Mensagem publicada em 29 de agosto, pelo site
AUTRES DIMENSIONS.
Eu sou Mestre PHILIPPE DE LYON.
Irmãos e Irmãs encarnados, eu lhes
apresento minha Paz e acolho sua Graça.
Eu me apresento a vocês como
Melquisedeque da Terra, e começarei minha intervenção por essas palavras: «O
que vem da carne pertence e volta à carne; o que vem do Espírito retorna ao
Espírito».
Sobre esta Terra na qual vocês estão
presentes, é-me pedido exprimir-lhes algumas noções que vêm, nestes tempos,
para situarem-se, para colocarem-se e para reconhecerem-se o Amor, e de qual
amor?
Para as comodidades de minha
exposição, falarei do amor dos homens, do amor de CRISTO – ou Princípio Solar –
e, enfim, do Amor Absoluto.
Além do que pode ser veiculado por
essa palavra, além da consciência que dela releva, todo Amor presente sobre
esta Terra será qualificado – de maneira espontânea, natural e, eu diria,
obrigatória – ou em função da experiência que vocês tiveram dele, ou em função
de suas crenças, ou em função de um ideal ou, justamente, esse amor não pode
mais ser definido nem em si, nem no exterior de si.
A personalização do amor concerne, é
claro, ao amor dos homens e ao Amor do CRISTO.
A particularidade desse amor,
quaisquer que sejam a expressão e a manifestação dele será, de maneira
indissolúvel, religada à experiência, à Fé, ao ideal, à vivência.
Esse amor exprimir-se-á através da
carne, através de um ideal ou de uma crença.
Ele é, portanto, de maneira lógica, portador
de algumas qualidades e, eu diria, mesmo, de certa quantidade.
Quando de minha última encarnação, eu
devotava um Amor sem falhas ao CRISTO.
Era, portanto, um ideal de Espírito.
Essa tensão para Ele levou-me, muito
rapidamente, a compreender o sentido das palavras concernentes ao Amor que a
Ele foram atribuídas e, ao longo de minha vida, a manifestar essa frase
essencial: «Amem-se Uns aos Outros como Eu os Amei».
Além do ideal, minha memória de vida
na encarnação, sem entrar nos detalhes, permitiu-me, além do ideal,
conscientizar-me de algumas experiências passadas.
«Amem-se Uns aos Outros como eu os
Amei», requer uma interrogação: como foi que o CRISTO amou-nos?
Para além de qualquer disputa
partidária, para além de qualquer religião, qual é a particularidade desse
Amor?
Qualquer que seja o modo pelo qual se
queira defini-lo ou situá-lo, quaisquer que sejam os qualificativos aplicados à
palavra Amor (seja ilimitado, incondicional, divino, espiritual), que tenha,
portanto, feito a mais, que tenha, portanto, manifestado a mais, esse Princípio
Crístico, que o comum dos mortais, para além de sua crença em CRISTO ou não, de
uma maneira adequada ou inadequada, tenta exprimir?
A resposta, além de minha memória,
mostrou-me que o melhor modo de Amar, como Ele nos havia Amado, era, portanto,
tornar-se Ele.
Tornar-se Ele, para além da imitação
e da compreensão traduziu-se, nessa encarnação, como a evidência da noção de
serviço e de devoção.
E era preciso resolver esse paradoxo
que, à época, foi um, para mim.
Quando o Princípio Crístico ou quando
um de nossos Irmãos ou Irmãs orientais, com palavras, certamente, diferentes,
dizem e afirmam: «Eu e meu Pai Somos UM», ou, ainda: «O que vocês fazem ao
menor de vocês, é a mim que vocês o fazem», nesse nível, situa-se um mistério que
a razão não pode nem saber nem mesmo apreender, além de toda teologia e de toda
fé.
Existe, portanto, no homem, uma
possibilidade.
Essa possibilidade, que é aquela de
viver na Unidade com o Pai ou a FONTE.
Essa possibilidade de viver o que é
chamada a Não Separação e de viver, efetivamente, além de toda crença ou de
toda adesão, o Princípio de Unidade expresso através de todas as formas e de
todas as consciências encarnadas sobre esta Terra.
É claro, esse é um imenso desafio
porque, a partir do instante em que vocês se aproximam, a partir do instante em
que dão a mostrar, por sua vida, que esse gênero de Amor está aí, muito
rapidamente, as circunstâncias de sua vida fazem com que o que se opõe, em um
primeiro tempo, ao que vocês estabelecem, vai reforçar-se.
O amor dos homens, como o Amor do
CRISTO, necessita de uma forma de apagamento, que vai bem além do sentido do
serviço e da devoção.
Esse apagamento os faz colocar, no
interior de si, um princípio.
Esse princípio, aí também, eu o
enunciei, claramente, em minha última vida.
Quando me perguntavam como eu podia
curar desse modo, eu respondia, invariavelmente: «É porque eu sou o menor de
vocês».
E a resposta é, efetivamente, nesse
nível.
Nos ensinamentos e preceitos que lhes
são dados, tanto pelos Anciões como pelas Estrelas, vocês observaram, voltam,
sempre, aos Quatro Pilares ao nível do Coração: a Humildade e a Simplicidade, a
Transparência e a Infância.
Isso volta a dizer que, qualquer que
seja sua vivência, quaisquer que sejam suas experiências, qualquer que seja sua
aproximação Vibratória, intelectual ou, mesmo, simplesmente, da fé a mais realizada,
nós somos, todos, confrontados, a um dado momento, ao que eu chamaria um
princípio de realidade, que é onipresente sobre esta Terra, ainda, de momento,
que é, é claro, a competição e a predação.
Como é que o que os sentidos dão a
viver, o que a razão dá a experimentar, quando o amor permanece um ideal que
pode ser encontrado no outro (seja uma companheira ou um companheiro, seja o
CRISTO) pode pensar em existir apesar, justamente, do que é dado a perceber
como competição e predação?
O verdadeiro único modo de ali chegar
não pode ser, em caso algum, uma ascese, não pode ser, em caso algum,
considerado como uma lei que, se ela é seguida em função dos próprios
conceitos, vai permitir viver esse Amor.
É preciso, efetivamente, admitir que
o amor dos homens é, antes de tudo, condicionado e condicionante pela vivência
de cada um.
E vocês sabem muito bem que, mesmo no
que concerne ao Amor do CRISTO, cada um vai idealizar uma vida – que ele não
conheceu – através de escritos e, mesmo, para alguns, como foi o caso para mim,
através de algumas memórias.
Qualquer que seja o modo de
dirigir-se para esse Amor, seja pelo ideal, seja pela experiência, seja pela
reminiscência, mais cedo ou mais tarde, vocês apenas poderão ter a seguinte
conclusão: é que esse amor, por definição, é, sempre, condicionado,
condicionante.
Em sua época, o ideal foi chamado
amor incondicional, amor Vibral, amor Luz.
Foi-lhes referido, aliás, longamente
e, antes de tudo, que a consciência era Vibração e que o verdadeiro amor apenas
podia exprimir-se se estivessem presentes em vocês a Coroa Radiante do Coração,
o Fogo do Coração, em ressonância, portanto, aí também, com aspectos de
percepção Vibratória.
Foi-lhes dado, também, durante esses
anos, certo número de elementos que, pelo que havia sido chamada a resposta do coração,
o switch da Consciência e, mais
recentemente, o Manto Azul da Graça e a Onda de vida, foi-lhes dado a viver ou
a aproximar-se um Amor que é bem além de toda forma, além de todo conceito, de
toda experiência e, eu diria, mesmo, de todo humanismo.
Aquele que vive esse Amor – e eu não
voltarei a isso – tem, eu diria, um preceptor admirável, que é BIDI.
A Liberdade do homem, nessa carne que
é prisão, será, simplesmente, um livre arbítrio que lhe permite definir,
estabelecer e manifestar o amor dos homens, o Amor do CRISTO ou o Amor
Absoluto.
Existe uma espécie, não de
hierarquia, mas de gradação que vai do mais condicionado e condicionante ao
mais Livre.
O amor portado sobre um objeto – e eu
entendo por objeto uma forma consciente, seja um humano, seja um hobby, seja um filho ou um pai – é, por
essência e por natureza, condicionado pela própria experiência, pelo próprio
passado.
Essas experiências e essas vivências
condicionantes vão representar, quaisquer que sejam, felizes ou infelizes,
limites e quadros, na expressão de seu amor, na manifestação de seu amor, a
vida que lhes dá a viver, muito precisamente, o que vocês criaram ou o que
pensam ter sofrido.
Existem, portanto, condições e uma
cota desse tipo de amor, porque ele inscreve-se – quer vocês queiram ou não,
quer haja um laço de espírito ou não, mesmo se não haja, propriamente dita, relação
física – na carne.
A questão que eu me coloquei, e
qualquer que fosse o amor que eu pude portar (tanto àqueles que eu tratava como
à minha esposa), foi saber se aquele amor permitia ser uma porta de acesso, ao
mesmo tempo, para o Amor do CRISTO e para o Amor Absoluto.
O conjunto de religiões e de sistemas
filosóficos e espirituais vão, todos, com raras exceções, falar-lhes desse amor
sob uma forma ou sob outra, convidando-os a portar sua Atenção, sua consciência
a modos de comportar-se e de manifestar o amor, a fim de chegar a algo que,
conforme os lugares, pode ser chamado o Nirvana, o Céu ou, em todo caso, o
Espírito.
Não existem numerosos modos de passar
do amor dos homens ao Amor do CRISTO e ao Amor Absoluto.
E, isso, eu resumi nessa frase que
lhes dei.
Aceitar desaparecer, aceitar nada
mais ser, apagar-se, completamente, a fim de deixar todo o lugar ao Princípio
Solar, a fim de que possa, um dia, viver esse Amor Absoluto.
Viver o Amor Absoluto é fazer cessar
toda condição, não por um desejo, não por uma vontade, mas, efetivamente, no
momento em que há uma espécie de rendição, de capitulação à própria vontade de
Amar.
Essa capitulação não é uma recusa do
amor humano e, ainda menos, do CRISTO, mas, efetivamente, uma maturidade que os
faz apreender, no espaço de um instante, que qualquer que seja esse amor que
vocês portam, qualquer que seja a empatia, a compaixão e o carisma que possam
manifestar, por sua própria natureza ou por um ideal portado, que qualquer que
seja sua tensão para o CRISTO e se vocês olham, racionalmente, no Ocidente, sem
mesmo falar de religião, o número de pessoas que tendem, no ideal, para o
CRISTO e quais são aqueles que são capazes de manifestar o CRISTO: seja segundo
um modo antigo, pelos estigmas, seja pelos milagres, seja por identificação
total, eles são, efetivamente, muito pouco numerosos.
O que diferencia, então, esses seres,
pouco numerosos, do conjunto de todos os humanos voltados, no entanto, para o
mesmo ideal, a mesma Fé ou a mesma crença?
Bem, é, simplesmente, a capacidade,
além da vontade, para desaparecer.
Isso lhes foi exprimido em outros termos, mas com o mesmo sentido, por algumas Estrelas.
A vontade de agir e a vontade de
conformar-se a um ideal, de ali aplicar as regras dadas por esse ideal, em sua
Vida, é uma etapa, mas não pode, jamais, bastar.
O Amor do CRISTO, do Duplo, o Amor
Mariano ou o Amor de todo Ancião, de toda Estrela ou de todo ser pertencente
aos Mundos Unificados e Livres – do mesmo modo realiza-se com vocês, através do
que lhes foi dado, nas experiências de Comunhão e aquelas que seguem – apenas pode
realizar-se se o que vocês são, no espaço de um instante, não existe mais.
Esse aprendizado das diferentes
formas de Comunhão – e aqueles que seguem: Fusão, Dissolução – apenas é
possível (e vocês se aperceberão disso cada vez mais frequentemente) nos
momentos em que, justamente, vocês não existem mais como pessoa.
Os momentos em que vocês não existem
mais como pessoa são, é claro, os momentos em que vocês dormem, os momentos em
que vocês desaparecem e nos quais o que vocês vivem não pode ser referenciado a
qualquer vivência, a qualquer anterioridade, a qualquer comparação.
Nos momentos, é claro, nos quais o
que é nomeado o mental cessa sua ação preponderante.
O Amor do CRISTO desemboca no Amor
Absoluto, a partir do instante em que o CRISTO não é, unicamente, um ideal, mas
no qual esse Princípio Solar torna-se o que havia sido nomeado, por HILDEGARDE:
essa tensão para o Abandono.
É, efetivamente, o momento em que
vocês reconhecem, por uma espécie de maturidade, que nada há a procurar, que
nada há a esperar, que nada há a pedir, que nada há a dar, que nada há a
servir.
É o momento, como eu dizia, no qual
vocês capitulam a todo ideal, a todo elemento exterior.
É o momento no qual, final e
realmente, vocês tomam consciência, Abandonando-o, justamente, que o mundo, o
universo e tudo o que não lhes é sensível não está no exterior de vocês, mas em
vocês.
Ver isso e viver isso é,
efetivamente, desaparecer de toda ilusão.
Esse passo, nomeado Porta Estreita,
Porta OD que, como Melquisedeque da Terra, eu porto (como ANA, Mãe de MARIA e
Estrela OD), permitiu-nos, talvez, não como uma recusa da carne, mas,
efetivamente, aceitando, justamente, essa fragilidade da carne, sua
falibilidade, sua insuficiência, permitiu-nos, em um momento, esquecer-nos.
E é nesse esquecimento, nesse
desaparecimento que se encontram a Humildade e a Simplicidade.
E é nesse desaparecimento que vocês
renascem em CRISTO e no Absoluto.
Aceitar ver, aceitar compreender e,
portanto, vivê-lo, por um mecanismo que eu nomeei maturidade, que toda busca,
toda procura apenas faz afastá-los de seu objetivo: aceitar isso faz
desaparecer, mesmo, o caminho e a busca.
O Amor Absoluto nada mais é do que
perceber, para além de toda vontade e de todo ideal, que o que vocês procuram,
justamente, através dessa carne ou desse ideal está, de toda a Eternidade,
presente aqui.
A linearidade do tempo que podia
afetá-los não os afeta mais.
É naquele momento que, para os
místicos, no passado, o envelope do Coração era rompido, pondo fim à ilusão, seja
pelo Princípio Crístico, seja pelo Princípio Micaélico, seja, hoje e há mais de
um ano, pelo Impulso Metatrônico que abre a Porta KI-RIS-TI.
Assim, portanto, aceitar, em
Consciência, desaparecer para si mesmo, para toda veleidade de ação de Bem
implica uma espécie de resolução e de relaxamento da carne e do espírito, que
desvenda a própria essência do que nós somos: Amor.
Percebendo isso, nada mais há a
demonstrar, nada mais há a projetar, nada mais há a querer.
Isso passa por uma maturidade.
Essa maturidade não é ligada à idade,
nem mesmo à antiguidade de encarnações: é, eu diria, uma atitude de Espírito
que aceita, efetivamente, fazer e dizer como o CRISTO: «Pai, eu entrego meu
Espírito entre suas mãos».
É claro, não há mãos.
É claro, Pai, na linguagem Ocidental
de hoje, é, efetivamente, distante do sentido original que era ABBA.
O que se produz, no momento da
maturidade, sobrevém, geralmente, no curso de um sentimento de abandono, de um
sentimento de «por que se preocupar», que sobrevém, geralmente, tanto em um
amor dos homens como um Amor do CRISTO (ou Princípio Solar, se a palavra
incomoda-os).
Em um momento de lucidez no qual a
própria consciência olha-se a si mesma como agindo, como operando e vendo que
essa ação e essas operações não conduzem, em definitivo, a lugar algum.
Isso não questiona a vivência inicial.
Isso não questiona a vivência do
Serviço.
Isso não questiona as virtudes do
Amor CRISTO, mas vem, efetivamente, transmutá-los com uma iluminação totalmente
nova, que não depende mais, justamente, de qualquer conceito, de qualquer ideal
e de qualquer carne, nem de qualquer lógica, no sentido humano.
A Liberação da Terra e sua Liberdade
passam, inevitavelmente, pela lembrança, a reminiscência do que foi chamada,
por ABBA, pela própria Fonte, o Juramento e a Promessa.
É o momento fulgurante no qual vocês
tomam, realmente, consciência, pela maturidade, de que vocês nada são aqui,
sobre esta Terra, mas que vocês são Tudo, no Espírito.
É, efetivamente, uma capitulação, uma
rendição, sem qualquer condição, de todos os estatutos anteriores, de todas as
aquisições anteriores e de todas as experiências anteriores.
Como já lhes foi exprimido em
numerosas reprises: apenas vocês é que podem fazer essa transmutação, apenas
vocês é que podem cruzar a Porta, apenas vocês é que podem renunciar.
A lembrança do Juramento e da
Promessa (seja ao nível dos sinais do Céu e da Terra, seja ao nível de seus
sinais Vibratórios, seja em suas interrogações), essa Passagem, que não é uma,
é indispensável, não como uma provação, não como um exame de Passagem do que
quer que seja, mas, bem mais, como o momento no qual vocês cessam de buscar o
que quer que seja e no qual vocês descobrem que Tudo está aí.
É naquele momento que o Fogo
Micaélico, Metatrônico e, mais recentemente, que a Onda de Vida e o Manto Azul
da Graça põe fim à ilusão, à separação e à condição, qualquer que seja essa
condição.
O Amor Absoluto não é um Amor que
seria imaginado, idealizado, portado ao conjunto do criado e do incriado.
Não é, tampouco, unicamente, o fim da
separação, que aparece a partir do instante em que o Amor CRISTO é ideal ou
idealizado.
É essa noção de desaparecimento e de
maturidade que sobrevém e sobrevirá, inevitavelmente, que sobrevém,
individualmente, a um dado momento, e que sobrevém, inevitavelmente, nesse fim
de ciclo que vocês vivem.
Enquanto o amor é considerado como o
que deve ser voltado e manifestado para um exterior (objeto, consciência,
forma, humana ou não). Enquanto existe um ideal voltado, aí também, ao exterior
(mesmo o CRISTO), bem, paradoxalmente, essa exteriorização e essa manifestação –
mesmo sob a forma de altruísmo, de carisma, de compaixão e de empatia – faz apena
afastá-los do Amor Absoluto.
O Amor Absoluto não é uma busca,
ainda menos uma escada a escalar, mas representa, efetivamente, essa maturidade
e essa capitulação do efêmero, da carne e da projeção.
É claro, nossos Irmãos e Irmãs orientais
colocaram à frente a meditação e suas diferentes formas.
A meditação tem por objeto,
finalmente, permitir-lhes conscientizar-se de que vocês não são nem esse corpo,
nem o que anima esse corpo como emoção e mental, e permite-lhes, finalmente,
liberar aquele que observa.
Ir além daquele que observa é,
justamente, não mais mover-se, é, justamente, não mais querer compreender nem
apreender-se do que quer que seja, é, portanto, efetivamente, como eu disse,
essa espécie de capitulação, de rendição sem condição, que desemboca no Amor
Absoluto ou, se preferem, na Morada de Paz Suprema.
Essa Morada de Paz Suprema não vem de
outro lugar que não do que vocês São, para além da identidade.
O Amor Absoluto não se decreta, não
se busca.
Ele depende, justamente, se se pode
dizê-lo, do desaparecimento de todas as condições prévias, vividas, colocadas
ou idealizadas.
É nessa espécie do que a
personalidade poderia chamar o Neant
que se encontra o Pleno.
Isso se junta ao que eu disse, em
minha última encarnação: «é porque eu era o menor que os milagres realizavam-se».
Não era nem eu, nem minha vontade,
nem a ação direta sobre algo de exterior (chamado outro Irmão ou outro ser humano).
É, efetiva e realmente, o que eu
chamaria, na falta de melhor termo, na interiorização dessa Consciência que me
aparecia em uma forma exterior, que eu pude viver a realidade Final: que aquele
com quem eu sonhava, que aquele a quem eu portava minha Afeição, meu interesse,
meu Amor, era eu.
Não como uma crença, não como um
ideal, mas, efetivamente, como a íntima verdade.
As experiências que nossos Planos,
talvez, permitiram-lhes viver têm apenas um objetivo, e um único: além do Apelo
de MARIA, além do contato com tal Ancião, tal Estrela ou tal Arcanjo, é,
obviamente, fazê-los descobrir a Verdade, aquela que não sofre de qualquer
condição e de qualquer limite.
E isso acontece nessa carne que vocês
habitam, quer vocês nomeiem essa carne, Templo (mas eu os lembro de que um
Templo nada é se está vazio), quer vocês chamem esse corpo, saco, não tem, em
definitivo, qualquer espécie de importância porque, tanto um como o outro, no
momento da maturidade, vai fazer-lhes aparecer o que vocês São, para além de
toda projeção e de todo ideal.
Vocês reencontrarão, através do que
eu completo hoje, o que lhes é dito por outros Anciões, há numerosos meses
agora.
Em definitivo, e nestes tempos de
Revelação, a questão que deveria tocá-los não é aquela de uma eventual evolução
em relação com a Ascensão, mas, bem mais, no instante presente, desembaraçado
de toda expectativa, desembaraçado de toda esperança e de toda projeção: «quem
eu sou e o que eu sou?».
Não em meus atos, em minhas ações e
em minha vida, mas, bem mais fundamentalmente, bem mais intimamente, para além
de toda aparência, para além, mesmo, dessa forma (quer eu a chame um saco ou um
templo), para além de toda crença, para além de toda carne: «quem é que está aí?».
Elementos de resposta foram-lhes
dados pelas Portas e as Estrelas, estruturas Vibratórias, pelo Manto Azul da
Graça e pelo Canal Mariano.
Essa questão, se, pelo processo da
maturidade leva-os à renúncia real e não fingida, desvenda-lhes, então, o
Último, o Amor Absoluto.
O Amor Absoluto é bem mais do que o
amor incondicional e incondicionado; ele é, muito exatamente, reencontrar o que
nós somos, na Eternidade, para além da carne e para além, mesmo, do Espírito,
para além de todo princípio de identidade e de identificação, de toda Comunhão,
de toda Fusão ou Dissolução, assim como de todo Duplo.
Isso foi exprimido tanto pelo bem
amado João ou SRI AUROBINDO, concernente à distinção entre Interior e Exterior.
Isso foi exprimido, também, de outro
modo, por NO EYES, concernente a essa Visão do Coração, que não se importa com
os olhos.
A única verdadeira Liberdade está aí.
Todo o resto representa apenas
aparência de Liberdade, quer vocês nomeiem caminho, quer vocês nomeiem livre
arbítrio, evolução, iniciação.
O conjunto desses elementos é apenas
ilusões, que estão aí, em definitivo, apenas para permitir-lhes esperar o tempo
da maturidade e da renúncia.
Isso não é uma meditação, isso não é
uma iniciação ou um exercício, qualquer que seja, mas é, justamente, o momento
em que a maturidade, com uma acuidade inigualável, os faz soltar a totalidade
do que creem ter mantido e tido.
O retorno da Luz, total e completo, é
destinado, se vocês o aceitam, a permitir-lhes ser esse Amor Absoluto, que não
depende de qualquer causa, de qualquer efeito, de qualquer circunstância e,
sobretudo, de qualquer condição.
É, portanto, a vocês que cabe olhar,
atentamente, para além de seus sinais Interiores, para além de seus sinais do
Céu e da Terra, para além de toda expectativa, de toda esperança, situar-se,
inteiramente, nesse famoso instante presente do Aqui e Agora, que não depende
de qualquer causa, de qualquer amanhã, que, para além do observador ou da
testemunha, para além do ideal CRISTO, vai romper o confinamento.
Essa ruptura permite definir-se entre
um antes e um depois.
É a Ressurreição.
O Amor Absoluto, assim como o
Absoluto não pode ser colocado em forma, nem mesmo explicado.
Isso faz parte do que é vivido, ou
não, mesmo se os efeitos disso sejam traduzíveis e explicáveis.
Mas esse explicável, devido ao fato
de que é a personalidade que o exprime, será, necessariamente, condicionado
pela vivência anterior, mesmo se ela seja transcendida.
Um Absoluto com forma, cuja cultura
seja Oriental, não terá a mesma expressão junto a um sufi como junto a um Ocidental, mas a vivência para além da
experiência é, estritamente, a mesma.
Apenas quando isso é conceituado e
posto em palavras ou em ideias é que a diferença aparece.
O fim da identidade, como pessoa, põe
fim à preeminência do amor dos homens e do amor do CRISTO.
Só o Amor Absoluto que, eu repito,
não é nem condicionado nem condicionante, torna-se, não a expressão, mas o
estado normal do ser que o vive.
Esse estado normal não requer
qualquer esforço, qualquer vontade, qualquer dualidade que transforme o que
podia ser vivido, no Si, como Fluidez ou Sincronia, substituindo-o pela Graça e
pela Paz Suprema.
Esse Abandono do Si, essa renúncia,
tal como eu lhes apresentei, não é, em caso algum, um abandono da vida, mas é,
justamente, enfim, estar na Vida.
Sair dos condicionamentos do amor e
dos traumatismos do amor dos homens requer ser e viver essa maturidade, a um
dado momento ou em outro.
E é apenas quando há capitulação
(como, por exemplo, descreveu-lhes nosso Irmão Ancião UM AMIGO ou, ainda, IRMÃO
K), é quando vocês chegam, de algum modo, a esse Choque da Humanidade, que envolve,
de maneira formal, o prognóstico vital do indivíduo e do coletivo humano, que
se realiza essa maturidade, de maneira a mais natural.
O que é encarado como impossível –
enquanto a personalidade existe – que se torna possível pelos fatos mostrados,
vistos e vividos, pode-se viver como Última possibilidade: o Abandono do Si.
Essa data não é um fim qualquer, se
não é o fim da consciência separada, fim de um Ciclo ao nível coletivo e não,
ainda, o que vocês poderiam chamar, do ponto de vista da personalidade, o fim
do mundo, mas, efetivamente, o Último Apelo e o Último aviso.
Isso corresponde ao seu encontro com
MARIA e o Arcanjo MIGUEL (ndr: ver, em especial, as intervenções de MARIA, de
21 de agosto e de MIGUEL, de 18 de agosto de 2012).
Vejam além do que seus olhos da
pessoa quererão ali ver.
Penetrem a essência da vivência e
não, simplesmente, o aspecto aparente do que vem do Céu ou do que vem da Terra.
Eu os remeto – e terminarei aí – a essa
frase que o Comandante (ndr: Omraam Mickaël AÏVANHOV) empregou, amplamente, e
que virá bater em vocês, de maneira inevitável: «o que a lagarta chama a morte,
a borboleta chama o nascimento».
O que vocês são chamados a
manifestar, durante este período, o que vocês são chamados a viver representa,
para cada um de vocês, a melhor das oportunidades, o que quer que a vida tenha
decidido manifestar para vocês.
Vejam além do simples fato, da
simples explicação.
Aí se situa a possibilidade de sua
Ressurreição.
Vivam isso com uma serenidade e uma
Paz que permitirá não ser, de qualquer maneira, desestabilizado.
Eu diria: sentem-se em vocês, em face
de si.
Vejam-se claramente, sem trapacear.
Eu não peço um exame de consciência,
mas, simplesmente, o fato de estar Lúcido, porque a Lucidez participa da
maturidade.
Se há, em vocês, interrogações
específicas de minhas palavras de hoje, então, Irmãos e Irmãs, eu os escuto.
Não temos perguntas, agradecemos.
Irmãos e Irmãs, aqui, de minha
posição de Melquisedeque da Terra, vivamos, juntos, um instante de Graça e de
Silêncio, na Consciência da Dissolução, se quiserem, fechando seus olhos...
... Partilhar da Doação da Graça...
Eu saúdo, em vocês, sua Presença.
E eu lhes digo até uma próxima vez.
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Mestre PHILIPPE DE LYON:
ResponderExcluir..." eu devotava um Amor sem falhas ao CRISTO.
... mostrou-me que o melhor modo de Amar, como Ele nos havia Amado, era, portanto, tornar-se Ele.
«É porque eu sou o menor de vocês».
Não existem numerosos modos de passar do amor dos homens ao Amor do CRISTO e ao Amor Absoluto.
Viver o Amor Absoluto é fazer cessar toda condição...
Os momentos em que vocês não existem mais como pessoa são, é claro, os momentos em que vocês dormem...
...aceitar, em Consciência, desaparecer para si mesmo, para toda veleidade de ação de Bem...
... de lucidez no qual a própria consciência olha-se a si mesma como agindo, como operando e vendo que essa ação e essas operações não conduzem, em definitivo, a lugar algum.
... pelo processo da maturidade leva-os à renúncia real e não fingida...
Penetrem a essência da vivência e não, simplesmente, o aspecto aparente do que vem do Céu ou do que vem da Terra."
Lucidez, viver o momento presente, não desestabilizar, ser o abandono,... é que precisamos vivenciar, continuamente.
Noemia
Um Amor de MSG, ou o próprio encanto, é o que se poderia dizer de tão especial conteúdo, de todo sublime, cujos exemplos dos trechos a seguir, dentre tantos outros, são mais que eloquentes, por si mesmos: 1 - Aceitar desaparecer, aceitar nada mais ser, apagar-se, completamente, a fim de deixar todo o lugar ao Princípio Solar, a fim de que possa, um dia, viver esse Amor Absoluto. 2 - Viver o Amor Absoluto é fazer cessar toda condição, não por um desejo, não por uma vontade, mas, efetivamente, no momento em que há uma espécie de rendição, de capitulação à própria vontade de Amar. 3 - O que diferencia, então, esses seres, pouco numerosos, do conjunto de todos os humanos voltados, no entanto, para o mesmo ideal, a mesma Fé ou a mesma crença? Bem, é, simplesmente, a capacidade, além da vontade, para desaparecer. 4 - A vontade de agir e a vontade de conformar-se a um ideal, de ali aplicar as regras dadas por esse ideal, em sua Vida, é uma etapa, mas não pode, jamais, bastar. 5 - Assim, portanto, aceitar, em Consciência, desaparecer para si mesmo, para toda veleidade de ação de Bem implica uma espécie de resolução e de relaxamento da carne e do espírito, que desvenda a própria essência do que nós somos: Amor. 6 - O Amor Absoluto não é uma busca, ainda menos uma escada a escalar, mas representa, efetivamente, essa maturidade e essa capitulação do efêmero, da carne e da projeção.
ResponderExcluirEnquanto o amor é considerado como o que deve ser voltado e manifestado para um exterior (objeto, consciência, forma, humana ou não). Enquanto existe um ideal voltado, aí também, ao exterior (mesmo o CRISTO), bem, paradoxalmente, essa exteriorização e essa manifestação – mesmo sob a forma de altruísmo, de carisma, de compaixão e de empatia – faz apena afastá-los do Amor Absoluto.
ResponderExcluirMaravilhosa toda a mensagem. Ainda ontem, eu (nós) comentamos sobre Nicodemus conhecer as ditas leis espirituais, e admirar o Cristo. Mas conhecer as leis, os caminhos espirituais pra nada serve se não vivê-las. Admirar o Cristo ou imitá-lo, não é suficiente. Temos que ser Ele. Lembro-me que no ano passado, a Creusa disse que sentia choque nas mãos e nos pés, eu também sentia esses choques. Gostaria de ressaltar que para aqueles que são o Absoluto, essa famosa frase: "Quem sou eu? De onde eu vim? Para onde eu vou?" Não significa nada, a busca foi encerrada, e eles confirmam a frase de Irmão K "O que vem sempre esteve aqui." E também essa frase do Mestre Philippe de Lyon «O que vem da carne pertence e volta à carne; o que vem do Espírito retorna ao Espírito».
Eu sou Amor Absoluto em cada um de vocês.
Creusa,vou ler as mensagens que você apontou.Muito grata!
ResponderExcluir"Não existem numerosos modos de passar do amor dos homens ao Amor do CRISTO e ao AMOR Absoluto.
ResponderExcluirE, isso, eu resumi nessa frase que lhes dei. Aceitar nada mais ser, apagar-se, completamente, a fim de deixar todo lugar ao Princípio Solar, a fim de que possa, um dia, viver esse Amor Absoluto.
"O Amor do CRISTO desemboca no Amor Absoluto, a partir do instante em que o CRISTO não é, unicamente um ideal, mas no qual esse Princípio Solar torna-se o que havia sido nomeado, por HILDEGARDE: essa tensão para o Abandono.
É, efetivamente, o momento em que vocês reconhecem, por uma espécie de maturidade, que nada há a procurar, que nada há a esperar, que nada há a pedir, que nada há a dar, que nada há a servir.
É o momento, como eu dizia, no qual vocês capitulam a todo ideal, a todo elemento exterior. É o momento no qual, final e realmente, vocês tomam consciência, Abandonando-o, justamente, que o mundo, o universo e tudo o que não lhes é sensível não está no exterior de vocês, mas em vocês.
Ver isso e viver isso é, efetivamente, desaparecer de toda ilusão.
"E é nesse esquecimento, nesse desaparecimento que se encontram a Humildade e a Simplicidade. E é nesse desaparecimento que vocês renascem em CRISTO e no Absoluto.
"É, portanto, efetivamente, como eu disse, essa especie de capitulação, de rendição sem condição, que desemboca no Amor Absoluto ou se preferem, na Morada de Paz Suprema.
"O retorno da Luz, total e completo, é destinado se vocês o aceitam, a permitir-lhes ser esse
AMOR Absoluto."