivam cada minuto, aí onde vocês estão, plenamente, inteiramente,
como se fosse o último, porque de qualquer modo, aparecendo em uma pessoa, há a
certeza e a inevitabilidade, do fim dessa pessoa.
Questão: amar a ilusão, ou seja, amar
a natureza, amar as flores, afasta-nos do Absoluto?
Mas
tudo depende do que você chama amar.
Há
tantos seres humanos quanto definições do amor.
Se
você ama sem apegar-se, não há qualquer razão para que a natureza afaste-o do
que você É, uma vez que a natureza é Absoluta, para além da aparência.
Tudo
depende do que você ama.
É
a cor, é a forma, é o odor, é a aparência ou é a essência?
Toda
a diferença vem de você, mas não da natureza.
Nada
pode afastá-lo, nada pode aproximá-lo.
Há
apenas circunstâncias que reforçam a ilusão, que a mantém, que a arrasta.
E
há circunstâncias que Liberam disso.
Mas
as circunstâncias são Interiores: elas não concernem à cessação de uma
atividade ou de uma responsabilidade.
O
fato de estar na natureza ou em um apartamento, no Absoluto, nada muda.
Mas
é claro que a natureza e o que é natural, permite, de maneira muito mais ampla,
a priori, expandir a consciência.
Mas
não confunda as manifestações de um objetivo qualquer com o Absoluto.
Questão: você disse que a natureza é
Absoluta. Pode desenvolver?
Além
da forma, da aparência, dos odores e das cores, como é que o que está sob seus
olhos poderia escapar de ser Absoluto?
Enquanto
vocês consideram que o Absoluto seja um objetivo, uma finalidade, uma prática,
vocês ali não estão.
Uma
árvore é Absoluto.
Há
uma consciência na árvore.
O
Absoluto não faz diferença entre um fio de erva, uma árvore, uma galáxia e um
universo.
Ele
os contém, a todos, do mesmo modo.
A
árvore, como qualquer elemento da natureza, obedece a um projeto, o projeto da
Vida: nascimento, crescimento, decrescimento e morte.
Para
além dessa aparência, para além de seus movimentos, de suas formas diferentes,
há o Absoluto.
Será
que a árvore coloca-se a questão de ser uma entidade, uma consciência ou um
Absoluto?
Não.
Ela
é tudo isso ao mesmo tempo.
Apenas
o mental humano é que cria a distância.
Uma
arvore não pode criar distância.
Questão: a carne de porco que se
ingere ou o pombo e o pato que Hildegard de Bingen recomenda comer, como se
situam em relação ao Absoluto?
Do
mesmo modo que você, seja o porco, o pombo ou você, isso não faz qualquer
diferença.
O
Absoluto não é tributário de uma forma de vida ou de outra forma de vida.
Você
procura julgamentos de valor ou definições no que não tem.
Aquele
que é Absoluto com forma vê as diferentes formas, concebe que um porco não é um
pombo, que um pombo não é a pessoa, mas isso nada muda.
Você
quer puxar o Absoluto ao seu campo de compreensão, seu campo de percepção, seu
campo de experiência, mas é impossível.
Não temos mais perguntas,
agradecemos.
Bem,
Bidi saúda-os, e dá-lhes encontro uma última vez, e eu lhes digo, portanto, até
breve.
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Compartilhamos estas informações em toda transparência. Obrigado
por fazer do mesmo modo. Se você deseja divulgá-las, reproduza a integralidade
do texto e cite sua fonte: http://www.autresdimensions.com/.
Mensagem "Rasga Véu". O que fizer, achar, pensar, está errado. 'Não há solução'.
ResponderExcluir"É. É. É".
Noemia
Aqui, a questão da memória, ou da consciência, ou do sujeito (mesma coisa, em diferentes palavras), é ainda mais revelada na sua condição efêmera e ilusória; onde, sobretudo, nada representa do que se É, de Verdade. Para quem se inscreve na memória, no aprendizado, na continuidade, na evolução, no agir/reagir (tudo território de irrealidade, tal qual uma miragem), a dissolução de si mesmo, soa como perspectiva onde só restaria o Nada, conquanto, em Verdade, seja rigorosamente o oposto. A MSG (assim como qualquer já dissolvido), enfim, fala do absurdo que se pode ser, quando se tem e se vive o ponto de vista da personalidade, o qual, sequer, jamais, conseguiria imaginar, como a Verdade nada tem a ver com qualquer história, ou enredo, ou início e fim.
ResponderExcluir"Tudo depende do que você chama Amar.
ResponderExcluir"Se você ama sem apegar-se, não há qualquer razão para que a natureza afaste-o do que você É, uma vez que a natureza é Absoluta, para além da aparência.
"Tudo depende do que você ama. É a cor, é a forma, é o odor, é a aparência ou é a Essência?
"Além da forma, da aparência, dos odores e das cores, como é que o que está sob seus olhos poderia escapar de ser Absoluto? ...Toda a diferença vem de você, mas não da natureza. Nada pode afastá-lo, nada pode aproximá-lo.
"O Absoluto não faz diferença entre um fio de erva, uma árvore, uma galáxia e um universo. Ele os contém, a todos, do mesmo modo. ...Para além dessa aparência, para além de seus movimentos, de suas formas diferentes, há o Absoluto.
"Será que a árvore coloca-se a questão de ser uma entidade, uma consciência ou um Absoluto?
Não. Ela é tudo isso ao mesmo tempo.
Apenas o mental humano é que cria a distância.
"Enquanto vocês consideram que o Absoluto seja um objetivo, uma finalidade, uma prática, vocês ali não estão.
"É o Centro presente em todo centro."