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28 de out. de 2012

BIDI – 28 de outubro de 2012


Mensagem publicada em 30 de outubro, pelo site AUTRES DIMENSIONS.


Áudio da Mensagem em Português

Link para download: clique aqui


(GRAVAÇÃO REALIZADA A PARTIR DO TEXTO ORIGINAL FRANCÊS, SUJEITA, PORTANTO, A CORREÇÕES QUANDO DA TRANSCRIÇÃO.


PRIMEIRA PARTE


Áudio da Mensagem em Francês

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SEGUNDA PARTE


Áudio da Mensagem em Francês

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Bem, Bidi está com vocês e saúda-os, e vamos prosseguir, se quiserem, nossas trocas e conversas.
Eu escuto, portanto, suas questões.

Questão: quando temos um encargo de responsabilidades espirituais e materiais, devemos deixá-los ir para viver os últimos sobressaltos da vida sensual desse mundo carbonado (com o risco de esquecer-se do que nos consagramos ao longo de nossa vida) ou, efetivamente, essas últimas provas estão aí para permitir-nos vê-las, para melhor superá-las?

Sua questão é múltipla.
Considerar que haja o que quer que seja para lembrar-se concernente à sua vida, recorre, portanto, a um processo de memória ou de lembrança.
Nem a memória, nem qualquer lembrança, concerne ao que você É.
O que apareceu um dia e o que desaparecerá um dia (e que você chama sua pessoa, sua vida), está inscrito, necessariamente, em um efêmero.
De outro lado, o que você nomeia «prova», o que você nomeia «responsabilidade» concerne, justamente, apenas a esse efêmero e absolutamente a nada mais.
Só a personalidade coloca-se entre um inicio e um fim, que corresponde ao aparecimento e ao desaparecimento da vida, na consciência.
A noção de prova, a noção de responsabilidade concerne apenas a esse saco de alimento e a esse saco mental e, em caso algum, ao que você É.
Reagir ou não reagir concernirá, sempre, ao desenrolar do efêmero.
Eu o convido, portanto, a considerar que o conjunto de proposições concerne apenas ao que é efêmero e, portanto, concerne apenas à pessoa em uma crença numa evolução, em uma crença em provas, em uma crença na perenidade da memória ou de uma lembrança.
Você nada É de tudo isso.
Assim, não se coloque a questão de agir ou de não agir, mas, efetivamente, de olhar agir ou não agir.
Porque você não é concernido pelo agir ou o não agir.
Enquanto há implicação, através de um efêmero, não pode haver Absoluto.

Questão: você tem esclarecido que a perenidade da memória não tinha razão de ser. Ora, através de suas intervenções, você utiliza sua memória?

Absolutamente não.
Porque você considera que existe um tempo linear e o que se exprime é a consciência de uma ou das encarnações que essa consciência tomou.
De outro lado, não é, de modo algum, questão de qualquer perenidade, de qualquer memória.
Considerar a perenidade da memória mantém você, de uma maneira ou de outra (desse lado do Véu como do outro lado do Véu), na ilusão de um eterno.
Nenhuma perenidade de memória pode ser eterna.
O Eterno não se importa com a memória.

O que se exprime, hoje, transcende o que vocês chamam as barreiras do tempo.
O que eu exprimo, neste instante, não é a sequência lógica do que eu exprimia a um dado momento, mas inscreve-se no mesmo tempo, para além de seu tempo.
É muito difícil conceber, para o intelecto, que o que é dito hoje não é uma continuidade ou uma perpetuação, mas, efetivamente, a mesma expressão, a mesma qualidade, independente de minha vida passada, independente de todos os tempos.
O que é exprimido nada tem a ver (e esse foi o caso quando, segundo seus dados temporais, eu estive encarnado) justamente com minha memória ou qualquer encarnação.
Porque o que eu exprimo não é uma continuidade, mas inscreve-se no mesmo tempo, para além de nossos tempos e de seus tempos.
Toda memória está em ressonância com a lei de ação/reação.
Nenhuma memória pode existir quando não há mais ação e reação, mas Existência, ou ainda, Absoluto.

Experimentar e estabelecer-se na Infinita Presença, na Existência, ou no Absoluto, põe fim a toda memória.
Na consciência a memória pertence ao efêmero.
A consciência apoia-se na memória, apoia-se na antecipação, mas memória e antecipação pertencerão, sempre, à ação/reação, à dualidade e, portanto, ao efêmero.
Você não pode apoiar-se em qualquer memória, qualquer antecedente, assim como qualquer projeção, para ser o que você É.
Isso muda o ponto de vista, muda o olhar e coloca-o, de maneira irremediável, no que você É, e não no que você crê, e não como resultado de uma memória, ou antecipação de uma projeção.

O mais difícil para a pessoa, como para a consciência, é, justamente, parar de crer-se.
Nenhuma consciência pode conduzir à a-consciência.
Nenhuma memória pode conduzir à Existência, à Unidade, como à Infinita Presença ou ao Absoluto.
Enquanto a memória existe, enquanto há uma relação a um passado, a uma história, você se inscreve na consciência, nessa memória e nessa história, e você não é, portanto, Livre.
O que resta quando esse saco desaparece?
O que se torna a memória (quer vocês acreditem ou não em qualquer reencarnação)?
O que resta do que você era anteriormente (quer esse anteriormente seja ontem, um século ou mil anos)?
Liberar-se da memória, esquecer-se da memória, é estar disponível para o presente.
Se há memória, há indisponibilidade para o presente.

Questão: a passagem nessa Dimensão de dualidade encarnada não vai servir para nada, então?

Ela serviu para nada, ela servirá para nada e ela jamais servirá para nada.
Esse saco aparece um dia, ele desaparece em outro dia.
A consciência vai crer que ela é uma sequencia de experiências, delimitadas em um tempo chamado «encarnação», mas o que resta de uma encarnação à outra?
Nada.
O que você É jamais se moveu, jamais existiu, sempre Esteve aí e Estará sempre aí.

Só o olhar da pessoa e da consciência leva-os a considerar suposições que não existem.
O que você exprime, através disso, é o que deseja a consciência: é uma forma de perpetuação, uma forma de infinito, uma forma de eternidade, que não pode existir.
A consciência sonha com uma eternidade.
A pessoa sonha com uma perenidade.
Isso não pode ser.

O que você É não corresponde a qualquer dessas proposições.
Se o que você é, hoje, nesta vida, devia servir-lhe para um após-vida, por que isso desapareceria quando você aparecesse, novamente, sobre esse mundo?
Qual é o valor do esquecimento em relação à memória?
Explique-me isso.

Todos os mecanismos dos vivos, nesse mundo, passam por mecanismos que vocês nomeiam «aprendizado».
O que você É não tem necessidade de qualquer aprendizado, de qualquer educação, de qualquer sociedade e de qualquer mundo.
Aceitar isso (para além da crença) é, já, deslocar o ponto de vista, deslocar o olhar e descobrir-se tal como você É.
Enquanto você mantém (pela pessoa ou a consciência) a ilusão de uma memória, de um progresso, de uma evolução, de uma transformação, você se inscreve a si mesmo, no efêmero, o que você não É.

Questão: qual é a diferença entre Absoluto e neant?

Para a pessoa e para a consciência, o Absoluto é o neant.
Para o Absoluto, o neant  é uma estupidez da pessoa.
Nada mais.
Enquanto você não pode ser o que você É, porque existe uma distorção induzida pela pessoa, induzida pela consciência, então, você está no erro e você considera que o Absoluto seja o neant.
O desaparecimento de limites (que resulta do saco, tanto de alimento como mental) cria a suposição de uma identidade, de uma delimitação e de um espaço limitado.
O que você É não é, absolutamente, isso.
Como o que é limitado (pelas ideias, pelos pensamentos, pelas concepções, pela forma, da própria carne) pode pretender ser Absoluto?
Para ele isso se chama o neant.

Só aquele que é Absoluto dá-se conta, de algum modo, por si mesmo, de que o neant é uma secreção de medo do saco.
Quando você dorme, o mundo está aí?
Quando você dorme, o «eu» está aí?
O Absoluto o faz ver que você é além de uma história, além de uma pessoa, além de qualquer saco e além de qualquer consciência.
Mas enquanto você não o tenha vivido, esse Absoluto é um absurdo, um neant.

Questão: qual diferença há entre Unidade e Absoluto?

Na Unidade a consciência está presente, ela se olha a ela mesma em um espelho específico, sem fundo, sem reflexo: é um auto-espelhamento.
A Unidade é uma contemplação, um estado da consciência com diferentes etapas (nomeadas Samadhi) que correspondem à consciência Turiya.

O Absoluto não é uma consciência: é o que você É.
A consciência existe na cena de teatro, na poltrona daquele que olha, no próprio teatro.
O Absoluto sabe que há um teatro, mas sabe, também, perfeitamente, que ele nada é do que constitui o teatro: tanto dualidade como unidade.
O Absoluto corresponde à a-consciência.
A Unidade corresponde à consciência total ou, se você prefere, uma consciência absoluta.

O Absoluto em nada é concernido pelos jogos da consciência.
Constatar a Unidade, viver a Unidade, é um estado da consciência.
Ser Absoluto é ser além de todo estado e, sobretudo, não uma consciência.
O Absoluto vive-se após a Dissolução ou durante a Dissolução.
A Unidade vive-se como Comunhão de consciência, de Si a Si, ou de qualquer Si a outro Si.

A consciência é experiência.
O Absoluto não é concernido por qualquer experiência, qualquer contemplação.
A consciência não pode apreender-se do Absoluto.
É o Absoluto que contém a consciência.
É o Centro presente em todo centro.
A Unidade é ter consciência do conjunto de consciências, mas não é sair da consciência.

Questão: o Absoluto move-se?

Ele permite todos os movimentos.
Sem ele, nada de movimentos.
Sem ele, nada de consciência.
O Absoluto é, ao mesmo tempo, preliminar a todo movimento e é todos os movimentos, assim como a imobilidade.
Mas, para o Absoluto, não há diferença entre o imóvel e o movimento.

Dar um qualificativo para o Absoluto tornar-se-á, muito rapidamente, um absurdo, é por isso que aquele que é Absoluto não pode, como eu disse, de modo algum, traduzir em palavras o que é vivido.
O que é vivido não é uma experiência da consciência, mas, efetivamente, a cessação total de toda consciência que faz aparecer o que você É.
O que você É poderia ser nomeado «anterior à consciência» e, no entanto, não é nada disso, porque é o que contém todos os possíveis da consciência.

Questão: portanto é o Absoluto que vem a nós? Em caso algum nós podemos ir para ele?

Como eu disse, enquanto vocês creem procurar o Absoluto, vocês falharão.
O Absoluto é o que você É, o que você é não pode ser nem procurado, nem encontrado, uma vez que já está aí.
Enquanto você procura, é a pessoa que procura.
Enquanto você crê, é a pessoa que crê.

O que cria a dinâmica da busca é, ao mesmo tempo, a consciência e, ao mesmo tempo, o que é nomeada a separação.
O que exprime, efetivamente, que a pessoa está separada: ela vive como tal, inscrita em um limite temporal, nomeado o nascimento e a morte.
Ela se cria, nesta vida, histórias (espirituais, sociais, materiais, afetivas) de responsabilidade.

Será que essa noção de responsabilidade, será que essa noção de evolução, muda o que quer que seja no desaparecimento do efêmero?
Quaisquer que sejam as crenças desse saco, quaisquer que sejam as experiências desse saco, ele terminará um dia.
O que resta então?
Eventualmente você pode responder-me: «a consciência», se sua própria consciência não é mais limitada e separada e dividida, mas tem acesso às suas próprias memórias.

Questão: porque o Absoluto disfunciona, ou seja, mergulha-nos nesse sonho que não existe?

Mas não é o Absoluto que disfunciona, é você.

Questão: ser Absoluto com forma é programado antecipadamente?

E seria programado de acordo com qual lei, qual prazo, e qual calendário?
É impossível.

O Absoluto é o que você Foi, o que você É, o que você Será, para além de todo ser, de toda pessoa e de toda consciência.
A consciência não pode programar-se para Ser Absoluto: é, justamente, uma desprogramação total da consciência.
Quanto à pessoa, para ela, é o neant.
Do ponto de vista da pessoa, o Absoluto não pode existir, não pode ser e não pode aparecer.

Eu lembro que não há passagem de ninguém ao Absoluto, como da consciência à a-consciência.
É a parada da busca, a parada da perseguição de um objetivo, a parada de toda crença, de toda suposição, que revela (pela refutação, pela investigação, pela maturidade) o Absoluto.

Questão: dizer-se “que a Liberação seja feita” pode ajudar-nos a sair dessa ilusão?

A partir do instante em que você pronuncia essa frase, você considera, portanto, que você não é Liberado.
Você põe, portanto, uma distância com o que você É.

Como, colocando, de imediato, uma distância com o que você É, você pode esperar encontrar o que você É?
Você inscreve, através dessa frase, o Absoluto, como um objetivo, como uma busca, como uma falta.
É um erro.

Questão: o Absoluto é o Amor, e é tudo?

Quando você diz «o Absoluto é o Amor», você define, portanto, o Absoluto.
Será que o Absoluto pode ser definido?
Acrescentar «é tudo» quer dizer que você limita e delimita o Amor e o Absoluto.

O Absoluto, é claro, contém o Amor, ele é o contêiner do Amor, o conteúdo do Amor.
Mas você não pode dizer: o Absoluto é isso ou aquilo.
Porque você procura localizar-se em uma definição, o que para você é o Amor, em seu ideal, em sua consciência, em suas projeções, em seus objetivos.

Tentar definir, assim, o Absoluto, afasta-o dele.
Não mais definir, não mais dar qualificativo, não procurar uma razão, um sentido, uma explicação, uma lógica (a capitulação de todos os aspectos da pessoa e da consciência), o faz realizar o que você É, de toda a Eternidade.
Não há outra possibilidade.
Toda definição pertence à consciência.
O Absoluto não é a consciência.

Questão: você nos repete que nada há a fazer, mas nós vivemos, ainda, sobre esta Terra, na qual se é, portanto, obrigado a fazer coisas, ao mesmo tempo sabendo que é a ilusão.

Mas eu jamais disse para nada fazer.
«Ficar Tranquilo» concerne à consciência.
Eu mesmo especifiquei que tudo o que havia a fazer, por esse saco, era para fazer.
O Absoluto não é ser preguiçoso.
O Absoluto consiste em mudar de olhar, de ponto de vista, e de consciência.
Eu jamais disse que não seria preciso fazer o que havia a fazer por esse saco, bem ao contrário.
A pessoa entende sempre o que ela quer.
Eu jamais disse isso.
Ninguém jamais disse isso.

Havia sido especificado, por alguns Anciões, há alguns anos, que havia circunstâncias de vida a mudar para liberar a liberdade.
Mas ninguém jamais disse (e eu ainda menos) que era preciso nada fazer.
Quando eu digo «nada façam» eu não falo de atividades da pessoa, eu me dirijo ao que vocês São.

Em que um Absoluto com forma deve recusar a encarnação?
A recusa é uma oposição da consciência, e em nada concerne ao Absoluto.
O que você É não se importa com o que se faz, de como você o faz, ou como você o realiza.
As obrigações concernem à pessoa, mas não ao que você É.
Crer que sua pessoa, extraindo-se das obrigações, vai encontrar o Absoluto, é um erro.
A pessoa não pode compreender o Absoluto, você é a prova disso.
Ela interpreta os dizeres de acordo com o seu ponto de vista, ou seja, a própria pessoa.
Enquanto você raciocina assim, e age assim, isso mostra que você não está «Tranquilo».

Questão: há mudança de consciência ao dar-se conta de que tudo isso é ilusão?

Nenhuma mudança de consciência conduz ao Absoluto.
O que você diz é uma primeira etapa que encadeia a mudança de ponto de vista.
Mas se você rejeita a ilusão, a ela opondo-se, você vai, necessariamente, reforçá-la.

Questão: eu creio que...

O que você crê não tem qualquer importância: é o que você É, que é importante.
Crer ou não crer nada muda no que você É.
Crer é uma dinâmica da ação, do movimento e da própria ilusão.

Questão: desinteressar-se das experiências a viver revela uma mudança de ponto de vista?

Os dois são possíveis: ou há uma indolência ou há Absoluto.
Mas só você conhece a resposta.

Como eu disse, aquele que é Absoluto não se coloca mais questão sobre o Absoluto.
Ele não pode opor-se, ele não pode colocar-se.
Do mesmo modo que aquele que faz uma saída do corpo, sabe que ele existe fora desse corpo: ele não se coloca mais a questão da existência, ou não, de algo após esse corpo, uma vez que ele o viveu.
Mas aquele que não o viveu poderá colocar-se todas as questões do mundo, criar todas as crenças do mundo, todos os pensamentos do mundo, isso serão apenas abstrações, porque ele não viveu.

Enquanto vocês não estão mortos para si mesmos, vocês não podem Viver o que vocês São.
Mas vocês não podem pôr na morte a pessoa.

Questão: abandonar todo esforço e contentar-se em viver o que a vida propõe, no dia a dia, é isso o que convém fazer?

Nada há a fazer.
Enquanto você considera que existe um estado preliminar (através de uma busca, através de «viver o dia a dia»), isso concerne ao saco e à consciência, mas não ao que você É.
Para alguns sacos, esse modo de vida é o que é proposto pela Inteligência da Luz.
Então, faça-o.
Realize-o.
Mas dê-se conta de que o que você faz ou o que você realiza, nem o afastou nem aproximou do que você É: aí está a maturidade.

O Absoluto não se importa com seu grau de atividade ou de inatividade.
O Absoluto não se importa com seu grau de evolução, de iniciação, ou do que quer que seja mais (como com sua idade, seu sexo, ou não importa o que mais).
Aí está a Verdade.

Eu o lembro de que o Absoluto sobrevém quando da capitulação da Consciência.
Essa capitulação não é nem um fazer, nem uma ação, nem mesmo um estado de ser: é espontâneo, imediato.
A partir do instante em que você é, de algum modo, extraído (sem desejá-lo, sem aspirá-lo) das ilusões e de todo efêmero, isso não põe fim ao seu efêmero, isso não põe fim às responsabilidades desse saco: isso é totalmente independente.

Para alguns, será isso.
E para outros, a Inteligência da Luz põe-nos em face de desafios.
Tanto um como outro é, muito exatamente, o que lhes é proposto.
Mas eu os lembro de que o que quer que lhes proponha a Inteligência da Luz, é destinado a conduzi-los ao Si, à Unidade, ou mesmo à Última Presença ou Infinita Presença.
Mas o mecanismo Final (se posso dizê-lo assim) sobrevém, de algum modo, mesmo, quando tudo isso é solto, inteiramente.
É no momento em que a Consciência nada mais reivindica, mesmo ela mesma (no Si ou na Unidade), que surge, de algum modo, o que você É.

Questão: porque o Si, tão narcisista, reconheceria a ele mesmo?

Ele não o pode.
A consciência não renuncia, jamais, a ela mesma.
A projeção mantém a projeção.
A criatividade mantém a criação.
A experiência mantém a experiência.
Porque o conjunto do que é mantido, implica em uma comparação: consciência Unitária, consciência dualitária, etc etc.
Mas o que você É não é, de modo algum, concernido por isso.
Não é com o Si que se realiza o Abandono do Si.
Não é um ato de vontade, não é um ato ligado a uma prática (ainda menos a uma ascese, ainda menos a uma moral), mas, efetivamente, esse famoso neant do Si, ou da pessoa, esse cataclismo final da própria consciência, que o faz descobrir o que você É.
Do mesmo modo que quando a maior parte de Irmãos e Irmãs humanos vivem experiências fora do corpo (ou de aproximação da morte) há, efetivamente, um traumatismo (qualquer que seja), uma ruptura da continuidade e, portanto, essa forma de descontinuidade que conduz a Ser o que você É, mas não antes.

Vou retomar outro exemplo que lhes é familiar porque utilizado em numerosas reprises, pelo Comandante dos Anciões (ndr: O.M. AÏVANHOV).
A consciência que vocês procuram, parece-lhes afastada.
Essa consciência é o amendoim no frasco.
Quando vocês veem o frasco e os amendoins, é preciso pôr a mão no frasco para segurar os amendoins.
E o que acontece naquele momento?
A mão não sai mais do frasco.
Convém, portanto, superar o amendoim, o frasco e a mão.
Mas enquanto você considera que existe um frasco, amendoins, e uma mão para segurá-los, não há solução.

A consideração de refutações (efetuadas, ou não, por vocês, até o presente) era destinada a fazê-los mudar de ponto de vista.
Era uma forma de lógica que se dirigia à pessoa e ao mental.
Nenhuma outra atividade mental (da pessoa ou, mesmo, da consciência a mais expandida) é-lhes de qualquer utilidade.
Realizar o Abandono do Si não é uma Realização: é uma Liberação.
Não é um objetivo a cumprir, é, bem ao contrário, algo a soltar.
Mas esse algo a soltar não deve ser confundido com o fato de nada mais fazer.

A consciência é o que segura.
A a-consciência é o que soltou.
O que quer que vocês segurem (com a consciência, com as ideias, com as crenças, com as memórias, com as projeções), enquanto vocês seguram o que quer que seja disso, vocês não são Livres.
Aquele que é Livre não apagou suas memórias: elas continuam aí, mas elas não o afetam mais.
A pessoa como a Consciência, o ego como a Consciência Unificada, estão sempre na busca de uma experiência, de um objetivo.
Nenhum objetivo e nenhuma experiência relevam do Absoluto.

Questão: a percepção de um movimento enquanto tudo está tranquilo revela o Abandono do Si?

O movimento é um processo Vibratório.
Tudo depende se esse movimento nasceu em algum lugar desse saco, ou se ele toma todo o saco de repente.
O movimento, a impressão de movimento, ou a percepção de um movimento pode estar religado a uma das etapas finais da própria consciência.
Mesmo se não exista passagem, propriamente dita, entre a Infinita Presença (ou Abandono do Si, realizado totalmente) e o Absoluto, então, pode-se dizer que são primícias, testemunhos, se preferem, de que o ponto de vista está mudando.

Do mesmo modo que as experiências de Comunhão, de Fusão e de deslocalização têm-nos preparado.
Do mesmo modo que o contato com outros Absolutos, pelo Canal Mariano, prepararam-nos.
A Onda de Vida é, também, um movimento.
Quando a pessoa é apagada e quando a consciência para de observar-se a si mesma (mesmo no Si), então, a Onda de Vida lança-se.
O Absoluto está, então, presente.
Isso é vivido e é, inteiramente, consciente, porque vocês tocam sua natureza, para além da própria consciência.
É o que vocês São.

Questão: ter o olhar que nada mais vê e que salta, reflete uma mudança de ponto de vista?

Não, porque o que é visto naquele momento, é visto pela própria consciência.
Certamente, diferente daquela da pessoa, mas, efetivamente, ligada à consciência pessoal, de qualquer forma, quaisquer que sejam o gênero e a forma de visão.

O Absoluto não é uma visão.
O Absoluto não é um estado.
Mas é claro, existe, nos últimos estados da consciência, preliminares ao Abandono do Si (mesmo se não seja uma finalidade), a manifestação de certo número de elementos Vibratórios que lhes são conhecidos, mas que não permanecem menos para o Absoluto, uma ilusão.

A identificação da consciência com as Vibrações conduz à expansão da consciência até a Unidade e até a Infinita Presença, mas, jamais, ao Absoluto, uma vez que o Absoluto é o desaparecimento da própria consciência.
Ora, como a consciência que Vibra, que se expande, poderia desaparecer?
Isso é uma experiência da consciência.

O verdadeiro olhar é, efetivamente, sem os olhos, sem discriminação, sem qualquer sensorialidade, sem qualquer percepção, sem qualquer concepção, sem qualquer lógica aparente.
O melhor testemunho disso é a Onda de Vida, que é uma propagação e um movimento que visa, como vocês sabem, liberar alguns obstáculos da pessoa e da sobrevida da pessoa e, em seguida, é destinada a favorecer o Coração.
Esses mecanismos são os testemunhos da colocação em ação, inconsciente, da confrontação da própria consciência (que você percebe) com o Absoluto.
Mas isso não é, ainda, o Absoluto.
Não é uma preliminar, porque se eu emprego a palavra preliminar, você vai considerar que é uma etapa que sobrevém, mas essa etapa não é, absolutamente, indispensável, nem mesmo necessária.
Ela é, talvez, mais adaptada às condições de Luz atual, aí onde vocês estão.
Em minha encarnação, isso não foi necessário.

Questão: haverá muitos Absolutos com forma antes do fim?

Eu posso responder dizendo-lhe que haverá muitos Absolutos com forma, como sem forma, após o fim.
O fim não existe para o Absoluto.

Questão: que fazer, esperando o fim?

Eu empurro mais longe seu raciocínio.
Assim que você está na idade de conceber que você é uma pessoa (após três, quatro anos), você sabe, intimamente, naquele momento, que o que apareceu nessa forma (esse corpo, esse campo de consciência) tem um fim.
Será que, contudo, você decide, a partir da idade de quatro anos, nada fazer?
O sentimento de um fim, se ele deve conduzir a um desinteresse, não o leva a lugar algum, porque se tratará, sempre, de uma fuga.

Aquele que é Absoluto não é concernido nem pelo início, nem pelo fim (de si mesmo, como do mundo).
Não há qualquer atitude mental satisfatória para o Absoluto porque, se você se diz que em tantas semanas é o fim, e você espera esse fim, você se engana.
Olhe: geralmente, quando se anuncia a um saco de alimento que ele vai partir de uma doença grave, o que é que acontece?
Geralmente, essas pessoas estão mais vivas do que antes.
Elas degustam cada minuto, cada dia e cada hora.
É independente da atividade ou da não atividade.
É, eu diria, uma atmosfera Interior.
É como se, sabendo que você é uma pessoa (com quatro, cinco anos) que acabará um dia, você se dissesse: «esse dia, sendo inevitável, para que serve deixar viver esse saco?».

Ora, a recusa da ilusão mantém a ilusão.
Do mesmo modo, toda expectativa (mesmo justificada, mesmo real) de um evento real, testemunha o que você é.
A expectativa põe uma distância com o que você É.
Esperar que o fim do que quer que seja permitirá a você ser Absoluto, é um erro.
O fim do que quer que seja lembra-o, simplesmente, o que você É, para além da pessoa.
Isso se chama a Liberação.

Aquele que é Absoluto é Liberado Vivo.
Ele não tem necessidade de esperar um eventual, ou um real, fim, do que quer que seja, para Ser isso.
Vigiem para jamais colocar-se, a si mesmos, em um sentimento de expectativa porque o sentimento de expectativa (como de espera ou de esperança) põe uma distância.
Há uma armadilha.
Como foi dito, vivam cada minuto, aí onde vocês estão, plenamente, inteiramente, como se fosse o último, porque de qualquer modo, aparecendo em uma pessoa, há a certeza e a inevitabilidade, do fim dessa pessoa.

Questão: amar a ilusão, ou seja, amar a natureza, amar as flores, afasta-nos do Absoluto?

Mas tudo depende do que você chama amar.
Há tantos seres humanos quanto definições do amor.
Se você ama sem apegar-se, não há qualquer razão para que a natureza afaste-o do que você É, uma vez que a natureza é Absoluta, para além da aparência.
Tudo depende do que você ama.
É a cor, é a forma, é o odor, é a aparência ou é a essência?

Toda a diferença vem de você, mas não da natureza.
Nada pode afastá-lo, nada pode aproximá-lo.
Há apenas circunstâncias que reforçam a ilusão, que a mantém, que a arrasta.
E há circunstâncias que Liberam disso.
Mas as circunstâncias são Interiores: elas não concernem à cessação de uma atividade ou de uma responsabilidade.
O fato de estar na natureza ou em um apartamento, no Absoluto, nada muda.
Mas é claro que a natureza e o que é natural, permite, de maneira muito mais ampla, a priori, expandir a consciência.
Mas não confunda as manifestações de um objetivo qualquer com o Absoluto.

Questão: você disse que a natureza é Absoluta. Pode desenvolver?

Além da forma, da aparência, dos odores e das cores, como é que o que está sob seus olhos poderia escapar de ser Absoluto?
Enquanto vocês consideram que o Absoluto seja um objetivo, uma finalidade, uma prática, vocês ali não estão.

Uma árvore é Absoluto.
Há uma consciência na árvore.
O Absoluto não faz diferença entre um fio de erva, uma árvore, uma galáxia e um universo.
Ele os contém, a todos, do mesmo modo.
A árvore, como qualquer elemento da natureza, obedece a um projeto, o projeto da Vida: nascimento, crescimento, decrescimento e morte.
Para além dessa aparência, para além de seus movimentos, de suas formas diferentes, há o Absoluto.
Será que a árvore coloca-se a questão de ser uma entidade, uma consciência ou um Absoluto?
Não.
Ela é tudo isso ao mesmo tempo.
Apenas o mental humano é que cria a distância.
Uma arvore não pode criar distância.

Questão: a carne de porco que se ingere ou o pombo e o pato que Hildegard de Bingen recomenda comer, como se situam em relação ao Absoluto?

Do mesmo modo que você, seja o porco, o pombo ou você, isso não faz qualquer diferença.
O Absoluto não é tributário de uma forma de vida ou de outra forma de vida.
Você procura julgamentos de valor ou definições no que não tem.
Aquele que é Absoluto com forma vê as diferentes formas, concebe que um porco não é um pombo, que um pombo não é a pessoa, mas isso nada muda.
Você quer puxar o Absoluto ao seu campo de compreensão, seu campo de percepção, seu campo de experiência, mas é impossível.

Não temos mais perguntas, agradecemos.

Bem, Bidi saúda-os, e dá-lhes encontro uma última vez, e eu lhes digo, portanto, até breve.
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Compartilhamos estas informações em toda transparência. Obrigado por fazer do mesmo modo. Se você deseja divulgá-las, reproduza a integralidade do texto e cite sua fonte: http://www.autresdimensions.com/.

3 comentários:

  1. Mensagem "Rasga Véu". O que fizer, achar, pensar, está errado. 'Não há solução'.

    "É. É. É".
    Noemia

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  2. Aqui, a questão da memória, ou da consciência, ou do sujeito (mesma coisa, em diferentes palavras), é ainda mais revelada na sua condição efêmera e ilusória; onde, sobretudo, nada representa do que se É, de Verdade. Para quem se inscreve na memória, no aprendizado, na continuidade, na evolução, no agir/reagir (tudo território de irrealidade, tal qual uma miragem), a dissolução de si mesmo, soa como perspectiva onde só restaria o Nada, conquanto, em Verdade, seja rigorosamente o oposto. A MSG (assim como qualquer já dissolvido), enfim, fala do absurdo que se pode ser, quando se tem e se vive o ponto de vista da personalidade, o qual, sequer, jamais, conseguiria imaginar, como a Verdade nada tem a ver com qualquer história, ou enredo, ou início e fim.

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  3. "Tudo depende do que você chama Amar.
    "Se você ama sem apegar-se, não há qualquer razão para que a natureza afaste-o do que você É, uma vez que a natureza é Absoluta, para além da aparência.

    "Tudo depende do que você ama. É a cor, é a forma, é o odor, é a aparência ou é a Essência?
    "Além da forma, da aparência, dos odores e das cores, como é que o que está sob seus olhos poderia escapar de ser Absoluto? ...Toda a diferença vem de você, mas não da natureza. Nada pode afastá-lo, nada pode aproximá-lo.
    "O Absoluto não faz diferença entre um fio de erva, uma árvore, uma galáxia e um universo. Ele os contém, a todos, do mesmo modo. ...Para além dessa aparência, para além de seus movimentos, de suas formas diferentes, há o Absoluto.

    "Será que a árvore coloca-se a questão de ser uma entidade, uma consciência ou um Absoluto?
    Não. Ela é tudo isso ao mesmo tempo.
    Apenas o mental humano é que cria a distância.

    "Enquanto vocês consideram que o Absoluto seja um objetivo, uma finalidade, uma prática, vocês ali não estão.
    "É o Centro presente em todo centro."

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